sábado, 16 de março de 2013

FILME REVELA COMO EUA DERAM O GOLPE DE 1964



O presidente Lyndon Johnson (D) deu aval para o embaixador Gordon (E) desestabilizar Goulart e autorizou envio de navios ao Brasil
Saiu no IG reportagem de Raphael Gomide:
Filme de Tavares ajuda a desacreditar Historialismo (ler em tempo) que atribui apenas a brasileiros a reacao ao Governo trabalhista legitimamente eleito
“O Dia que Durou 21 anos” revela conversas de Kennedy e Lyndon Johnson sobre o Brasil. Embaixador Lincoln Gordon coordenou com governo e CIA ações de desestabilização de Goulart e o envio de força-tarefa naval para ajudar conspiradores

O filme “O Dia que Durou 21 anos”, de Camilo Tavares, revela como os Estados Unidos colaboraram para o golpe militar de 1964, que derrubou o presidente brasileiro João Goulart, com base em documentos sigilosos de arquivos norte-americanos e áudios originais da Casa Branca. O documentário, que será lançado dia 29, apresenta áudios de conversas dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson com assessores sobre o Brasil e mostra como os vizinhos do norte apoiaram os conspiradores, com ações de desestabilização e até militares.

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil no início dos anos 1960, o intelectual brasilianista de Harvard Lincoln Gordon, aparece como quase um vilão, com seus alarmantes telegramas para os presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson, em que apontava o risco iminente de o Brasil seguir Cuba em direção ao comunismo. “Se o Brasil for perdido, não será outra Cuba, mas outra China, em nosso hemisfério ocidental.” No contexto da Guerra Fria da época, pouco após Cuba se tornar socialista, esse era o pior pesadelo dos americanos.

Em conversa com Kennedy, cujo áudio é reproduzido, Gordon avalia que o presidente brasileiro poderia ser um “ditador populista”, nos moldes do argentino Juan Perón. Em novembro de 1963, Lyndon Johnson afirma que não vai “permitir o estabelecimento de outro governo comunista no hemisfério ocidental”.

EUA bancaram ações de propaganda e desestabilização do governo Goulart 

João Goulart ao lado de um de seus algozes, o embaixador Lincoln Gordon

O documentário mostra, então, as ações de propaganda dos EUA, coordenadas por Gordon, para desestabilizar o governo brasileiro. Cita a criação e o financiamento de supostos institutos de pesquisa anti-Goulart, como o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) para bancar “pesquisas” e campanhas de 250 candidatos a deputados, oito a governador e 600 a deputado estadual no País. Além disso, o estímulo de greves e artigos na imprensa contra o governo eram o “feijão com arroz” de “ações encobertas” da CIA (Agência Central de Inteligência) onde pretendia derrubar regimes, como explica o coordenador do Arquivo de Segurança Nacional dos EUA, Peter Kornbluh.

Em telegrama para Washington, Gordon admite: “Estamos tomando medidas complementares para fortalecer as forças de resistência contra Goulart. Ações sigilosas incluem manifestações de rua pró-democracia, para encorajar o sentimento anticomunismo no Congresso, nas Forças Armadas, imprensa e grupos da igreja e no mundo dos negócios.” Entrevistado, o assessor de Gordon na embaixada, Robert Bentley, não nega o financiamento americano, apenas sorri, cala e diz: “Isso era uma polêmica quando cheguei [ao Brasil].”

O filme reitera ainda a importância do adido militar da embaixada Vernon Walters, amigo de oficiais brasileiros desde a 2ª Guerra Mundial, como o general Castelo Branco, que viriam a ser fundamentais na derrubada de Goulart. Cabia a Walters identificar insatisfeitos entre militares. O oficial descreve Castelo Branco, então chefe do Estado-Maior do Exército, como “altamente competente, oficial respeitado, católico devotado e admira papel dos EUA como defensores da liberdade”. Segundo Bentley, “havia muita confiança em Castelo Branco”, o “homem para sanear a situação, do ponto de vista dos interesses americanos”.

Força-tarefa naval para apoiar o golpe pedido de ajuda de militares brasileiros

Força-tarefa naval, com porta-aviões, foi autorizada a ser enviada ao Brasil para apoiar o golpe de 64

Quando a situação esquenta, os EUA concordam em mandar navios de guerra para a costa brasileira, na chamada Operação Brother Sam, com o objetivo de intimidar e dissuadir o governo de resistir ao golpe. O presidente norte-americano autoriza, em áudio, a fazer “tudo o que precisarmos fazer. Vamos pôr nosso pescoço para fora (nos arriscar).”

Um telegrama do Departamento de Estado dos EUA para Gordon descreve as medidas tomadas para “estar em posição de dar assistência no momento adequado a forças anti-Goulart, se decidido que isso seja feito”. A operação Brother Sam incluía enviar “uma força-tarefa naval, com um porta-aviões, quatro destróieres (contratorpedeiros) e navios-tanques para exercícios ostensivos na costa do Brasil”, além de 110 toneladas de munição e outros equipamentos leves, incluindo gás lacrimogêneo, para controle de distúrbios por avião.

Um telegrama “top secret” da CIA, de 30 de março – véspera da eclosão do movimento – mostra como os americanos estavam bem informados e articulados com os conspiradores. No documento intitulado “Planos de Revolucionários em Minas Gerais”, os espiões dizem que “Goulart deve ser removido imediatamente. Os governadores de São Paulo e Minas Gerais chegaram definitivamente a um acordo. A ignição será uma revolta militar liderada pelo general Mourão Filho. As tropas vão marchar para o Rio de Janeiro.”

Documento assinado pelo secretário de Estado dos EUA, Dean Rusk confirma que os golpistas pediram apoio militar aos EUA. “Pela primeira vez, os golpistas brasileiros pediram se a Marinha americana poderia chegar rapidamente à costa sul brasileira.” Para o professor de História da UFRJ Carlos Fico, a retaguarda da Brother Sam foi fundamental para dar segurança aos militares que derrubariam o regime. Apesar dos documentos e de forma pouco convincente, o diplomata Bentley, nega ter ouvido falar na operação.

Newton Cruz: “Toda revolução, para começar, tem um maluco. O Mourão saiu!”



João Goulart, no comício da Central do Brasil, às vésperas de ser deposto

O filme tem ainda momentos engraçados. “Toda revolução, para começar, tem um maluco. O Mourão [general Olympio Mourão Filho, que liderou as tropas de Juiz de Fora em direção ao Rio] saiu!”, ri o general Newton Cruz, ex-chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações). A filha do general Mourão Filho, Laurita Mourão, diz que o pai chamou de “covarde” Castelo Branco, o primeiro presidente militar após o movimento, ao ser criticado por suposta precipitação ao mover tropas em direção ao Rio. “Castelo Branco, você é um medroso, é um…” Nas palavras da filha, ele também “foi entregar a Revolução a Costa e Silva [posteriormente também presidente do regime], que estava dormindo, de cuecas.”

Após o sucesso da iniciativa, Gordon escreve aos EUA. “Tenho o enorme prazer de dizer que a eliminação de Goulart representa uma grande vitória para o mundo livre”. Robert Bentley conta que participou, no gabinete vazio de Goulart, de reunião sobre a posse do novo regime em que estava o presidente do Supremo Tribunal Federal. Ao telefone para o embaixador, foi perguntado se a posse do novo regime tinha sido legal, e respondeu: “’Parece que foi legal, não sei dizer’. Acordei 12h depois e [os EUA] tinham reconhecido o governo.”

“Acho que há certas pessoas que precisam ser presas mesmo”, disse Lyndon Johnson


Filme estreia dia 29

Poucos dias após o golpe, em um interessante áudio, o presidente Johnson debate com o assessor de Segurança McGeorge Bundy o tom da mensagem para o novo presidente do Brasil.

- Há uma diferença entre Gordon, que quer ser muito caloroso, e nossa visão da Casa Branca, de que o sr. deveria ser um pouco cauteloso, porque estão prendendo um monte de gente.

- Eu acho que há certas pessoas que precisam ser presas mesmo. Não vou fazer nenhuma cruzada contra eles, mas eu não quero… Eu gostaria que tivessem colocado alguns na prisão alguns antes que Cuba fosse tomada – responde Johnson.

- Uma mensagem mais rotineira seria desejável neste momento.

- Eu seria um pouco caloroso – diz o presidente.

- É mesmo? Isso vai ser publicado.

- Eu sei, mas eu estou me lixando!, finaliza o presidente.

Juracy Magalhães: “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”

O filme avança, mostrando o Ato Institucional nº 1, que cassa os direitos políticos e mandatos de parlamentares e de militares. Um deputado chora sobre a mesa, na Câmara. E lembra, para ilustrar a proximidade do regime militar brasileiro com os EUA, a célebre frase que marcou o militar Juracy Magalhães, embaixador do Brasil em Washington: “O que é bom para os EUA é bom para o Brasil”.

Projeto familiar


Kennedy recebe o embaixador no Brasil, Gordon

O documentário é também um projeto familiar e uma homenagem do diretor, Camilo Tavares, ao pai, o jornalista e ativista político Flávio Tavares – um dos 15 presos trocados pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado no Rio em 1969.

Flávio aparece na famosa foto dos presos (abaixo) diante do avião que os levaria ao exílio, no México – onde o diretor nasceria, em 71 –, e em um flash rápido, em lista de “procurados”, com o nome de Flávio Aristides. É também Flávio Tavares quem faz as entrevistas, ficando frente a frente com ex-adversários, o diplomata Bentley e Jarbas Passarinho, ministro que assinou sua extradição. A mulher de Camilo, Karla Ladeia, é produtora-executiva.

Para o embaixador Elbrick, seu sequestro foi uma tentativa de “constranger os governos brasileiro e norte-americano”. Mas há outros momentos de constrangimento americano no filme. Após aparecer a foto de um homem pendurado em um pau-de-arara, Bentley é questionado sobre as violações a direitos humanos. “É difícil de justificar oficialmente. Mas lamento… lamento (ri), de qualquer maneira.” À época, entretanto, as mensagens internas do governo americano pregavam a discrição. “Embora não busquemos justificar atos extra-legais ou excessos do governo, concluí que nossa melhor decisão é nos aproximarmos ao máximo do silêncio de ouro”, recomenda Gordon.

O filme surpreende ainda com depoimentos inusitados e críticos de protagonistas do regime, como o general Newton Cruz, chefe do SNI. “Quando a Revolução nasceu era para fazer uma arrumação da casa. Ninguém passa 20 anjos para arrumar a casa!”

O filme conclui com uma frase ácida do coordenador do Arquivo de Segurança Nacional, o norte-americano Peter Kornbluh. “Tudo isso foi feito em nome da democracia, supostamente.”

Presos libertados pelo sequestro do embaixador Charles Elbrick, dos EUA.Fonte> Flávio Tavares, pai do diretor, é o primeiro à direita, agachado

Fonte: 
http://www.conversaafiada.com.br/



Banco do Brasil lança publicidade para e com casais gays


O Banco do Brasil escreveu a chamada para a peça publicitária: “Financiamento Imobiliário para pessoas do mesmo sexo: no Banco do Brasil você pode.”, e a seguir, a imagem de um casal homossexual, com a mensagem “Todo casal tem direito à casa própria”.


 
 Imagem da publicidade e slogan: “Financiamento Imobiliário para pessoas do mesmo sexo: no Banco do Brasil você pode.”
Nos últimos dias, a eleição do pastor homofóbico Marco Feliciano (PSC) à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) tem gerado inúmeros protestos da comunidade LGBT, dos movimentos sociais e da própria sociedade civil.

Indignação à parte, estes mesmos grupos que repudiam a posse de Feliciano, agora parabenizam a iniciativa do Banco do Brasil que, na última segunda-feira (11), veiculou, em sua rede social uma campanha publicitária explicitamente voltada para os casais homossexuais, defendendo a igualdade de direitos deles.


A campanha remete ao financiamento da casa própria, que no caso, o Banco concede a todos os casais, independente se são heterossexuais ou homossexuais. Se tratando de casais gays, o banco já concede o financiamento imobiliário desde agosto de 2010, contudo, é a primeira vez que a propaganda é veiculada.

No perfil oficial, o Banco escreveu a chamada para a peça publicitária: “Financiamento Imobiliário para pessoas do mesmo sexo: no Banco do Brasil você pode.”, e a seguir, a imagem de um casal homossexual, com a mensagem “Todo casal tem direito à casa própria”.

A iniciativa do Banco recebeu inúmeros elogios dos internautas. Muitos expressaram que, mais importante que o lucro financeiro do banco, é a inclusão social, e reconhecimento dos direitos igualitário, proporcionados com o gesto, como relata o gerente técnico Edson Pilatti, na página do Banco: “Uns podem dizer que o que vale para um Banco capitalista, mesmo que estatal – são operações de interesse comercial. 

No entanto, avançar no crédito para casa própria não é apenas uma operação para ganhar mais dinheiro. Mas a questão aqui é a legitimação do direito de financiamento para casais do mesmo sexo por um banco estatal. O estado buscando avançar nas suas práticas! Isso é muito positivo!”.

Outro comentário, feito pelo jovem Marcos Carvalho, dá um recado aos heterossexuais, que criticaram a campanha, porém desconhecem a realidade a qual os gays são submetidos dia a dia.

“É uma coisa tão pequenina, só um anúncio de banco que mostra duas pessoas de mesmo sexo. Heterossexuais, vocês têm noção do que isso significa para um homossexual que nunca se vê representado em lugar nenhum a não ser em chacotas televisivas? O que é só uma imagem banal, um casal, para muitos, para mim significa tanto que nem sei expressar.”, ponderou Carvalho.

Embora ainda haja muitas pessoas que criticam atitudes como essa, o Banco do Brasil recebeu inúmeros elogios, mensagens de “Parabéns, BB” e reconhecimento pela iniciativa.

“Iniciativas como essas que transformam a vida de pessoas para sempre, felicidade, carinho e compaixão todo ser humano merece ter seu lar. Parabéns, BB”, comentou o internauta Luiz Moreira. 

A UJS também aplaude a atitude do Banco do Brasil e se soma aos internautas, no coro de “Parabéns, BB”!

Fonte: Portal UJS via Vermelho

Redução da cesta básica precisa da consciência dos empresários


Este foi o tom dado pela presidenta Dilma Rousseff que chamou a atenção dos empresários que é preciso ter “consciência” da importância desta medida para que o preço destes itens sejam sentidos pelo consumidor final.


Perante a insensibilidade de donos de supermercados, empresários e produtores brasileiros com a desoneração dos produtos que compõem a cesta básica, a presidenta Dilma fez um apelo para que eles repassem a redução dos preços para a população.

As desonerações, que variam de 9,25% a 11,5%, foram anunciadas na última sexta-feira (8), durante pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

“O nosso país tem de ter uma relação de respeito entre o governo e a sociedade. O governo desonerou a cesta básica. O governo acha que é fundamental reduzir os tributos. Agora, precisamos que essa consciência seja também dos empresários, dos senhores donos dos supermercados, dos produtores, para que, de fato, a desoneração seja algo com que todo mundo ganhe”, apelou Dilma.

A presidenta informou que o governo tem feito reuniões para esclarecer aos empresários a redução dos tributos e o repasse da diminuição do custo ao consumidor. Segundo ela, não há ameaças da parte do governo.

“A relação do prende e arrebenta acabou. O governo não faz isso. O governo dialoga, o governo persuade. É uma questão que eu também acho que beneficia o empresário. Porque se ele tiver desoneração, vai ter mais renda”.

Embora alguns produtos ainda levem mais de uma semana para ter a redução repassada ao consumidor, Dilma disse que o reflexo da medida já começou e faz parte de “um processo de educação, de conscientização”.

“Mas os benefícios que virão para a vida das pessoas e para a nossa economia compensam o corte na arrecadação”, disse. A medida, segundo a presidenta, também terá impacto na redução de custos para produtores rurais e comerciantes, o que poderá beneficiar a expansão de pequenos negócios e ajudar a estimular a economia.

Tais medidas, analistas avaliam que terão grande impacto social, como a melhora no consumo, criando mais empregos e factualmente melhorará a vida do trabalhador e sua família. Uma medida tão importante que poderá afetar ainda na melhora na distribuição de renda do país, para a redução das desigualdades regionais e sociais e para o aumento do poder de compra do trabalhador.

Tipos de produtos

O governo também ampliou o número de itens que compões a cesta básica e a lista de produtos que terão impostos federais reduzidos a zero inclui: carnes (bovina, suína, aves e peixe), arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dentes. Parte desses produtos já estava isenta de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e agora serão liberados da alíquota de 9,35% do PIS/Cofins. 

Da redação Vermelho, Eliz Brandão - Com agências

sexta-feira, 15 de março de 2013

Arena Fonte Nova: da demolição à reconstrução

Vídeo realizado pela construtora Odebrecht resgata todo o processo de construção da Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).

Acompanhe desde a demolição à finalização das obras no estádio, que tem a inauguração marcada para a 7 de abril de 2013. Saiba mais sobre a preparação do Brasil para a Copa do Mundo da FIFA 2014 no Portal da Copa, site do governo federal brasileiro para o Mundial (http://www.copa2014.gov.br).

Veja o vídeo:


Fonte: Vermelho

Brasil amplia desenvolvimento humano e tem resultado histórico

Com um crescimento de 24% no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desde 1990, o Brasil está entre os 15 países que mais conseguiram reduzir o déficit no índice que mede o desenvolvimento humano de cada país. Os dados estão no relatório de Desenvolvimento Humano 2013, lançado nesta quinta (14) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e levam em conta dados do ano de 2012.

O Brasil manteve a mesma colocação em 2011, ficando em 85º lugar, entre os 187 países avaliados. A posição coloca o Brasil entre os países com desenvolvimento humano elevado, com IDH de 0,730. Noruega, Austrália e Estados Unidos são os primeiros colocados.

Na outra ponta aparecem, a República Democrática do Congo, destruída por conflitos internos, e o Níger, como os países com menor pontuação no IDH. O ranking avalia o desenvolvimento humano dos países em 3 dimensões: vida longa e saudável, acesso à educação e padrão decente de vida.

O relatório destaca a ascensão dos países do Sul, com destaque para Brasil, Chile, Índia e China. De acordo com o estudo, estes países estão “remodelando a dinâmica mundial no contexto amplo do desenvolvimento humano”.

“O relatório mostra que alguns países adotaram modelos de desenvolvimento com maior destaque para a participação do Estado e políticas de transferência de renda que tiveram um resultado histórico”, disse o representando do PNUD no Brasil, Jorge Chediek, que classificou o Brasil como um dos protagonistas dessa mudança.

Cálculo


O IDH é a referência mundial para avaliar o desenvolvimento humano a longo prazo. O índice é calculado a partir de três variáveis: vida longa e saudável (medida pelo indicador expectativa de vida), acesso ao conhecimento (medido pelos índices média de anos escolaridade em adultos e anos esperados de estudo) e e um padrão de vida decente (calculado a partir da renda nacional per capita).

Com esse valor, o Brasil está no grupo de "alto desenvolvimento humano", mas ainda fica atrás da média da América Latina: 0,741.

Comparações

Quando comparado a países dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil aparece com o segundo melhor desempenho do grupo, atrás apenas da Rússia. A média do Brics é de 0,655. A Índia apresenta o menor índice do grupo, 0,554, enquanto a Rússia tem 0,788.

Leia tambémAL tem o maior progresso mundial em desenvolvimento humano
Elogios 

Os avanços registrados pelo Brasil na área social levaram o Pnud a fazer uma série de elogios ao país, em especial às políticas de combate à fome e para a erradicação da miséria.

O representante residente do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, afirmou que o Brasil é mencionado várias vezes no relatório por ser "um dos novos atores globais". " [O Brasil] é reconhecido como um país que tem mudado o seu padrão histórico em pouco tempo", afirmou.

Entre os avanços, o documento referente ao Brasil destaca que, entre 1980 e 2012, a expectativa de vida ao nascer aumentou 11,3 anos (chegando a 73,8 anos) e a média de anos na escola aumentou em 4,6 anos (alcançando 14,2 anos).

Outro ponto ressaltado foi a rapidez com que país reduziu a miséria. "A primeira das Metas de Desenvolvimento do Milênio, de reduzir pela metade a proporção de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 (R$ 2,50) por dia em relação a 1990, realizou-se três anos antes da data prevista. Isto se deve principalmente ao sucesso de alguns países mais populosos para erradicar a extrema pobreza: Brasil, China e Índia têm tudo para reduzir drasticamente a proporção de sua população que é de baixa renda. No Brasil, caiu de 17,2% da população em 1990 para 6,1% em 2009", diz o texto.

Crescer e distribuir renda
O relatório ainda faz uma análise do desenvolvimento mundial associado à redução da miséria, citando mais uma vez o caso brasileiro. "O crescimento tem sido frequentemente muito mais eficaz na redução da pobreza em países com baixa desigualdade de renda do que em países com alta desigualdade. O crescimento é também menos eficaz na redução da pobreza quando a distribuição de renda piora ao longo mais tempo. As exceções parecem ser a China e o Brasil. No início de 2000, o Brasil utilizou políticas voltadas para a redução da pobreza. Apesar da alta desigualdade na distribuição de renda, o país se tornou mais igualitário ao longo deste período."

O relatório ainda cita melhorias na educação brasileira. Segundo o Pnud, a transformação começou com a "equalização de financiamento entre regiões, Estados e municípios", com a criação, em 1996, do Fundo Nacional de Desenvolvimento para o Ensino Fundamental, quando passou a ser estipulado um gasto mínimo nacional por aluno no ensino fundamental. "Isso aumentou os recursos para alunos do ensino primário no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. (...) Como resultado desse investimento, as notas de matemática dos brasileiros no Programa de Avaliação Internacional de Estudantes subiu 52 pontos entre 2000 e 2009, o terceiro maior salto da história."

O Brasil também se tornou referência regional em tecnologia agrícola. O país concentra 41% das despesas com pesquisa agrícola na América Latina – segundo dados de 2006 –, o que tem feito crescer quase quatro vezes a eficiência agrícola por trabalhador.

O relatório vê também uma "ascensão do Sul", com desenvolvimento humano mais rápido de países em crescimento, como Brasil, Índia, África do Sul e China.

Fonte: Agência Brasil e Uol Internacional via Vermelho

Karl Marx, 130 anos; “Trabalhar para o mundo!”

Em 14 de março, lembramos a passagem de 130 anos em que Karl Marx deixou de pensar. Marx, nascido em 1818, em Trier, na Alemanha, viveu apenas 65 anos que, para a sua época, entretanto, significava uma longa existência, vivida em sua maior parte em exílio na Inglaterra – após uma série de expulsões e deportações impostas pelos governos reacionários de vários países, além de ter enfrentado uma série de problemas de sobrevivência material e doenças crônicas.
Por Pedro Oliveira*, para o Vermelho


Paul Lafargue, genro de Marx, em suas recordações e memórias, escreveu que para o autor de O Capital a ciência não poderia ser um prazer egoísta: “os que têm a fortuna de se consagrar às atividades científicas devem – em primeiro lugar – colocar seus conhecimentos a serviço da humanidade”. “Trabalhar para o mundo” foi uma de suas expressões favoritas, lembrou Lafargue.

Marx como jornalista

Sua atividade como cientista talvez tenha sido ajudada pela militância como jornalista. O jornalismo -- na vida de Marx -- sempre o acompanhou. Por ocasião da morte de Marx, seu amigo e coautor em várias obras clássicas do marxismo, Friedrich Engels, pronunciou um breve discurso no dia do funeral no Cemitério de Highgate, um bairro da periferia de Londres, no qual recuperou esta trajetória como jornalista: “Seu trabalho no jornal ainda na Alemanha, Rheinische Zeitung (1842), depois em Paris na revista Vorwarts (1844), e em seguida no Deutsche Zeitung Brusseler (1847), na Neue Rheinische Zeitung (1848-1849), no diário norte-americano New York Tribune (1852-1861), e, além disso, numa série de panfletos militantes, o trabalho em organizações, em Paris, Bruxelas e Londres, e, finalmente, coroando tudo, na formação da Associação Internacional dos Trabalhadores – esta foi realmente uma conquista da qual seu fundador poderia muito bem ter ficado orgulhoso mesmo se ele não tivesse feito mais nada. E, por isso, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas e republicanos, o deportaram de seus territórios”.

O período mais longo de trabalho como jornalista, no entanto, foi exatamente no New York Tribune, por quase 10 anos. Foi em 1848 – quando Marx e Engels haviam escrito O Manifesto do Partido Comunista – que um dos editores do Tribune chamado Charles A. Dana visitou a cidade de Colônia, na Alemanha. Ele havia sido enviado pela matriz do jornal em Nova York para realizar um périplo pela Europa por oito meses com o objetivo de acompanhar os processos revolucionários em curso no velho continente naquele ano. Foi, então, que Dana encontrou um poeta radical – Ferdinad Freiligrath – que por sua vez o introduziu a Karl Marx, que já se tornara um conhecido propagandista do socialismo europeu. Marx deve ter deixado uma viva impressão no editor norte-americano. Três anos após este encontro, Dana escreveu um convite para que ele se tornasse uma espécie de correspondente do jornal na Europa.

O jornal havia sido fundado em 1841 com uma plataforma editorial progressista e avançada. No início da década de cinquenta do Século 19 ostentava uma das maiores tiragens diárias de jornal do mundo inteiro, com uma média de 200 mil leitores. Um escritor da época classificara a publicação como “anti-escravidão, anti-guerra, anti-rum (a bebida), anti-fumo, anti-sedução, anti-bordéis e anti-casas-de-jogo”. De fato, este esforço de reportagem – para utilizar uma linguagem típica das redações de jornal – realizado por Marx o engajou no dia-a-dia dos acontecimentos internacionais, testando suas teorias contra a realidade e o obrigando a escrever com clareza para um público diversificado e vasto. Ele escreveu copiosamente sobre as relações da Inglaterra com a China, sobre a Guerra do Ópio, sobre a guerra, a revolução e a contrarrevolução na Europa, sobre a política e a sociedade britânicas, sobre economia, finanças e questões trabalhistas, sobre as condições de trabalho dos operários, sobre o imperialismo inglês na Ásia, especialmente na Índia, sobre a Guerra Civil nos Estados Unidos e sobre a saga do presidente Lincoln contra a escravidão, entre outros temas relevantes.

Marx como revolucionário

Naquele mesmo discurso por ocasião da morte de Marx, Engels relatava que seu amigo havia descoberto a lei especial do movimento que rege o modo atual de produção capitalista e da sociedade burguesa que este modo de produção criou. “A descoberta da mais-valia de repente jogou luz sobre o problema, na tentativa de resolver o que todas as investigações anteriores, de ambos os economistas burgueses e críticos socialistas, tinham tateado no escuro”. E concluiu: ele “era antes de tudo um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida foi contribuir, de uma forma ou de outra, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais que a tinham trazido à existência; contribuir para a libertação do proletariado moderno, o primeiro a se tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. Lutar era seu elemento. E ele lutou com uma paixão, uma tenacidade e um sucesso como poucos poderiam rivalizar.

Aprendemos com o estudo da obra fundante do método do materialismo histórico e dialético, a perspectiva revolucionária do proletariado como sujeito histórico e as teorias do valor-trabalho desenvolvidas por Marx – entre outras questões da atual crise do capitalismo e das experiências de luta pelo socialismo no mundo. A leitura direta destas obras é insubstituível¹.

Os problemas que Marx enfrentou eram problemas de seu tempo presente e, para entendê-los, foi preciso estudar a realidade que se colocava concretamente e tudo o que a precedera. Lênin, o líder da grande Revolução Russa de 1917, ao discursar diante do 3º Congresso da Juventude Comunista da Rússia, em 2 de outubro de 1920, disse referindo-se a Marx: “Se vocês se colocarem a pergunta sobre por que a doutrina de Marx conseguiu se apoderar de milhões, ou dezenas de milhões de corações da classe mais revolucionária, receberiam uma só resposta: isso ocorreu porque Marx se baseou em fundamentos sólidos do pensamento humano acumulado na era do capitalismo; porque, havendo estudado as leis do desenvolvimento social, Karl Marx compreendeu a inevitabilidade do desenvolvimento do capitalismo, que conduz ao comunismo, e, sobretudo, o demonstrou com base no estudo o mais exato possível, o mais detalhado e profundo da própria sociedade capitalista, através da completa assimilação do que havia sido desenvolvido pela ciência de sua época. Tudo o quanto havia sido criado pela sociedade humana foi submetido por Marx à prova da crítica, sem que um só aspecto tenha escapado à sua atenção²”.

Novamente Engels, em seu prólogo à obra de Marx O 18 Brumário de Luís Bonaparte, diz que Marx havia descrito com tal maestria o curso da história na França, em sua conecção interna com as jornadas de fevereiro de 1848, que de forma tão brilhante descobriu em O Milagre, de 2 de dezembro (o dia em que se deu o golpe de Estado de Bonaparte, em 1851), o resultado necessário desta conexão, e “todas as novas revelações acontecidas naquela época não fizeram mais do que confirmar o quanto foram acertadas as reflexões de Marx sobre o curso daqueles acontecimentos históricos”. Essa capacidade de apreensão tão exata da realidade histórica viva – escreveu Engels – “em uma clarividente penetração sobre a essência dos acontecimentos no momento mesmo em que se desenrolavam, é algo sem precedentes”.

Marx morre em 1883 e os jornais ingleses só registram o fato três dias depois, a partir de um despacho enviado de Paris que dizia: “Morre em Londres um revolucionário alemão, Karl Marx”.


* Pedro Oliveira é jornalista e membro da Assessoria da Presidência do PCdoB e integrante Comissão Nacional de Controle do Comitê Central
Notas

1) A Ideologia Alemã (1845), escrito por Marx e Engels; o Manifesto do Partido Comunista (1948), escrito em conjunto também pelos dois teóricos proletários; os livros escritos por Marx: A Questão Judaica (1843); Teses sobre Feuerbach (1845); Miséria da Filosofia (1845); Notas Sobre James Mill (1844); Manuscritos Econômico-Filosóficos(1844); O 18 Brumário de Napoleão Bonaparte(1852); Teorias Sobre a Mais-Valia (3 volumes de 1862); Salário, Preço e Lucro (1865); O Capital(Volume I, de 1867); A Guerra Civil em França(1871); Crítica ao Programa de Gotha(1875); Notas sobre Wagner (1883); E os livros publicados a partir dos manuscritos deixados por Marx editados por Friedrich Engels: O Capital (volume 2, 1885); O Capital (volume 3, 1894).
2) Obras Completas de Lênin tomo XXX, (pág. 406)

Marx morreu há 130 anos, viva Marx!

Há 130 anos, no dia 14 de março, morria em Londres Karl Marx. Foi uma grande perda para os trabalhadores de todo o mundo. Durante a cerimônia fúnebre de Karl Marx, seu amigo e camarada de toda a vida, Friedrich Engels, assinalou que o grande filósofo e dirigente político do proletariado mundial "morreu honrado, amado, pranteado por milhões de militantes revolucionários desde as minas da Sibéria passando por toda a Europa e América até a Califórnia".

Por José Reinaldo Carvalho, editor do
Vermelho


Na despedida ao amigo e camarada, Engels vaticinou: "Seu nome sobreviverá pelos séculos e sua obra também".

O jovem Karl Marx.

Marx foi o fundador do socialismo científico e do materialismo dialético e histórico, mestre e dirigente do proletariado mundial. Viveu 65 anos incompletos, mas viveu plena e intensamente. Dedicou sua vida a uma causa profundamente humanista. "Nada do que é humano me é estranho", era a sua máxima.

Ainda jovem, mergulhou no estudo das humanidades - filosofia, direito, história, economia. Publicista de raro talento aos 24 anos, quando trabalhou na Gazeta Renana, um jornal democrata-radical de Colônia, Alemanha, expôs pela primeira vez a ideia da liquidação, pela via revolucionária, da propriedade capitalista.

Mais de um século depois, os comunistas de todo o mundo rendem justa homenagem a este que foi um gigante do pensamento revolucionário, o fundador de uma ciência e uma doutrina que deu ao proletariado uma arma gnosiológica capacitando-o a transformar o mundo. Ao fundar o socialismo científico, Marx promoveu a mais radical viragem na concepção da história, desvendou o papel histórico do proletariado, demonstrou cientificamente que o capitalismo é um sistema condenado ao desaparecimento e descortinou um novo caminho para o futuro da humanidade - a construção de uma sociedade nova, a sociedade socialista.

O programa concreto do PCdoB, os caminhos práticos que percorremos na luta pela emancipação nacional e social não seriam possíveis não fossem as referências metodológicas e teóricas de Marx e nossa definição como partido marxista e leninista. Por isso, homenagear Karl Marx na passagem do aniversário do seu desaparecimento, além de ser um justo tributo que a geração atual dos comunistas paga a um dos maiores vultos da história da humanidade, é também um momento propício para reafirmar nosso caráter de classe e nossa índole revolucionária e internacionalista.

A atual geração de lutadores pelo socialismo enfrenta tempos difíceis. A cortina cinzenta da reação muitas vezes impede-nos de mirar à janela, vislumbrar o horizonte, ter uma ampla perspectiva de visão. Depois da queda de grande parte das experiências de construção do socialismo no final do século passado, com os escombros do muro de Berlim ruíram também muitas convicções.

Fac-Símile da pirmeira edição do Manifesto Comunista.

O nosso Partido, com uma trajetória de mais de nove décadas, profundamente enraizado no solo nacional, cônscio das suas elevadas responsabilidades políticas perante o povo e o país, não perde de vista - e nisto está um traço distintivo fundamental de sua identidade - que sua existência está ligada ao nome e à obra de Karl Marx.
Com a dissolução das conquistas políticas, econômicas, sociais e culturais alcançadas pelo proletariado à custa de ingentes sacrifícios, dissiparam-se também compromissos com a causa revolucionária e o projeto de emancipação dos trabalhadores e todos os oprimidos. Criou-se um ambiente de desorientação, apostasia, perda de referências e derrotismo no qual se tenta cobrir com o pó do esquecimento o marxismo, tido como doutrina superada e inútil.

Mas os comunistas nos recusamos a participar do coro e ousamos dizer: a doutrina de Marx é jovem e imortal. Longe de a descartarem, as tempestades que se abateram sobre o mundo ao longo de todo o século 20 e neste início do século 2, apontam para a confirmação dos seus postulados fundamentais. Profundamente crítica e anti-dogmática por ser científica, a doutrina de Marx se desenvolve e enriquece a partir da experiência histórica. A validade e a vigência do marxismo, desenvolvido e enriquecido, primeiramente por Engels e Lênin, depois por outros importantes dirigentes intelectuais e práticos do movimento operário, se revelaram através da vivência do movimento operário e comunista da segunda metade do século 19 e ao longo de todo o século 20.

Ainda hoje, quando a noite dos tempos se prolonga aumentando as angústias da humanidade, se o proletariado revolucionário e seu partido de vanguarda quiserem superar revolucionariamente o capitalismo para viver a aurora de um mundo de liberdade, abundância, progresso e justiça social, será no pensamento de Marx que encontrarão o guia para a ação. As condições históricas
em que Marx viveu, lutou e elaborou sua teoria são inteiramente distintas das atuais e em todos os seus aspectos irrepetíveis. Mas o domínio da essência científica e revolucionária do marxismo e seu ulterior desenvolvimento em interação com as novas condições históricas são indispensáveis à ação de um partido e um movimento com caráter de classe, identidade comunista e o objetivo estratégico de conquistar o socialismo.

Muito mais do que na época em que viveu, mais ainda do que no período glorioso da Revolução soviética ou na época de ouro da construção do socialismo numa vasta área geográfica do planeta, é justo dizer, por paradoxal que pareça, que nos tempos atuais o mundo se move no sentido apontado por Marx. O sistema capitalista se debate em crises terríveis e caminha para a decomposição. A realidade atual desse sistema , com suas crises contínuas, com o estancamento e a queda da produção e da demanda, com o desemprego crônico e em massa, com as
crises financeiras e cambiais, os déficits nas balanças comerciais e de pagamentos, com as dívidas internas e externas aumentando em flecha, com as crises energética e ambiental, mostra que as chagas do capitalismo são incuráveis, que só podem desaparecer com o próprio desaparecimento do capitalismo. A bárbara exploração dos trabalhadores e a ameaça constante de guerras criaram uma situação intolerável para os povos.


Nunca a polarização social foi tão acentuada, nunca as condições de vida das massas trabalhadoras tão indignas. Numa situação como esta, os comunistas temos na obra genial de Marx um manancial de ideias capaz de infundir nos povos, nos homens e mulheres progressistas clareza de visão, compreensão dos problemas, otimismo e confiança. Tal como no século 19, no limiar do século 20 e em todo o seu transcurso, seu pensamento inspirou as grandes revoluções e forneceu
instrumental teórico e metodológico para a segura interpretação dos acontecimentos, também agora, esta geração de revolucionários terá no marxismo, enriquecido pelo crivo da experiência histórica, uma fonte ainda mais abundante de ensinamentos e inspiração.

Ao homenagear esta figura ímpar do pensamento progressista, é imperioso refletir sobre o porquê de sua obra ter alcançado tanta magnitude e permanência.

O nome de Marx entrou e ficará na história devido a três grandes descobertas que, consideradas em seu conjunto, constituem uma verdadeira revolução no pensamento social.

Marx assimilou de maneira crítica a herança filosófica do passado e criou uma nova filosofia, o materialismo dialético. Tudo o que é racional, humano, moderno e criador foi assimilado criticamente por seu pensamento agudo, o que serviu de base para a formação de um corpo integral e científico de ideias. Sua concepção materialista da história proporcionou ao proletariado e ao partido comunista um poderoso instrumento para o conhecimento e a transformação da sociedade. Suas descobertas no domínio filosófico proporcionaram à ciência a teoria e o método para o apropriado estudo, interpretação e transformação do mundo. Contando com a colaboração de Engels, escreveu obras fundamentais em que expôs com clareza essa inovadora concepção de mundo, entre as quais destacamos "A Sagrada Família", "A Ideologia Alemã", " Miséria da Filosofia" e "Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã".

A segunda descoberta foi a economia política, na qual também assimilou as aquisições da economia política clássica. Produziu a mais monumental obra que jamais o gênio humano fez nesse domínio - "O Capital" - na qual toma conteúdo e forma a economia política científica com sua pedra angular - a teoria da mais-valia. Com isto, Marx descobriu o "segredo" da exploração capitalista e destrinchou o mecanismo interno do funcionamento da sociedade capitalista.

A terceira descoberta foi o socialismo científico, que também incorporou as anteriores doutrinas socialistas, o socialismo utópico, e ao mesmo tempo rompeu com elas criticamente. Deve-se a Marx a transformação do socialismo de utopia em ciência. Foi o que abriu novas perspectivas à luta pela emancipação do proletariado - a conquista do socialismo e da sociedade sem classes, o
comunismo. Momento alto do labor teórico de Marx, também em parceria com Engels, foi o "Manifesto do Partido Comunista", que veio a exercer influência decisiva no movimento operário e comunista embrionário de meados do século 19, marcou época e atravessou os tempos. Aqui toma forma o socialismo científico, com teses como a de que a luta de classes é o motor da história, sobre a missão histórica do proletariado de derrocar o capitalismo, construir o socialismo, libertar-se a si mesmo e, assim fazendo, emancipar o conjunto da humanidade. É ainda no Manifesto que encontraremos as primeiras indicações acerca da necessidade de o proletariado se erigir em classe dominante através de uma organização estatal e sobre o papel de vanguarda do partido comunista.

A história conhece Marx não só como pensador, mas também como revolucionário, como alguém que combateu durante toda a sua vida em favor do movimento operário, como conselheiro e dirigente. Jamais foi um diletante ou pensador de gabinete, mas se entregou de corpo e alma à materialização de suas ideias. Engels, que o conhecia melhor do que qualquer outro disse a esse respeito: "A luta era a paixão de Marx. E lutava com tanto ardor, com tanta perseverança, com tanto
êxito, que são poucos  os que lutaram como ele". Era precisamente da luta dos trabalhadores que Marx extraía suas conclusões teóricas. Foi um analista agudo dos grandes acontecimentos de seu tempo, a partir de cujas observações e interpretações produziu obras-primas como "As lutas de Classe na França" e "A Guerra Civil na França." Ele próprio disse que cada passo adiante no movimento operário real é mais importante do que dezenas de programas.

O marxismo trouxe novos elementos às ciências sociais para compreender o processo histórico mundial. A interpretação materialista da vida social, a explicação da anatomia da economia capitalista e das contradições insanáveis desse sistema levaram Marx à conclusão no século 19, quando a burguesia acabava de chegar ao poder e as bases do sistema capitalista pareciam inamovíveis, de que a humanidade estava no limiar de uma nova época - a época das revoluções
dirigidas pela classe operária. Desde então, de maneira sinuosa, ziguezagueante, intermitente, mas historicamente progressiva, o movimento por mudanças revolucionárias deu o tom a um inteiro período histórico desde a insurreição parisiense de junho de 1848 e a Comuna de Paris, em 1871, até as grandes revoluções do século 20, dentre as quais a mais destacada pelo sentido histórico
universal foi a Revolução Socialista de Outubro de 1917 na antiga Rússia.

A lógica férrea do pensamento de Marx descobriu e demonstrou, não como fatalismo, mas como lei objetiva tendencial, que o desenvolvimento da sociedade capitalista leva à sua substituição pelo socialismo, embora isso não vá ocorrer espontaneamente. A inexorabilidade dessa lei objetiva depende da entrada em ação do fator subjetivo - a atividade transformadora e revolucionária das massas trabalhadoras e de um partido comunista suficientemente ligado a elas, capacitado política e teoricamente a jogar um papel à altura de tamanho desafio histórico.

Túmulo de Karl Marx, cemitério de Highgate, Londres, Inglaterra.

A revolução e a própria construção do socialismo - isto a história o demonstrou sobejamente, inclusive com as derrotas que o socialismo sofreu no final do século passado - não constituem um ato único. Trata-se de um processo mundial para o qual convergem grandes correntes objetivas - a luta da classe operária por direitos sociais e políticos, as lutas dos povos oprimidos pela sua
soberania econômica e política, contra o imperialismo, os movimentos políticos, sociais e culturais por democracia, direitos humanos, igualdade de gênero e raça, em defesa do meio-ambiente, os movimentos pela paz etc. Quanto ao socialismo, Marx não tinha elementos para prefigurar como seria a sociedade do futuro. Mas deixou indicações de que a luta pela nova sociedade seria
relativamente longa e comportaria etapas de transição.

Marx foi um internacionalista, concebia a força dos trabalhadores na sua solidariedade internacional de classe. Por isso, juntamente com seu amigo Engels, fundou a Associação Internacional dos Trabalhadores, que depois passou à história como Primeira Internacional. Podemos mesmo afirmar que Marx foi, além de seu participante ativo, um inspirador e dirigente, como o foi também dos
primeiros partidos revolucionários que tornaram suas as ideias do socialismo científico. Desde que constou do programa fundador do socialismo científico há mais de um século e meio, a palavra de ordem - "Proletários de todos os países, uni-vos"! - mantém toda a atualidade.

Marx foi um homem de princípios e submeteu à crítica demolidora as velhas correntes do socialismo pequeno-burguês. Sabia que para forjar um partido à altura de uma missão histórica tão elevada quanto era conduzir a luta do proletariado pelo socialismo, a clareza e a firmeza quanto aos princípios era fundamental. Por isso, no famoso texto "Crítica ao Programa de Gotha", aconselhou os social-democratas alemães - que eram os revolucionários de sua época - a não transigir com os princípios - diante da imperiosa necessidade de concertar alianças para fazer avançar o movimento concreto. "Fazei acordos para atingir os objetivos práticos do movimento, mas não vos permitais o tráfico com os princípios", aconselhava Marx aos dirigentes do partido social-democrata alemão, o primeiro partido operário de massas na já longa história do movimento operário mundial, num momento em que aquele se preparava para dar um salto qualitativo no desempenho de suas tarefas.

Como publicista e jornalista militante, Marx foi o cérebro e a alma da Nova Gazeta Renana, jornal revolucionário que usou como tribuna para a difusão das ideias transformadoras. Quando as circunstâncias obrigaram o jornal a silenciar suas máquinas e deixar de circular - "Fomos obrigados a entregar a fortaleza", dissera Engels -, Marx pediu ao poeta Ferdinand Freiligreight, seu amigo e
colaborador do jornal, que eternizasse em versos a determinação de voltar e continuar a luta. Nesta quadra histórica, em que muitas fortalezas caíram, seja esta homenagem a Karl Marx, a nossa determinação de continuar a luta, fazendo nosso o brado do poeta alemão:
"Adeus, adeus, mundo combatente!
Adeus, exército pelejante,
Adeus, campo sujo de pólvora
Adeus, pois, gládios e lanças"

"Adeus, mas não para sempre!
Porque não matarão o espírito, ó meus irmãos!
Em breve me levantarei nas alturas,
Em breve regressarei"

"Pela palavra, pelo gládio, no Danúbio, no Reno,
Por toda parte serei a companheira fiel
Do povo que esmaga o trono,
Serei a proscrita, a rebelde".

Viva Marx!


Fonte: Vermelho

quinta-feira, 14 de março de 2013

Alice Portugal quer discutir "prova de virgindade" no concurso da Policia Civil da Bahia

Foto/Divulgação
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) quer se reunir com o secretário estadual da Administração, Manoel Vitório, para falar do item "abusivo e constrangedor" do concurso público da Polícia Civil que determina às candidatas que se declararem virgens a comprovação da condição através de atestado médico. Única mulher da bancada baiana na Câmara Federal, a deputada manifestou na tribuna da Casa, nesta quinta-feira (14), indignação quanto ao trecho do edital. 

“No momento em que a presidente Dilma lança o programa ‘Mulher - Viver Sem Violência’, retorno para Salvador para pedir explicações ao secretário da Administração da Bahia sobre o edital do concurso da Polícia Civil que exige atestado de virgindade em troca da dispensa da avaliação ginecológica detalhada”, discursou Alice. Ao lembrar que exames pré-admissionais são comuns em todos os processos seletivos, a parlamentar considerou a exigência um excesso. 

"É um detalhe constrangedor que invade a dignidade da pessoa humana, a dignidade das mulheres”, afirmou. A deputada defendeu ainda a retirada imediata do item e convocou o pronunciamento da Bancada Feminina e a intervenção da Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados sobre o assunto.

Fonte: Bahia Notícias - http://www.bahianoticias.com.br

Manifestação contra cobrança de pedágios na BR 101 em Itabuna



O Movimento Contra a Privatização e Cobrança de Pedágios na BR 101 realizou ontem, 13 de março, na praça Adami, a primeira manifestação de rua e contou com apoio de entidades sindicais, lideranças comunitárias e políticas. Com discursos, entrega de panfletos e adesivos, o ato alertou a população sobre o projeto de privatização pretendido pelo governo federal.
Houve distribuição de panfletos aos motoristas e transeuntes durante a manifestação
Durante o mês de março, abril e maio serão realizadas outros protestos em alguns trechos da rodovia com distribuição de adesivos e panfletos para os condutores de veículos.
Lideranças sindicais ligadas à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/Regional Sul da Bahia) participaram do protesto
As praças de pedágio serão instaladas em São Gonçalo dos Campos (R$ 3,80), em Conceição do Almeida (R$ 6,40), em Wenceslau Guimarães (R$ 6,80), em Ubaitaba (R$ 6,70), em Buerarema (R$ 7,20), em Mascote (R$ 7,50), em Itabela (R$ 6,20), em Itamaraju (R$ 5,90), e em Caravelas (R$ 7,10).
Sindicalistas colaram adesivo da campanha contra os pedágios nos carros.
O trecho baiano da BR 101 que terá leilão previsto para maio deste ano, onde será definida a empresa que vai gerir a rodovia, fica entre Feira de Santana e Mucuri. Serão nove praças de cobrança de pedágios ao longo de seus 772.3 km, uma a cada oitenta e cinco quilômetros. O custo estimado de ponta a ponta é de R$ 57,50 (cinquenta e sete reais e cinquenta centavos) a preço de hoje.
Segundo Jorge Barbosa, presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Regiãoe coordenador do Movimento Contra a Privatização da BR 101, o projeto do governo é ambicioso e tenciona a implantação dos pedágios em todas as rodovias brasileiras onde seja rentável a cobrança. Além disso, as vias urbanas também serão privatizadas como já acontece em São Paulo e em breve chegará a Salvador.
Coordenador do Movimento Contra a Privatização da BR 101, Jorge Barbosa, conversa com motoristas sobre o assunto durante manifestação
Ainda segundo Jorge, o governo ganha com o leilão da concessão, se abstém dos investimentos para recuperação e manutenção das rodovias e o cidadão paga a conta do pedágio, do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), da CIDE (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico), do aumento dos fretes e das passagens de ônibus, além ter seu direito de ir e vir cerceado.

Fonte: Lingua de Fogo

Movimento Contra a Privatização e Cobrança de Pedágios na BR 101



Manifestação na Praça Adami – O Movimento Contra a Privatização e Cobrança de Pedágios na BR 101 realizado ontem na praça Adami, teve o apoio de entidades sindicais, lideranças comunitárias e políticas. Com discursos, entrega de panfletos e adesivos, o ato alertou a população sobre o projeto de privatização pretendido pelo governo federal.
Durante o mês de março, abril e maio serão realizadas outros protestos em alguns trechos da rodovia com distribuição de adesivos e panfletos para os condutores de veículos.
As praças de pedágio serão instaladas em São Gonçalo dos Campos (R$ 3,80), em Conceição do Almeida (R$ 6,40), em Wenceslau Guimarães (R$ 6,80), em Ubaitaba (R$ 6,70), em Buerarema (R$ 7,20), em Mascote (R$ 7,50), em Itabela (R$ 6,20), em Itamaraju (R$ 5,90), e em Caravelas (R$ 7,10).

Segundo Jorge Barbosa, presidente do Sindicato dos Bancários, com a privatização, para visitar o município de Caravelas saindo de Feira de Santana, o cidadão contribuinte é obrigado a reembolsar R$ 57, 60 para chegar lá e a mesma quantia para retornar a Feira. “Um absurdo. Isso sem falar que com a cobrança dos pedágios,os fretes aumentarão e consequentemente as mercadorias e produtos terão seus preços majorados. Tudo isso por causa da cobrança dos pedágios nas rodovias. A população não tem escolha: ou luta agora ou paga para sempre”, sentenciou Jorge.