sexta-feira, 26 de julho de 2013

Mais Médicos tem 18.450 inscritos; cerca de 10% são estrangeiros

O Programa Mais Médicos registrou 18.450 profissionais inscritos. Do total, 1.920 se declararam estrangeiros ou têm registro profissional de outros países, totalizando 61 nações. Esse número representa cerca de 10% dos inscritos. 


Os registros profissionais estrangeiros são principalmente da Espanha, Argentina e de Portugal. Os municípios que aderiram ao programa somam 3.511. Juntas, essas cidades apresentam demanda por 15.460 médicos para trabalhar na atenção básica.

Dos inscritos, 3.123 médicos entregaram os documentos necessários. Os 15.327 restantes ainda estão com pendências na inscrição. Os médicos brasileiros tem até a meia-noite de domingo (28) para finalizar o cadastro, corrigir inconsistências e concluir a entrega dos documentos. Os estrangeiros terão até 8 de agosto para entregar os documentos.

Dos inscritos, há 1.270 que são médicos residentes que terão de formalizar o desligamento de programas de especialização para homologar a participação no Mais Médicos.

No dia 1° de agosto, será divulgada a relação de médicos com registro válido no Brasil e a indicação do município designado para cada profissional. Eles terão que homologar a participação e assinar um termo de compromisso até 3 de agosto.

Todos os profissionais serão avaliados e supervisionados por universidades federais. Na primeira etapa, 41 instituições, de todas as regiões do país, se inscreveram no programa.

O ministro informou que o segundo mês de adesão ao Mais Médicos terá início no dia 15 de agosto. As inscrições para médicos serão contínuas, ao contrário das inscrições para os municípios, que terminam no próximo mês. Lançado em julho, por medida provisória, o Programa Mais Médicos tem como meta levar profissionais para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, como na periferia das grandes cidades e em municípios do interior. Para isso, o Ministério da Saúde pagará bolsa de R$ 10 mil.

O programa também prevê a possibilidade de contratar profissionais estrangeiros para trabalhar nesses locais, caso as vagas não sejam totalmente preenchidas por brasileiros. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo, pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos de outros países.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Portal Vermelho saúda Cuba pelo 60º aniversário do 26 de Julho

"Para os povos latino-americanos e de todo mundo, a revolução cubana foi um sinal de que vale a pena lutar e uma lição de que por maiores que sejam as adversidades, quando uma vanguarda revolucionária defende ideias nobres e uma causa justa, a vitória é possível", externou José Reinaldo Carvalho, editor do Portal Vermelho, ao remeter felicitações pelo 60º aniversário do 26 de Julho, data que dá início às lutas pela Revolução Cubana.


Ele lembrou que, nesta quinta-feira (26), Cuba comemora uma das mais importantes datas da sua história, os primeiros passos para a revolução que mudaria Cuba. Nesta data, o jovem Fidel Castro, seu irmão Raul Castro e outros revolucionários, realizaram uma audaciosa ação: o assalto aos quartéis Moncada, em Santiago de cuba, e Calos Manuel de céspedes, em Bayamo.

De acordo com o dirigente, "a Revolução cubana é um dos mais importantes acontecimentos da história dos povos e nações da América Latina e Caribe. Ela resultou na instauração e construção do socialismo, que trouxe independência naconal, emancipação social, bem-estar e progresso para o povo cubano".

Reinaldo, que também é secretário Nacional de Comunicação do PCdoB, destacou  ainda que "além de inspiradora, a Revolução Cubana esteve impregnada de internacionalismo e solidariedade,por isso é admirada e apoiada pelos povos de todo o mundo".

Ouça a íntegra da homenagem na Rádio Vermelho:


Programa Ponto de Vista

População é excluída do setor bancário

Mesmo depois da inclusão social promovida no Brasil, do crescimento da economia, e da inserção das classes C e D no mercado de consumo, 47% dos brasileiros não têm conta corrente ou poupança em banco. A maioria por não ter condições financeiras para isso.
 
O design gráfico Daniel Santana é um bom exemplo. Apesar de ter renda mensal fixa, sempre protelou abrir conta em qualquer organização financeira. “Nunca quis fazer isso. Prefiro guardar o dinheiro em casa”. As altas taxas de juros e as tarifas bancárias são alguns dos fatores responsáveis pelo afastamento dos consumidores. Para se ter ideia, os juros para pessoa física estão em 89,04% ao ano.
 
Os índices exorbitantes dificultam, principalmente, o acesso de pessoas de baixa renda aos serviços bancários. Apenas 30% dos consumidores da classe DE têm conta corrente ou poupança, enquanto que das classes AB e C o percentual chega a 76% e 52%, respectivamente.
 
O levantamento da Fecomércio, em parceria com a Ipsos, aponta ainda que o acesso ao crédito melhorou. Com isso, a proporção de brasileiros com algum financiamento passou de 32%, em 2008, para 43%, neste ano. Outro dado animador é que a inadimplência continua em queda. Em 2008, pelo menos 24% dos consumidores tinham alguma conta em atraso. Neste ano, a proporção caiu para 19%.

Fonte: O Bancário 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Servidores de Mascote denunciam pouco caso do prefeito

A cidade de Mascote completou no último dia 19 de julho 51 anos de emancipação política. Infelizmente a sociedade mascotense, em especial os servidores municipais, não tiveram nenhum motivo para comemorar. A cidade convive com problemas graves de infraestrutura e falta de saneamento, mas ao invés de apresentar um projeto estruturante que beneficie o conjunto da cidade, o prefeito Washington Santana preferiu “presentear” a comunidade com a reinauguração da sede administrativa da prefeitura.
Aproveitando o “clima”, o Sindicato dos Servidores Municipais de Mascote, com colaboração de dirigentes da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e do Sindserv/Itabuna, realizaram uma manifestação em frente à prefeitura exigindo mais respeito para os trabalhadores, além de reivindicar a implantação do Plano de Cargos e Carreira da categoria. Vale destacar que os servidores não recebem reajuste há sete anos. Até hoje a prefeitura não pagou os salários de dezembro/2012 (parcelado em oito vezes) e o 13º salário de parte dos trabalhadores. Diversos ofícios foram enviados ao executivo municipal na tentativa de retomar as negociações, mas desde março o prefeito se recusa a receber o sindicato.
O prefeito Washington Santana vem fazendo pouco caso da situação dos trabalhadores. Durante a manifestação, o gestor apareceu na janela do seu gabinete soltando beijos e abanando a gola da camisa, num numa demonstração de zombaria e chacota. Para enfatizar o deboche, enviou doces e salgados para os manifestantes.
Apesar de provocados pelo filho do prefeito e de seus apaziguados, os dirigentes da CTB e dos sindicatos não aceitaram as provocações e fizeram uma manifestação pacífica e ordeira.
“A intenção do prefeito é muita clara: ele quer desmoralizar o Sindserv de Mascote para que os servidores se desfiliem do sindicato, pois enfraquecendo a representação sindical fica mais fácil para subtrair direitos dos trabalhadores”, denunciou Dalvelice Nascimento, presidente do Sindserv. Segundo a sindicalista, outras manifestações serão realizadas. “Voltaremos às ruas até que a administração municipal de Mascote trate os servidores com o respeito que a categoria merece”, concluiu.

Fonte: Lingua de Fogo

Nota de Falecimento




Foi com imenso pesar que o movimento sindical de Itabuna tomou conhecimento do falecimento do sindicalista Dilmo do Nascimento Luiz, vítima de atropelamento na tarde de ontem, quarta-feira (24). Dilmo era presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo e dirigente da Força Sindical. 

Recentemente Dilmo participou, juntamente com a CTB, CUT e Força Sindical da organização do Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilizações. Neste momento de dor, o movimento sindical de Itabuna se solidariza com a família e entes queridos.

Terceirização: Um desrespeito aos direitos dos trabalhadores

"O Projeto de Lei 4.330/04 é uma fraude contra os trabalhadores Brasil. A terceirização apenas aumenta a rotatividade e precariza as relações e condições de trabalho", declarou Cesar Sanson, professor de sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), durante entrevista a Radioagência NP, ao refletir sobre a proposta de lei do deputado Sandro Mabel (PMDB/GO).

Da Rádio Vermelho,  Em São Paulo



Segundo o pesquisador, "a terceirização serve de mecanismo de desrespeito aos direitos dos trabalhadores. Todos sabem que as empresas que contratam trabalho terceirizado fogem do ônus da responsabilização pelos trabalhadores quando a empresa a que estão subordinados deixa de cumprir os direitos trabalhistas".

As centrais sindicais já se pronunciaram sobre a questão e se posicionaram contra o PL 4.330/04. Em entrevista ao Portal Vermelho, o secretário de Política Sindical e Relações Institucionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Joílson Cardoso, diz que uma proposta mais avançada a respeito da regulamentação da terceirização. 

PCdoB é contra a terceirização

O deputado Assis Melo (PCdoB-RS) destaca que a terceirização existe há muito tempo, mas sua utilização maciça pelas empresas brasileiras e seus efeitos danosos às relações de trabalho no país fizeram-se sentir, principalmente, a partir da década de 1990 com a onda neoliberal. "Desde então, temos visto que, em muitos casos, as empresas recorrem à terceirização não apenas em busca do aumento da produtividade. Lamentavelmente, essa forma de administração é utilizada frequentemente como uma poderosa ferramenta de redução de custos e de acumulação indiscriminada de lucros", externou o parlamentar comunista.

Ouça mais na Rádio Vermelho:


Programas Ideias e Debates

Cresce consciência do povo em especial dos jovens, diz Tokarski

André Tokarski / Imagem: Arquivo Pessoal

Em entrevista à Revista Princípios, o presidente nacional da União da Juventude Socialista (UJS) avalia o protagonismo dos jovens militantes na jornada de manifestações e diz que o “movimento social precisa estar aberto a se atualizar e se renovar para ter a capacidade de organizar essas milhares de pessoas que saíram às ruas e querem lutar por um Brasil melhor”.


Princípios: Como a União da Juventude Socialista está se posicionando diante desta jornada de manifestações?
André Tokarski: A militância da UJS é parte das centenas de milhares de jovens manifestantes que tomaram as ruas do país no mês de junho. As manifestações deixam claro que o Brasil possui uma energia democrática viva e forte, e essa energia se expressa na força que a juventude demonstra ao tomar as ruas e lutar por nossos direitos.

Diferente da Europa, em crise, onde os jovens hoje lutam para não perder direitos já conquistados, a nossa luta no Brasil é para conquistar mais direitos. A UJS enxerga nesse momento de intensa participação política, em especial da juventude, uma grande oportunidade para realizarmos as reformas democráticas que ofereçam igualdade de oportunidades e justiça social a todo o povo e à juventude, com educação, saúde, trabalho decente, segurança e transporte público de qualidade. Já conquistamos muito nos dez anos de governo Lula/Dilma. Acabamos de aprovar no Congresso Nacional o Estatuto da Juventude. É uma conquista histórica, mas à medida que se consolidam conquistas, queremos avançar mais.
No meio da profusão de pautas que apareceram nas ruas, uma coisa é certa: a juventude quer ser ouvida e quer participar do processo de decisão das principais pautas do país. Isso deve se traduzir na necessidade de realizar uma reforma política democrática, onde a juventude tenha mais espaço para participar de instâncias de decisão, como os poderes Legislativo e Executivo.

O MPL (Movimento Passe Livre) acabou sendo o grande protagonista de toda esta onda de manifestações. A UJS participa deste movimento? E como vocês avaliam esta postura do MPL de organizar as mobilizações de forma "horizontal"?

O MPL foi, sem dúvida, o principal articulador e protagonista da luta pela redução da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo, mas essa luta ultrapassou tanto as fronteiras da cidade, ganhando as ruas de todo o país, quanto também não se limitou à pauta do valor da passagem. A pauta do transporte foi o catalisador que desencadeou essa onda de protestos mas, como todos vimos, bandeiras como a defesa da educação e saúde de qualidade, o combate à corrupção e a reforma política também foram pautas dos protestos e, nesses casos, já sem a participação ou protagonismo do MPL. A UJS não participa do Movimento Passe Livre, mas nos somamos aos companheiros do MPL nas ruas há bastante tempo, nas lutas contra os preços abusivos do transporte coletivo e na defesa do passe livre estudantil, bandeira que defendemos há bastante tempo.

Por que as entidades estudantis não conseguiram tomar a frente das manifestações pautar suas reivindicações?As entidades estudantis participaram ativamente das mobilizações. Muitas das pautas defendidas nas ruas são defendidas também pelas entidades estudantis. As manifestações não foram de ninguém e de todos ao mesmo tempo. A UNE realizou há pouco mais de um mês (de 29/5 a 02/6) o seu Congresso Nacional. Mais de dois milhões de estudantes votaram no processo eleitoral da UNE, sendo que esse processo foi precedido de intenso debate em torno das bandeiras e propostas que a UNE deve defender no próximo período. O Congresso, que aconteceu em Goiânia, reuniu cerca de dez mil estudantes de todos os estados brasileiros e sem dúvida foi um importante espaço de articulação das lutas que estão em curso no país.

O senador Lindbergh Farias disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que a UNE “perdeu o bonde da história e não tem mais protagonismo. Como você avalia esta declaração dele?Acho uma declaração infeliz, mas não surpreende que tenha vindo do senador Lindbergh. Talvez ele não queira que surja uma nova liderança de massas pela UNE e que faça sombra ao que ele já foi um dia, quando liderou o Fora Collor presidindo esta mesma UNE. Respeito Lindbergh, mas quando olhamos para a sua trajetória fica a impressão que ele assume determinadas posições por conveniência e não por convicção. A grande imprensa circulou a versão de que UNE e UBES, por exemplo, esta vam fora das passeatas. É uma grande entira. A própria presidenta da UNE, Vic Barros, participou das primeiras manifestações em São Paulo contra o aumento da passagem quando o movimento não tinha ganhado toda essa dimensão. Além disso, a UNE é uma organização perene. Tem 76 anos de história, nasceu durante a ditadura do Estado Novo, jogou papel fundamental nos anos 1950 e 1960, foi duramente perseguida durante a ditadura militar, sobreviveu e renasceu mais forte.

Nos últimos dez anos, a UNE viveu um período de intensas conquistas para os estudantes e toda juventude brasileira. Foi fruto da atuação das entidades estudantis que conquistamos mais de um milhão de estudantes Prounistas, mais de 240 Institutos Federais de ensino superior e tecnológico. A reserva de vagas em universidades federais para negros e estudantes de escolas públicas virou realidade. Nesse mesmo período foram criadas dezenas de universidades federais, fruto dessa luta, mais que dobrou-se o número de vagas nas universidades federais brasileiras. Recentemente o Ministro da Educação, Aluisio Mercadante, anuncio um programa de bolsa permanência de cerca de R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês para todo estudante de universidade federal de baixa renda, e no anúncio do programa fez uma homenagem à UNE por ter sido a principal defensora dessa proposta. O Congresso Nacional está próximo de aprovar a destinação dos recursos do petróleo e do fundo social do pré-sal para a educação, bandeira esta que foi apresentada à presidenta Dilma e aos parlamentares pela União Nacional dos Estudantes. Na realidade, talvez estejamos vivendo o período mais vitorioso da UNE nas pautas educacionais, o que mostra quão descabida foi a declaração do Senador.

Entre tantas divergências nas análises sobre as manifestações, há pelo menos um consenso: o reconhecimento de que as redes sociais foram o principal instrumento de mobilização. Como a UJS e as entidades clássicas do movimento estudantil estão se preparando para serem ouvidas e terem protagonismo nestes espaços das redes?É evidente o papel das redes sociais na convocação dos atos, na articulação de pautas e na conexão de pessoas nos quatro cantos do país e, claro, ao redor do mundo. É uma nova geração que sabe usar as ferramentas que as novas tecnologias propiciam para se comunicar, mas também para fazer política.

A UJS já participa dos movimentos nas redes sociais. No ano passado realizamos o nosso 16º Congresso Nacional que teve como chamada: ”Nas redes e nas ruas, lutando pelo Brasil os nossos sonhos”. A UJS está atenta e aberta à participação da juventude pelas redes. Essa é uma realidade e com a ampliação do acesso à internet em nosso país tende a ter papel cada vez mais importante nas lutas da juventude.

A UJS foi pras ruas com suas bandeiras? Houve hostilidade contra os militantes da juventude socialista como houve contra os militantes partidários que portavam bandeiras?Em todas as passeatas participamos levando as nossas bandeiras e as nossas propostas. A UJS não foi hostilizada em nenhuma manifestação, mas sem dúvida houve uma reação agressiva e antidemocrática a pessoas que portavam bandeiras de partidos em algumas manifestações.

Como você avalia esta hostilidade de uma boa parte dos manifestantes aos partidos e entidades dos movimentos sociais?Há tempos a grande imprensa vem associando a atividade política unicamente a coisas ruins, para algumas pessoas já virou quase sinônimo “política” e “corrupção”. Por outro lado, a sociedade já não se vê mais representada pelas instâncias de poder no país. Há uma grave distorção na representação política e em especial no nosso parlamento. O Brasil ainda vive uma espécie de onda jovem . Somos 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos e quando olhamos para o Congresso Nacional reconhecemos poucos representantes que se identificam de fato com as ideias e demandas da juventude. Isso gera uma descrença com as instituições tradicionais da política. Nesse sentido, o debate sobre a reforma política ganha muita relevância. A juventude quer ser ouvida e quer participar do processo de decisão das principais pautas do país. Considero que a hostilidade por parte de alguns manifestantes aos partidos em determinadas manifestações foi uma atitude isolada, minoritária, mas ainda assim preocupante.

É preciso ver até onde vão os movimentos que não possuem coordenação ou instâncias organizadas de diálogo e decisão. Já assistimos alguns exemplos na história recente de grandes mobilizações de massa que tomaram as ruas de forma descoordenada e não conquistaram seus objetivos.

A presidenta Dilma Rousseff apresentou uma plataforma de cinco temas para responder aos anseios dos manifestantes. Como vocês avaliam as pautas apresentadas pelo governo?Acredito que a presidenta apresenta uma agenda positiva e progressista para país. A destinação dos royalties do petróleo e de 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação é uma bandeira que a UNE e a UBES apresentaram à presidenta e que ela incorporou às propostas do governo. Esse é o melhor caminho para atingirmos em alguns anos o patamar de investimento de 10% do PIB para a educação. Mais uma vez fica provado que é só com o povo na rua que conquistamos mudanças. Precisamos aproveitar a força das mobilizações de rua para finalmente realizar as reformas democráticas que o Brasil precisa para atingir um novo patamar de desenvolvimento e democracia. A democratização dos meios de comunicação ficou fora das pautas propostas pela presidenta, mas está entre as nossas prioridades. A UJS vai reforçar a coleta de assinaturas do Projeto de Lei de iniciativa popular que propõe democratizar o sistema de radiodifusão no país. A meta é colher 1,5 milhão de assinaturas.

A mídia tentou a todo custo dar uma direção conservadora para as manifestações, mas também foi hostilizada. Como você avalia o papel da mídia neste momento histórico do país?Ficou claro mais uma vez que o principal partido de oposição ao governo Dilma é a imprensa golpista. PSDB, DEM e PPS se calaram de forma vergonhosa frente aos protestos, exatamente porque não têm projeto nem proposta para o país. A grande imprensa, que num primeiro momento tentou criminalizar as manifestações e chegou até mesmo a pedir explicitamente, através de editoriais, uma ação mais violenta da policia na repressão das manifestações, mudou a lógica da cobertura e passou a apoiar e a incentivar as manifestações na tentativa de fazer com que estas pudessem se virar contra o governo Dilma. Entretanto, essa mesma imprensa foi desmascarada e desmoralizada pelos manifestantes, nas ruas e nas redes sociais. Repórteres da Rede Globo que cobriam as manifestações tiveram que tirar sua identificação para não ser hostilizados nas passeatas.

É interessante notar que os institutos de pesquisa avaliaram a opinião da sociedade sobre diversos temas durantes as passeatas: desempenho de governos, intenção de voto para a eleição presidencial, credibilidade das instituições políticas, entretanto nenhuma pergunta foi feita sobre a avaliação da sociedade sobre essa situação de monopólio midiático. Já está claro que o povo não tolera mais essa verdadeira ditadura midiática.

O que este movimento deixa de lição para a UJS e o conjunto dos movimentos sociais?As manifestações de junho deixam lições importantes para toda a sociedade, não só para os movimentos sociais. Revelam que aumentou a consciência e o grau de exigência do povo, em especial da juventude. Reafirma mais uma vez que o povo na rua é o principal combustível das transformações e que o movimento social precisa estar aberto a se atualizar e se renovar para ter a capacidade de organizar essas milhares de pessoas que saíram às ruas e querem lutar por um Brasil melhor.

Fonte: Revista Princípios via Vermelho

Breno Altman: Papa Francisco é a contrarrevolução moderna

Papa Francisco desfila pela cidade paulista de Aparecida.
 Visita do pontífice monopolizou cobertura de
 tvs locais e internacionais (Foto: Efe)
A visita do chefe máximo da Igreja Católica ao Brasil virou um daqueles consensos aos quais se referia o escritor Nelson Rodrigues. “A unanimidade é burra”, pontificava o reacionário e fanático torcedor do Fluminense. Praticamente todos os setores da sociedade, afinal, estão batendo palmas para o sumo pontífice.
 

Por Breno Altman*


Até mesmo representantes ilustres da antiga teologia da libertação juntam-se ao coro dos embevecidos. O centro nervoso do culto ao papa argentino está em seus modos simples e nos discursos voltados à pobreza. Depois da égide de uma nobreza eclesiástica ancorada na guerra fria contra o socialismo, eis que o Vaticano passa ao comando de um cardeal paisano e latino-americano.

Cada gesto seu é saudado como se uma grande modificação estivesse em curso. A cobertura de emissoras tão díspares como a Globo e a venezuelana Telesur parece decidida pelo mesmo editor. As loas ao líder dos católicos eventualmente obedecem a pontos de vista opostos, mas buscam anular qualquer atividade ou pensamento críticos.

Os meios de comunicação brasileiros se calam sobre a biografia de Jorge Mario Bergoglio, quase sempre abdicando de qualquer apuração ou comentário acerca de seu papel durante a ditadura militar argentina. Sequer entre os veículos progressistas há real interesse de colocar luz sobre o tema, apesar de a Jornada Mundial da Juventude ser momento propício para discutir credenciais em direitos humanos.

Ressurgido como Francisco e elevado ao trono de Pedro, o religioso portenho reanima a mais importante instituição mundial do conservadorismo. Despida de ritos aristocráticos e confrontando a antiga cúria corrupta, a Igreja Católica apresenta-se com uma face nova, capaz de cativar o mundo para as mesmas ideias de sempre.

A imagem midiática do papa tem se sobressaído tanto que poucos se dão ao trabalho de informar e analisar a doutrina que vertebra seu mandato. Mas uma boa leitura da primeira encíclica que publicou, além de um quase desconhecido manual de bioética que está no prelo, pode revelar que tudo segue como dantes no quartel de Abrantes.

Não há qualquer diferença de abordagem, nestes textos, daquela pregada por João Paulo II e Bento XVI. Continuam de pé os mesmo dogmas: a centralidade da fé religiosa sobre os problemas políticos e sociais, , o combate irascível do direito das mulheres à interrupção da gravidez e a afirmação da heterossexualidade como única relação erótico-afetiva possível.

O estilo de Francisco, claro, é muito diferente. Traz jovialidade, simpatia e humildade à linguagem carcomida de seus antecessores. Apesar de refutar qualquer alteração ao conjunto de decisões que tiraram correntes católicas do apoio às batalhas populares, sua oratória a favor dos pobres rejuvenesce o Vaticano.
Estratégia

A direita encontra, nesta renovação, bom motivo para entusiasmo. Um papa fortalecido e celebrado é instrumento notável para qualquer estratégia de redução da influência de esquerda nas camadas de menor renda, especialmente na América Latina. Além de criar obstáculos para a expansão de pentecostais e outros grupos religiosos, em países nos quais a maioria da elite se vincula à tradição católica.

Não é à toa que o jornalista Elio Gaspari, em artigo recente e afobado, vaticinou que a visita de Francisco ao Brasil poderia ter significado semelhante aquela de Karol Wojtyla a Polônia, em 1979, deflagrando o cerco político que levaria à queda dos regimes socialistas no leste europeu.

Tamanha euforia também levou conservadores a redobrar esforços pelo veto presidencial ao PL 03/103, que regulamenta procedimentos médicos no Sistema Único de Saúde para casos de violência sexual, incluindo a profilaxia da gravidez. O papa irá embora apenas três dias antes do prazo final para a sanção da lei, que passará a vigorar em 1º de agosto.

O curioso é ver forças de esquerda, em plena continuidade da contrarrevolução iniciada nos anos 80, também exaltarem a Francisco. Atiram-se às migalhas oferecidas pela retórica da pobreza como se fosse, depois de décadas ao relento, a própria redenção do catolicismo progressista.

Ainda que de ilusão também se viva, há um preço por abrir mão da crítica, a única vacina possível contra valores reacionários que se camuflam de modernos. Fragiliza a batalha por corações e mentes. Torna mais vulnerável o caráter laico do Estado.

A presidente Dilma, a bem da verdade, com um discurso secular na chegada do ilustre visitante, foi a voz pública que sutilmente dissentiu do pacto de adulação. Sobre ela, porém, caíram representantes do obscurantismo e o silêncio amolecido de quem deveria estar com os olhos bem abertos diante da escalada papista.

* Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel -  via Vermelho

CTB fortalece unidade sindical durante 7º Congresso da Força

Evento, que acontece nos
dias 24, 25 e 26 de julho,
ocorre na Praia Grande (SP).

Começou ontem, quarta-feira (24) o 7º Congresso Nacional da Força Sindical no município de Praia Grande, no litoral sul de São Paulo. A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), juntamente com outras centrais sindicais, participa do encontro para fortalecer a unidade sindical e a defesa das reivindicações para a classe trabalhadora.


Esta é uma semana decisiva para os dirigentes, que aguardam retorno do governo com relação à pauta unificada das centrais entregue à presidenta Dilma Rousseff, que participou da primeira rodada de negociação. Até agora, ocorreram três reuniões e outras três rodadas ainda estão previstas.

“Viemos aqui [em Praia Grande], com outras centrais sindicais, para poder colocarmos nosso ponto de vista sobre a situação vivida em nosso país atualmente e reforçar a unidade das centrais na defesa da pauta unificada em defesa dos trabalhadores”, declarou Wagner Gomes, presidente da CTB, aoVermelho.

Durante o ato de abertura do encontro, o dirigente da CTB participou da mesa e fez uma saudação, em nome da CTB, aos sindicalistas presentes. 

Já com relação à negociação com o governo, Wagner Gomes enfatizou que há um consenso entre os dirigentes das centrais de que, caso não haja avanço, os trabalhadores concretizarão a greve geral já anunciada.

“Nossa preocupação é fortalecer a unidade e irmos dessa forma para a mesa de negociação. A mobilização prevista para o dia 30 de agosto está mantida, caso não haja atendimento efetivo dos pontos reivindicados. Teremos ainda mais três rodadas de negociação nesses próximos dias e esperamos algo positivo”, contou o presidente cetebista.

Os pontos unificados pelas centrais, apresentados à presidenta Dilma, no dia 26 de junho, são: fim do fator previdenciário; 10% do PIB para a Saúde; 10% do PIB para a Educação; redução da Jornada de Trabalho para 40h semanais, sem redução de salários; valorização das Aposentadorias; transporte público e de qualidade; reforma agrária; mudanças nos Leilões de Petróleo e rechaço ao PL 4330, sobre terceirização.

As reuniões estão ocorrendo em Brasília entre os dirigentes sindicais e ministro de estado como da Casa Civil, Gilberto carvalho, e do Trabalho, Manoel Dias, que também participou da abertura do congresso da Força Sindical.

Até sexta (26), quando termina o encontro, cerca de 4 mil dirigentes sindicais de todo o país discutirão ações, posicionamentos, estratégias no movimento sindical. Os temas centrais dos debates serão a garantia e ampliar de direitos, geração de empregos e promoção da cidadania.

Ao final, o Congresso também elegerá a nova diretoria da central para os próximos quatro anos.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, ressalta a importância do Congresso para a troca de informações, a aprovação das resoluções e para o fortalecimento da Central. “As resoluções, que deverão ser aprovadas, irão nortear nossa luta nos próximos anos. Somos uma Central de luta, que aponta caminhos para o desenvolvimento e não se nega a negociar, como ocorre nas grandes democracias”, afirma.

Deborah Moreira - redação do Vermelho

População de Itabuna terá atendimento odontológico gratuito

A organização não-governamental Voluntários do Sertão vai prestar atendimento odontológico à população de amanhã, 25, até domingo, Dia da Cidade, das 8 às 17 horas, na Praça Rio Cachoeira. Dez profissionais de odontologia estarão promovendo a prevenção e a promoção da saúde bucal com serviços que incluem educação para higiene bucal, restauração e extração em um evento patrocinado pela Secretaria da Saúde de Itabuna.
Já os servidores municipais continuam tendo atendimento odontológico gratuito de profissionais da Odonto System até a sexta-feira, das 8h30min às 14 horas, em uma ambulância equipada e estacionada no pátio do Centro Administrativo Firmino Alves, na Avenida Princesa Isabel. Os funcionários estão sendo beneficiados com a limpeza, aplicação de flúor e orientação à saúde bucal.
            A secretária da Administração, Mariana Alcântara, explica que essa é mais uma forma de valorização dos servidores que ao longo dos anos vêm contribuindo para o desenvolvimento de Itabuna. A secretária afirma que o atendimento na unidade móvel é rápido e sem a necessidade de filas
            No sábado, 27, véspera dos 103 anos de emancipação política e administrativa do Município, os mesmos serviços serão oferecidos em um mutirão da Secretaria da Saúde, na Praça Rio Cachoeira, das 8 às 13 horas. Os mesmos serviços serão ofertados também para as crianças na Praça Rio Cachoeira, das 17 às 19, no domingo. “O município está levando atendimento de qualidade para as crianças, principalmente, as mais carentes do nosso município”, diz Mariana. Nesse mesmo local serão ofertados diversos serviços na área de saúde através do projeto Itabuna Cidadã.
Fonte: ASCOM/Prefeitura

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Venezuela comemora 230 anos do nascimento de Simón Bolívar


AVN
Cadetes participam de ato em homenagem ao Libertador Simón Bolívar 

O povo venezuelano comemora nesta quarta-feira (26), os 230 anos do natalício do Libertador Simón Bolívar com diversas atividades organizadas pelo governo bolivariano, entre elas destaca um espetáculo que permitirá rememorar a Batalha Naval do Lago de Maracaibo, ação que reafirmou definitivamente a independência venezuelana.


As atividades começaram com a içada da bandeira nacional no Panteón Nacional que teve a presença dos ministros e outras autoridades da país, a cerimônia foi celebrada pelo ministro da Justiça e Paz, Rodríguez Torres e acompanhada por cadetes da Academia Militar Bolivariana da Venezuela. 


Estão programadas atividades como uma sessão solene na casa onde Bolívar nasceu, entre outras, para celebrar a data. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lembrou na véspera, durante o encerramento da reunião ministerial da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac), que foi o legado do Libertador que tornou possível a integração na América Latina, um dos grandes sonhos de Bolívar. 

“A hora dos projetos gloriosos do nosso Libertador, Simón Bolívar, chegou”, manifestou o chefe de Estado, para seguidamente pedir aplauso pelos 230 anos do nascimento do Libertador “o aniversário maior, a quem devemos os ideais da Pátria grande, unida e soberana”. 

Libertador 

No dia 24 de julio de 1783, em Caracas, nasce Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios, filho de Juan Vicente Bolívar e María Concepción Palacios. Bolívar foi a maior figura da independência americana do império espanhol. Libertou a Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, fundou a Bolívia. Em 1813 lhe foi conferido o título político de Libertador. 

Com informações da TeleSUR e AVN via Vermelho

'Mais Médicos' tem 1.874 cidades inscritas; 139 são de São Paulo

Em todo o País o programa registrou 1.874 municípios inscritos até o momento. As inscrições seguem abertas até 25 de julho, ao meio dia. Até o final da tarde de segunda-feira (22), 139 municípios paulistas já estavam inscritos no programa Mais Médicos - que tem como objetivo atrair profissionais para atuar no interior e em regiões distantes do País. 


Para incentivar a adesão ao Mais Médicos, nesta semana representantes do governo federal estão fazendo uma maratona de visitas a todas as regiões do País. Nesta terça, houve um encontro com prefeitos na cidade de São Paulo, com a presença de um secretário do Ministério da Saúde.

O número representa 21% do total de 645 municípios do Estado. Segundo o Ministério da Saúde, dos 47 municípios paulistas prioritários, 15 já aderiram ao programa.

“O Mais Médicos vai ajudar a fortalecer a atenção básica, que é capaz de resolver 80% dos problemas de saúde sem a necessidade de recorrer a um hospital. E o que faz diferença no atendimento à população é o médico presente na unidade básica de saúde perto de casa. Não se faz saúde sem bons profissionais”, diz o ministro Alexandre Padilha.

Mais vagas
O programa Mais Médicos prevê ainda a criação de 11,5 mil novas vagas de Medicina e 12 mil de residência em todo o país, além do aprimoramento da formação médica no Brasil com a inclusão de um ciclo de dois anos extras na graduação em que os estudantes terão de atuar no Sistema Único de Saúde (SUS).

As inscrições no Mais Médicos podem ser feitas pelo site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br) até quinta-feira (26). No cadastro, os prefeitos e secretários de saúde devem indicar as unidades básicas de saúde de suas regiões em que há falta de médicos. No dia 26, será publicado o total de vagas existentes em cada cidade inscrita. E, até dia 28, os médicos brasileiros inscritos no programa poderão escolher o município onde querem atuar.

Em 1º de agosto será divulgada a relação de profissionais com registro profissional no Brasil que terão de homologar a participação e assinar um termo de compromisso até 3 de agosto. As vagas remanescentes serão divulgadas em 6 de agosto. O processo de escolha nesta segunda etapa vai até 8 do mesmo mês e os resultados serão publicados em 13 de agosto.Os profissionais que atuarão no programa receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde.

Fonte: O Estado de S. Paulo via Vermelho

terça-feira, 23 de julho de 2013

Morre Dominguinhos, o "rei da sanfona"

Foto: divulgação

Durante carreira de mais de cinco décadas, cantor e compositor gravou sucessos como "De Volta pro Aconchego" e "Eu Só Quero um Xodó"

O cantor e compositor pernambucano Dominguinhos, conhecido como "rei da sanfona", morreu às 18h desta terça-feira, aos 72 anos, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Considerado um dos principais nomes do forró, o músico gravou sucessos como "De Volta pro Aconchego" e "Eu Só Quero um Xodó" durante uma carreira de mais de cinco décadas.
Dominguinhos foi internado em 17 de dezembro , no Hospital Santa Joana, no Recife, com quadro de infecção respiratória e arritmia cardíaca. Em 13 de janeiro, foi transferido para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde o tratamento passou a ser liderado pelo oncologista que o acompanhava havia seis anos, desde que recebeu o diagnóstico de tumor pulmonar.
Nascido em Garanhuns no dia 12 de fevereiro de 1941, José Domingos de Moraes começou a carreira ainda na infância, tocando sanfona de oito baixos no grupo Os Três Pinguins, que formou com dois irmãos.
Na adolescência, mudou para o Rio de Janeiro e procurou Luiz Gonzaga, o rei do baião, que lhe dera seu endereço anos antes. Dominguinhos, na época apelidado de Neném do Acordeon, tornou-se herdeiro musical de Gonzaga, morto em 1989.
Fonte: IG

Em Salvador, manifestantes trocam nome de monumento e homenageiam Marighella

Integrantes do Movimento Passe Livre Salvador (MPLS) fazem nesta terça-feira (23) protesto na Avenida Paralela, na altura do Monumento deputado Luís Eduardo Magalhães. Antes de sair em caminhada para o Centro Administrativo da Bahia (CAB), o grupo colocou um cartaz em cima da placa com o nome do espaço, "trocando" para monumento Carlos Marighella, em homenagem ao militante comunista baiano que lutou contra o regime militar.


A passeata para o CAB estava prevista para começar às 8 horas, mas atrasou e o grupo discute as ações durante a caminhada antes de sair da Paralela. De acordo com o estudante de direito, Felipe Alves, membro do MPLS, os manifestantes vão seguir pela Avenida 4 do CAB até a Governadoria.



"A gente pretende transportar para o governo os pontos da pauta de reivindicação que já foram entregues à prefeitura e que não caibam ao município, e sim, ao Estado", explica o estudante.

O grupo reivindica sete itens prioritários: redução imediata da passagem de ônibus para R$ 2,50, ampliação do projeto "Domingo é Meia" para usuários do Salvador Card, fim da revalidação do Smart Card, bilhete único com duração de 4 horas, ônibus 24 horas nas principais vias, abertura das planilhas do Sindicato dos Empresários de Transportes Coletivos de Salvador (Setps) e instalação e realização do conselho e conferência municipal.

Fonte: Portal ATarde via Vermelho

Tecnologias reduzem oferta de trabalho nos bancos

Ao falar sobre atuação de bancários no sistema financeiro é impossível não tocar no ponto da precarização do trabalho. A 15ª Conferência Nacional dos Bancários, que aconteceu no último fim de semana, em São Paulo, traçou um perfil do processo de terceirização latente nos bancos. Novas tecnologias, bancos postais e correspondentes bancários são os principais vilões. 
 
Para atrair correntistas são feitos “grandes investimentos em softwares de cruzamento de dados (big datas), para fazer o cliente acreditar que obtém atendimento personalizado”, afirma o professor e coordenador do Centro de Pesquisa 28 de Agosto, Moisés Marques. Simultaneamente, “a ideia dos bancos é potencializar a tendência a deixar o cliente longe da agência, com correspondentes bancários e serviços online”, complementa. 
 
Segundo exposição da subseção Dieese, Vívian Rodrigues, a justificativa do Banco Central para o crescimento das transações online é a diminuição em cerca de 50% no custo das transações em papel. Como consequência, crescem as unidades de bancos postais e correspondentes, e a contratação de bancários é reduzida por conta das plataformas virtuais, que geram mais dados para aquisição de clientes. 
 
Outro grava problema é que as empresas privadas já praticam amplamente a terceirização. No entanto, “todo o embate está colocado para alterar a base jurídica que temos, uma vez que já terceirizam, mas não obtém respaldos legais para aplicar a prática em atividades-fim”, declara o secretário de organização da Contraf, Miguel Pereira.
 
Por isso, o empresariado brasileiro pressiona e faz lobby para a aprovação do substitutivo, de autoria do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), ao PL 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que permite a terceirização em atividades-fim. No entanto, a classe trabalhadora precisa ir para as ruas e pressionar a Câmara a não aprovar o PL. 

Fonte: O Bancário

Conferência Naciona dos Bancários repudia a terceirização

Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da
Bahia e Sergipe fala na Conferência. Foto: Ricardo Carvalho
A 15ª Conferência Nacional dos Bancários teve início nesta sexta-feira (19/07) com debates relacionados à saúde e condições de trabalho e remuneração e emprego. Um dos principais temas em pauta é o PL 4330, do deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), que permite a ampliação da terceirização para atividades-fim. 
 
De acordo com o texto, além das atividades-meio, como serviços de limpeza, vigilância e call center, comuns no ambiente bancário, os bancos serão possibilitados de contratarem terceirizados, ou seja, que não possuem os mesmos direitos estabelecidos em CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), para funções estritamente de bancários.
 
O repúdio da categoria é válido e números comprovam a queda significativa dos trabalhadores bancários desde 1980 por causa da terceirização. Segundo dados, a redução da categoria atingiu metade dos um milhão de trabalhadores da época. 
 
Apesar do decréscimo, o setor financeiro só engordou neste período, com o volume de contas correntes crescendo 136% nos últimos 10 anos e a relação crédito/PIB passando de 25% para 54%. Registros contraditórios que merecem ser discutidos pelos trabalhadores.

Conferência
Ao longo desta sexta-feira, a terceirização e a reestruturação produtiva no sistema financeiro nacional e reforma política ainda serão assuntos aprofundados pelos mais de 800 trabalhadores presentes em São Paulo para definição das reivindicações a ser entregue à Fenaban (Federação Nacional dos Bancários). A Conferência termina no domingo (21/07), com a assinatura da minuta que será entregue à federação. 

Fonte: O Bancário

Rotatividade reduz salário do bancário

A remuneração média dos bancários hoje é menor do que no ano 2000. Mesmo com os lucros cada vez maiores dos bancos, os trabalhadores são preteridos. O economista e coordenador de educação sindical e diretor da Escola de Ciências do Trabalho do Dieese, Nelson Karam, esteve presente nesta sexta-feira (19/07), primeiro dia da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, e expôs dados sobre salário e emprego.
 
Segundo o economista, a política de demissões e a alta da rotatividade nos bancos privados têm achatado o salário médio. Apesar do reajuste salarial de 85,3% desde 2004, com taxa de 16,2% acima da inflação e valorização do piso de 116,2% (35,6% mais do que a inflação), a remuneração média dos trabalhadores em 2011 teve queda de R$ 218,18 em relação a 2000. 
 
Para valorizar os trabalhadores, Nelson Karam defende a inclusão dos ganhos de produtividade como questão de debate para campanha salarial 2013. Segundo o diretor, a produtividade deve ser acompanhada de valorização salarial, mesmo com a presença de mais de 332 mil trabalhadores terceirizados, número 9,2 vezes maior do que o registrado em 2003. 
 
Para o economista, as condições dos ganhos dos trabalhadores podem piorar ainda mais com a aprovação do PL 4330, que regulamenta a terceirização. É preciso lutar contra o projeto de lei e a favor da valorização do trabalhador. 
 
Lucro dividido entre executivos
Sobre os lucros das organizações financeiras, o coordenador de educação sindical e diretor da Escola de Ciências do Trabalho do Dieese, Nelson Karam, apontou para um aumento de 128% desde 2002. E é claro, o índice não foi repassado para os funcionários. 
 
Apesar de serem os maiores responsáveis pelos ganhos, a parte dos bancários caiu para 38%, enquanto que em 2002 tinham 43% do montante. Já os acionistas foram valorizados: a percentagem nos lucros subiu para 40% contra 34% em 2002.
 
Para se ter uma ideia, hoje, um executivo da diretoria do Itaú recebe 234,27 vezes mais do que um funcionário que tem salário de acordo com o piso. No Santander, o executivo ganha 145,67 vezes o piso. Uma completa desigualdade.

Fonte: O Bancário

Os Hitlernautas estão chegando

Para quem acha que Dani Shwery, Thismir Maia e Carla Dauden são o máximo que a direita “espontânea” conseguiu preparar para mobilizar seus simpatizantes - no contexto do quadro reivindicatório das manifestações de junho - podemos dizer que entre os servidores do Google e da Microsoft e os mouses dos internautas comuns há muito mais coisas que a nossa vã filosofia possa imaginar.


 Page facebook golpe militar
 Página em rede social que agrega os "hitlernautas"

Uma delas, ficou comprovado, é a espionagem norte-americana na rede, denunciada pelo agora foragido Edward Snowden.

O súbito aparecimento do fenômeno dos hitlernautas é outra - e esse é um fato que merece ser analisado. O hitlernauta, não é, na verdade, uma nova espécie no ciberespaço brasileiro. Ele sempre existiu, embora não fosse conhecido por esse nome. A questão é que, antes, os hitlernautas só podiam ser encontrados no seu habitat natural, em reservas quase sempre protegidas, e normalmente produzidas e consultadas apenas por eles mesmos.

Encontravam-se, assim, ao abrigo do navegante comum, como nos sites neonazistas, integralistas, da extrema-direita católica, ou que correspondem, no Brasil, a “espelhos” de certas “organizações” fascistas internacionais.

Nesses espaços, eles ficaram, por anos, alimentando suas frustrações, preparando-se para sair à luz do dia tão logo houvesse uma ocasião mais segura para se apresentarem ao mundo. A oportunidade surgiu no âmbito das passeatas de junho. Afinal, nessas manifestações, cada um podia carregar a mensagem que desejasse - desde que não fosse símbolo de partidos políticos.

Os hitlernautas, além de aparentemente apartidários, são, principalmente, anti-partidários. Assim, resolveram engrossar, a seu modo, a procissão, mesmo sem conseguir indicar, com clareza, rumo ou andor que lhes valesse.

É fácil reconhecer o hitlernauta. Nas ruas, é o “careca”; o de cara coberta por um lenço; pela máscara de um movimento "anarquista"; o que leva coquetel molotov de casa; joga pedra na polícia; agride violentamente o militante do PSDB ou do PSTU que estiver carregando uma bandeira; quebra prédios públicos; arranca semáforos; saqueia lojas; põe fogo em carros da imprensa ou invade o Itamaraty.

Na internet, o hitlernauta é ainda mais fácil de ser identificado. É aquele sujeito que acredita (piamente?) que estamos vivendo a penúltima etapa da execução de um Golpe Comunista no Brasil. E que o Fórum de São Paulo é uma espécie de conclave secreto, destinado a dominar o mundo via implantação, no continente, de uma União das Repúblicas Socialistas da América do Sul.

O hitlernauta é o “anônimo” que nos comentários, na internet, tenta convencer os interlocutores, de que as urnas eletrônicas são manipuladas; de que não existe oposição no Brasil, porque o PSDB é uma linha auxiliar do PT na implantação do stalinismo por aqui; que FHC é fabianista, logo, uma espécie de socialista a serviço da entrega do Brasil aos vermelhos; que a ONU é parte de uma conspiração mundial, e o único jeito de consertar o país é acabar com o voto universal, fechar o Congresso, dissolver os partidos, prender, matar, arrebentar e torturar, por meio de um novo golpe militar.

No dia 10 de julho, os hitlernautas saíram às ruas, sozinhos, pela primeira vez. Segundo o portal Terra, fecharam a rua Pamplona, até a esquina com a Consolação, com a Marcha das Famílias contra o Comunismo, convocada nas últimas duas semanas pela internet.

O portal IG calculou, em cerca de 100 pessoas, o grupo que se reuniu no vão do MASP e marchou, com bandeiras, pedindo intervenção militar, até as imediações do Comando Militar do Sudeste.

No Rio, a convocação conseguiu juntar, frente à Candelária, trinta e poucos manifestantes, em cena em que se viam mais bandeiras e cartazes sobre as escadas do que pessoas para empunhá-los. Ao ver a foto da “manifestação”, muita gente os ridicularizou na internet.

Os primeiros desfiles das SA na República de Weimar também não reuniam mais que 30 pessoas, que carregavam as mesmas suásticas hoje tatuadas na pele dos skinheads presentes à Marcha das famílias contra o Comunismo, em São Paulo, no dia 10. As pessoas normais, ao vê-los desfilando nos parques, com os seus ridículos uniformes, acharam, na década de 30, que os nazistas eram um bando de palhaços. Eles eram palhaços, mas palhaços que provocaram a maior carnificina da História. Sob seus olhos frios, seus gritos carregados de ódio, milhões de inocentes foram torturados, levados às câmaras de gás, e incinerados, em Auschwitz, Maidanek, Birkenau, Dachau, Sachsenhausen – e em dezenas de outros campos de extermínio montados por ordem de Hitler.

Os hitlernautas não devem ser subestimados. É melhor que a sociedade os conheça. A apologia da quebra do estado de direito é crime e deve ser combatida com os rigores da lei. Cabe ao Ministério Público, com a ajuda da Polícia Federal, identificá-los e denunciá-los à Justiça, para que sejam julgados e punidos, em defesa da democracia.

Fonte: http://www.maurosantayana.com via Vermelho

Saúde pública: Pela livre circulação de pessoas

Por que o capital pode circular sem problemas
 entre as ações e a mão de obra não?
É estranha a reação violenta dos médicos contra a vinda de profissionais de outros países. Mais parecem representantes da extrema-direita xenófoba
por Vladimir Safatle - Carta Capital

Há algum tempo, o governo tem discutido a possibilidade de incentivar médicos estrangeiros a atuar no Brasil. Com as manifestações de junho, tal ideia entrou na pauta das prioridades. Ela foi a única resposta do Executivo à indignação popular contra um sistema público de saúde que sofre brutalmente de subfinanciamento. Todos conhecem a sina de problemas de infraestrutura, pessoal e baixos salários que atinge a saúde pública brasileira, ainda mais depois do fim da CPMF. Sem fonte suficiente de financiamento, a saúde pública parece fadada a ser um dos setores em que a falência do nosso modelo econômico fica mais evidente.
É de causar estranheza, porém, a reação violenta dos médicos contra a vinda de profissionais de outros países. São compreensíveis as manifestações que procuram insistir na maior amplitude dos problemas da área e que fazem questão de lembrar que ainda há muito para ser feito. Mas não é compreensível que isso sirva de justificativa para manifestações contra a possibilidade de estrangeiros serem chamados para trabalhar no Brasil.
No fundo, talvez sem perceber, os médicos acabam por protagonizar passeatas a favor dos “brasileiros, primeiro” que mais parecem saídos do álbum de família da extrema-direita xenófoba comum no mundo desenvolvido. Não é possível admitir nenhuma forma de reserva de mercado de trabalho, pois ela quebra um princípio caro à vida democrática: a livre circulação de pessoas. Pois durante muito tempo vimos com os olhos da indignação como países europeus e norte-americanos impediam indivíduos à procura de trabalho de circular livremente, tratando-os como criminosos em potencial. Muitos brasileiros e latino-americanos foram vítimas dessas práticas deploráveis. Por isso, não há razão alguma para repetirmos tais ações em nosso País.
Na verdade, achamos natural uma situação em que o capital tem direito à livre circulação e as pessoas têm circulação restrita. O capital pode transitar de um país a outro em qualquer momento, assim como os produtos, isso ao menos segundo os preceitos liberais da economia. Já os seres humanos devem obedecer aos limites da fronteira e ficar onde estão, a não ser se queiram fazer turismo ou trabalhem em áreas estratégicas para outras nações. Melhor seria se o inverso fosse realidade, ou seja, que o capital tivesse circulação restrita e os cidadãos tivessem liberdade de viver suas vidas onde quisessem.
Nesse sentido, o problema da validação do diploma poderia ser resolvido de maneira simples. Há uma confusão do Ministério da Educação em relação ao assunto. Ele diz respeito tanto a diplomas de graduação quanto àqueles de mestrado e doutorado. Veja o caso dos títulos de mestrado e doutorado. Se alguém faz uma tese em outro país, por exemplo, o ministério exige um pedido de validação de diploma em alguma universidade brasileira. Tal universidade comporá então uma segunda banca para avaliar a tese que já foi objeto de uma banca de avaliação em outro país. Nada mais irracional e corporativista. Muito melhor seria se o ministério estabelecesse, de uma vez por todas, uma lista das universidades consideradas compatíveis com o nível de exigência das universidades brasileiras, o que simplificaria em muito o processo de validação.
Com essas pequenas ações e reações acabamos por decidir o rosto do país que queremos. Não haveria nada pior do que utilizarmos a justa indignação contra condições aviltantes de trabalho e de infraestrutura para escondermos um estranho sentimento segregacionista que, em alguns casos, foi alimentado por reações dignas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), pelo fato de boa parte dos médicos a ser chamados ter nacionalidade cubana. Uma sociedade rica é uma sociedade que acolhe aqueles que procuram refazer suas vidas em outro lugar e auxiliar na construção do desenvolvimento social.
Fonte: Carta Capital