sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Renda dos negros cresce no país, mas não chega a 60% da dos brancos

De 2003 a 2013, a renda da população preta e parda cresceu 51,4%, enquanto a da população branca aumentou 27,8%, divulgou na quinta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, a renda dos negros ainda corresponde a apenas 57,4% da dos brancos, percentual maior que os 48,4% de 2003. Nesse período, a renda média geral da pesquisa subiu 29,6%.

Enquanto a população de cor branca teve rendimento médio de R$ 2.396,74 em 2013, a população preta e parda recebeu em média R$ 1.374,79 por mês. O valor médio para toda a população das seis regiões metropolitanas pesquisadas no ano passado foi de R$ 1.929,03. 

Para a técnica da Coordenação de Emprego e Renda do IBGE, Adriana Araújo Beringuy, que apresentou a pesquisa, a retrospectiva dos 11 anos da Pesquisa Mensal do Emprego mostra que houve ganhos importantes para grupos historicamente mais vulneráveis:

"De fato melhorias têm ocorrido, mas a diferença ainda é muito importante. A melhoria pode ser atribuída a questões como escolaridade da população como um todo que vem aumentando, permitindo que as pessoas obtenham empregos com maiores rendimentos, assim como também ao aumento do poder aquisitivo da população, que gera um aumento de vagas no comércio, por exemplo", explicou.

Em 2013, a taxa de desocupação se mantinha maior para a população preta e parda do que para a população branca. Enquanto o primeiro grupo partiu de uma taxa de 14,7% em 2003 para uma de 6,4% em 2013, a do segundo grupo saiu de 10,6% para 4,5%. De 2012 para 2013, o desemprego se manteve no mesmo valor para os pretos e pardos, e caiu de 4,7% para 4,5% para os brancos. Apesar disso, nos dez anos, a queda foi de 8,3 pontos percentuais para a população preta e parda e de 6,1 pontos percentuais para a população branca.

A diferença entre a renda de homens e mulheres também foi reduzida, mas persiste. Trabalhadores do sexo feminino ganharam, em média, o equivalente a 73,6% do que os do sexo masculino receberam em 2013. Em 2003, o percentual era de 70,8%, mas chegou a ser de 70,5% em 2007. O rendimento real mensal médio das mulheres em 2013 foi de R$ 1.614,95, enquanto o dos homens foi de R$ 2.195,30.

A taxa de desocupação também é maior entre as mulheres do que entre os homens, com 6,6% contra 4,4%. Em 2003, a taxa para as mulheres era de 15,2%, e, a para os homens, de 10,1%. A maior taxa de desemprego é verificada entre as mulheres negras, para quem o índice chega a 7,9% em 2013 e foi de 18,2% em 2003. As mulheres brancas têm a segunda maior, de 5,4%, e os homens negros, de 5,1%. A dos homens brancos, que era de 8,6% em 2003, caiu para 3,8% em 2013.

São Paulo continua sendo a região metropolitana com a maior renda média, de R$ 2.051,07, seguida pela do Rio de Janeiro, de R$ 2.049,07, de Porto Alegre, de R$ 1.892,83, e pela de Belo Horizonte, de R$ 1.877,99. Salvador, com R$ 1.460,68, e Recife, com R$ 1.414,40, possuem os menores valores médios.

O uso dos termos preto e pardo, empregados pela matéria, respeita as categorias originais usadas na pesquisa pelo IBGE.

Fonte: Agência Brasil via Contraf

Mafalda completa 50 anos mais atual do que nunca

Mafalda, a garotinha argentina criada por Quino em 1964, famosa por deixar adultos de cabelo em pé com suas tiradas e perguntas, completa 50 anos. A célebre personagem dos quadrinhos é uma das 10 figuras argentinas mais famosas do século 20.



"Às vezes fico surpreso como algumas tiras desenhadas há mais de 40 anos ainda podem ser aplicadas a questões de hoje", declarou o roteirista e desenhista argentino de 81 anos, em uma entrevista concedida à AFP.

Os temas favoritos de Mafalda são os problemas econômicos e sociais, as desigualdades, a injustiça, a corrupção, a guerra e o meio ambiente.



O Festival Internacional de Quadrinhos de Angulema (sudoeste da França) montou uma exposição em homenagem a Mafalda. Também há exposições previstas na Argentina, Itália, Espanha, Canadá e México sobre a garotinha e os 60 anos de carreira de seu autor, cujo nome verdadeiro é Joaquín Salvador Lavado Tejón, nascido em 17 de julho de 1932 em Mendoza (oeste da Argentina).

Embora tenha se exilado em Milão em 1976 com o golpe militar, Quino contou à AFP que "Mafalda não foi censurada". "Acredito que porque a arte das tiras era considerada um gênero menor, que não representava uma ameaça como voz histórica. Os desenhos não aparentavam ser uma arte altamente intelectual e eram percebidos como entretenimento".



Sobre o encerramento das tiras 10 anos após sua criação, Quino esclarece que acabou com a série porque "estava cansado de fazer sempre a mesma coisa". "A decisão passou até por áreas conjugais, porque minha mulher estava chateada de não saber se podíamos ir ao cinema, convidar pessoas para jantar, porque eu ficava até as 10 da noite com as tiras".

"Além disso, era muito difícil não repetir. Quando não tinha mais ideia, recorria a Manolito ou a Susanita, que eram os mais fáceis. Se tivesse continuado, os mais ricos eram Miguelito e Libertad".



Sobre a comparação feita entre Mafalda e Charlie Brown, personagem criado pelo americano Charles Schulz, Quino observa que "Charlie Brown vive em um universo infantil próprio, do qual estão rigorosamente excluídos os adultos, com a diferença de que as crianças querem virar adultos. Mafalda vive em um contínuo diálogo com o mundo adulto, mas o rejeita, reivindicando o direito de continuar sendo uma criança".

Questionado, por fim sobre por quê encerrou o trabalho com Mafalda, refletiu: "Havia um professor da minha geração, Oski, e ele nos disse que nunca tivéssemos um personagem fixo. E que se tivéssemos, deveríamos pegar a tira e tapar o último quadrinho com a mão. Se o leitor adivinhasse como terminaria, deveríamos parar de fazê-lo. Me pareceu um bom momento e não imaginei que 40 anos depois continuaria vigente".

Com informações da AFP via Vermelho

Portaria do Ministério da Justiça poderá evitar mortes em assaltos a bancos

Crédito: Guina - Contraf-CUTGuina - Contraf-CUTContraf e CNTV entregaram pesquisa de mortes em assaltos envolvendo bancos

Após receber na tarde de quinta-feira (30), em Brasília, a pesquisa nacional de mortes em assaltos envolvendo bancos, que apontou 65 assassinatos em 2013, a secretária nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, Regina Miki, anunciou que levará ao ministro José Eduardo Cardozo a proposta de uma portaria de criação de um grupo de trabalho, a ser integrado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Febraban, para discutir medidas para evitar novas mortes, especialmente de clientes em crimes de "saidinha de banco", que representam 55% das vítimas.

O grupo de trabalho deverá ser constituído nas próximas semanas e, segundo Regina, "em duas ou três reuniões" será possível definir propostas que sejam eficazes para proteger a vida das pessoas.

A pesquisa, elaborada pela Contraf e CNTV com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese, apontou um crescimento de 14% nas mortes em relação ao ano de 2012. As principais ocorrências (49%) foram a "saidinha de banco", que provocou 32 mortes, o assalto a correspondentes bancários (22%), que matou 14 pessoas, e o assalto a agências (12%), que tirou a vida de 8 pessoas. Houve também mortes em assaltos a caixas eletrônicos (6), abastecimento de caixas eletrônicos (3) e assaltos a postos de atendimento (2).

Mais uma vez, as maiores vítimas (55%) foram os clientes (36), seguidos de vigilantes (10), transeuntes (5) e policiais (7). Dois bancários também foram mortos, além de outras cinco pessoas, vítimas sobretudo de balas perdidas em tiroteios.

"Avaliamos como positiva a construção de uma portaria do Ministério da Justiça para definir medidas emergenciais, especialmente para combater a 'saidinha de banco', porque não podemos ficar esperando a divulgação da próxima pesquisa com novas mortes. Se nada foi feito, os números seguirão aumentando. A vida precisa ser colocada em primeiro lugar", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf.

A Contraf e a CNTV relataram a implantação de medidas eficientes em várias cidades do país, por força de leis municipais a partir da mobilização de sindicatos de bancários e vigilantes. "A instalação de portas giratórias com detectores de metais e biombos entre a bateria de caixas e as filas reduziu drasticamente os casos de 'saidinha de banco' e em capitais, como João Pessoa, Recife, Belo Horizonte e Belém, não houve notícia de mortes em 2013", destacou José Boaventura, presidente da CNTV.

Outra medida defendida por bancários e vigilantes é a isenção de tarifas de transferência de recursos (DOC, TED), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça. "Muitos clientes sacam valores elevados somente para não pagar as altas tarifas dos bancos e viram alvos de assaltantes cada vez mais violentos", defende Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, 

Também participaram da audiência José Avelino e Conceição de Maria Costa, presidente e diretora da Fetec Centro Norte, respectivamente, bem como Maurício Sponton Rasi e Guilherme Leonardi, assessores da Senasp.

Fonte: Contraf com CNTV

Bradesco lucra mais, mas diminui postos de trabalho

Em apenas três meses banco fechou 529 postos de trabalho enquanto bancários reclamam de acúmulo de tarefas e cobram valorização

São Paulo – O lucro do Bradesco aumentou 5,9% em relação ao mesmo período de 2012, alcançando R$ 12,202 bilhões. A comparação é referente ao lucro líquido ajustado, e aponta rentabilidade de 18% sobre o patrimônio líquido médio ajustado do banco. Mesmo com o crescimento, a instituição financeira fechou 12 agências e 195 postos de atendimento desde 2012.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o rendimento do banco deveria andar junto às contratações. “O banco lucra mais, mas emprega menos. Além disso, precariza o atendimento dos clientes e sacrifica os bancários, que estão sobrecarregados. Foram 529 postos de trabalho fechados somente nos últimos três meses de 2013”, ressalta a dirigente.

O Bradesco diminuiu o número de bancários em 1.877 trabalhadores em apenas 12 meses.

No balanço divulgado nesta quinta-feira 30, o banco informou que em dezembro de 2013 tinha 4.674 agências e 3.586 Postos de Atendimento Bancário (PABs). O número de correspondentes bancários (Bradesco Expresso) aumentou: são 3.808 a mais do que em dezembro de 2012, chegando a 46.851 ao final de 2013.

“Os bancos não podem terceirizar com o objetivo de baratear a mão de obra e  ainda prejudicar os clientes. A população que utiliza os serviços bancários quer ter um atendimento de qualidade. É necessário valorizar o trabalhador das agências e pensar ainda na segurança e no sigilo bancário”, destaca a presidenta do Sindicato.

Bons números – O lucro líquido ajustado é composto por R$ 8,462 bilhões provenientes das atividades financeiras, correspondendo a 69,3% do total, e por R$ 3,740 bilhões gerados pelas atividades de seguros, previdência e capitalização, representando 30,7% do total. Os ativos totais, em dezembro de 2013, registraram saldo de R$ 908,139 bilhões, crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2012.

A carteira de crédito do Bradesco chegou a R$ 427 bilhões, evolução de 10,8% em relação ao ano anterior. As operações com pessoas físicas aumentaram em 11,2% e totalizaram R$ 130,750 bilhões, enquanto o crédito com pessoas jurídicas atingiu R$ 296,523 bilhões, aumento de 10,6%.

O índice de inadimplência superior a 90 dias recuou 0,6 pontos percentuais nos últimos doze meses, e encerrou 31 de dezembro de 2013 em 3,5%. Em 2013, as despesas com provisão para devedores duvidosos foram de R$ 13,481 bilhões, queda de 3,2% em relação a 2012, enquanto as receitas de tarifas e prestação de serviços somaram R$ 19,460 bilhões, alta de 14% em relação ao ano anterior. “Apenas com a receita obtida no último ano o Bradesco cobriria 149% do total de despesas de pessoal. Se em 2012 o banco cobria menos que isso, é a hora de investir em seus funcionários com planos de cargos e salários e valorização do trabalhador”, conclui Juvandia.

Fonte: Seeb-SP

A Celac desenha uma nova realidade geopolítica na América Latina

Celac é um contraponto à OEA| Foto: Efe

Celebrada em Havana, sob a presidência cubana, e encerrada quarta-feira (29), a 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) acrescentou novos traços no desenho de uma nova realidade geopolítica na região, que vai sendo construída em franca oposição à política hegemonista e imperialista dos Estados Unidos.

Por Umberto Martins*


A Celac foi fundada em Caracas no final de 2011 como contraponto à Organização dos Estados Americanos (OEA). Esta última instituição excluiu Cuba do seu quadro de sócios e é completamente dominada pelos norte-americanos. Já a Celac reúne 33 países americanos, inclusive a Ilha socialista, não admite representantes dos EUA e Canadá e propugna a integração soberana e democrática dos países que compõem a comunidade.

Zona de Paz


Entre as resoluções da cúpula cumpre destacar a proclamação da região como Zona de Paz e livre de armas nucleares, proposta pelos cubanos. As resoluções são aprovadas por unanimidade, por sugestão de países alinhados com o império. As 33 nações da comunidade reclamaram o fim do criminoso bloqueio que os EUA impõem a Cuba desde 1962 e assumiram o compromisso de “não intervir direta ou indiretamente” em eventuais conflitos internos dos vizinhos. O recado ao império é claro. 


O texto aprovado prevê apoio à reconstrução e ao desenvolvimento do Haiti, combate à fome e à desigualdade social, apoio à reivindicação da Argentina de soberania sobre as Ilhas Malvinas e presta uma homenagem ao ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comandante da revolução bolivariana que morreu em março do ano passado.

Outra decisão importante foi a criação de um foro Celac-China, que deve enfatizar os temas econômicos e o papel a cada dia mais relevante que a nova potência asiática joga na região e no mundo. A China já se transformou na maior potência comercial do planeta, tendo superado os EUA, e também é a principal parceira econômica e financeira do Brasil. Já a participação da América Latina no total do comércio chinês cresceu de 1,9% em 1996 para 4,1% em 2006.

Transição 

A transição para um novo cenário geopolítico nas Américas do Sul, Latina e Caribenha foi impulsionada pela eleição de líderes progressistas em diferentes países da região, começando por Hugo Chávez na Venezuela, em 1988. Chávez resgatou as ideias integracionistas de Simon Bolívar e foi o principal incentivador da unidade regional. 

A vitória de Lula em 2002 também contribuiu enormemente para que as iniciativas de integração prosperassem, dado o papel natural de liderança que o Brasil, hoje a sexta maior economia do mundo, está destinado a exercer na região. Desde então, foram criadas a União das Nações Latino-americanas (Unasul), a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e ampliado o Mercosul, com a incorporação da Venezuela.

Embora não se possa falar em um projeto claro e detalhado de integração, passos significativos foram e estão a ser dados nesta direção, num movimento que contraria os interesses dos EUA e se opõe objetivamente à sua política imperialista. Teve grande significado neste sentido a derrota da Alca (Área de Livro Comércio das Américas, proposta por Washington), cujo enterro sem lágrimas foi solenemente promovido em 2005 na cidade argentina de La Plata.

Este processo histórico tem por pano de fundo o declínio da liderança econômica e política dos EUA em todo o mundo e também nas Américas, cuja contrapartida é a ascensão da China e, junto com ela, do Brics, configurando-se um deslocamento do poder industrial do Ocidente para o Oriente e do Norte para o Sul. Criou-se uma nova correlação de forças na esfera econômica, da qual emana naturalmente a necessidade de uma outra ordem mundial, que já não poderá mais ser comandada pelos EUA. 

Celac e Brics
As resoluções da Celac, assim como as do Brics, apontam nesta direção. Há muita sintonia e convergência de interesses entre a comunidade americana e o grupo de grandes países do Sul (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) criado em 2009. A fundação de um banco de desenvolvimento do Brics pode facilitar os investimentos em infraestrutura e ajudar a viabilizar a integração física da nossa região.

Os acontecimentos em curso respondem a processos históricos que em larga medida são objetivos, determinados por leis que, embora decorrentes das ações dos homens e das mulheres, de certa forma escapam ao controle humano, como é o caso do desenvolvimento desigual das nações e do parasitismo.

Embora o declínio da sua liderança econômica seja hoje evidente, os EUA ainda dispõem de um poder imperialista extraordinário, inclusive no plano econômico. Mantêm, sobretudo, uma indiscutível supremacia na esfera militar e estão claramente resistindo à mudança em curso, que busca seu caminho através do conflito entre o velho, que não quer morrer, e o novo, que ainda luta para se estabelecer.

A tentação bélica

É certo que a transição começa no plano econômico, e este tem papel determinante na história, mas só se resolve nas esferas política e militar. Por isto, o movimento em curso está longe de poder ser considerado definido ou consolidado. A reação do império à integração rebelde da região, num projeto que busca fugir à sua influência, é visível.

No plano econômico, os EUA apostam na Aliança do Pacífico em contraposição ao Mercosul, nas esferas política e militar nota-se o apoio ostensivo ou velado às iniciativas golpistas, fracassadas na Venezuela, na Bolívia e no Equador até o momento, mas melhor sucedidas em Honduras e no Paraguai; o financiamento da mídia golpista e das forças conservadoras; a reativação da Quarta Frota; a instalação de novas bases militares na Colômbia e o vasto programa de espionagem internacional denunciado por Snowden. Não são gestos de quem preza e promove a paz.

As burguesias locais podem se beneficiar do processo de integração, como revelam os investimentos da Odebrecht e outras multinacionais brasileiras. Mas a fração dominante desta classe decadente, que monopoliza a mídia, está fortemente amarrada ao anticomunismo e ao Consenso de Washington, funcionando antes como uma reserva ou uma quinta coluna do imperialismo contra os governos progressistas. 

Não é pouco provável que o império venha a cair na tentação de recorrer à supremacia militar para manter a hegemonia ameaçada. Os países da Celac carecem de poder militar e não possuem armas nucleares. A força da organização, que se consolida contra os prognósticos da direita e a oposição do império, provém basicamente da unidade na diversidade e do anseio comum dos povos pelo desenvolvimento soberano, democrático e pacífico. E não restam dúvidas de que o movimento em curso, embora não seja imune a retrocessos, vai ao encontro dos ventos que sopram atualmente na história. 

*é jornalista, membro da equipe da Presidência da CTB 
Fonte: Vermelho

Número de escravizados resgatados cai

A Conatrae (Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo) aponta que o número de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão está em queda. A notícia é avaliada com cautela pela Comissão. A desconfiança é que os criminosos tenham modificado a forma de aliciamento e confinamento dos escravizados. 
 
Os integrantes da Conatrae ressaltaram a importância da aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 57A/1999, conhecida como PEC do Trabalho Escravo. Com o sinal verde, é esperado o desestímulo a novos crimes, já que a punição prevê perdas econômicas, como expropriação de terras, além das penalidades já previstas no Código Penal Brasileiro. 
 
Outra mudança seria a reinserção dos trabalhadores no mercado, a partir da possibilidade de utilização de terras expropriadas como assentamentos de reforma agrária. De acordo com dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra), houve 197 casos de trabalho escravo no Brasil em 2013, com 2.874 trabalhadores envolvidos e 2.208 resgatados. Esse número é inferior a 2012, quando foram resgatados 2.730 trabalhadores, de um total de 3.680 envolvidos. 

Fonte: O Bancário

Educação de qualidade para o Nordeste

O Brasil já alcançou a universalização do acesso para a educação fundamental, mas os desafios continuam grandes em 2014, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Segundo relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), estas são as regiões com maior percentual de abandono na escola.
 
O estudo publicado aponta que, em 2009, os alunos com riscos de abandonar a escola, seja por repetências seguidas ou elevadas distorções entre a série em que deveriam estar cursando na idade adequada, eram mais presentes no Norte (18,33%) e no Nordeste (17,68%), as regiões mais pobres do Brasil.
 
A principal causa para a diferença (no Sul e Sudeste, a proporção é duas vezes menor do que no Norte/Nordeste) são as escolas localizadas nas zonas rurais mais pobres e com dificuldades de acesso. 
 
Para se ter ideia, das 3,7 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos fora da escola, a maioria está nas zonas rurais e 65% delas não contam com transporte escolar público. Em relação a faixa etária, deste total, 1,5 milhão de estudantes têm de 15 a 17 anos e deveriam estar no ensino médio e 1,4 milhão, que deveriam estar na educação infantil, são crianças entre 4 a 5 anos. 
 
Desigualdade 
As desigualdades educacionais também são grandes em relação à cor de pele. Enquanto 30,67% dos jovens brancos (1,6 milhão) terminam o ensino fundamental com idade maior que a ideal, o percentual para as crianças negras chega a 50,43% (3,5 milhões do total). Por último, apenas 6% dos alunos matriculados no ensino médio são indígenas. A educação de qualidade é um direito constitucional e deve chegar às mesas de todas as crianças e adolescentes do país. 

Fonte: O Bancário

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Seminário sobre a criação da Região Metropolitana Sul da Bahia

O Seminário Região Metropolitana Sul da Bahia aconteceu  na última quarta-feira (13/11) em Itabuna, com o objetivo de iniciar o processo de discussão para a criação da Região Metropolitana do Sul da Bahia, partindo do bipolo de Itabuna – Ilhéus e os demais municípios circunvizinhos, compreendendo os aspectos econômicos, sociais, ambientais e institucionais desse processo.
A Companhia de Gás da Bahia – Bahiagás, a Secretária de Desenvolvimento Urbano – SEDUR, a Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, as prefeituras de Ilhéus e Itabuna e a Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia – AMURC tiveram a iniciativa de organizar e sistematizar o Seminário de forma coletiva.
A mesa solene de abertura do evento contou com a presença do Secretário de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro, do diretor-presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, do prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (Vane), do vice-prefeito de Ilhéus, Carlos Machado, do vice-reitor da UESC, Evandro Sena Freire, do presidente da Câmara Municipal de Ilhéus, Josevaldo Machado, que representou todos os presidentes das Câmaras dos municípios envolvidos e do presidente da AMURC, Lenildo Alves Santana.
De acordo, com o diretor-presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, a Companhia sentiu- se estimulada a participar da organização deste Seminário, pois não deseja apenas só trazer o gás natural, quer também ajudar no enfrentamento dos problemas que um desenvolvimento sem ordem pode trazer para a região.
“É necessário um planejamento para o impacto dos investimentos que a Região Sul está tendo agora, nós da Bahiagás começaremos essa semana a construção do gasoduto Itabuna – Ilhéus, no qual será investido cerca de R$ 50 milhões, além dos R$ 14 milhões já investidos pela Companhia. A região irá ter um Aeroporto Internacional, já tem uma Universidade Estadual, agora está chegando a Universidade Federal do Sul da Bahia, a Ferrovia Oeste – Leste, o Complexo Porto Sul, são vários investimentos, o grande desafio da região será dimensionar seus impactos”, frisa o diretor-presidente.
Para Davidson agora é preciso estabelecer um programa de trabalho visando à criação e a operacionalização da Região Metropolitana do Sul da Bahia. “Há novos e atuais problemas: mobilidade urbana, saneamento, tratamento de resíduos sólidos, questões ambientais, saúde, segurança, os quais os municípios da região não conseguem resolver sozinhos. São problemas que não devem ser resolvidos no gabinete de um só prefeito, é necessário construir certos consensos regionais, para isso é imprescindível a criação de instrumentos de planejamento, investimentos e de ações que articulem governos municipais, estadual, federal e a iniciativa privada. Esse é o grande desafio”.
Os dois palestrantes que estiveram no evento, Marco Aurélio Costa, técnico de Planejamento e Pesquisa, coordenador do IPEA e do Projeto Governança Metropolitana no Brasil e Jório Cruz, arquiteto e urbanista, especialista em Desenvolvimento Urbano, ambos elogiaram a iniciativa do Seminário.
“A Bahia está dando um exemplo fantástico, aqui estamos discutindo sobre a criação dessa região, envolvendo todas as comunidades. Vocês estão de parabéns, um exemplo de democracia”, elogiou Jório Cruz.
“Acredito que seja a primeira vez que vejo uma Região Metropolitana ser debatida, discutida, não partir de um Decreto, mas quando conseguirem a criação dessa Região é necessário que tenham um plano metropolitano, apenas uns terços das regiões metropolitanas do Brasil possuem isso, e 80% dessas possuem conselho deliberativo instituído, mas apenas 33% preveem a participação da sociedade civil e dois terços não tiveram reunião no último ano”, diz Marco Aurélio Costa.
O Seminário Região Metropolitana Sul da Bahia foi finalizado com a assinatura da “Carta do Sul da Bahia – Declaração de Intenções”, assinada pelas entidades organizadoras dos eventos e as prefeituras dos municípios que estavam presentes, para firmar o compromisso em continuar os trabalhos e esforços para a criação e consolidação da Região Metropolitana do Sul da Bahia.
Fonte: Bahiagás

Com chileno CorpBanca, Itaú amplia atuação na América Latina

Carolina Mandl e Talita Moreira - Valor Econômico | De São Paulo

O Itaú Unibanco deu ontem a mais clara sinalização de que quer se consolidar como um banco latino-americano. Em sua maior transação já feita fora do Brasil, a instituição unirá suas operações no Chile e na Colômbia com o CorpBanca, da família chilena Saieh.

Sem envolver desembolso de recursos, a transação dará origem ao Itaú CorpBanca, um banco com US$ 43,4 bilhões em ativos no Chile, equivalente a uma instituição do porte do Votorantim, nono maior banco brasileiro.

É dessa nova instituição que o Itaú Unibanco terá uma participação de 33,58%, o que dará ao banco brasileiro a posição de maior acionista individual. Aos Saieh caberá uma fatia de 32,92%, enquanto os minoritários ficarão com 33,5%.

"A operação vem coroar nossa estratégia de nos consolidarmos como um banco líder na região da América Latina", disse Ricardo Villela Marino, vice-presidente do Itaú Unibanco e responsável pela internacionalização desde abril de 2011. Além de Chile e Colômbia, o Itaú já tem bancos no Paraguai, no Uruguai, na Argentina, na Colômbia, um incipiente negócio de cartão de crédito no México, país em que pretende abrir uma corretora neste ano. Somados, esses negócios representavam US$ 19,9 bilhões em ativos antes da transação com o CorpBanca.

Um acordo de acionistas fechado com a família controladora do CorpBanca garantirá ao Itaú Unibanco o controle do novo banco, que nasce como o quarto maior banco chileno em crédito, com uma carteira de US$ 33,2 bilhões. Juntos, a família chilena e o Itaú controlarão o Itaú CorpBanca por meio de uma holding da qual o banco brasileiro deterá 50,5%.

Para chegar a esses termos, o Itaú fará um aporte de US$ 652 milhões no Itaú Chile e, em seguida, levará para dentro do CorpBanca esses ativos. Por fim, as operações do Itaú BBA na Colômbia serão incorporadas pela unidade que o banco chileno tem nesse país.

A operação toda é avaliada em cerca de US$ 7,2 bilhões. O cálculo leva em conta o valor de mercado do CorpBanca anteontem, na véspera do acordo, o valor de mercado da fatia a que o Itaú terá direito com o aumento de capital e o montante a ser pago aos minoritários do CorpBanca Colombia.

Não foi fácil chegar a essa equação. Depois de idas e vindas, a família Saieh decidiu colocar o banco à venda em meados do ano passado. Nessa disputa pelo CorpBanca, o Itaú teve de derrotar o espanhol BBVA e o ScotiaBank. O banco brasileiro iniciou as tratativas em setembro. Desde então, houve reuniões tanto no Brasil quanto no Chile.

A proposta do Itaú saiu vencedora porque era mais vantajosa financeiramente e porque o banco brasileiro ofereceu uma parceria aos atuais acionistas do CorpBanca, afirmou Mark Rosen, chefe do banco de investimentos do Bank of America Merrill Lynch (BofA) na América Latina. A instituição assessorou os Saieh no negócio.

Segundo Rosen, pesou decisivamente para a família chilena os planos do Itaú para expandir as operações.

O acordo prevê que o Itaú CorpBanca seja uma plataforma para atuar nos países andinos - especialmente Peru e Colômbia - e na América Central. As demais operações que o Itaú tem na América Latina continuam pertencendo apenas ao banco brasileiro, mas os novos sócios chilenos terão no futuro a opção de se associar a elas.

Bastante importante também, para o acordo, foi uma linha de crédito rotativo de US$ 950 milhões, de sete anos, que o Itaú BBA colocou à disposição do CorpGroup. Com negócios bancários, no varejo e na mídia, o conglomerado dos Saieh atravessa um momento de turbulência. A rede varejista SMU enfrenta dificuldade para ter lucro, além de estar endividada. A linha de financiamento do Itaú BBA trará um alívio ao grupo.

Como garantia da operação de crédito, o Itaú ficará com 16% das ações do Itaú CorpBanca. Alguns refinanciamentos já devem ser feitos, principalmente aqueles que tinham os papéis do CorpBanca como garantia da operação.

Mesmo sendo baseada principalmente em troca de ações, a transação também trará alguma liquidez imediata aos Saieh.

O acordo tem cláusulas que barram temporariamente o Itaú e os acionistas chilenos de vender suas participações no Itaú CorpBanca. Porém, o contrato também dá o direito de os Saieh venderem no mercado 6,6% das ações do novo banco sem restrição.

Ao mesmo tempo, a família detém investimentos indiretos de 12,38% no banco colombiano. Levando-se em conta o preço que o Itaú CorpBanca vai pagar aos minoritários do banco colombiano, pode-se estimar que essa fatia valha US$ 329 milhões.

Desde que concluiu a fusão, em 2011, o Itaú Unibanco começou a dar fôlego a seu projeto de internacionalização na América Latina. É um caminho que pode ajudar o banco a ganhar eficiência, já que traz escala. Além disso, diversifica riscos políticos e econômicos.

A decisão do Itaú de sair do Brasil remonta aos anos 90, quando o banco decidiu abrir as portas na Argentina. Depois, o banco comprou subsidiárias do BankBoston no Chile e no Uruguai. Mais recentemente herdou do Unibanco um banco no Paraguai.

"A aquisição proposta é o mais visível passo na estratégia de internacionalização estabelecida quando o Itaú e o Unibanco se fundiram em 2008", afirmou o Goldman Sachs em relatório a clientes.

No Chile, as ações do CorpBanca encerraram o dia com a maior queda da bolsa de Santiago. Os papéis recuaram 13,71%, para 6.067 pesos chilenos, depois de terem subido fortemente nas últimas semanas. A queda reflete a frustração dos acionistas com o fato de que a transação não prevê uma oferta aos minoritários.

No Brasil, as ações preferenciais do Itaú caíram 1,93%, superando a baixa de 1,09% do Ibovespa.

Fonte: Valor Econômico via Contraf

Com Lula, centrais homenageiam trabalhadores que lutaram contra ditadura

As centrais sindicais que compõem o Grupo de Trabalho (GT) Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical da Comissão Nacional da Verdade homenagearão no próximo sábado (1º), em São Bernardo do Campo, a partir das 13h, sindicalistas vítimas do regime militar. 

Sob o título "Unidos, Jamais Vencidos", o ato será realizado no Teatro Cacilda Becker, no Paço Municipal de São Bernardo, região central da cidade (leia mais abaixo), com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho.

Cerca de 400 trabalhadores indicados pelas entidades sindicais receberão um diploma em reconhecimento à luta em defesa da democracia e da liberdade. O espaço ainda receberá exposições sobre o período para marcar o repúdio aos 50 anos do golpe militar. As centrais sindicais apresentarão uma carta ao povo brasileiro

O diretor da Associação dos Metalúrgicos Aposentados Anistiados do ABC (AMA-A/ABC), Djalma Bom, aponta que a escolha de São Bernardo se deu pelo simbolismo das lutas e das greves do passado e que o ato tem a missão de mostrar às novas gerações como a repressão também agiu contra o movimento sindical.

"Queremos que essa manifestação seja o pontapé para outros atos que repudiem qualquer tentativa de os ditadores comemorarem os 50 anos do golpe militar. Nosso objetivo também é homenagear os trabalhadores anônimos que participaram da luta e foram demitidos por justa causa, perseguidos, espancados. Além de sensibilizar a juventude, que parece totalmente alheia e não conhece a história de perseguição e repressão aos trabalhadores", disse.

Repressão e mobilização 

De acordo com levantamento da Comissão Estadual da Verdade "Rubens Paiva", de São Paulo, cerca de 50% de todos os mortos e desaparecidos no país eram trabalhadores, o equivalente a 250 pessoas.

Em levantamento das centrais, a ditadura interviu em 400 organizações, somente no primeiro ano após o golpe de 1964 e, ao menos, 300 entidades foram alvo da repressão nos anos seguintes.

Fonte: Luiz Carvalho - CUT via Contraf

Presidentes proclamam América Latina e Caribe como região de Paz

Os presidentes e chefes de Estado dos 33 países presentes na Celac estabeleceram, ontem, quarta-feira (29), a América Latina e o Caribe como uma zona de paz. A leitura da resolução foi feita pelo presidente cubano, Raúl Castro, que encerra a presidência temporária da comunidade integracionista. A presidência pro-tempore do bloco será assumida a partir de agora pela Costa Rica, até 2015.



Foto dos presidentes presentes na 2ª Cúpula da Celac em Havana, Cuba| Foto: Ismael Francisco/ Cubadebate

A declaração foi feita tendo como guia as normas e princípios internacionais e tendo como base o Tratado de Tlatelolco que declara a região como sendo a primeira área povoada livre de armas nucleares. O documento trata da paz como “um bem supremo” da região.


Os Estados signatários se comprometeram com a “solução pacífica de controversas para acabar para sempre com a ameaça da força na região”. 

Também se comprometem a não intervir direta ou indiretamente nos assuntos internos de qualquer outro Estado e observar os princípios de soberania internacional, igualdade de direitos e livre determinação dos povos.


Os laços de amizade entre os países da região e de outras nações devem se dar independentemente das diferenças sobre os sistemas políticos que adotem. 

Ressalta também o compromisso dos Estados da América Latina e Caribe de respeitar plenamente o direito inalienável de todo estado de eleger seu sistema político, econômico e social ou seus níveis de desenvolvimento. 

A Promoção cultura de paz é baseada no princípio da Declaração sobre Cultura de Paz da ONU, ressalta o texto. Desta forma, a declaração deverá ser o guia para o comportamento internacional das nações. 

O documento conclui ressaltando o compromisso dos Estados da região de seguir promovendo o desarme nuclear como objetivo prioritário para contribuir com o desarmamento geral e completo e assim propiciar e fortalecer a confiança entre as nações.

Da Redação do Portal Vermelho,
Vanessa Martina Silva

Declaração de Havana confirma a Celac como espaço de unidade

A Declaração de Havana, aprovada pelos 33 membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), confirmou este bloco regional como espaço de diálogo e concertação política.


O documento destaca que a Celac torna possível a aspiração de trabalhar juntos pelo bem-estar de nossos povos; que permite, ao mesmo tempo, uma melhor inserção e a projeção de nossa região no âmbito internacional.

Aponta que a partir da diversidade se impõe identificar os desafios e objetivos comuns e as convergências que permitirão avançar no processo de integração de nossa região.

O texto de 83 parágrafos reflete as principais tarefas que a Celac encara como mecanismo regional, ao tempo em que aborda as problemáticas da região em todos os âmbitos.

"Reiteramos que a unidade e a integração de nossa região devem construir-se gradualmente, com flexibilidade, com respeito ao pluralismo, à diversidade e ao direito soberano de cada um de nossos povos para escolher sua forma de organização política e econômica", indica.

Assinala como prioridade o fortalecimento da Celac como foro e ator político internacional, pelo que se deve aperfeiçoar a cooperação entre seus membros.

A Declaração reflete a visão de desenvolvimento integral e inclusivo, que garanta o desenvolvimento sustentável e produtivo, em harmonia com a natureza, naqueles âmbitos em que se possam construir sinergias.

A Celac expressa o desejo de trabalhar conjuntamente para superar os desafios que nos apresenta o atual cenário internacional, e a realizar esforços para impulsionar ritmos de crescimento econômico sustentado que propiciem uma equidade e inclusão social crescentes.

O documento dedica importante espaço à preponderância que se dá no grupo à segurança alimentar e nutricional, à alfabetização, à educação e formação de capacidades, ao desenvolvimento da agricultura e à saúde pública universal.

O caráter latino-americano e caribenho de Porto Rico ficou reiterado no documento final, assim como o compromisso de trabalhar para que a região da América Latina e Caribe seja um território livre do colonialismo.

Ficou patenteado o rechaço às listas e certificações unilaterais, em particular as que se referem a terrorismo, narcotráfico, tráfico de pessoas e outras de similar caráter, entre elas a que inclui Cuba na de Estados que promovem o terrorismo.

A Declaração é também um apoio à luta da Argentina pela soberania sobre as Ilhas Malvinas.

Os recursos naturais, a liberdade de manejá-los e seu aproveitamento como uma importante fonte para financiar o desenvolvimento econômico, a justiça social e o bem-estar de nossos povos tiveram um espaço no texto.

O bloqueio econômico e financeiro a Cuba, por mais de cinco décadas e um chamado aos Estados Unidos para que ponham fim a essa medida coercitiva também ficou refletida no documento. 

Participaram do encontro da Celac em Havana 29 presidentes e uma presidenta eleita, Michelle Bachelet, do Chile, e durante dois dias esses mandatários dialogaram e entraram em consenso sobre temas e ações relacionados com a fome, a pobreza e as desigualdades.

Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho

Assassinatos em bancos aumentam 14% em 2013

Pesquisa nacional aponta que 65 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo instituições financeiras em 2013, mas investimento dos bancos em segurança cai

São Paulo - Sessenta e cinco pessoas foram assassinadas em assaltos relacionados a bancos em 2013, média de 5,4 vítimas fatais por mês. O número consta de pesquisa nacional feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e representa aumento de 14,04% em relação a 2012, quando foram registradas 57 mortes. Nos últimos dois anos o crescimento nos homicídios envolvendo bancos subiu 32,7%. Os dados foram compilados com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Enquanto o número de mortes subiu, o investimento do setor para preveni-las, caiu.

De acordo com o Dieese, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) apresentaram lucros de R$ 42,2 bilhões de janeiro a setembro de 2013. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 2,4 bilhões no período, o que representa 5,6%, em média, na comparação com os lucros.

No mesmo período de 2012, diante do lucro de R$ 36,3 bilhões, os cinco maiores gastaram R$ 2,6 bilhões com segurança e vigilância, média de 6,2% dos lucros.

Violência – São Paulo (17), Rio de Janeiro (11), Bahia (7), Ceará (6), Minas Gerais (6) e Rio Grande do Sul (5) foram os estados que apresentaram mais casos. O estado com o maior crescimento de mortes em 2013 foi Minas, com 500% em relação ao ano anterior.

A famigerada “saidinha de banco” foi a principal ocorrência, responsável por 32 mortes, o que representa 49% do total. O assalto a correspondentes bancários (22%) matou 14 pessoas e o assalto a agências (12%) tirou a vida de outros oito. Houve também mortes em assaltos a caixas eletrônicos (6), abastecimento de caixas eletrônicos (3) e assaltos a postos de atendimento (2).

Ainda de acordo com a pesquisa nacional, foram assassinados 36 clientes, representeando 55% do total. Os vigilantes vieram na sequência (10), seguidos pelos transeuntes (5) e policiais (7). Dois bancários foram mortos, além de outras cinco pessoas, muitos deles vítimas de balas perdidas em tiroteios.

O alto número de casos em São Paulo é comprovado pelos dados da Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP), onde ocorreram 243 roubos a bancos em 2013. Somente na base do Sindicato (São Paulo, Osasco e região) foram 134 assaltos a agências e postos bancários, aumento de 9,83% com relação a 2012, quando foram verificados 122 assaltos.

O roubo a agências e correspondentes bancários é o único crime tipificado pelo governo estadual envolvendo bancos. As “saidinhas” são computadas como latrocínio – roubo seguido de morte –, cujas ocorrências cresceram de 344 casos em 2012, para 379 em 2013. Outros tipos de roubo tiveram alta de 237,9 mil para 257 mil no mesmo período, no estado.

Projeto-piloto – “Está claro que o governo do estado de São Paulo e outros do país devem muito em segurança à população. Mas os bancos podem fazer sua parte instalando equipamentos que visem tornar mais seguras as agências e o entorno delas com o objetivo de proteger a vida de bancários e clientes”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

O projeto-piloto de segurança conquistado pelos bancários em 2012 comprova essa realidade. Implantado inicialmente em agências de Recife, Olinda e Jaboatão de Guararapes, prevê a instalação de portas de segurança com detectores de metais, câmeras internas e externas, biombos entre a bateria de caixas e as filas, guarda-volumes, vigilantes com coletes balísticos e armados, cofre com dispositivo de retardo.

Os primeiros dados referentes ao programa foram divulgados no último dia 20 e mostram que os representantes dos trabalhadores estavam certos. A “saidinha de banco” retraiu nas três cidades onde os equipamentos do projeto-piloto foram instalados. A maior queda foi em Jaboatão dos Guararapes, de 64,4% (de 73 ocorrências em 2012 para 26 em 2013). No Recife, foi de 52,9% (314 para 148) e, em Olinda, 29,2% (de 65 para 46).

O número de roubos a bancos também caiu, de 29 para 24 ocorrências (17,2%), em todo o estado de Pernambuco.

No dia 24, representantes dos bancários e dos bancos voltam a se reunir, dessa vez em São Paulo, para dar continuidade aos debates sobre segurança. “Vamos cobrar dos bancos que invistam mais e ampliem o projeto-piloto para todo o país”, reforça Juvandia.

Fonte: Seeb-SP

Termina a Cúpula da Celac; abrem-se os caminhos da integração

A 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) terminou nesta quarta-feira (29), em Havana (Cuba), deixando abertos os caminhos para continuar avançando na integração deste bloco de nações.


Ao encerrar a reunião, o presidente cubano, Raúl Castro, disse que os documentos adotados reafirmaram o compromisso comum com os valores fundacionais do bloco.

Castro sublinhou que a cúpula enfatizou a convicção de que a unidade na diversidade e a integração latino-americana e caribenha constituem a única alternativa viável para a região.

Alcançamos – disse - importantes acordos sobre temas transcendentais, como a proclamação de uma zona de paz na área, e as regras e normas para garantir que a cooperação intrarregional e extrarregional redunde em benefícios tangíveis para esta comunidade.

Indicou que para a erradicação da pobreza é imprescindível mudar a atual ordem econômica mundial, fomentar a solidariedade e a cooperação e exigir o cumprimento das obrigações contraídas de ajuda ao desenvolvimento.

Segundo o presidente cubano, seu país seguirá trabalhando arduamente no seio da Celac e, em particular, como membro do Quarteto (integrado também pela Costa Rica, Equador e San Vicente y Granadinas) durante o presente ano para dar continuidade ao processo de consolidação do bloco.

Ao concluir a reunião de cúpula, Raúl Castro entregou a presidência pro tempore do agrupamento à chefe de Estado costarriquenha, Laura Chinchilla, que agradeceu a Cuba pela organização do evento.

Assumo o cargo com profundo compromisso, consciente de que durante um ano devemos ser um agente catalizador dos melhores interesses compartilhados por nossos povos, expressou a nova titular.

A Celac é uma tarefa de todos, "baseia-se em nossos compromissos e atuações nacionais, mas deve gerar consensos regionais que devem dar resultados", argumentou.

Transparência, abertura, regras claras, serenidade, prudência e liderança criativa foram as diretrizes que Chinchilla mencionou para a condução costarriquenha do agrupamento.

A América Latina deve ser uma região de paz, justiça e progresso assentada em instituições cada vez mas propícias à participação cidadã, sem exclusões nem discriminações, apontou.

Acabou a reunião de cúpula, e com ela vários dias nos quais a capital cubana foi o epicentro dos sonhos de Simón Bolívar e José Martí, que foram referência nos discursos de vários dos 29 chefes de Estado e governo presentes. 

Para a presidenta argentina Cristina Fernández, o que não se pôde conseguir durante as guerras independentistas, começa a ser forjado em reuniões como esta, onde apesar das diferenças e da diversidade, conseguiu-se obter consensos sobre políticas e posturas comuns entre os 33 países integrantes da Celac.

É o que mostram a Declaração de Havana e outros comunicados especiais adotados na reunião.

Orlando Oramas Leon, da agência Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho

Edward Snowden é indicado ao Prêmio Nobel da Paz 2014

Snowden ajudou a divulgar a crítica sobre os modernos sistemas de vigilância a estados e indivíduos.

O ex-analista da CIA Edward Snowden, requerido nos Estados Unidos por espionagem, foi indicado ontem, quarta-feira (29) ao Prêmio Nobel da Paz 2014 por dois deputados do Partido da Esquerda Socialista norueguês.


Snowden, que recebeu asilo temporário na Rússia, contribuiu para uma ordem mundial "mais pacífica e estável" ao revelar um esquema em massa de espionagem de comunicações telefônicas e de internet realizado pelos Estados Unidos, argumentaram Bård Vegar Solhjell e Snorre Valem, deputados desta formação política.

"Seus atos reinstauraram a confiança e a abertura de princípios fundamentais na política de segurança", é o que consta no documento enviado ao Comitê Nobel norueguês, instituição que outorga o prêmio.

Segundo os dois deputados, a dimensão do nível de vigilância e espionagem "nos chocou" e criou um debate em nível mundial.

Segundo sua opinião, mediante suas filtragens, Snowden ajudou a divulgar a crítica sobre os modernos sistemas de vigilância a estados e indivíduos.

De acordo com o testamento do magnata sueco Alfred Nobel, criador dos centenários prêmios, é possível nomear candidatos ao prêmio da Paz, o único que não se outorga nem entrega em Estocolmo, catedráticos de Universidade em Direito ou Ciências Políticas, parlamentares ou antigos laureados.

O Comitê Nobel norueguês não confirma nomes, só o número total de aspirantes, que no ano passado alcançou o número recorde de 259.

O prazo para apresentar candidaturas para o Nobel deste ano finaliza em 1º de fevereiro.

O ganhador do prêmio da Paz em 2013 foi a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), distinta por seus "amplos esforços" para eliminar esses arsenais, um trabalho que ganhou visibilidade com a crise síria.

Fonte: Terra via Vermelho