sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Dilma: “Marina quer falar o que pensa e não quer escutar os outros”

Dilma concedeu entrevista ao portal IG e a RedeTV
Ichiro Guerra/ Dilma 13
Dilma concedeu entrevista ao portal IG e a RedeTV

Ontem, quinta-feira (11), a candidata à reeleição Dilma Rousseff recomendou à adversária Marina Silva (PSB) que pare “de usar conveniências pessoais para fazer suas declarações” e classificou como “leviana e inconsequente” sua posição contra o Partido dos Trabalhadores (PT).



Dilma refere-se às declarações de Marina sobre o caso Petrobras, em que a candidata diz, em entrevista ao Estadão, que o PT foi o responsável contratação de Paulo Roberto Costa na empresa. Mas, ao contrário do que diz Marina, Paulo Roberto foi um diretor de carreira dentro da Petrobras em gestões anteriores, sendo um alto funcionário do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso também.

“Os melhores quadros da Petrobras transitam de governo para governo. Ele veio de dentro da Petrobras”, afirmou, esclarecendo que trata-se de um quadro técnico, sem vinculação política.

Dilma advertiu ainda que a diferença é que, a partir do governo Lula, não existiu mais a prática de esconder a corrupção na gaveta: “corrupção você combate diurna e noturnamente, todos os minutos do dia. Não há proteção contra ela. O que protege um país da corrupção é não ter impunidade. A Polícia Federal poder investigar quem quer que seja e quem quer que seja pagar pelo que faz”.

A presidenta lembrou também que Marina já integrou a militância do partido e que deve a isso todos os mandatos que exerceu. “Dos 12 anos aos quais ela se refere, oito ela esteve no governo ou na bancada no Senado Federal”, advertiu, destacando que “não é possível as pessoas terem posições que não honrem a sua trajetória política e tentam se esconder atrás de falas que não medem o sentido dos seus próprios atos durante a vida”.

Dilma foi ainda mais dura ao dizer que Marina “quer falar o que pensa e não quer escutar o que os outros pensam” e frisou que é possível aprender com a realidade e mudar posições quando for necessário. “Mudar de posição de cinco em cinco minutos não é certo. Presidente sofre pressão grande, não pode ser leviano ou temer qualquer Twitter contra ele”, completou a presidenta.

Os jornalistas também questionaram a presidenta sobre as críticas feitas ao programa de governo de Marina que atendem aos interesses do sistema financeiro e da defesa pública da adversária a sua conselheira Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú e responsável pelo plano.

“Neca educadora é a Neca educadora. Agora, na medida que eu sou herdeira do Banco Itaú e defendo uma política que beneficia claramente os bancos, que é a política de independência do Banco Central, de redução do papel dos bancos públicos, eu estou fazendo papel de banqueira e eu não estou falando sobre educação, sobre criança ou sobre creche”, afirmou a presidente.

A presidenta ainda alfinetou dizendo esperar que Marina não mude de posição novamente. “Espero que não mude agora sua posição quanto à independência do Banco Central. Se mudou contra o pré-sal, e eu acho que não muito convincentemente, espero que não mude em relação à independência do BC. Espero, porque estou aqui aguardando para ver quais são os desdobramentos, porque cada vez que a gente abre o debate com a candidata Marina, ela se dá como vítima e diz que nós estamos atacando”.

Atraso das hidrelétricas

Indagada por jornalistas em entrevista ao portal IG e à Rede TV, também nesta quinta-feira (11), Dilma lembrou das dificuldades criadas pela candidata do PSB, que na época era ministra do Meio Ambiente, no andamento das obras de construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.

Ela destacou que os problemas foram causados pela demora na concessão de licenças ambientais, o que causa divergências. “Nunca houve embate assim, muito ácido. Mas houve divergências sim. A candidata tinha uma reação muito acentuada. Houve muitas demoras, sempre por responsabilidade dela. Todo mundo tem que ter prazo. Ninguém no governo está acima de cumprir prazos”, lembrou Dilma.

Vermelho - com informações de agências

Adalberto Monteiro: Marina, a verdade não é calúnia, por isto dói

 Marina, a verdade não é calúnia, por isto dói.
 Marina, a verdade não é calúnia, por isto dói.

No princípio, Aécio era o predileto dos banqueiros. Houve a tragédia, veio Marina Silva e roubou-lhe o trono. O que cativou a banca não foram os xales da outrora seringueira. Tal e qual “Riobaldo” do Grande Sertão, Marina fez um pacto. Riobaldo, com o “Demo”; Marina, com os banqueiros. A banca largou Aécio na chapada por dois motivos: ele tem pouco voto e, além disso, porque a ex-ministra teve a proeza de se apresentar “mais” neoliberal do que o afilhado de FHC.

Por Adalberto Monteiro*


A travessia de Marina à margem direita vem de longe. Agora, completou a passagem. Fincou os pés na outra banda. E ao fazê-lo se tornou porta-bandeira do que há de pior no espectro da direita: a oligarquia financeira. Basta ler o programa da Rede-PSB, basta ouvir a pregação da candidata. Nessa última semana, a defesa da autonomia do Banco Central se tornou uma ladainha na boca da candidata da Rede-PSB. “O mais rápido possível”, tal e qual ela e Neca Setubal lavraram no plano de governo.

Por falar na senhora Setubal, nos últimos dias, os jornalões que recebem polpudas verbas publicitárias do Itaú-Unibanco escalaram um elenco de articulistas para saírem em defesa da referida senhora. Em madrigais chorosos, dizem que ela seria apenas uma indefensa educadora sob uma campanha difamatória. Sua parte no banco não seria tão grande assim, além do que há muito ela estaria a léguas dos negócios da família. Mas, convenhamos, não pobre o bastante que a tenha impedido de doar mais de R$ 1 milhão ao instituto Marina no ano de 2013. A senhora Setubal não é uma espécie de assessora espiritual de Marina Silva, mas, nada mais, nada menos do que a coordenadora do programa de governo da candidata. Só isto. Quem põe e tira compromissos ao sabor das pressões é Neca.

Uma festa de gala ocorrida na capital paulista, no último 3 de setembro, talvez ajude a esclarecer se são “calúnia” ou verdade os vínculos de Marina com o setor financeiro. Na festa dos 90 anos de fundação do Itaú-Unibanco, diante de mil convidados (executivos, rentistas, especuladores, etc.), Roberto Setubal, presidente desse que é o maior banco privado do país, fez da Sala São Paulo um palanque, e da festa um comício vip pró-Marina.

E dois episódios seguintes mostram que Marina – depois de pactuar com banqueiros locais – ajuíza compromissos também com banqueiros estrangeiros.

Primeiro: Também, em São Paulo, os principais coordenadores da campanha da candidata Marina reuniram-se, no último dia 8, com executivos do Bank of America Merrill Lynch (BofA). Uma plateia formada por 500 clientes do BofA ouviu atentamente os compromissos programáticos de Marina. Dizem os jornais que o seleto auditório saiu dali com um sorriso largo. “As propostas agradaram.” Além da autonomia do Banco Central, o cardápio suculento de promessas incluiu: administração de correção de preços (leia-se tarifaço), trajetória da inflação (juros altos), recuperação dos fundamentos do superávit primário (arrocho fiscal).

Segundo: A agência de rating Moody’s rebaixou a nota do Brasil. Essas agências se revelaram altamente suspeitas na crise econômico-financeira mundial que estourou em 2008. Muitas delas erraram deliberadamente seus prognósticos. O vínculo de seus chefes com conglomerados financeiros foi desnudado. Por manipular dados, alguns foram até para a cadeia. Pois bem, a quase 15 dias das eleições, tal agência resolve proclamar que o risco Brasil aumentou. Senha para nossa economia sofrer ataques especulativos da banca. Artimanha para oferecer, como aconteceu, manchetes garrafais contra o governo da presidenta Dilma. Uma mãozinha da cavalaria estrangeira à campanha de Marina. A ex-senadora, mais do que depressa, endossa o prognóstico da Moddy’s, faz coro ao oráculo da banca. Mas, isso não pode prejudicar o Brasil? Ao que parece pouco importa para Marina.

A presidenta Dilma segue orientada pela “tática da verdade”. Presta contas do que fez, apresenta suas propostas para o futuro e polemiza programaticamente com Marina Silva. A grande mídia distorce, chama isto de “pancadaria”, e Marina diz que é “tática do medo”. Contra uma peça publicitária da campanha de Dilma que esclarece os prejuízos da autonomia do BC, a Rede-PSB diz que vai aos tribunais contra o que ela chama de “calúnia” e “difamação”.

Mas a verdade é outra. Marina pactou com os magnatas das finanças e fez questão de alardear e até ostentar os compromissos que assumiu, e de exibir com pompa suas novas companhias, bem antagônicas às de sua origem. Viragem que a levou a sacar aquele disparate de que tanto Chico Mendes quanto Antônio Luiz Seabra, dono da Natura, são integrantes da “elite”.

O que Marina esperava? Salva de palmas, chuva de pétalas de rosa ante um Programa de governo que representa uma ameaça ao povo e ao país, posto que sela um pacto com os banqueiros, que ataca a política externa – fator de reforço da soberania nacional e de expansão do comércio exterior –, que recua de compromissos indispensáveis para que construamos uma sociedade sem preconceitos, que sinaliza deixar nas profundezas do oceano a riqueza do pré-sal, trunfo importante para financiar a saúde e educação?

Ninguém trai o povo impunemente, sobretudo se é filho, ou filha, dele. Marina fez sua escolha. Mudou de lado. Outro dia o jornal O Estado de S. Paulo, na sua edição online, estampou uma manchete: “Marina defende Neca Setubal e ataca PT”. Antes, uma lutadora do povo, defensora dos seringueiros, hoje defendendo os banqueiros. A rima é pobre, a traição é grande.

*Presidente da Fundação Maurício Grabois e editor da revista Princípios

Fonte: Vermelho

Lula: "Não é hora de brincar com esse país, é hora de eleger Dilma"

Lula participou de ato da campanha de Eduardo Braga (PMDB) e Francisco Praciano (PT), em Manaus.
Lula participou de ato da campanha de Eduardo Braga (PMDB) e Francisco Praciano (PT), em Manaus.

Não é hora de brincar com esse país, é hora de eleger a pessoa certa e essa pessoa é Dilma Rousseff”, afirmou o ex-presidente Lula hoje, durante comício que reuniu mais de 4 mil pessoas no Centro de Convenções Studio 5, em Manaus, no Amazonas, na quinta-feira (11). A presidenta Dilma Rousseff também participou do evento por meio de um depoimento em vídeo.


Lula veio cumprir agenda eleitoral em favor do senador Eduardo Braga (PMDB), que disputa o governo do estado, e do deputado federal Francisco Praciano (PT), que pleiteia uma vaga ao Senado.

“Houve um tempo nesse país que o trabalhador ficava cinco anos desempregado. Que o salário mínimo era de 70 dólares. Filho de pedreiro ser engenheiro, jamais”, destacou Lula. E completou: “Tem gente que se incomoda porque tem pobre enchendo o aeroporto viajando de avião, entrando pra comer em restaurante, andando de carro. Nós não somos qualquer um. Somos o povo trabalhador deste país. Produzimos o carro que vocês andam, o avião que vocês viajam e a comida que vocês comem. Por isso, temos o direito de participar”.

Entre os presentes, estava a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), além de liderança sindicais e sociais. Vanessa abriu a cerimônia e relembrou a trajetória de Lula até a Presidência e como ajudou a eleger a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do país.

Lula falou do programa Luz para Todos, da geração de emprego e renda e reafirmou o compromisso de liberar e construir a estrada que liga o Amazonas a Rondônia, a BR-319. “Passamos quatro anos tentando liberar essa estrada e não conseguimos, mas o Amazonas precisa. O cidadão tem direito de ir de carro até Rondônia e até São Paulo”, enfatizou o ex-presidente.

Luz para Todos

O deputado federal Praciano (PT) recordou: “Meu companheiro Lula, o povo do Amazonas te agradece. Porque o povo do estado não gosta de vela e, agora, tem a luz por meio do programa Luz para Todos”, afirmou. “Vimos estudantes indo para universidades por meio do Prouni e nós não queremos correr o risco desses programas acabarem”, completou.

Vermelho - com informações de agências

Codefat aprova R$ 3,6 bi para programas de geração de emprego e renda

O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) confirmou na quarta-feira (10) que vai destinar R$ 3,6 bilhões este ano para as linhas de crédito que financiam programas de geração de emprego e renda, segundo informou o Ministério do Trabalho e Emprego. Do total, R$ 1,1 bilhão será proveniente do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o restante, de remanejamento de recursos de outros projetos.

Em abril, o conselho aprovou o valor de R$ 3,5 bilhões, mas dependia, para completar a meta, do retorno de recursos do FAT que foram repassados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Durante a reunião de hoje, o BNDES propôs realocar valores de outros programas somando a quantia de R$ 2,5 bilhões, que serão acrescentados aos recursos do FAT para novos investimentos.

De acordo com o ministério, o presidente do Codefat, Quintino Severo, explicou que os recursos correspondem a excedentes da reserva mínima de liquidez do FAT e que, com o remanejamento, a aplicação em programas voltados para as micro e pequenas empresas vão prevalecer, que é o objetivo do fundo.

Foram relocados recursos dos programas FAT Infraestrutura e FAT Exportar para o FAT Fomentar. Todos eles são executados pelo BNDES. O Fomentar terá R$ 1,9 bilhão para financiar investimento para micros e pequenas empresas. O dinheiro destinado às linhas de crédito deve ser usado pelos bancos oficiais até o dia 31 de dezembro deste ano. O que não for investido nos projetos retorna ao Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Os outros programas que receberão recursos são o Proger Urbano, destinado às micro e pequenas empresas; o Pronaf, que financia a agricultura familiar; o FAT Inovacred, destinado à inovação nas empresas; o FAT Taxista; o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado e o FAT Turismo.
Fonte: Agência Brasil via Feeb-Ba-Se

Situação do trabalho infantil no Brasil é grave, mostra estudo inglês

O Brasil precisa intensificar seus esforços para erradicar o trabalho infantil, de acordo com a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira. Segundo ela, a meta de erradicação até 2020 corre risco de não ser cumprida, pois "a situação é tão grave que as iniciativas em curso não são suficientes".
Isa Oliveira disse que o Brasil vem mantendo curva decrescente de trabalho infantil, mas a redução está perdendo ritmo. "Se novas iniciativas não forem adotadas imediatamente, o Brasil não vai cumprir a meta. Nós temos 3,4 milhões de crianças ainda trabalhando no país".
O alerta foi feito paralelamente à divulgação de uma pesquisa contratada pela organização não governamental inglesa Plan International. A pesquisa divulgada nesta quarta-feira mostra que quase 14% das meninas de 6 a 14 anos do país afirmam trabalhar ou já ter trabalhado para terceiros. Isa explica que o maior foco de trabalho infantil é na economia familiar, ou seja, crianças que trabalham para complementar na renda da casa.
Para ela, a reversão do quadro depende de intensificação de esforços entre setores como educação, assistência social e geração de emprego. Não basta, portanto, coibir o ingresso precoce da criança no mercado de trabalho; é preciso estimular os adultos, profissionalmente, para que não precisem da renda trazida pela criança.
"A educação é a estratégia mais importante, porque as crianças estão em uma faixa etária em que a escolarização é obrigatória. O importante é que os adultos da família também sejam apoiados no sentido da qualificação profissional e inclusão produtiva, para que cumpram o papel de prover as crianças, e não o inverso", explicou.
Presente ao seminário que marcou o lançamento da pesquisa da Plan International, a chefe da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Angélica Goulart, acredita que os dados divulgados podem ajudar na criação de mais políticas protetivas às meninas, tidas por ela como uma parcela vulnerável dentro do universo das crianças que, por si só, já é frágil. "O estudo vai contribuir para que as várias comissões intersetoriais produzam mais ações e políticas de proteção e promoção dos direitos das meninas", disse ela.
A diretora nacional da Plan International, Anette Trompeter, comemorou a participação de várias entidades públicas e privadas no seminário de debate sobre a questão, ampliada pela curiosidade em relação à pesquisa. No seu entender, "um dos grandes resultados é ter a conscientização do corpo técnico dos ministérios de que temos que ter um olhar focado na questão de gênero, que é gerador de violências, desigualdades, e que isso só prejudica o futuro do nosso país".
Anette explicou que a Plan International vai continuar com a campanha "Por Ser Menina", que motivou o estudo e tem o engajamento de governos e sociedade civil. "Quando trazemos à luz questões delicadas, problemáticas e, às vezes, novidade para muita gente, fazemos as pessoas refletirem, terem um olhar especial para os problemas", analisou.
Fonte: Valor Econômico via Feeb-Ba-Se

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Renato: Temos que mostrar ao povo que está em jogo o futuro do Brasil

Renato Rabelo nos estúdios da Rádio Vermelho.
Clécio de Almeida
Renato Rabelo nos estúdios da Rádio Vermelho.

Em seu programa Palavra do Presidente que foi ao ar  ontem, quarta-feira (10), o dirigente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, explicou o real interesse do plano de governo de Marina Silva, na área econômica, em contraste com o de Dilma Rousseff. Além disso, Renato conclamou as forças de esquerda para uma grande mobilização no próximo sábado (13) em torno da campanha para reeleição da presidenta Dilma. 

Eliz Brandão para a Rádio Vermelho

Renato explicou a importância de conhecer quais os interesses e para quem o governante vai defender. “Sempre se governa defendendo interesses, no caso da Marina, ela se comprometeu com exigências dos banqueiros, com o sistema financeiro”. 

A autonomia do Banco Central que Marina propõe não é apenas uma autonomia do processo operacional, mas ela defende, em seu programa, o Banco Central independente institucionalizado, baseado numa lei que defina que ele é uma instituição à parte do governo. Com essa proposta, Marina coloca o poder na mão dos bancos. Esse é um pacto que ela fez e disso ela não vai voltar atrás, afirma Renato.

Renato explicou ainda que é essencial que não se deixe na mão dos bancos a condução da macroeconomia, que é um grande risco para o povo. Por isso, a necessidade de saber qual é o interesse predominante da proposta de Marina. Ela defende os banqueiros. Em contrataste com isso, a presidenta diz claramente que o compromisso do seu governo é com a inclusão, o emprego, o salário valorizado e o desenvolvimento, ou seja, do lado do trabalhador.

“Marina diz que vai governar com os melhores, não com os partidos, mas quando chega no terreno dos grandes interesses que a economia exige, ela é ostensiva em fazer um acordo com os grandes banqueiros. Isso mostra como Marina é contraditória. A ‘nova política’ dela é para esconder na realidade os grandes interesses com que está comprometida, que são os interesses dos setores poderosos da economia do país”.

Comunistas

“O PCdoB não se confunde com isso. Nós não vamos apoiar um governante, se não ficar claro pra nós quais são os verdadeiros interesses que aquele governante vai defender. E isso é fundamental para os comunistas e para as forças progressistas. O povo não pode votar numa pessoa que aparentemente diz que governa com os melhores, mas que esconde os interesses que realmente está defendendo.

O presidente do PCdoB comenta ainda o cenário político eleitoral diante das últimas pesquisas de opinião. “O resultado das recentes pesquisas mostra que pouco a pouco, num esforço de esclarecer o povo e a opinião pública sobre quais são os verdadeiros interesses de Marina - e cada dia isso vem sendo revelado -, nós saímos das aparências e vamos aos fatos”.

Renato comentou ainda como um presidente da República, sujeito a grandes pressões de dentro e fora do país vai governar sem ter firmeza e propostas consistentes. “E ela [Marina] não tem propostas bem definidas, explícitas e a cada dia isso vai ficar mais nítido para o povo. Ela não tem possibilidade de chegar à presidência da República. Como se pode confiar numa pessoas que não tem base política para governar?” questionou.

O dirigente comunista relembrou ainda que até o partido que Marina tentou formar e não conseguiu, tem posições políticas diversas. “É uma farsa dizer que você vai fazer governo escolhendo os melhores, isso esconde o real, com que política? Com que projeto? Com que propostas?

Mobilização
Levantando as conquistas e avanços que o povo alcançou com o governo Dilma, Renato reafirmou a importância dos militantes dos partidos de esquerda e os movimentos sociais se mobilizarem para no sábado (13), ocupar às ruas com a chamada ‘onda vermelha’.

“Para nós é importante essa demonstração da união das forças que querem as mudanças no Brasil e, em torno da presidenta Dilma que vem demostrando ser uma pessoa honesta, coerente e de posições firmes. E isso é fundamental para um presidente da República”.

“Estamos diante de um momento muito importante para o futuro do Brasil, por isso vamos às ruas, mostrar para o povo que está em jogo o futuro do Brasil”.

Ouça a íntegra do áudio na Rádio Vermelho:


 


Militância da Dilma tomará as ruas de todo o país neste sábado, 13

PCdoB com Dilma tomará às ruas de o todo país neste sábado, 13
Agência Brasil
PCdoB com Dilma tomará às ruas de o todo país neste sábado, 13

 Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido dos Trabalhadores (PT) estão mobilizando as suas militâncias para que neste sábado, 13, uma “onda vermelha” tome conta das ruas de todos os cantos do país. Para isso, conclamam os filiados a vestirem vermelho, em apoio à candidata à reeleição Dilma Rousseff e os candidatos da esquerda. 

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez um chamamento para a concentração de esforços e unidade a fim de defender o legado de conquistas do povo brasileiro com os governos Lula e Dilma e numa perspectiva de garantir e promover mais mudanças. A ideia dessa mobilização é que atos espontâneos ocorram por toda a parte do país.

“Vamos às ruas vestidos de vermelho com os nossos estandartes de campanha para demonstrarmos a presença comunista na luta em defesa das conquistas alcançadas pelo povo nestes últimos 12 anos, garantindo a todos mais avanços com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff”, convida Renato.

O dirigente comunista Adílson Araújo, presidente da CTB se animou com a convocação da militância trabalhadora e falou sobre a importância da iniciativa. “Diante da disputa temos a necessidade de ganhar as ruas para levantar as bandeiras da valorização do trabalho e tudo o que conquistamos até então com os governos Lula e Dilma. Seria importante se pudéssemos corresponder vestindo vermelho, levando a bandeira do nosso partido, garantindo o fortalecimento da nossa unidade e concentração de esforços em torno da campanha de reeleição da presidenta Dilma, isso conjugado com a necessidade de levar a cabo a campanha dos nossos candidatos”.

Adílson ressaltou ainda quanto é crucial o momento político-eleitoral no Brasil. “Nós estamos diante de uma batalha de grande envergadura e de um risco de retrocessos profundos, pois os capitalistas, o rentismo e a grande mídia têm buscado trabalhar numa perspectiva de negação de qualquer possibilidade de continuidade do ciclo progressista, que garantiu estabilidade econômica e geração de emprego para a maioria do povo brasileiro”.

A presidenta da Ubes, Bárbara Melo se motivou com o chamamento, disse que estará participando de um encontro da juventude em Minas Gerais neste sábado (13) e mobilizará os estudantes no sentido de tomar as ruas e mostrar a cara e a força dos jovens. “Todo jovem quer mudanças e nós acreditamos que um governo [Dilma] que avançou com tantas conquistas para a juventude, pode contribuir ainda mais. Não podemos andar para trás, temos que avançar na conquista de direitos para a população, temos que transformar o país. Nós conquistamos vários programas voltados para os jovens como o Pronatec, Prouni, Reuni, Fies e Ciência sem Fronteiras e achamos que os avanços devem continuar para termos cada vez mais um futuro melhor para todos. 

Chegou a hora da gente avançarmos cada vez mais para um futuro mais promissor, com mais direitos”.
 

Para os comunistas, diante do cerco da grande mídia que realiza uma grande campanha de difamação dos candidatos e principalmente da presidenta, candidata à reeleição, compete à militância aguerrida, ativa junto às lutas da classe trabalhadora e dos movimentos sociais organizados ganhar as ruas, levantar as suas bandeiras e fazer valer os seus direitos.

No sábado (13), ao postar uma foto vestido de vermelho nas redes sociais, marque o PCdoB - Partido Comunista do Brasil e o Portal Vermelho para demonstrar seu apoio nesta campanha.

Da redação do Portal Vermelho

Bancário se queixa ao Bradesco e é demitido

Após voltar de afastamento e por orientação médica, funcionário com lesão na coluna pede troca do mobiliário e é dispensado dias depois; dirigente orienta que denúncias devem ser feitas ao Sindicato dos Bancários de São Paulo

O Bradesco demitiu um bancário com deficiência após ele voltar de afastamento médico causado por complicações decorrentes de uma lesão na coluna. A dispensa ocorreu dias depois do seu retorno, mesmo com cirurgia agendada e com laudo atestando que o adoecimento se deu por causa do mobiliário inadequado no ambiente de trabalho.

Paulo (nome fictício) trabalhava na Bradesco Promotora há pouco mais de três anos. Nos últimos meses passou a sentir dores nas costas. Segundo ele, após consultas e afastamentos, o médico forneceu o laudo e o orientou a mudar de cadeira. Foi quando o bancário acionou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Seus representantes responderam que as cadeiras atendiam ao modelo padrão do banco. Alguns dias depois, veio o desligamento.

“Achei a minha demissão injusta. Sempre fiz o meu trabalho, sempre cheguei no horário”, afirma Paulo. “Agora que estou às vésperas da cirurgia na coluna e tive um afastamento por causa do problema, fui demitido. Isso nos faz sentir insignificantes. Não somos tratados como pessoas, apenas como números, que quando não atendem mais às expectativas, são descartados sem consideração nenhuma”, desabafa.

Denuncie ao Sindicato – A dirigente sindical Maria de Lourdes Alves da Silva, a Malu, alerta que muitos bancários acabam prejudicados ou mesmo demitidos quando informam problemas aos canais internos do banco, como a Cipa ou a SA 8000. Ela ressalta que em casos como o relatado, os bancários devem acionar o Sindicato e jamais o banco.

“Infelizmente nossos trabalhadores muitas vezes acreditam que o banco vai tratá-los com dignidade. Ledo engano. É para isso que existe o Sindicato, para denunciar todas as injustiças praticadas dentro dos locais de trabalho e buscar avanços nas negociações para que demissões imotivadas não aconteçam”, acentua Malu.

A dirigente acrescenta que o Sindicato cobrou a reintegração do bancário, mas os responsáveis pelo RH informaram que o banco não recuaria da demissão. “Agora vamos lutar por seus direitos na Justiça”, afirma Malu.

Fonte: Seeb-SP

Plebiscito tem 1,7 mi de votos pela web

A mobilização surtiu efeito e serviu para mostrar que a população brasileira quer mudar as regras do jogo. O Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político obteve 1.744.872 votos em todo o país, apenas pela internet
 
Do total, 96,9% (1.691.006) foram a favor da Constituinte do Sistema Político e apenas 3,1% (53.866) contra. O resultado final, inclusive com a votação das urnas fixas, será divulgado no dia 21 de setembro, em coletiva de imprensa.
 
Depois de contabilizados, a missão das 450 organizações, entre movimentos social e sindical, é transformar os votos em força social para pressionar o Congresso Nacional, que tem parlamentares com interesses comprometidos com o empresariado e não com os trabalhadores. Os brasileiros querem mudanças e reforçam a necessidade de uma reforma política. 

Fonte: O Bancário

Dados mostram: bancos podem valorizar categoria

Seja qual for o indicador, todos apontam ganhos para o setor: lucro, receita com prestação de serviço, carteira de crédito, tudo cresce graças ao trabalho do bancário que quer sua parte nesse imenso resultado

A quarta rodada de negociação da Campanha 2014 começou ontem, quarta 10 e segue até hoje, dia 11. Em pauta, as reivindicações de remuneração. Os bancários querem reajuste salarial de 12,5% com 5,4% de aumento real para os salários, valorização do piso, PLR maior, vales alimentação e refeição mais altos, além de agregar o 14º salário às conquistas da categoria.

E os bancos podem pagar. Isso fica claro quando se utiliza comparativos que levam em conta o primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 para os cinco maiores do país (BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander): seja qual for o indicador, o crescimento do setor é visível, e sempre graças ao trabalho dos bancários.

> Bancos mantêm os maiores bilionários do Brasil

Lucro – O lucro líquido para esses bancos cresceu 16,5%. A variação, por empregado, foi de 17,7%. Isso significa que a atuação de cada empregado nesses bancos incrementou em mais de 17% o lucro entre um ano e outro.

Tarifas – A receita com prestação de serviços e tarifas, exclusivamente originada no trabalho do bancário, cresceu 10,02% no semestre. E a variação por empregado, foi ainda maior, 11,1%.

Crédito – A expansão das carteiras de crédito entre 2013 e 2014 foi da ordem de 13,3%. Cada bancário teve responsabilidade em 14,4% desse crescimento.

Retorno – Enquanto ganham tanto com o trabalho duro dos seus empregados, os bancos demitem: cortaram juntos 18.990 postos de trabalho (exceto a Caixa) desde janeiro de 2012. Foram 5.512 só nos últimos 12 meses. Isso faz com que a pressão e a sobrecarga aumentem, já que houve redução de 2,2% no número de empregados por agência e aumento de 5% no número de contas correntes que cada funcionário tem de cuidar.

“É um quadro absurdo, no qual só os bancos querem ganhar”, critica a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira. “Vamos levar esses dados para a mesa de negociação e cobrar dos negociadores que representam essas grandes instituições o que é justo: uma distribuição melhor e mais justa desses ganhos também entre os bancários.”

A dirigente lembra que 93% das campanhas salariais do primeiro semestre conquistaram reajustes salariais acima da inflação (análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos/ Dieese para 340 categorias). “A maioria dos reajustes resultou em ganhos reais médios de até 1,54%. O setor que mais lucra na economia brasileira não tem razão para dizer não aos seus empregados”, completa Juvandia.

Fonte: Seeb-SP

Campanha Salarial: Bancos não apresentam proposta econômica

Mais uma vez os bancos não apresentaram proposta para as reivindicações de caráter econômico da Campanha Salarial 2014. Na rodada de negociação desta quarta-feira (11), os negociadores da Fenaban disseram que ainda vão consultar os presidentes dos bancos para apresentar uma proposta global para as demandas da categoria, em data a ser definida. As negociações das cláusulas sobre remuneração, entre elas a PLR, prosseguem nesta quinta-feira 11.
O presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, que participa das negociações, destacou a falta de compromisso do setor mais lucrativo do país. "Os bancos repetem a tática e enrolam para tentar vencer pelo cansaço. Para acabar com a dinâmica, a mobilização deve ser ampliada em todo o país, a começar pelo Dia de Luta pela Isonomia na Caixa, nesta quinta-feira. As manifestações devem ser fortes para movimentar toda a categoria".

Reajuste de 12,5% - O Comando Nacional dos Bancários apresentou levantamento do Dieese mostrando que 93,2% dos acordos salariais assinados pelos trabalhadores no primeiro semestre contemplaram reajustes superiores ao índice de inflação.

14º salário - Refletindo a expectativa da categoria manifestada nas consultas realizados pelos sindicais, a 16ª Conferência Nacional dos Bancários reforçou a reivindicação de instituição do 14º salário. Os negociadores da Fenaban consideraram "muito estranha" essa demanda, adiantando que não tem a menor possibilidade de ser aprovada pelos bancos.

Pisos para comissionados - O Comando defendeu com ênfase a reivindicação de criação de pisos de R$ 5.064,73 para primeiro comissionado e de R$ 6.703,31 para primeiro gerente. Os bancos não quiseram discutir o tema, alegando que se trata de política de cada empresa. As reivindicações para os pisos de escriturário e caixa já haviam sido discutidas na terceira rodada de negociação, na semana passada.

Isonomia salarial - A reivindicação dos bancários é para que os bancos se comprometam a aplicar a Convenção 100 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o artigo 2º da Declaração de Direitos Humanos, que asseguram a equivalência salarial para trabalho de igual valor. Os negociadores da Fenaban negam que haja diferença tanto entre funções como entre homens e mulheres.
Parcelamento de adiantamento de férias - O Comando defendeu a proposta da categoria de que os trabalhadores, por ocasião das férias, possam requerer que a devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sem juros, a partir do mês subsequente ao do crédito. Vários bancos já concedem essa vantagem aos bancários.

Outras reivindicações econômicas - A 16ª Conferência aprovou a reivindicação de R$ 724,00, o equivalente ao salário mínimo nacional, para os vales-alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá. Os bancários também reivindicam a criação de um 13º vale-alimentação. Em relação ao auxílio-educacional, argumentaram que cada banco tem a sua política e não querem incluir a cláusula na Convenção Coletiva.

O Comando também reivindicou o reajuste do vale-cultura para R$ 112,50. Os representantes dos bancos disseram que o tema voltará a ser discutido nesta quinta-feira 11, quando entra em discussão a reivindicação de PLR equivalente a três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.
Fonte: Contraf via Feeb-Ba-Se

Sistema tributário brasileiro onera mais negros e mulheres, mostra estudo

Crédito: Agência Brasil
Agência BrasilEstudo foi elaborado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)

Caracterizado por onerar proporcionalmente os mais pobres em relação aos mais ricos, o sistema tributário brasileiro provoca um tipo mais profundo de injustiça. Estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) revela que os impostos punem mais os negros e as mulheres em relação aos brancos e aos homens.

O levantamento cruzou dados de duas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo baseou-se na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), que fornece dados sobre a renda das famílias, e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que capta informações demográficas como raça e gênero.

Segundo o levantamento, os 10% mais pobres da população comprometem 32% da renda com o pagamento de tributos. Para os 10% mais ricos, o peso dos tributos cai para 21%. A relação com o gênero e a raça aparece ao comparar a participação de cada fatia da população nessas categorias de renda.

Nos 10% mais pobres da população, 68,06% são negros e 31,94%, brancos. A faixa mais desfavorecida é composta por 45,66% de homens e 54,34% de mulheres. Nos 10% mais ricos, que pagam menos imposto proporcionalmente à renda, há 83,72% de brancos e 16,28% de negros. Nessa categoria, 62,05% são homens e 31,05%, mulheres.

"Não há dúvida de que a mulher negra é a mais punida pelo sistema tributário brasileiro, enquanto o homem branco é o mais favorecido", diz o autor do estudo, Evilásio Salvador. Para ele, é falsa a ideia de que a tributação brasileira é neutra em relação a raça e gênero. "Como a base da pirâmide social é composta por negros e mulheres, a elevada carga tributária onera fortemente esse segmento da população", contesta.

Historicamente, o sistema tributário brasileiro pune os mais pobres porque a maior parte da tributação incide sobre o consumo e os salários, em vez de ser cobrada com mais intensidade sobre o patrimônio e a renda do capital. Segundo o estudo, no Brasil, 55,74% das receitas de tributos vieram do consumo e 15,64% da renda do trabalho em 2011, somando 71,38%. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média está em 33%.

Os tributos sobre o consumo são regressivos do ponto de vista social por estarem embutidos nos preços dos bens e dos serviços. Dessa forma, uma mercadoria com R$ 1 de imposto embutido no preço pesa mais para as camadas de menor renda.

Para reverter a situação, Oliveira aponta a necessidade de uma reforma tributária, que amplie a tributação sobre o patrimônio e a renda do capital e desonere o consumo e a renda do trabalho. "Os mais ricos precisam ser mais tributados proporcionalmente, por meio de alíquotas progressivas, que aumentem conforme o nível de renda", explica.

Entre as medidas sugeridas, ele defende a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas - determinada pela Constituição, mas até hoje não cumprida - e a extensão da cobrança de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) a embarcações de luxo, como lanchas, jatos particulares, helicópteros e jet skis.

Fonte: Agência Brasil via Contraf

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

VOX POPULI: DILMA ABRE 8 PONTOS SOBRE MARINA

Na simulação de primeiro turno, pesquisa Carta Capital/Vox Populi mostra presidente Dilma Rousseff, 36%, Marina Silva, 28% e Aécio Neves, 15%; simulação de segundo turno revela novo crescimento de Dilma sobre adversária; enquanto Marina marcou 42%, presidente fez 41%; expectativa agora é pela divulgação da pesquisa Datafolha; mercado financeiro abre dia em agitação; no campo político, petistas vão insistir em desconstrução da adversária do PSB; números mostram que está dando certo; como Marina irá reagir?

247 – Os disparos feitos em todas frentes de campanha pelo PT contra a candidata do PSB, Marina Silva, estão dando resultados. Um dia após pesquisas MDA e Ibope apresentarem números de recuperação da presidente Dilma Rousseff no Brasil e nos Estados chave do Rio de Janeiro e São Paulo, levantamento do instituto Vox Populi, contratado pela revista Carta Capital, apresentou uma dianteira de oito pontos de Dilma sobre Marina em primeiro turno, com 36% e 28%, respectivamente. O candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou com 15%.
Na projeção de segundo turno, nova notícia boa para a petista. Marcando 41% contra 42% da adversária, Dilma chegou pela segunda vez a uma situação de empate técnico com Marina, antes apontada pelo MDA. Entre Dilma e Aécio, segundo o Vox, a presidente seria reeleita por 44% a 36%. 
Pesquisa Datafolha será divulgada também hoje – e a expectativa é a de que o quadro siga em mudança favorável para Dilma. Além de os ataques disparados pela propaganda do PT sobre pontos frágeis da candidata do PSB, como a posição dúbia sobre o pré-sal e a reafirmada autonomia do Banco Central, há mais um fator: Marina está reagindo mal.
O máximo que a candidata do PSB conseguiu fazer, até agora, foi dizer que está sendo “alvo de muitas pedras”, de “calúnias” e “mentiras”. Mas não está conseguindo convencer a respeito dos improvisos, plágios e paradoxos de seu programa de governo, sua real posição sobre o Pré-Sal e a questão da autonomia do Banco Central. Quanto a esta última, Marina reafirmou que, sim, é isso mesmo o que pretende fazer, “para livrar o BC dos interesses políticos”. Desse jeito, está lutando ao feitio que Dilma, Lula e o marqueteiro João Santana queriam.
Esta foi a primeira pesquisa do instituto depois da morte do ex-candidato do PSB Eduardo Campos e a entrada de Marina Silva na disputa ao Palácio do Planalto. Desta forma, não existe base de comparação com levantamentos anteriores. Os demais candidatos somam 2%. Brancos e nulos seriam 7%. Outros 13% não souberam indicar um candidato ou não quiseram responder.
Abaixo, reportagem da agência Reuters sobre a pesquisa:
Vox Populi mostra Marina com 42% e Dilma com 41% no segundo turno

(Reuters) - Pesquisa Vox Populi divulgada nesta quarta-feira mostrou a ex-ministra Marina Silva (PSB) com 42 por cento das intenções de voto contra 41 por cento da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), em empate técnico, em um eventual segundo turno da eleição presidencial de outubro.
Segundo a pesquisa, publicada no site da revista Carta Capital, Dilma lidera no primeiro turno com 36 por cento das intenções de voto, ante 28 por cento de Marina e 15 por cento de Aécio Neves, do PSDB. A margem de erro de 2,2 pontos.
O levantamento é o primeiro do instituto Vox Populi para a revista Carta Capital desde a entrada de Marina na corrida presidencial no lugar de Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo em agosto.
Levantamentos da semana passada dos institutos Datafolha e Ibope, cujas pesquisas são mais frequentes e mais utilizadas, mostraram Dilma e Marina empatadas no primeiro turno, sendo que a ex-ministra venceria em um eventual segundo turno.[nL1N0R503V]
O campo da pesquisa Vox Populi foi realizado após a divulgação, na sexta-feira, de denúncias de um suposto esquema de corrupção na Petrobas.
Informações vazadas a partir do depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos de partidos da base aliada do governo.
De acordo com a Carta Capital, no entanto, o caso "ainda não surtiu efeitos eleitorais".
O tucano Aécio Neves tem o maior índice de rejeição entre os candidatos, com 45 por cento, de acordo com a pesquisa, enquanto a rejeição a Dilma alcança 42 por cento e a Marina, 40 por cento.
O Vox Populi entrevistou 2 mil eleitores entre os dias 8 e 9 de setembro, em 147 municípios do país.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
Fonte: Brasil 247

Banco Mundial afirma que Brasil reverteu escala global de desemprego

O governo Dilma aumento a renda do trabalhador e gerou mais de 5 milhões de empregos este ano
O governo Dilma aumento a renda do trabalhador e
 gerou mais de 5 milhões de empregos este ano

Estudo divulgado pelo Banco Mundial afirma que, apesar do “aumento das desigualdades salariais e de rendimentos em muitos países do G20”, o Brasil e a China conseguiram a reverter essa situação generalizada de desemprego que ceifou 100 milhões de vagas em todo o mundo.

A divulgação, feita antes do encontro de ministros do Trabalho e do Emprego do G20 que acontece nos dias 10 e 11 de setembro, na Austrália, vai ao encontro do que diz a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e sua equipe econômica. “Nós enfrentamos a crise pela primeira vez não desempregando, não arrochando, não aumentando tributos. Pelo contrário, reduzimos e desoneramos a folha, nós reduzimos tributos da cesta básica”, disse Dilma que, só este ano, gerou mais de 5 milhões de emprego formais.

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Dilma: “Vamos continuar focados em emprego e valorização dos salários"

Enquanto candidatos da oposição como Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) e parte da grande imprensa afirmam que não existe crise internacional e que o problema é do governo Dilma, o documento do Banco Mundial adverte que o mundo enfrenta uma crise de emprego generalizada que ameaça as perspectivas de uma retomada do crescimento econômico e nenhum truque de mágica pode resolver o problema. A entidade diz ainda que será preciso criar 600 milhões de novos postos de trabalho em todo o mundo até 2030 apenas para lidar com o aumento da população.

Nigel Twose, chefe da delegação do Banco Mundial na reunião do G20, disse em comunicado que “não há dúvidas de que há uma crise de emprego generalizada” e que “os países do G20 necessitam de mais e melhores empregos para um crescimento sustentável e para o bem-estar das suas populações”.

Twose diz que é “igualmente perturbador” o fato de haver um “aumento das desigualdades salariais e de rendimentos em muitos países do G20” e cita o Brasil e a China como um dos únicos a reverter essa situação dizendo que o país teve um melhor desempenho do que os países desenvolvidos do G20.

De acordo com o documento assinado também pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, mais de 100 milhões de pessoas estão desempregadas nos países do G20, enquanto 447 milhões são categorizados como “trabalhadores pobres”, vivendo com menos de US$ 2 dólares por dia.

O Banco Mundial ressalta que, apesar da modesta recuperação econômica em 2013-2014, o crescimento global deve manter-se abaixo da tendência, com quedas previstas num futuro próximo, enquanto os fracos mercados laborais forem restringindo o consumo e o investimento.

Da Redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações da Agência Brasil

Campanha da Dilma esclarece: Marina quer dar poder aos banqueiros

  Marina quer dar poder aos banqueirosUma nova peça de propaganda da Coligação “Com a Força do Povo”, liderada pela presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff, ilustrando o que significa “dar autonomia ao Banco Central”, proposta apresentada pela presidenciável Marina Silva (PSB) foi ao ar na terça-feira (9) e está polarizando o debate político.


A inserção de 30 segundos, que aparece nos intervalos comerciais, está sendo comentada pelos principais meios de comunicação como uma ofensiva de Dilma à sua principal adversária. Neste contexto, a peça publicitária esclarece as reais pretensões da coligação de Marina que propõe que os bancos assumam o poder sobre a economia do país. O locutor do comercial diz que a autonomia do Banco Central “significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família.”

Primeiro, aparecem banqueiros felizes numa reunião. Em seguida, surge uma família típica brasileira com mesa farta. Enquanto o locutor vai dizendo que o poder dos bancos aumentará por causa da proposta de Marina Silva de dar autonomia ao Banco Central, a comida vai sumindo dos pratos e da mesa, representando, de forma simples, como os juros altos, o desemprego e os salários desvalorizados se refletem na vida das pessoas, principalmente as de baixa renda.

"Marina tem dito que, se eleita, vai fazer a autonomia do Banco Central. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é... Isso significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família. Os juros que você paga... seu emprego, preços e até salário...", diz o texto da propaganda.

Acesse o link aqui (
http://www.vermelho.org.br/noticia/249232-1) e assista a íntegra da peça 


Da redação do Portal Vermelho
Com agências

As Cartas Testamento e de Despedida - Getúlio Vargas

Paulo Vinícius *

Arquivo

Para quem duvida das conspirações da imprensa golpista e dos interesses do imperialismo, para quem se ilude com a defesa da ética feita por hipócritas sabidamente ligados às forças do capital, para quem duvida do imperialismo, sugiro a leitura dos dois documentos históricos a seguir, a Carta Testamento e a Carta Despedida de um dos pais da nacionalidade, construtor do Brasil, que liderou um ciclo de desenvolvimento e direitos sociais e trabalhistas que vigem até hoje, Getúlio Dorneles Vargas.

No 60º Aniversário de sua morte, outra vez, as forças do imperialismo, do capital financeiro, da imprensa golpista e apátrida, usando-se de todo tipo de expediente, de toda vilania, intentam impedir outro ciclo de desenvolvimento, inclusão social e de luta pela nossa soberania.

Não passarão. A resposta do povo será dada outra vez, a quarta, com a reeleição da Presidenta Dilma. Página memorável na História de nossa Pátria, em que uma mulher encarna as maiores esperanças da nacionalidade, e tem sobre os ombros a responsabilidade, a capacidade e a chance de fazer o Brasil avançar definitivamente para o encontro com sua própria História e seu destino de justiça e independência. Dilma é a única candidata que pode continuar os sonhos de quem luta pela independência e a justiça social, a única candidata em defesa do Brasil.

Carta-Testamento
Getúlio Vargas


Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.

Não me acusam, me insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício nos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.

Carta-Despedida
Getúlio Vargas


Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte.

Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia.

A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.

Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa.

Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da Pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não de crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.

Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.

Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade.

A resposta do povo virá mais tarde...


* Sociólogo e Bancário. Membro da direção Nacional da CTB.

Documentário: Arquitetos do Poder

Fonte: Vermelho

Uma investigação sobre as relações entre a mídia e a política e a evolução no uso das técnicas do marketing político ao longo da história recente do Brasil. Partindo de uma análise das campanhas de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck (o primeiro a usar a TV) e Jânio Quadros, observa-se o desenvolvimento de mecanismos de propaganda para sensibilizar os eleitores, adequando-se os candidatos ao aperfeiçoamento de sua imagem e técnicas de comunicação.


 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Comissão irá proteger e promover obra de Aleijadinho

Ibram criou comissão para proteger e promover a obra de Aleijadinho, um dos mais importantes escultores e arquitetos do Brasil colonial. (Aleijadinho [Public domain], via Wikimedia Commons)
Ibram criou comissão para proteger e promover a obra de Aleijadinho, um dos mais
 importantes escultores e arquitetos do Brasil colonial. (Aleijadinho [Public domain], via Wikimedia Commons)

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) fará um levantamento de todas as obras em museus de Antônio Francisco Lisboa – mais conhecido como Aleijadinho –, um dos maiores escultores e arquitetos da época colonial brasileira. A decisão foi tomada pela Comissão Especial de Assessoramento sobre a obra do artista, criada e instalada oficialmente em agosto, e é a primeira de uma série de iniciativas para proteger e promover a obra de Aleijadinho.

"Já determinei ao nosso Departamento de Processos Museais que promova o levantamento de todas as obras musealizadas de Antônio Francisco Lisboa, que se encontram em museus de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo", explicou o presidente do Ibram, Angelo Oswaldo.

A Comissão se reuniu pela primeira vez no mês passado, em Belo Horizonte (MG). Durante o encontro, foram traçadas as linhas gerais de atuação da comissão, que terá como atribuição subsidiar as instituições federais sobre medidas a serem adotadas para consolidar e promover o conhecimento e a proteção da obra de Aleijadinho.

O presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Angelo Oswaldo, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, e especialistas designados para compor a comissão participaram do evento.

Os resultados esperados do trabalho da comissão incluem a atualização e consolidação da biografia e das fontes documentais existentes sobre Aleijadinho; a proposição de metodologia para a produção de catálogo geral da obra arquitetônica, monumental e escultórica do artista; e orientações sobre o alcance jurídico dos estudos e das medidas sugeridas.

As atividades da comissão serão monitoradas pelo Departamento de Processos Museais do Ibram e pelo Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan. Os resultados serão reportados ao Conselho Consultivo do Iphan e ao Conselho do Patrimônio Museológico do Ibram.

Composto por três profissionais de notório reconhecimento na temática que será objeto de trabalho da comissão e tendo a historiadora da arte Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira como consultora ad hoc, o grupo poderá solicitar o apoio de especialistas para o atendimento de seus objetivos.

Fonte: Portal MinC via Vermelho

Bruno Peron: Intolerância entre brasileiros

Crenças e tradições
Crenças e tradições

Há muita intolerância no Brasil. É contraditório que, numa gleba de convívio na diferença, seus meio-cidadãos se comportem como se estivessem frente a alienígenas de mesma nacionalidade. Com esta afirmação, não me refiro somente às divisões econômicas entre ricos e pobres, que todos conhecemos. 

Por Bruno Peron*


Penso naquelas diferenças que herdamos das tradições culturais do país e também nas que deixaremos à posteridade se não usarmos bom senso e razão para corrigir descaminhos e melhorar nossa relação com o outro.

Quando fui questionado sobre se havia dialetos e variações linguísticas no Brasil, estrangeiros surpreenderam-se com que falemos apenas uma língua. Há países tão pequenos como a Bolívia onde se falam três (aimará, quêchua e espanhol) e na Suíça quatro (francês, alemão, italiano e romanche). O Brasil conseguiu a proeza de integrar linguisticamente seu território, mas não tem sido capaz de reduzir o desconforto entre os próprios brasileiros.

O governo propõe políticas para combater o racismo, a homofobia e o preconceito religioso, mas observa-se nas conversas informais que a intolerância está enraizada em nossa cultura. Nelas, é possível notar que resquícios de uma sociedade escravista, católica e paternalista salivam da boca de todos os brasileiros. Mas é claro que estou falando um pouco sobre opiniões premeditadas – quando há intenção de ser intolerante em relação ao outro – e também sobre aquelas que se codificam e se reproduzem na sociedade.

Assim teríamos alguns exemplos esclarecedores: pessoas que se vestem diferentemente das outras recebem provocações quando andam na rua, migrantes entre estados brasileiros são frequentemente discriminados ainda que trabalhem naquilo que os nativos não gostariam de ou não saberiam fazer, religiões tipicamente brasileiras como o candomblé e a umbanda são hostilizadas por liturgias do Vaticano e por exorcistas de demônios.

Ainda que sem pretensão de esgotar a lista de exemplos de intolerância na sociedade brasileira, há poucas semanas vimos mais um contra nossa própria presidente. Dilma Rousseff recebeu vaias durante alguns de seus discursos públicos. No entanto, estejam os autores das vaias a favor dela ou não, Dilma foi eleita democraticamente para governar o país. Ela não subiu à presidência através de golpes ou de armas. Portanto, ela merece o respeito também daqueles que não votaram nela. Atos públicos como este só demonstram nossa pequenez cidadã e que o Brasil está dividido ideologicamente.

Esta divisão é tão perigosa que gera seres dispostos a fazer justiça com suas próprias mãos. Esses justiceiros ignoram a intervenção policial e procedimentos jurídicos para solucionar conflitos e tomam atitude contra o crime em seus bairros e suas cidades. O país tem visto casos como o de pessoas amarradas contra logradouros públicos e índios perseguidos pela ameaça do agronegócio. Estas ações mostram não somente intolerância entre brasileiros, mas uma crise institucional que não tem sido capaz de colocar o país em ordem.

Melhor que sair disparando balas contra o inimigo como acontece em USA Fora-da-Lei, o Brasil não será mais um país ocidental onde intolerância se confunde com indiferença. Temos o dever de trabalhar pela nação e de levantar aqueles que estão em situação pior que a nossa. Uma pessoa de cabelos verdes que caminha na praça e outra que professa uma religião diferente não despertarão nossas paixões mais rudimentares. Entre intolerância e indiferença, refiro-me a duas caras de uma moeda que só deveria servir para colecionadores.

Aqui temos um país de integração linguística, mas que está também a caminho de reconhecer as diferenças entre seus habitantes e o desejo que todos temos de viver bem. Há que pensar em que tipo de tratamento gostaríamos de receber porque somos tão particularmente diferentes de todos os demais, embora discretos e obedientes às convenções que integram o país culturalmente.

*É articulista brasileiro e colaborador do Vermelho