sábado, 4 de maio de 2013

Greve de fome aumenta mobilização por fechamento de Guantânamo


Uma greve de fome iniciada no último dia 6 de fevereiro foi a maneira que os detidos do Campo de Detenção da Baía de Guantânamo, prisão militar estadunidense localizada em Cuba, encontraram para protestar contra a detenção indefinida e sem acusação formal, modo como o governo dos Estados Unidos tratam presos acusados supostamente de terrorismo.


Khaled Abdullah/ Reuters
Guantânamo
Prisioneiros de Guantánamo estão há 60 dias em greve de fome como forma de protesto contra suas prisões e condições do centro de detençãoKhaled Abdullah / REUTERSPrisioneiros de Guantánamo estão há mais de 60 dias em greve de fome como forma de protesto contra suas prisões e condições do centro de detenção
Atualmente, dos 166 presos no local, cerca de 130 estão em greve de fome, segundo denunciam organizações de direitos humanos, embora o porta-voz de Guantânamo, Samuel House, afirma que o número de presos que aderiram a este protesto é de 100 detentos.

O porta-voz da base militar estadunidense em Guantânamo também informou para a imprensa mundial que dos 100 presos em greve de fome, 20 estão sendo alimentados à força e que cinco se encontram no hospital do centro de detenção. Este número também é contestado por organizações sociais internacionais que acreditam que é bem maior o número de detentos alimentados à força, ato que viola o direito do indivíduo de optar por receber tratamento ou não.

Diante do agravamento da situação, o Centro pela Justiça e Direito Internacional (CEJIL) e o Centro pelos Direitos Constitucionais (CCR) fortaleceram o apelo pelo fechamento da prisão junto a organismos das Nações Unidas, "para exigir que os Estados Unidos ponham fim à atual crise na Base Naval de Guantânamo e o fim do centro de detenção”.

Também pedem que o governo estadunidense respeite e garanta a vida e a integridade dos presos no atual contexto e permita o acesso de especialistas de direitos humanos da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) à prisão. As organizações internacionais lembram que os Estados Unidos devem cumprir suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos e justiça.

Além de protestarem contra a detenção indefinida, alguns dos presos de Guantânamo pedem que lhes sejam entregues seus exemplares do Alcorão, livro sagrado do Islã que foram inspecionados pelos guardas. Advogados dos presos-políticos acreditam que se esse pedido for atendido, a greve de fome pode acabar de imediatamente, já que o Alcorão orienta a vida de seus seguidores.

Guantânamo

Desde que começou a ser usada como centro de detenção para suspeitos de terrorismo, após o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, a prisão de Guantânamo tem sido alvo de protestos pelo mundo, já que faltam acusações concretas sobre muitos dos presos enviados para lá, que ficam detidos por tempo indeterminado, sem acesso à justiça e sem comunicação com familiares.

Já em seu segundo mandato presidencial à frente do governo dos Estados Unidos, Barack Obama ainda não cumpriu a promessa de fechar Guantânamo. Desde que venceu o prazo estipulado por ele mesmo, em janeiro de 2010, um ano após o início do seu primeiro mandato, Obama ainda não conseguiu convencer o Congresso a aceitar sua proposta de fechar o Centro de Detenção estadunidense em Cuba.

Fonte: Adital via Vermelho

Ditadura argentina: ex-militares são condenados à perpétua


Dois ex-militares argentinos foram condenados à prisão perpétua na sexta-feira (3) por crimes contra a humanidade perpetrados na província de Jujuy durante a ditadura (1976-1983), informou a Suprema Corte de Justiça.


O tribunal federal de Jujuy decretou a pena de prisão perpétua" contra Mariano Braga e José Bulgheroni, ambos ex-agentes de inteligencia do Exército, e 25 anos de detenção contra Antonio Vargas, ex-diretor penitenciário, segundo o Centro de Informação Judicial.

Os três eram julgados por homicídio agravado, privação ilegítima de liberdade e tortura contra 43 opositores.A sentença provocou uma explosão de alegria entre as cerca de 30 mil pessoas reunidas diante do tribunal de Jujuy, revelou a imprensa local.

Desde a retomada dos julgamentos, em 2005, mais de 250 pessoas foram condenadas por crimes contra a humanidade durante a ditadura argentina, e atualmente correm processos contra 1.880 acusados, de acordo com o Centro de Estudos Legais e Sociais.

Durante o regime militar, mais de 30 mil pessoas desapareceram na Argentina, de acordo com organizações humanitárias.

Fonte: Portal Terra via Vermelho

Portugal prevê corte de 30 mil empregos públicos


O governo de Portugal anunciou na sexta-feira (3) novas medidas de austeridade, que cortarão mais 30 mil empregos públicos no endividado país.


Em anúncio televisionado, o premiê português, Pedro Passos Coelho, afirmou que a idade para a aposentadoria será elevada de 65 para 66 anos, e a carga horária do funcionalismo será elevada de 35 horas para 40 horas por semana (ou 1 hora a mais por dia útil).

O objetivo é satisfazer os credores internacionais e cortar gastos, para tentar evitar que Portugal necessite de outro pacote de resgate financiado pela União Euopeia e pelo FMI - o país já fora resgatado com 78 bilhões de euros dois anos atrás.

A expectativa é de que as medidas de austeridade anunciadas nesta sexta resultem na economia de US$ 6 bilhões pelos próximos três anos.Mas críticos dizem que medidas anteriores de austeridade fracassaram em tirar o país da recessão. Os índices de desemprego em Portugal rondam os 17%.

Fonte: BBC via Vermelho

HSBC é condenado em R$ 2,5 mi por assédio moral


Justiça cita fatos de extrema gravidade narrados, representando verdadeira afronta à ordem social e às relações de trabalho
São Paulo – O HSBC foi condenado a pagar indenização por prática de assédio moral contra seus empregados. A decisão foi do juiz Paulo Henrique Tavares da Silva, da 5ª Vara do Trabalho de João Pessoa, e ainda é passível de recurso.

A sentença foi originada de ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na Paraíba e obriga o banco a pagar R$ 2,5 milhões a título de danos morais coletivos.

O caso chegou ao conhecimento do MPT por meio da própria Justiça do Trabalho de João Pessoa, que havia analisado casos individuais de empregados vítimas de assédio moral. Em ofício, alertava para "fatos de extrema gravidade narrados nas ações, representando verdadeira afronta à ordem social e às relações de trabalho". Os empregados sofriam diversas humilhações de seus superiores, submetidos a tratamento degradante, inclusive xingamentos com gritos e palavrões.

O MPT, ainda na fase de inquérito civil, propôs a assinatura de Termo de Ajuste de Conduta, o que não foi aceito pelo banco. "As reprováveis atitudes dos réus configuram manifesta violação aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas", comentou o procurador Cláudio Gadelha, autor da ação.

"O número de reclamações por assédio moral vem crescendo constantemente no HSBC. São ameaças de demissão, tratamento com palavras impróprias, palavrões. O trabalhador precisa ter ciência de que isso não é normal, tanto que a Justiça da Paraíba tomou essa decisão", diz a diretora do Sindicato Liliane Fiúza. "Sempre que abordamos o banco sobre o assedio moral, a direção diz que são problemas pontuais por que não incentiva a prática, mas não é o que os fatos dizem, como também comprova a sentença".

Além de cobrar os R$ 2,5 milhões e parar com o assedio, foi determinado que o banco, em 30 dias, conte para os funcionários os detalhes da sentença.
Fonte: Seeb/SP

VIOLÊNCIA EM SALVADOR É DESTAQUE INTERNACIONAL


ONU: mais de 600 jornalistas foram assassinados na última década

A fotógrafa Farzana Wahidy cobrindo evento de empoderamento
 das mulheres em Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão.
 Foto: UNAMA/Fardin Waezi

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e a Diretora-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, pediram na quinta-feira (2) que todos os países reforcem a segurança para que os jornalistas possam trabalhar sem medo.


De acordo com a UNESCO, mais de 600 jornalistas foram mortos na última década, muitostrabalhando fora de zonas de conflito. A organização também divulgou que nove em cada 10 casos de assassinatos desses profissionais ficam impunes.

“Todo dia, a liberdade de expressão enfrenta novas ameaças. Os jornalistas são alvos frequentes porque ajudam a garantir a transparência e a prestação de contas nos assuntos públicos”, disseram em uma mensagem que marca o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado todo dia 3 de maio.

Brasil entre países mais perigosos
Levantamento do Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ) colocava o Brasil como o 18° país mais perigoso para o exercício da profissão em 2010. Dois anos depois, já estava em quarto lugar, com quatro assassinatos em represália a reportagens – perdendo apenas para a Síria, Somália e Paquistão.

O perigo cresce tão rapidamente que, segundo informações da imprensa brasileira, mais quatro profissionais de mídia foram assassinados de janeiro a abril deste ano. Em geral, são profissionais que vivem em cidades pequenas e trabalham em veículos de comunicação de abrangência local.

Fonte: segurancadejornalistas.org

Paulo Vanzolini: "Quando eu for, vou sem pena"

Disciplina e boemia. Em casa, no adorado bairro do Cambuci,
 ponto de encontro de bambas. Foto: Gustavo Lourenção

No último samba, Quando Eu For, Eu Vou sem Pena (1977), lindamente gravado por Chico Buarque na coletânea Acerto de Contas (2003), caixa de quatro CDs que o zoólogo de veia poética e humor corrosivo considerou o fecho de ouro de sua carreira musical, Paulo Vanzolini foi premonitório. Quando eu for, eu vou sem pena/ Pena vai ter quem ficar, anuncia a letra.

Por Ana Ferraz para a Carta Capital


No último domingo (28), Vanzolini sucumbiu a uma pneumonia. Tinha 89 anos bem vividos e um coração que mesmo com 30% da capacidade ainda batia entusiasmado pelo samba. Cientista respeitado dentro e fora do País, autor de 155 artigos acadêmicos e vencedor de prêmios importantes, como o outorgado em 2012 pela Fundação Konrado Wessel, fez da música um hobby que rendeu clássicos como Ronda, Volta por Cima, Praça Clóvis e outras belas e menos conhecidas canções, como Valsa das Três da Manhã e Cravo Branco. Modesto, achava graça do título de embaixador do samba tantas vezes a ele conferido. “Não tenho por que ter essa vaidade”, disse em entrevista em janeiro de 2012.

Autodeclarado duro de ouvido e incapaz de escrever ou ler partituras, Vanzolini compôs cerca de 70 músicas. “Meu professor foi o rádio.” Deleitava-se com os sambas de Noel Rosa (“meu mestre de tudo”), Dorival Caymmi, Cartola, Nelson Cavaquinho, Geraldo Filme, Paulo Nogueira, Dona Ivone Lara, Adoniran Barbosa e com as vozes de Nelson Gonçalves, Orlando Silva e Silvio Caldas. “Ouço esses compositores até hoje, são essenciais.” Com Nelson Cavaquinho a relação ultrapassava a admiração. “Éramos muito amigos. Tomávamos muita cerveja aqui em casa.” Com Adoniran, companheiro assíduo de cachaça e conversa fiada, jamais houve parceria musical. “Nossa conversa era cotidiana. Não rendeu música. Eu nunca compus com ninguém, compuseram comigo”, dizia, riso satisfeito de quem não perde a piada.

A casa do compositor no Cambuci, estrategicamente próxima da adorada Escola de Samba Lavapés e na região “dos melhores bares da cidade”, frequentados até recentemente para o sagrado ritual da cervejinha, foi ponto de encontro da nata do samba: Roberto Silva, Paulinho da Viola, Eduardo Gudin, Paulinho Nogueira, Martinho da Vila. Reuniam-se para cantar, tocar e compartilhar causos, esporte em que Vanzolini era versado. Inconfidências costumavam ser bem-vindas. Como a história do ciúme de Cacilda Becker em relação a Mariinha, Tônia Carrero, por causa de Adolfo Celi. Na época, Vanzolini namorava Cleide Yáconis, irmã de Cacilda. Nessas reviravoltas que a vida dá, Tônia acabou por levar a melhor e se casou com Celi. A cena em que Cacilda vai ao teatro tomar satisfações de Tônia é antológica, mas, a pedido do entrevistado, fica como apimentada indiscrição cometida no calor da entrevista e restrita a quem ali estava.

Filho de um professor de estatística e economia da Escola Politécnica, o paulistano Vanzolini nasceu “com um livro na mão”. Recitava poemas, lia de João Guimarães Rosa a Homero. A medicina foi uma escada para o que realmente lhe interessava, a zoologia. Tornou-se o mais notável especialista em répteis do País, embrenhou-se Amazônia adentro em busca de exemplares, percorreu a América do Sul, vasculhou a Patagônia. Relembrou com emoção o momento em que localizou na selva amazônica o macaco descoberto por um aluno. “Pegamos o barco e fomos atrás. Achamos um igarapé onde uma mulher lavava roupa. Perguntou o que estávamos vendendo. ‘Estamos nesse negócio do mico-de-cheiro. Tem aqui?’ ‘Depende, se vocês querem o de cabeça preta é deste lado, o de cabeça vermelha é do outro’. Quase desmaiei. O bicho foi batizado como Saimiri vanzolini.”

Surpreendia na personalidade do cientista e poeta a capacidade de conciliar disciplina e boemia. O pesquisador que trabalhou 47 anos no Museu de Zoologia, 31 dos quais como diretor, era o mesmo que saía pelas madrugadas de uma São Paulo poeticamente prateada pela garoa. O faro de caçador de bichos provou-se afiado para talentos. Revelou artistas como Os Macambiras, Virgínia Rosa, Martinho da Vila. Foi numa andança pelo Centro, ainda com patrulha do Exército, que observou a cena inspiradora de Ronda. “Via as mulheres da vida entrar, olhar no bar e ir embora. Fiquei pensando o que tinha por trás disso.”

Vanzolini não nutria por Ronda o mesmo apreço do público que a abraçou como um dos hinos da cidade. Achava que ninguém tinha entendido a ironia. “É uma piada. A mulher está atrás do cara para desperdiçar um pente de revólver.” Entre suas favoritas estava Longe de Casa Eu Choro (parceria com Eduardo Gudin), feita durante o doutorado em Cambridge, nos EUA: (“...sinto falta de São Paulo/ De escutar na madrugada/ Uns bordões de violões/ E uma flauta a chorar prata/ Dor de amor não me magoa/ A saudade da garoa é que me mata”). E, bem ao seu estilo, gostava da deliciosamente irreverente Juízo Final. Absolvido dos pecados (“no geral bem pesados”), o poeta elevado aos céus observa satisfeito o panorama no andar inferior: “Agora só toco harpa/ De camisola e sandália./ Espio pra ver lá embaixo/ A quadrilha da fornalha./ Aquela ingrata hoje está/ Trabalhando de salsicha,/ Espetadinha no garfo/ Satanás fritando a bicha./ Ô demônio, capricha!”
Músicas: 

Quando eu for embora vou sem pena:  


Ronda:

 


Volta por cima


Fonte: Vermelho

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Parlamentares se revoltam com propostas de 'cura gay' de Feliciano


Defensores dos Direitos Humanos e parlamentares consideram os projetos de Feliciano ridículos. Depois de dois meses à frente da comissão, essa é a primeira vez que o pastor lança propostas. Entidades civis e parlamentares reagiram à notícia de que o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP), pautou para a próxima reunião projetos controversos como o da “cura gay” e o que torna crime discriminar heterossexuais. 

O pastor oficializou na noite de terça-feira (30), véspera do feriado de 1º de maio, a primeira pauta com propostas de lei que serão votadas no colegiado. Mesmo com as críticas e acusações de ser homofóbico, porém, ele afirma que manterá a lista de temas polêmicos. 
Depois de dois meses à frente da comissão, essa é a primeira vez que Feliciano coloca projetos na pauta. Um deles suspende a validade de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que veta a possibilidade de psicólogos atenderem homossexuais, tentando "curá-los" de uma "desordem psíquica". 
Outra penaliza a discriminação contra heterossexuais. A terceira, que torna crime a homofobia, tentará ser derrubada pelos integrantes do colegiado. 
Entre as propostas consideradas preconceituosas, responsáveis até pela disseminação do ódio contra segmentos da sociedade brasileira, o primeiro projeto suspende a validade de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) de 1999, que impede que psicólogos tratem homossexuais no intuito de curá-los de uma possível “desordem psíquica”.

O texto controverso, de autoria do presidente da bancada evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), tramita desde 2011 na Casa. Chegou a passar pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), mas, antes de ter o parecer aprovado, foi para a CDHM, a pedido de parlamentares contrários.

Com a nova composição do colegiado, porém, a matéria caiu nas mãos do pastor Anderson Ferreira (PR-PE), que emitiu parecer favorável.

"A homossexualidade deixou de constar no rol de doenças mentais classificadas pela Organização Mundial da Saúde há mais de 20 anos. No entanto, ainda há pessoas que insistem em tratá-la como patologia e propõem formas de cura", destacou o Conselho, em nota oficial.

Vermelho com informações do Correio Braziliense 

Criança de 5 anos mata irmã com fuzil que ganhou de presente


Um menino de cinco anos disparou um fuzil de calibre 22 que havia ganho de presente de aniversário, matando a irmã, de dois anos, segundo informaram na quarta-feira (1º/5) autoridades policiais de Kentucky, nos Estados Unidos.


O disparo aconteceu na terça-feira à tarde em Burkesville, Kentucky, quando o menino estava brincado com sua arma e atirou no peito da irmã, disse a polícia estadual. A menina, identificada como Caroline Starks, chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu ao ferimento.

O médico legista Gary White relatou que a mãe das crianças estava limpando a casa quando ouviu o disparo. "Ela tinha acabado de sair da cozinha e foi até a rua para jogar fora a gordura de uma frigideira."

A arma, um fuzil da marca Crickett criado para crianças e vendido com a frase "meu primeiro fuzil", foi um presente que o menino ganhou em novembro do ano passado. O fuzil ficava guardado e os pais alegaram que não sabiam que estava carregada, afirmou White.

O policial Billy Gregory disse que a polícia está investigando o caso e que é "um pouco cedo" para falar sobre possíveis responsabilidades relacionadas ao caso.

Vermelho com agências

Governo envia proposta de destinar 100% dos royalties para educação

Em mensagem presidencial publicada em edição extra do Diário Oficial da União, o governo informou ontem, quinta-feira (2) que encaminhou ao Congresso Nacional o projeto de lei que trata da destinação exclusiva dos royalties, participações especiais do petróleo e recursos do pré-sal para investimentos em educação.

Apesar de publicada hoje, a mensagem tem data de 30 de abril. Ontem (1º), durante pronunciamento oficial, em rede nacional de rádio e TV, em comemoração ao Dia do Trabalhador, a presidenta Dilma Rousseff disse que já havia enviado a proposta ao Legislativo.

Com a aplicação de 100% dos royalties do petróleo na educação, o governo espera cumprir a meta do Plano Nacional de Educação de investir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor.

Segundo Dilma, trata-se da "mais decisiva" entre todas as medidas que estão sendo executadas ou em discussão sobre o tema no governo. "O Brasil vai continuar usando instrumentos eficazes para ampliar o emprego, o salário e o poder de compra do trabalhador, mas a partir de agora vai privilegiar como nunca um instrumento que mais amplia o emprego e o salário: a educação", disse durante o pronunciamento.

Fonte: Agência Brasil via Contraf

Itaú diz que já teria capital suficiente para acordo de Basileia 3

Karin Sato - Valor Econômico | De São Paulo

Se todas as regras do acordo de Basileia 3 fossem implementadas hoje, o Itaú Unibanco ainda teria um capital principal de nível 1 - aquele de melhor qualidade, próprio - de praticamente 10%, segundo informou o banco ontem (2) em teleconferência com analistas.

As novas regras, que começam a ser implementadas no Brasil em outubro, exigem que os bancos tenham um nível de capital principal de 4,5% do valor dos seus ativos ponderados pelo risco. Até 2019, esse percentual se somará a um capital adicional, elevando o requerimento de capital principal para 7% a 9,5%. 

"Não teremos nenhum problema de adaptação ao Acordo de Basileia 3", disse Alfredo Egydio Setubal, vice-presidente e diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco. Segundo o executivo, a princípio o banco não tem necessidade de fazer aumento de capital para se adequar às regras.

Em simulação para investidores, o Itaú mostrou que em outubro deste ano deve ter 11,1% de capital principal, com a primeira etapa da implantação de Basileia 3. Em dezembro de 2019, prazo final para a adoção completa das novas regras, esse percentual seria de 9,9%, acima do intervalo de 7% a 9,5% que passará a ser obrigatório.

O executivo afirmou que tem interesse na operação da Credicard, administradora de cartões e promotora de vendas que está em processo de venda pelo Citi, mas dentro de condições que tragam retorno adequado aos acionistas.

"Estamos competindo para ganhar, mas não vamos fazer nenhuma loucura acima do que é razoável em termos de retorno aos acionistas", disse Setubal. Sobre a Redecard, ele disse que se tornou um produto do banco. "Temos canais e produtos, Redecard está sendo oferecida como um produto integrado com capital de giro."

Fonte: Valor Econômico via Contraf

Doença mental é drama na rotina dos bancários


Trabalhadores com carreiras promissoras são vítimas da competitividade exacerbada, das metas abusivas e do modelo organizacional equivocado dos bancos
São Paulo – Tonturas, irritações frequentes, pesadelos, palpitações, falta de ar e outros sintomas que parecem isolados, mas que podem tornar-se depressão, transtorno bipolar, síndrome do pânico e outras doenças mentais. E tudo isso pode estar ligado ao trabalho do bancário. O Dia Mundial da Saúde Mental do Trabalhador é 10 de outubro e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo.

A categoria bancária é uma das que mais adoece no país e os transtornos mentais estão entre os mais frequentes motivos. Quando o funcionário não é a vítima, o colega ao lado pode ser, e a falta de apoio é um dos principais agravadores da situação. Para a psicóloga Renata Paparelli, professora e supervisora de estágios de Saúde do Trabalhador do curso de Psicologia da PUC-SP, esse adoecimento é causado por conta do assédio organizacional. “São práticas de gestão voltadas para a produtividade que abrem espaço para o assédio moral. É uma espécie de afrouxamento dos valores éticos da empresa e isso se materializa muito na questão das metas abusivas.” A profissional aponta que o bancário que adoece é rechaçado porque ele “é uma denúncia viva do que acontece dentro desse modelo organizacional”.

Mais uma vítima – Entre esses milhões de vítimas, está um bancário do Banco do Brasil afastado – entre breves voltas e novos afastamentos – desde 2008. “Prestei concurso e este foi o meu primeiro emprego. Dez anos depois, comecei a ter palpitações, procurei um cardiologista, mas o problema era psicológico: eu estava em depressão diante da pressão e da competitividade exacerbada que eu sofri.”

E tal realidade vivida pelo jovem bancário de 34 anos, é o resultado do sentimento dos trabalhadores que responderam à pesquisa sobre saúde da categoria divulgada em 2011, que aponta: 65% dos trabalhadores das agências, 63% dos gerentes e 52% dos que trabalham nas grandes concentrações sentem-se excessivamente pressionados. “O adoecimento é determinado por várias questões, inclusive o funcionamento da empresa. O que as instituições financeiras praticam é a criação de uma ilusão em que quem atinge meta é eficiente, que o mundo é feito de vencedores e essa vitória significa produtividade”, alerta a secretária de Saúde do Sindicato, Marta Soares, lembrando que o Sindicato luta para alterar essa realidade todos os dias. “Conquistas importantes ajudam a proteger o trabalhador, como o instrumento de combate ao assédio moral e o direito do afastado de receber adiantamento salarial enquanto não sai o benefício do INSS.”

Metas, fusões e adoecimento – A psicóloga Renata Paparelli, que também coordena os Encontros de Saúde dos Bancários na sede do Sindicato, salienta que os trabalhadores adoecem, em sua maioria, por conta de processos de fusão entre bancos ou por conta de pressão por metas. “As fusões intensificam essa guerra de ‘todos contra todos’, individualizam os problemas e destacam a competitividade exacerbada”, explica a psicóloga.

“No entanto, enquanto nas instituições privadas os bancários são obrigados a atingir metas cada vez maiores, nos bancos públicos eles são pressionados e ameaçados a perder comissões e cargos.”

Culpa é dos bancos – “Quando adoeci, me senti culpado, me senti fraquejado.” A fala do bancário do BB demonstra exatamente o sentimento dos trabalhadores adoecidos. “Até hoje tenho pesadelos com o gerente xingando e assediando a equipe. Alguns colegas de trabalho achavam que o problema era eu e não o banco”.  Renata Paparelli ressalta: “Eles se sentem culpados. Eu não conheço nenhum trabalhador com algum transtorno ou sofrimento psíquico que não tenha sido excelente trabalhador. Trata-se de pessoas muito dedicadas, que acreditam na empresa. Quando adoece, por conta do modelo de gestão do banco, a decepção é muito grande. Não se trata de fraqueza, de algo individual, mas de um trabalho penoso, produtor de sofrimento psíquico. Quando essa engrenagem, que é o trabalhador, adoece, é colocada de lado, como uma sucata. Toda a sua história no banco é descartada”, completa a psicóloga, alertando que esta é uma prática totalmente equivocada das instituições financeiras.
Fonte: Seeb/SP

REINALDO AZEVEDO SAI EM DEFESA DE LOBÃO


quinta-feira, 2 de maio de 2013

PSB e PCdoB fazem reunião conjunta como fundadores da CTB

A reunião entre comunistas e socialistas
 discutiu o congresso da CTB em agosto.

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, realizaram na última semana em Brasília, a primeira reunião conjunta com os dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a central sindical que desde 2007 reúne os socialistas e os comunistas. Os dois dirigentes partidários destacaram a importância de serem co-fundadores da Central e avaliaram muito positivamente as atividades realizadas nestes cinco primeiros anos de existência.
No encontro foi feita uma avaliação dos trabalhos atuais e discutidas as perspectivas de ação daqui para a frente, em especial a organização de um programa de atividades. Roberto Amaral avaliou como “extraordinário” o trabalho da CTB nesses primeiros cinco anos de atividade.
Acompanhados do vice-presidente da CTB, Vicente Selistre, e do secretário Nacional Sindical do PCdoB, Joílson Cardoso, a CTB discutiu os preparativos para o seu congresso nacional ordinário convocado para agosto, no qual irá eleger a nova direção e discutir as suas teses. “Este congresso é que vai fixar as metas e os novos programas de trabalho da CTB, aí os partidos não interferem”, afirmou o vice-presidente do PSB.
Ele lembrou que a aliança entre os socialistas e os comunistas não se restringe à co-fundação da CTB . “Temos uma história longa de colaboração entre os dois partidos. A primeira eleição de que o PSB participou após refundado, em 1985, foi no Rio de Janeiro e coligado com o PCdoB, que também sempre acompanhou os governos do nosso presidente Miguel Arraes, quando governador de Pernambuco; o primeiro bloco que nós fizemos na Câmara dos Deputados foi com o PCdoB, então, nós temos uma relação profunda de trabalho conjunto – no movimento sindical, no movimento de base em geral e no movimento estudantil”, destacou.
De acordo com Amaral, uma das primeiras discussões que a CTB quer promover pelo Brasil todo já na primeira quinzena de maio, logo após as comemorações do Dia do Trabalhador, é em torno dos 70 anos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), completados justamente no dia 1º de maio. “A CLT tem dois significados importantíssimos – o primeiro é sua importância como legislação em si, pelos avanços que trouxe aos direitos e garantias dos trabalhadores brasileiros. E o segundo vem quando a consideramos de forma relativa à importância que ela teve em 1943”, avalia.
Inovadora legislação
“Se ainda hoje, no terceiro milênio, em 2013, as forças reacionárias do tucanato insistem em combater a CLT, imagine o que foi a recepção dessa inovadora legislação em 1943, quando o Brasil apenas iniciava o seu processo tardio de industrialização, em plena Segunda Guerra Mundial”, compara Roberto Amaral.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa brasileira referente ao Direito do Trabalho e ao Direito Processual do Trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil.
O termo “celetista”, que costuma ser utilizado para denominar o indivíduo que trabalha com registro em carteira de trabalho, deriva da sigla CLT.
Da Redação do Vermelho em Brasília - com informações da Ass. de Imprensa do PSB Nacional
Fonte: Blog do Renato Rabelo - http://renatorabelo.blog.br

OIT diz que Bolsa Família reduz trabalho infantil


De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, o programa reduziu em 8,7% a quantidade de crianças trabalhando no campo e 2,5%, nas áreas urbanas
Brasília – O Programa Bolsa Família contribui para a redução do trabalho infantil no país, declarou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) por meio de seu Informe Mundial sobre o Trabalho Infantil, divulgado na segunda-feira 29.

No Brasil, há aproximadamente 3,4 milhões de jovens entre 10 e 17 anos no mercado de trabalho, segundo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. De acordo com o informe da OIT, o Bolsa Família, desde a sua criação, reduziu em 8,7% a quantidade de crianças trabalhando no campo e 2,5%, nas áreas urbanas.

Segundo a organização, políticas de proteção social, como o programa brasileiro, são cruciais no combate a esse tipo de trabalho, que atinge cerca de 215 milhões de crianças no mundo – dos quais mais da metade exerce atividades consideradas perigosas.

"O relatório demonstra claramente que investir na proteção social por meio dos pisos definidos em nível nacional é uma parte fundamental da resposta na luta contra o trabalho infantil, que inclui também o acesso a empregos decentes para os adultos e a educação para as crianças", disse a diretora do Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil da OIT, Constance Thomas. Estimativas apontam que cerca de 75% da população mundial - 5 bilhões de pessoas - não têm acesso à proteção social integral.

Para a organização, a dinâmica do trabalho infantil obedece a vulnerabilidade de áreas associadas à pobreza, contra a qual a seguridade social desempenha papel fundamental para a sua mitigação. Segundo o informe da OIT, em lugares pobres, onde há pouco acesso ao crédito, as famílias recorrem ao trabalho infantil para satisfazer suas necessidades básicas e combater as incertezas do contexto econômico.

A pobreza é o principal fator sobre o qual a OIT justifica a importância de pisos e sistemas de seguridade social que incluam programas públicos de emprego, de proteção à saúde e às pessoas com deficiência, de seguro-desemprego e de seguridade adaptada à infância.
Fonte: Seeb/SP

Funcionários em trabalho escravo são resgatados em Ilhéus

Foto: Divulgação (Google)

O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou, em Ilhéus, no Sul do estado, os cinco funcionários flagrados trabalhando em condições degradantes na construção de um ginásio de esportes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) do município. A empresa responsável pela obra é a NTR Engenharia, contratada pelo instituto.


De acordo com o MPT, os trabalhadores foram encontrados na semana passada, vivendo em um casebre que ficava no limite do canteiro de obras, sem acesso a água potável, iluminação e ventilação. Os fiscais também apontaram que o local não possuía espaço para a preparação e armazenamento de refeições, nem para dormir.

O relatório dos fiscais do ministério diz, ainda, que o alojamento “sequer tinha porta nos fundos e os trabalhadores dormiam em vigília, com receio da entrada de animais peçonhentos e de estranhos”. O caso está sendo tratado como trabalho escravo.

Em nota, o Ifba repudiou a situação e afirmou já ter cobrado um posicionamento urgente da empresa. O instituto alegou, ainda, que realizava fiscalizações para acompanhar o andamento dos trabalhos, mas que nunca havia identificado o problema.

Os cinco resgatados foram encaminhados à Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Ilhéus. Segundo o MPT, as empresas terão que indenizar os trabalhadores por dano moral.


Fonte: Vermelho

Chávez é homenageado nas comemorações deste 1º de Maio em Cuba

Foto: Divulgação (Google)

O líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez, foi o grande homenageado nesta quarta-feira (1º) em Havana, Cuba, durante a celebração do Dia Internacional dos Trabalhadores. Em meio às comemoração das conquistas revolucionárias na América Latina e no mundo, o nome e Chávez foi lembrado e saudade.



Puxando o desfile, dois banners eram exibidos: um do líder da classe trabalhadora cubana Lázaro Peña, e o outro do comandante Chávez.

A marcha, liderada pelos estudantes, começou com uma concentração na partir da Plaza de la Revolución, em Havana, e foi comandada pelo general-presidente cubano Raul Castro.

O evento foi assistido por mais de 500 mil estudantes de 98 países, representando a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), onde os jovens de famílias pobres e em áreas remotas do continente estudam com subsídios do governo cubano e, depois de formados, prestam assistência médica a quem nunca teve esse direito.

Além disso, representantes de várias organizações e movimentos de solidariedade à ilha se juntaram às celebrações ocorridas em todas as cidades cubanas.

Milhares de trabalhadores e a população em geral também participaram das comemorações, que exaltaram o socialismo e marcharam juntos para um futuro próspero e sustentável, como a convocação da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC).

Fonte: TeleSur

UBM repudia tentativas de retrocesso aos direitos das mulheres


A União Brasileira de Mulheres (UBM) divulgou uma nota de repúdio diante de fatos que colocam em risco os direito humanos garantidos às mulheres, como a manutenção do pastor Marcos Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e o projeto lei que tramita na Câmara Federal que regulamenta o Estatuto do Nascituro, mais conhecido como o bolsa estupro. Abaixo a nota na íntegra.


UBM manifesta repúdio pelas tentativas de retrocesso dos direitos conquistados no Brasil

Está em curso no Brasil uma verdadeira batalha pela defesa de que a Comissão de Direitos Humanos e Miniorias da Câmara Federal avance no sentido da defesa dos direitos da democracia, com respeito aos direitos sexuais e reprodutivos. E o que assistimos é um retrocesso na luta pela construção de uma politica de equidade, justiça sosial e ampliação dos direitos, colocando em xeque os avanços conquistados pelas brasileiras e pelos brasileiros, com a continuidade, à frente da Comissão, do Pastor Marcos Feliciano que tem manifestado publicamente ser homofóbico e racista. Neste processo os movimentos sociais, feministas e de mulheres mobilizam-se e realizam atos para a defesa do respeito aos direitos sexuais e reprodutivos, à liberdade religiosa, à pluralidade cultural, à igualdade racial, aos direitos das pessoas LGBTs e ao direito à memória e à verdade.

Por outro lado, neste mesmo palco de contradições tramita um projeto lei na Câmara Federal de número nº 478/2007, que “dispõe sobre o Estatuto do Nascituro e da outras providências”. Conforme nota de Conceição Lemes, publicado no Viamundo, esse projeto baseia-se na crença de que a vida humana tem início desde a concepção, ou seja, antes mesmo do ovo ser implantado no útero. Visa, assim, estabelecer os direitos dos embriões – os chamados nascituros. Parte, assim, da concepção equivocada de que o nascituro e o embrião humanos teriam o mesmo status jurídico e moral de pessoas nascidas e vivas.

É preciso muita luta dos movimentos sociais para impedir a aprovação deste projeto que derruba qualquer direito de as mulheres decidirem pela interrupção da gravidez, mesmo em caso de risco de vida da mulher, anomalia grave (como anencefalia) e estupros, já garantidos por lei no Brasil.

O mais indignante é que este projeto tem a ousadia de propor uma bolsa para as mulheres vítimas de estupro criarem seus filhos, porém esta bolsa só será viável se a mulher denunciar o estupro. Não à toa é conhecido como “Bolsa Estupro”.

Movimentos feministas e de mulheres que fomentou no século XX ações de luta pelos direitos das mulheres com a defesa das políticas públicas, repudiam iniciativas como esta de cerceamento da liberdade das mulheres, que, na prática, entende o corpo da mulher como propriedade e vem de setores mais retrógrados da sociedade que tentam impedir a efetivação dos direitos de cidadania das mulheres

O avanço rumo à aprovação do chamado “Estatuto do Nascituro”, deve ser visto como ameaça aos direitos das mulheres. Nele, estão reunidas as pautas mais retrogradas e de submissão, ostentadas pelo patriarcado e as instituições que o perpetuam, ao longo dos séculos: controle sobre o corpo das mulheres, a institucionalização da violência sexual e o domínio sobre o destino das mulheres.

Outros movimentos ocorrem na Câmara Federal visando investigar entidades do movimento social que receberam apoio para o desenvolvimento de projetos do campo dos direitos sexuais e reprodutivos também em curso, e é mais uma tentativa de cercear os direitos das mulheres. Conforme nota pública da Marcha Mundial de Mulheres, recentemente foi apresentado requerimento para instalação de uma CPI que teria como objetivo “investigar a existência de interesses e financiamentos internacionais para promover a legalização do aborto no Brasil”, tendo a frente os Deputados João Campos - PSDB/GO e Salvador Zimbaldi - PDT/SP que apresentaram um Requerimento de Instalação de CPI. O Requerimento contou com a assinatura de 178 deputados e deputadas, e tem o parecer favorável da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional e da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vida.

Esta e outras iniciativas que crescem no atual cenário brasileiro, demonstra mais uma vez que setores retrógradas na sociedade brasileira sempre retomam suas ações, com o intuíto de criminalizar os movimentos sociais que lutam em defesa dos direitos das mulheres.

Os movimentos sociais em Curitiba, tendo a frente o Grupo Dignidade repudiam a proposta da vereadora Carla Pimentel que através do projeto de lei (006.00011.2013) indica a concessão ao pastor Silas Malafaia o título de Cidadão Honorário de Curitiba. Este cidadão não é curitibano e tão pouco tem o mérito de receber esta homenagem. Ao contrário, incita a violência contra os direitos humanos e das mulheres, e da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), conforme pode ser facilmente por suas posições homofóbicas e rascistas, a União Brasiliera de Mulheres repudia tal iniciativa por representar uma agressão a perspectiva dos direitos humanos a uma cultura de paz e de uma sociedade que contemple a diversidade e o respeito à livre orientação.

Estas iniciativas condenam as mulheres à submissão, mantendo-as expostas à violência e ainda reflete a omissão do legislativo diante do aborto como elemento de preservação da vida das mulheres e de garantia da autonomia. É um verdadeiro golpe à democracia, a igualdade e a justiça tão caros às mulheres e aos trabalhadores que lutam historicamente para a conquista de políticas públicas que almejem o avanço da sociedade e condenamos qualquer tipo de retrocesso, além de apoiar as iniciativas do movimento popular para o fortalecimento da democracia, dos direitos sociais e da liberdade.

Elza Maria Campos, coordenadora Nacional da UBM