sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Firmeza de Dilma derrota Marina e apaga Aécio em debate na Globo

 

No último debate do primeiro turno entre os presidenciáveis, realizado ontem, quinta-feira (2) pela Rede Globo, a presidenta Dilma Rousseff demonstrou segurança e preparo, Marina Silva (PSB), desespero e falta de proposta, e o tucano Aécio Neves (PSDB) incoerência e bravata.

Por Dayane Santos, redação do Portal Vermelho


Sob a apresentação de Willian Bonner, o debate avançou na madrugada da sexta com duração de quase duas horas e meia. Como era de se esperar, o embate entre os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto foram destaques, até mesmo entre os demais participantes: Luciana Genro (Psol); Pastor Everaldo (PSC); Levy Fidelix (PRTB) e Eduardo Jorge (PV), que na maioria das vezes escolhiam um dos três para fazer perguntas.

A presidenta Dilma demonstrou confiança e compromisso com o Brasil, quebrando as estratégias dos adversários. Quem mais sentiu o baque foi a candidata Marina Silva. Nos dois embates diretos com a candidata, Dilma rebateu de forma contundente as críticas da pessebista.

Compromisso e competência

O primeiro embate aconteceu no segundo bloco, quando Marina colocou em cheque a experiência política de Dilma dizendo que por “não ter sido nem vereadora e virado Presidente da República” confundia os poderes. Dilma respondeu: “Ao falar da minha inexperiência política é interessante vindo de uma pessoa que defende a nova política. Quer dizer, candidata, que uma pessoa que não fez a carreira de vereadora, deputada ou senadora não pode ser presidenta? Onde isso está escrito? Não na nossa Constituição. Aliás, eu tenho convicção que qualquer brasileiro ou qualquer brasileira podem ser presidente da República”.

A partir daí, Marina foi perdendo o fôlego e deixou visível o seu abatimento. Como um disco arranhado, a candidata repetiu várias vezes que ela “apresentou programa de governo” e que os demais não o fizeram. Mas esqueceu de dizer que até agora, às vésperas da eleição, está reescrevendo o programa – produzido por sua mentora, a banqueira Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú – ou tendo que justificar as contradições nele contidas.

Autonomia ou independência do BC

Mas voltando ao debate, Marina lamentou os questionamentos feitos ao seu programa pela campanha de Dilma e defendeu a proposta de independência ao Banco Central. Tentou nivelar a sua postura com a da presidenta Dilma, dizendo que ela também defendia, antes da eleição, a independência do BC.

Dilma foi enfática e disse que Marina estava fazendo jogo de cena ao tentar confundir independência com autonomia. “Acho que você está deliberadamente confundindo autonomia com independência. No seu programa está escrito de forma clara, independência. Eu respeito a autonomia do Banco Central. Eu sugiro que a senhora leia o que escreveram no seu programa, a senhora está confundindo autonomia com independência, e são coisas diferentes. Não é possível transferir essa escolha para os bancos”, disse Dilma.

O segundo embate foi também numa pergunta livre de Marina, que acusou Dilma de não ter cumprido “vários compromissos” de campanha e que a corrupção era responsabilidade da presidenta.

“Eu cumpri todos os meus compromissos. Hoje o Brasil pratica a menor taxa de juros de toda a sua história, Marina. Além disso, não houve governo que mais combateu a corrupção como o meu. Eu não escondi debaixo do tapete, não varri e não engavetei”, frisou Dilma.

Marina fugiu e ninguém viu

Na réplica, Marina fingiu que não ouviu e continuou a dizer que a presidenta não cumpriu com os seus compromissos de campanha e a acusou de ser conivente com a corrupção afirmando que Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras preso em investigações de corrupção) teria recebido uma “demissão premiada” da presidenta.

Dilma mostrou altivez e coerência e colocou a candidata no seu lugar. “Marina, vamos colocar os pingos nos "is". O seu diretor, nomeado por você, diretor de fiscalização do Ibama foi afastado do meu governo por crime de desvio de recursos. E eu não saí por aí, Marina, dizendo que você conhecia a corrupção e tinha acobertado. Sejamos corretas na condução. Esse diretor, nós investigamos, nós prendemos. No passado, ninguém prendia ninguém. E as pessoas eram protegidas. Veja só que os crimes do metrô de São Paulo foram descobertos pela Suíça”.

Marina não respondeu e na sua vez de perguntar escolheu Eduardo Jorge para debater, sendo que tinha à sua disposição Dilma e Aécio. Ou seja, fugiu do debate diante do alto grau de contradições de sua “nova política”.

Tucano bravateiro

Com Aécio não foi diferente. O candidato não poupou insinuações e bravatas durante todo o debate. Usando a palavra “previsibilidade” apenas uma vez, o que é um feito para Aécio já que essa é a síntese, segundo ele, de seu programa de governo, o candidato tucano fugia das respostas, mas sem perder a pose.

No primeiro bloco de perguntas, Dilma lembrou que o tucano, quando líder do PSDB no Congresso durante o governo FHC, defendia a política de privatização, incluindo a Petrobras. E que o seu escolhido ministro da Fazenda, Armínio Fraga, também defende a privatização dos bancos públicos como a Caixa Econômica, o Banco do Brasil e o BNDES.

Privatizar é a política de Aécio

Aécio tergiversou dizendo que tais setores são “cabides de emprego”, mas confessou: “Sim, privatizamos setores necessários de serem privatizados... Fizemos as privatizações de setores importantes como siderúrgica, que eram necessárias”.

Na réplica, Dilma desnudou o candidato: “Vocês praticamente entregaram para nós a Caixa e o Banco do Brasil numa situação extremamente precária. Hoje a Caixa e o Banco do Brasil são bancos públicos muito sólidos. Acho estranho que o senhor trate com tanta leveza a questão das privatizações. Foi no governo do senhor que um alto funcionário de um banco público disse que estavam tratando as privatizações no limite da irresponsabilidade. E esse funcionário simplesmente constatava as condições pelas quais se organizavam os consórcios que compraram essas empresas”.

No embate seguinte, Dilma destacou que o Brasil assumiu em Copenhague, de forma voluntária, a redução das emissões de gás de efeito estufa e as ações que reduziram o desmatamento. Ela perguntou ao tucano qual é a proposta do candidato para a área de mudanças climáticas.

Aécio não apresentou as propostas, mas aproveitou para criticar dizendo que o governo Dilma “não teve a capacidade da previsibilidade” e finalizou: “Por isso nós precisamos restabelecer o planejamento no país, e é para isso que eu me preparei e é isso que nós vamos discutir, espero, no segundo turno”. Ou seja, proposta só no segundo turno, quem sabe.

Habitação e Bolsa Família

Dilma insistiu nas propostas. Abordou o tema moradia lembrando que seu governo fez o maior programa de habitação da história do Brasil e perguntou a opinião do candidato sobe o programa Minha Casa, Minha Vida.

Aécio Neves novamente mudou de assunto e disse que os governos Lula e Dilma transformaram os programas sociais dos tucanos, como o bolsa-escola, o bolsa-alimentação e o vale gás, no Bolsa Família. “E fizeram muito bem. Eu reconheço essa virtude do presidente Lula”, admitiu ele, sem falar de sua proposta sobre habitação, apenas dizendo que o foco maior do programa, na sua gestão, seria na faixa de até três salários mínimos.

Dilma, por sua vez, rebateu o candidato. “Interessante, Aécio, um programa de 14 milhões de famílias não tem nada a ver com o programa que era extremamente fatiado e não chegava a mais de dois milhões de pessoas”, afirmou a presidenta.

Sobre o Minha Casa, Minha Vida, Dilma pontuou que “talvez seja difícil para você dar continuidade porque você não o conhece” e explicou: “A principal característica do Minha Casa, Minha Vida é que o subsídio maior é para quem ganha até R$ 1.600,00. Se você tivesse conhecimento disso, você também não diria que vai fazer um programa que contemplará até três salários mínimos”.

Levy, Luciana e Eduardo

Levy Fidelix (PRTB) foi um caso à parte do debate. Os candidatos Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) repudiaram as declarações do presidenciável no debate promovido pela TV Record, na semana passada, em que afirma que “o aparelho excretor não reproduz” e pregar o “enfrentamento aos gays”.

Ainda no primeiro bloco do programa, Eduardo Jorge propôs que o adversário se desculpasse pelo que disse. “Você não tem moral nenhuma para me pedir isso. Propõe que os jovens consumam maconha, apologia ao crime”, disparou Fidelix, referindo-se à proposta de descriminalização da maconha do PV.

Jorge rebateu: “Vamos nos encontrar na Justiça, eu como testemunha”, destacando que diversas entidades e partidos entraram na Justiça contra Fidelix, pedindo que a candidatura dele fosse impugnada.

Em outro momento, Fidelix perguntou à única adversária disponível, que era Luciana, sobre um suposto acordo que teria feito com o marido de Luciana no último debate, para que ele não fizesse pergunta a candidata Marina porque ela queria questioná-la sobre economia.

Luciana ignorou a pergunta e criticou: “O teu discurso de ódio é o mesmo discurso que os nazistas fizeram contra os judeus. Você só falou o que falou, porque não há lei que torne homofobia crime”, disse a candidata do Psol, destacando que Fidelix deveria ter sido preso, mas isso não aconteceu porque a homofobia não é considerada crime no país.

Luciana também protagonizou um momento raro na TV Globo. Ela foi a primeira candidata a fazer pergunta logo na abertura do debate. Antes do seu questionamento ela manifestou que só participou do debate porque entrou com ação na Justiça. “Estou aqui por força da garantia da lei, porque durante toda a campanha a Globo só mostrou os 3 candidatos que não têm propostas para atacar as 5 mil famílias mais ricas do Brasil, dentre as quais a família que é dona da Rede Globo”, disse.

Pastor Everaldo, tal como Fidelix,  também marcou a sua participação no debate pelo despreparo e desconhecimento. Com o tema da pergunta sendo estabelecido por sorteio, Everaldo escolheu o candidato Aécio e deveria fazer uma pergunta sobre Previdência. Ignorou o tema e resolveu falar sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Interpelado por Bonner a seguir as regras do programa, Everaldo simplesmente disse: “Aécio, qual é a sua proposta para Previdência?”, provocando a gargalhada da plateia.


Fonte: Vermelho

Assessor tucano é detido pela PF com R$ 100 mil no aeroporto em São Paulo

Mário Welber posa para foto com Aécio Neves durante palestra do tucano sobre os rumos do Brasil. Fonte: Facebook

Mário Welber posa para foto com Aécio Neves durante palestra
 do tucano sobre os rumos do Brasil. Fonte: Facebook

A Polícia Federal de São Paulo deteve na última segunda-feira (29), no aeroporto de Congonhas, um assessor do candidato a deputado federal Bruno Covas (PSDB) que desembarcou de Brasília com R$ 100 mil em espécie e 17 cheques em branco em nome do tucano. Mário Welber, que se identifica em seu perfil no Facebook como assessor da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, chefiada por Covas, tinha como destino São José do Rio Preto, cidade onde é suplente de vereador. 


Covas é neto do ex-governador Mário Covas (PSDB), já foi presidente da juventude do PSDB e deputado federal eleito pela primeira vez em 2006.


Durante o período eleitoral, a Polícia Federal intensifica a fiscalização dos volumes sendo transportados nos aeroportos, já que, nesta época, assessores políticos movimentam grande quantidade de dinheiro em espécie. Foi o caso de Welber, pego no raio X. Como ele não pôde comprovar a origem do dinheiro, terá 15 dias para explicar à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo de onde veio e para quem seria pago esse valor. Ao jornal Estado de S.Paulo, Welber afirmou que o dinheiro era seu e que seria utilizado para comprar um carro – negócio que, segundo ele, acabou não se realizando. Já os cheques serviriam para o pagamento de prestadores de serviço da campanha de Covas.

Welber nega ser assessor de campanha de Covas, embora haja numerosos registros de atividades do candidato nas quais Welber está presente. O suplente de vereador tucano declara muitas profissões: seria, concomitantemente, apresentador da rádio católica Canção Nova e assessor da Secretaria do Meio Ambiente, embora, em maio de 2013, tenha sido identificado como funcionário da Cetesb durante fala do deputado estadual Orlando Bolçone. Ele acumularia ainda a função de mestre de cerimônias da Câmara Municipal de São José do Rio Preto. No passado, Welber também teria tido múltiplos empregos públicos: embora tenha entrado na secretaria após a nomeação de Covas, em janeiro de 2011, só foi exonerado da função de "assessor especial" da Assembleia Legislativa de São Paulo em novembro daquele ano. Welber foi ainda jornalista da TV TEM, afiliada local da Rede Globo.

Rede Brasil Atual entrou em contato com a Procuradoria-Geral Eleitoral, e foi informada de que, caso Welber não comprove a origem e a legalidade do dinheiro que carregava, pode mover processo de impugnação de sua candidatura. O assessor não foi preso, e responde ao inquérito da PF em liberdade.

Fonte: Rede Brasil Atual via Vermelho

Paralisação dos bancários na Bahia se fortaleceu no terceiro dia

Sem perspectiva de nova negociação com os bancos, os bancários da Bahia continuam a paralisar as agências por todo o Estado nesta sexta-feira (03/10). Desde o início do movimento, 199 unidades das 310 existentes em Salvador já fecharam e a expectativa é que todas fiquem sem atendimento a partir da mobilização dos bancários. 
"A greve está gradativa", afirma o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos. A intenção é de que, a partir da adesão de mais trabalhadores, o movimento se fortaleça cada vez mais, como não querem os banqueiros. O momento é de mobilização total.
Na Bahia e Sergipe, os bancários entraram no terceiro dia de greve por tempo indeterminado com mais força, fechando 968 agências. Após várias rodadas de negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), além de negarem várias reivindicações, os bancos ofereceram apenas 7,5% de reajuste, que equivale a 0,94% de aumento real.
Na base do Sindicato da Bahia, permanecem fechadas 451 agências; em Vitória da Conquista foram 71; Feira de Santana, 34; Ilhéus, 25; Irecê, 34; Jacobina, 28; Jequié, 30; Itabuna, 36; Camaçari, 18; Barreiras, 83; e Juazeiro, 29. Já em Sergipe, estão sem funcionar 129 unidades bancárias.
A categoria reivindica 12,5% de aumento real, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.
Principais reivindicações dos bancários:

Reajuste salarial de 12,5%.

Piso Salarial de R$ 2.979,25

PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.

14º salário.

Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.

Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.

Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.

Fim das metas abusivas.

Combate ao assédio moral.

Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.

Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.

Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Seeb-Ba com Feeb-Ba-Se

Bancários protestam contra proposta de independência do Banco Central

Preocupados com o futuro da economia brasileira, os bancários e outras categorias realizaram protesto, ontem, quinta-feira (02/10), contra uma possível independência do Banco Central.
 
“Não queremos a autonomia do BC. Hoje, um aumento de 0,5% da Selic equivale a R$ 11 bilhões entregues a seis empresas do sistema financeiro. Com a independência, o desenvolvimento brasileiro estará sob risco”, afirmou o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos. 
 
“Pela proposta, o BC será independente da nação, independente do povo brasileiro, mas totalmente dependente dos banqueiros”, acrescentou o vereador Everaldo Augusto. “Passar o controle do sistema financeiro para os banqueiros não tem nada de autonomia. É controle”, confirmou o deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB). 
 
Além do Sindicato dos Bancários da Bahia, participaram do evento o presidente estadual da CTB-BA, Aurino Pedreira, o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, e representantes do Sintracom, Metalúrgicos, Sindibeb, UJS, UNE, UBM e Unegro. 
 
Poder irrestrito 

As razões para ser contra a independência do Banco Central são das mais variadas e todas seguramente justificáveis. Uma das mais importantes é o elevado poder que seria dado à direção do banco para desenvolver políticas monetárias e cambiais sem qualquer interferência do governo. 
 
Em outras palavras, o processo que deveria ser conduzido por um representante eleito pelo povo, passaria a ser coordenado pelo BC. “Isso mexe com o conjunto da sociedade, principalmente do ponto de vista do emprego, já que o mercado passaria a regular a economia brasileira”, aponta o presidente da CTB, Aurino Pedreira. 
 
“O movimento sindical é contra a medida. A autonomia do BC é uma espécie de terceirização do governo”, diz o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza. 

Fonte: O Bancário

Eleitor poderá acompanhar apuração eleitoral por tablets e smartphones

O Apuração 2014 aparece como mais uma opção de acompanhamento da apuração

O Apuração 2014 aparece como mais uma opção de acompanhamento da apuração

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou uma novidade para as eleições deste ano. Trata-se do aplicativo Apuração 2014. Com ele, o eleitor poderá acompanhar a apuração dos votos de todo o país utilizando dispositivo móvel (tablets e smartphones). O aplicativo permite a visualização dos votos computados para cada candidato e indica os eleitos e os que foram ao segundo turno.


O Apuração 2014 também permite que o usuário selecione um candidato específico e acompanhe seu desempenho nas urnas. Além disso, é possível acompanhar a apuração dos votos em todo o país, ou por estado, com resultados atualizados automaticamente. Todos os cargos – presidente da República, governador, senador, deputado federal, deputado estadual ou deputado distrital – são consultáveis. O aplicativo é gratuito e está disponível nas lojas virtuais Google Play e iOS App Store, para sistemas operacionais Android e IOS, respectivamente.


O Apuração 2014 aparece como mais uma opção de acompanhamento da apuração. O TSE já havia disponibilizado em eleições anteriores os sistemas Divulga e DivulgaWeb. O Divulga apresenta um grande leque de informações sobre a apuração, onde é possível, dentre outros recursos, selecionar quantos votos determinado candidato à Presidência da República está obtendo em um estado específico, bem como consultar apenas os votos realizados em trânsito e no exterior. O Divulga requer download do programa em um desktop (computador de mesa). O download pode ser feito no site do TSE.

O DivulgaWeb traz um leque menor de opções de consulta, mas não requer download, sendo utilizado diretamente do site do tribunal. Com ele, é possível visualizar os dados por meio da consulta de votação nominal, pois apresenta o quantitativo de votos totalizados para cada candidato e a indicação dos eleitos ou dos que foram para segundo turno.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Ibope: Dilma amplia vantagem e está a 3 pontos da vitória no 1º turno

Dilma em Santos-SP. Foto: Ichiro Guerra
Ichiro Guerra
Dilma em Santos-SP. Foto: Ichiro Guerra

Faltando apenas três dias da eleição, a presidenta Dilma Rousseff ampliou ainda mais sua vantagem em relação a Marina Silva (PSB), e chegou a 47% dos votos válidos, de acordo com pesquisa Ibope divulgada intem, quinta-feira (2). Num eventual segundo turno, Dilma abriu sete pontos de vantagem sobre Marina, que voltou a cair. O tucano Aécio Neves permaneceu no mesmo patamar pelo quarto levantamento seguido.


Em dois dias, segundo o Ibope, Dilma passou de 39% para 40% das intenções de votos totais, enquanto Marina variou de 25% para 24%, e Aécio ficou nos 19% que apresenta desde a metade de setembro. Nos votos válidos - quando se exclui da conta os brancos e nulos e os eleitores indecisos - o placar é de 47%, 28% e 22%, respectivamente.

Na simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, a presidenta saiu do empate técnico e abriu sete pontos porcentuais de vantagem (43% a 36%). Em um confronto direto contra Aécio, Dilma teria vitória ainda mais folgada: 46% a 33%.

Desde 15 de setembro, a taxa de votos válidos em Dilma subiu gradativamente nas pesquisas Ibope (42%, 43%, 45% e agora 47%), o que reabre a possibilidade de uma vitória no 1.º turno. Para que isso ocorra, ela precisará de pelo menos 50% mais um dos votos válidos (maioria absoluta) no domingo (5).

Considerando-se os votos totais, Dilma subiu cinco pontos percentuais no Nordeste, seu principal reduto eleitoral. Lá, a presidenta tem 54% das intenções de voto. Marina tem 24%, e Aécio aparece com 7%.

No Sudeste, região que concentra quatro em cada dez eleitores, a presidente aumentou as intenções de voto, de 30% para 32% e saiu do empate técnico com a candidata do PSB, que passou de 27% para 25%. Aécio, por sua vez, manteve-se com 23%, apesar de ter concentrado seus eventos de campanha em São Paulo e Minas Gerais.

O Ibope ouviu 3.010 eleitores entre os dias 29 de setembro e 1.º de outubro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-00942/2014.

Com informações do Estado de S. Paulo via Vermelho

A mídia, o mercado e as apostas do imperialismo contra Dilma

Dilma na ONU.O jornal britânico Financial Times voltou a criticar a presidenta Dilma Rousseff em editorial publicado ontem, quinta-feira (2), no qual intima a chefe do Estado brasileiro a mudar os rumos da política econômica, levando em conta a reação e os desejos do mercado, que segundo os oráculos de plantão demanda ajuste fiscal e rigor total na aplicação do tripé neoliberal (juros altos, câmbio flutuante e superávit fiscal primário). 

Por Umberto Martins*

Como já é de praxe, a grande mídia, burguesa e golpista, destacou os comentários do diário europeu (que dias atrás identificou um “preocupante aumento do socialismo venezuelano” no Brasil) de forma acrítica e subalterna. Mas a verdade que precisa ser reiteradamente observada é que o Financial Times traduz, através de editoriais e artigos, a ideologia e os interesses dos grandes capitalistas estrangeiros ou, em outras palavras, daquilo que conhecemos como imperialismo. Interesses que são francamente contrários aos da classe trabalhadora em todo o mundo e aos do povo brasileiro no caso em tela.

Bordão reacionário
O bordão que o jornal alardeia contra Dilma não é novo e vem sendo repetido pelos candidatos das forças conservadoras e neoliberais à exaustão. A receita desta gente, repudiada por Dilma, é a mesma que está sendo aplicada na Europa sob a batuta do Fundo Monetário Internacional. Significa estagnação da economia, desemprego em massa, redução de salários, corte de direitos e desmantelamento do chamado Estado de Bem Estar Social. É o que a direita, encarnando os desejos da oligarquia financeira, quer impor a qualquer preço por aqui.

Mas para dourar a pílula o diário dos rentistas ingleses se arvora também o papel de intérprete autorizado das manifestações massivas realizadas em junho de 2013, que afinal também sinalizaram a necessidade de mudança. “Dilma não pode ignorar o que os mercados e milhões de brasileiros querem: mudança”, proclama o editorial. Trata-se de uma meia verdade.

Não se pode negar que o povo brasileiro quer mudanças, em sintonia com as demandas dos movimentos sociais e os protestos de junho do ano passado. A sociedade reclama maiores investimentos públicos em saúde, educação, transporte e segurança. Mas isto, notemos, é precisamente o oposto do que a oligarquia financeira, nacional e estrangeira, quer nos impor. Já a voz do mercado, apresentado pela mídia burguesa como uma divindade abstrata que paira acima dos mortais, expressa a opinião e sentimentos de rentistas e especuladores do mercado de capitais.

Assim como a juventude, os movimentos sociais também lutam por mudanças na política econômica, mas em sentido contrário ao do projeto neoliberal, ou seja, querem o fim do tripé neoliberal: a redução substancial das taxas de juros, o controle do câmbio e taxação das remessas de lucros ao exterior, a ampliação dos gastos e investimentos públicos, focando principalmente as demandas de junho, de forma a ampliar a rede de bem estar e seguridade social. Propugnam igualmente o aprofundamento da política de redistribuição da renda nacional, o fortalecimento do mercado interno, o desenvolvimento com democracia, soberania e valorização do trabalho.

O ajuste fiscal que as forças conservadoras e o imperialismo querem impor ao Brasil, temperado com a radicalização do tripé neoliberal, requer cortes dramáticos das despesas públicas em detrimento da saúde, da educação, da mobilidade urbana, dos investimentos em infraestrutura, do emprego e do desenvolvimento da economia. Não é o que eles dizem, mas é a realidade. Os comentários do Financial Times mostram que o imperialismo não está ausente do pleito de outubro, aposta suas fichas em Aécio ou Marina e já não esconde o desconforto com a hipótese de reeleição da presidenta Dilma, a cada dia mais provável. O povo brasileiro sabe que seus interesses serão melhor bem servidos por Dilma do que pelas candidaturas alinhadas ao neoliberalismo, que felizmente parecem fadadas a um novo fracasso nas urnas.

*Umberto Martins é jornalista e assessor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)


Fonte: Vermelho

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

No segundo dia, bancários fecham 7.673 agências bancárias e greve se fortalece

Subiu para 7.673 o número de agências e centros administrativos de bancos públicos e privados de todo o país fechados nesta quarta-feira 1º de outubro, segundo dia da greve nacional dos bancários, conforme balanço realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) com base nos dados enviados até as 18h pelos sindicatos que integram o Comando Nacional da categoria. 

Foi um crescimento de 16,75% (1.101 agências a mais) em relação ao primeiro dia de greve, quando 6.572 unidades foram fechadas. 

Os bancários pararam em São Paulo até a Vila Santander (callcenter), telebancos do HSBC e do Bradesco, os centros administrativos ITM e Tatuapé do Itaú, SAC (Serviço de Apoio ao Cliente) e o CABB (Central de Atendimento) do Banco do Brasil. Paralisaram também o callcenter do Santander no Rio de Janeiro.

"O movimento está se ampliando rapidamente no Brasil todo, o que demonstra a insatisfação dos bancários com a postura dos bancos. Os trabalhadores aumentaram a produtividade, contribuindo para que as empresas tivessem lucros recordes - somente as seis maiores instituições lucraram R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano - e a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, mas os banqueiros apresentaram uma proposta econômica insuficiente e ignoraram as reivindicações sociais", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional.

Os bancários entraram em greve na terça-feira 30 de setembro, após considerarem insuficiente a segunda proposta dos bancos que eleva o índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação) para os pisos. E os bancos nada apresentaram para acabar com as metas abusivas e o assédio moral, a rotatividade e as terceirizações, a insegurança e as discriminações.

Logo após a realização das assembleias do dia 29 de setembro, que deflagraram a paralisação, a Contraf enviou ofício à Fenaban comunicando a decisão da categoria e informando que o Comando Nacional está à disposição para a retomada das negociações. 

Bancários fazem atos contra BC independente nesta quinta

Além da greve, os bancários fazem nesta quinta-feira 2 manifestações em dez capitais para combater as propostas políticas que os bancos colocaram na agenda da eleição presidencial deste ano, entre elas a independência do Banco Central, a limitação do papel dos bancos públicos e o fim do crédito direcionado.

Os atos foram convocados pelo Comando Nacional, coordenado pela Contraf, e estão recebendo apoio da CUT, da CTB e de outras centrais sindicais e movimentos sociais. 

A manifestação em frente à sede do Banco Central, em Brasília, será às 17h. Haverá atos também, em horários diferentes, nas representações do BC em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Belém. 

Leia aqui por que os bancários vão às ruas nesta quinta protestar contra o BC independente. 

Veja abaixo a proposta completa dos bancos e as reivindicações dos bancários.

AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS

Reajuste salarial de 12,5%.

Piso Salarial de R$ 2.979,25

PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.

14º salário.

Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.

Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.

Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.

Fim das metas abusivas.

Combate ao assédio moral.

Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.

Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.

Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários. 

Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs). 

A PROPOSTA DOS BANCOS REJEITADA PELOS BANCÁRIOS

Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real).

Piso portaria após 90 dias - 1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento real).

Piso escritório após 90 dias - R$ 1.779,97 (1,55% acima da inflação).

Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,39% de aumento real).

PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91.

PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02.

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Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015. 

Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.091,11, limitado a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro.

Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.818,51.
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Auxílio-refeição - R$ 24,88.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 426,60.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 355,02.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 303,70.

Gratificação de compensador de cheques - R$ 137,97.

Requalificação profissional - R$ 1.214,00.

Auxílio-funeral - R$ 814,57.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 121.468,95.

Ajuda deslocamento noturno - R$ 85,03.


Fonte: Contraf

Dilma, política econômica e a chantagem eleitoral dos especuladores

Diferente de Marina e Aécio, Dilma já afirmou que tem lado e está com os trabalhadores.
Diferente de Marina e Aécio, Dilma já afirmou que tem lado e está com os trabalhadores.

Desde o ano passado, a grande mídia tem feito um terror sobre a situação econômica do Brasil na tentativa de barrar o avanço das forças progressistas e emplacar seus candidatos, agora definidos, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), queridinhos do sistema financeiro.

Por Dayane Santos, da Redação do Portal Vermelho


A cerca de uma semana das eleições e com seus candidatos perdendo nas pesquisas, o sistema financeiro age com chantagem contra a presidenta Dilma. Isso ficou evidente depois de uma subida histórica da bolsa na sexta-feira (26), movida por boatos estrategicamente plantados que davam conta de uma pesquisa de intenção de voto que colocaria a candidata dos banqueiros Marina Silva à frente de Dilma, e de uma suposta “bomba” que apresentaria uma revista especializada em factoides.

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Proporcional à subida foi a queda do índice Bovespa na segunda-feira (29), atraído, principalmente, pela queda das ações da Petrobras e a subida do dólar. Os fatos atropelaram a boataria. Os números da pesquisa Datafolha indicaram que a posição de Dilma melhorou em relação aos seus adversários. Resultado: a Bovespa atingiu seu índice mais baixo em três anos, chegando aos 54.625 pontos, queda de 4,52%. Seguindo esse ritmo, o dólar subiu 1,6% fechando em R$ 2,47, a maior taxa desde 2008.

No mês de setembro, as baixas chegam a 12%. O dólar, por sai vez, valorizou-se 9% sobre o real nas últimas quatro semanas. Os pessimistas continuam jogando e projetam que os próximos pregões da Bovespa fiquem abaixo dos 45 mil pontos.

Boataria corre solta

Como um cenário de alta e queda pode alterar tão rapidamente a partir de um boato que contraria a realidade política, já que a campanha de Dilma tem ampliado a vantagem sobre seus adversários nas últimas semanas e, portanto, não há nenhuma novidade a ponto de explicar tal grau de irracionalidade do mercado? A explicação está na chantagem.

A imprensa pessimista tenta acobertar o ataque especulativo dando um caráter de “fato” resultante das condições da economia brasileira e do “medo” diante do que eles chamam de “incertezas” da política econômica do governo Dilma.

No entanto, essa mesma Bovespa catapultou os índices, chegando a ultrapassar os 60 mil pontos, para inflar a candidatura de Marina Silva assim que ela entrou na disputa eleitoral e saíram as primeiras pesquisas de intenção de voto. A candidata estava em empate técnico no primeiro turno com Dilma e, segundo pesquisas, venceria no segundo.

Agora, com as contradições de Marina cada vez mais escancaradas pela candidata Dilma, aumentando a sua rejeição nas pesquisas, e com Aécio Neves sem demonstração de forte recuperação, o mercado financeiro joga as suas fichas no cassino especulativo.

Dilma é adversária e não candidata do sistema financeiro
André Biancarelli, professor do Instituto de Economia da Unicamp, diretor-executivo do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (Cecon-IE/Unicamp), afirma que o mercado financeiro age assim contra a presidenta Dilma porque ela contraria os interesses do setor.

“O fato de ter uma candidata que explicitamente acusa a outra de ser a representante dos banqueiros e que diz que a prioridade do seu governo vai ser o emprego e não o mercado financeiro é sintomático de uma economia que está muito menos vulnerável à ação desses agentes do que estava em 2002”, destacou o economista, referindo-se à mesma ação do capital especulativo durante a primeira eleição de Lula em 2002.

Segundo ele, operadores menos precavidos chegam a afirmar claramente que “pelo jeito Dilma vai ser eleita mesmo” e, portanto, “tem que fazer pressão, quase que terrorista, porque ela só vai ceder na base da ameaça”.

Queda do Ibovespa chegou a 54.625 pontos na segunda (29).
“Jogam com ameaças futuras de maneira absolutamente chantagiosa. Do ponto de vista da economia real, o cenário é de baixo crescimento, mas de clara recuperação no ano que vem. Não há um desequilíbrio na economia brasileira sequer comparável ao que tínhamos em 2002”, disse o economista. Ele completa: “Não há uma crise contratada e absolutamente incontornável. Acredito que passada as eleições, as coisas devem melhorar bastante, ao contrário do que diz esse ‘pessimismo militante’ que quer influenciar”.

Especulação eleitoral
Sobre a queda da bolsa, Biancarelli não tem dúvidas: “O que aconteceu na sexta-feira [26] é claramente um movimento de especulação eleitoral das mais cristalinas. Disseminou-se um boato de que a Dilma iria cair nas pesquisas, que haveria uma notícia que acabaria com a candidatura da Dilma e muita gente ganhou dinheiro. Afinal, quando a bolsa cai ou sobe muita gente ganha, o que demonstra a miopia desse setor com relação à realidade política. É um cassino e tem gente que cai muito bem nesses boatos”, pontuou.

O economista destaca ainda que o setor não é imune ao processo eleitoral, mas não afetaria tanto se os interesses não fossem tão latentes. “O mercado tem uma candidata, ou melhor, nesse caso tem uma adversária com capacidade de contrariar seus interesses”, argumentou ele referindo-se a Dilma.

Biancarelli lembrou das eleições de 2002, em que os porta-vozes do mercado financeiro diziam que Lula representava um perigo para o Brasil. “Depois, nas eleições de 2006 e 2010, se passou sem esses problemas. Na política macroeconômica ele fez um governo menos ousado do que o mercado dizia”, resgatou.

Já o governo Dilma, disse ele, fez uma tentativa de mexer mais na política macroeconômica. “Acabou retrocedendo, principalmente no que se refere à questão das taxas de juros. Mas criou-se uma espécie de consenso de que a Dilma é excessivamente intervencionista.”

Motivos
O economista avalia que o esforço do governo Dilma em reduzir a taxa de juros e, posteriormente, transformar esse esforço numa diretriz política para outras ações da economia foi o fiel da balança. “A diretriz seria reduzir a taxa de rentabilidade da economia, que é extraordinariamente alta no Brasil. As taxas de remuneração decorrem de um patamar muito alto da taxa de juros de títulos públicos. As taxas de remuneração implícita nos contratos de concessão feitos nos anos 1990, por exemplo, eram extraordinariamente altas. Ao sinalizar com uma taxa de juros pública mais baixa e a manutenção desse patamar de rentabilidade com o dinheiro parado mais baixo, o Banco Central mostrou que o esforço era de mudar. De mudar o custo do dinheiro não aplicado em atividades produtivas no Brasil.”

Segundo ele, a economia não está nos seus melhores momentos, principalmente no que diz respeito ao ritmo de crescimento, contas públicas e taxa de inflação. “Mas outros governos terminaram em condições muito piores. Do ponto de vista do crescimento certamente tem influência muito grande a trajetória da economia internacional, o que não significa que não houve erros na condução da política econômica”, pontuou Biancarelli.


Fonte: Vermelho

Política externa e eleição presidencial

Não são apenas as conquistas sociais e a autonomia nacional para conduzir a economia popular à margem dos interesses da oligarquia financeira nacional e internacional que sofreriam imenso retrocesso caso um dos candidatos do campo neoliberal e conservador – Aécio Neves, do PSDB, ou Marina Silva, do PSB – vencesse as eleições.

Está também em xeque a política externa – a opção brasileira pela integração regional soberana e solidária entre países e povos independentes e por desempenhar um papel internacional progressista, em prol de nova ordem livre de hegemonismos, por um mundo de cooperação e paz.

Muito embora aparentemente distante do cotidiano do povo e do debate político corriqueiro, a política externa também é posta em causa na campanha eleitoral. Tanto Aécio Neves como Marina Silva opinaram que o Brasil deve mudar o foco da orientação do Itamaraty, com proposições estapafúrdias e retrógradas, como a prioridade para as relações com os Estados Unidos e a União Europeia, o abandono dos mecanismos de integração regional em nome de relações bilaterais “pragmáticas” e a condenação, que tem acentuado viés reacionário, às vitoriosas parcerias com Cuba no programa Mais Médicos e na construção de obras de infraestrutura na maior das Antilhas. Até mesmo um trêfego candidato ecologista, ex-secretário de José Serra e Gilberto Kassab, sem qualquer representatividade eleitoral, deitou falação em recente debate na televisão contra o convênio firmado entre o Brasil e Cuba, de comprovados efeitos positivos no atendimento à saúde em nosso país. 

Nos últimos dias, os principais jornais conservadores publicaram matérias com o intuito de desqualificar a política externa brasileira. O jornal paulistano Folha de S. Paulo, arauto do entreguismo pós-moderno, editou extensa reportagem explorando contradições internas no Itamaraty, ampliando a importância de problemas administrativos e fabricando uma crise que não existe na diplomacia brasileira. 

Já o vetusto Estadão, porta-voz mais tradicional das classes dominantes retrógradas e dos interesses do imperialismo estadunidense no Brasil, reagiu irado ao discurso presidencial na abertura dos debates de alto nível na Assembleia Geral da ONU, ocasião em que mais uma vez Dilma Rousseff se apresentou ao mundo como estadista e líder nacional que fala de igual para igual com os demais chefes de Estado e de governo. O diário paulista ficou particularmente irritado porque Dilma deu a conhecer ao mundo que o Brasil vai percorrendo com segurança o caminho de sua construção como grande nação progressista e exerce um papel geopolítico progressista. Como se fora um panfleto de Aécio ou Marina, o jornal da família Mesquita protestou pelo uso da tribuna da ONU “para fazer campanha eleitoral”.

O fato é que, desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, a direita brasileira e os círculos imperialistas internacionais formulam um discurso ideológico para combater o que chamam de diplomacia “petista” e o caráter “ideológico” da política externa brasileira. Mas é de ideologia reacionária que está eivada a crítica de que supostamente as diretrizes presidenciais para o Itamaraty têm caráter partidário, conflitam com os interesses permanentes do Estado nacional e afastam-se das técnicas e rituais do comércio internacional pragmático e da diplomacia.

Na essência, a crítica se volta contra as opções da nova Política Externa Brasileira inaugurada em 2003 – a defesa da paz, do multilateralismo e da democratização das relações internacionais, o empenho pela integração regional soberana e solidária, a constituição de novos polos geopolíticos, em oposição ao hegemonismo do imperialismo estadunidense e da União Europeia.

Pragmaticamente, sob orientação ideológica, tanto os candidatos oposicionistas quanto os seus veículos na mídia insurgem-se agora, depois de 12 anos, contra os êxitos que o Brasil alcançou no cenário internacional – a consolidação dos Brics, o fortalecimento do polo progressista na América Latina e Caribe, incluindo Cuba e os países bolivarianos, com a Celac convertida em sólida instituição multilateral e os mecanismos de integração que resultam em fortalecimento das relações comerciais. 

Os críticos da política externa não toleram também que o Brasil tenha condenado o massacre sionista contra os palestinos e a opção do uso da força pelos Estados Unidos e seus aliados na atual crise no Oriente Médio.

No fundo, há uma luta de ideias, um conflito político e ideológico em torno da política externa. Nas eleições presidenciais o povo brasileiro decidirá também sobre isto. 


Fonte: Vermelho

Salário mínimo do México é o menor do continente e viola os direitos

O México se converteu no único país latino-americano onde o salário mínimo não cresce, o que viola a Constituição, denuncia a secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena.


Subemprego é uma das características da pobreza no México
"Há uma porcentagem muito grande de mexicanos que não tem acesso a um salário mínimo digno e isto é para nós o que permite cobrir pelo menos as necessidades básicas da família. Isso está escrito na constituição do país", afirmou Alicia em declarações citadas por meios de comunicação locais.

A secretária executiva da Cepal apresentou na Cidade do México o terceiro relatório da instituição para a região chamado "Pactos para a igualdade: Rumo a um futuro sustentável", indicando que o Pacto pelo México "não foi pela igualdade: o México é o único pais da América Latina onde o salário mínimo não teve aumento, pelo contrário, perdeu seu poder de compra", disse.

"É preciso enquadrar o que é o emprego bem remunerado, com segurança social e direitos, porque isso é a chave contra a desigualdade", explicou. No México, o salário mínimo médio se situa em 67,29 pesos por dia (cerca de US$ 5).

Por seu lado, o reitor da Universidade Autônoma do México, a principal do país, José Narro Robles, pediu que sejam tomadas medidas concretas para combater a desigualdade. Nos últimos 14 anos o México destinou milhões de pesos para o combate à pobreza, mas não obteve resultados. "Temos de nos aprofundar no assunto, para ver o que fizemos de errado mas não para encontrar culpados, mas sim soluções".

Em geral, os especialistas destacam que o país reune todos os requisitos para converter-se em uma potência mundial, mas é incapaz de gerar desenvolvimento para seu mercado interno devido a uma série de fatores, tais como a falta de tecnologias e infraestruturas eficientes e abalizadas por todos os setores da economia nacional e o fato de que as autoridades acabaram se preocupando em realizar reformas no setor energético e no de comunicações, se omitindo no setor de educação, trabalhista e financeiro.

Fonte: Russia Today via Vermelho

Salário mínimo tem maior poder de compra em 30 anos

Valorizar o salário mínimo é apostar no desenvolvimentoEntre as muitas conquistas que contribuem para a transformação social que o Brasil vive hoje é, sem dúvida, a política de valorização do salário mínimo. Essa política atende a uma antiga reivindicação das centrais sindicais e foi instituída pelo governo Lula em 2005. Desde então, vem sendo mantida e ampliada por Dilma, assegurando um avanço significativo em termos de aumento da renda média do trabalhador brasileiro - e em todos os aspectos sociais e econômicos afetados por essa melhora.

Hoje, o valor estabelecido para o salário mínimo nacional (R$ 724) representa o maior poder de compra desde 1979. A quantidade de 2,23 cestas básicas que podem ser compradas com o salário reajustado é a melhor já registrada pelo Dieese, mais que o dobro da média registrada em 1995. O salário mínimo de 2014 representa um avanço de 61% no poder de compra desde 2003.

O salário do trabalhador, vítima histórica das crises econômicas em governos passados, tornou-se uma das prioridades do governo nas administrações petistas, e foi protegido do cenário internacional. Mesmo nessa constante elevação dos últimos anos, só em 2014 os trabalhadores puderam recuperar o poder de compra que tinham em 1983.

Agora, o reajuste se dá pela soma do crescimento PIB dos dois anos anteriores com a inflação do ultimo ano – fórmula garantida pelo governo até 2023. O mínimo de R$ 724 em 2014 é fruto de um reajuste de 6,78%, resultado da variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, 1,03%, e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor de 2013, estimado em 5,54%.

Fonte: Portal Dilma via Vermelho

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Entremeio ao bombardeio, Dilma eleva sua liderança

Entremeio ao bombardeio, Dilma eleva sua liderançaNeste primeiro turno que chega à reta final teve de tudo. E mais ainda está por vir. Campanha pelo fracasso da Copa do Mundo, polarização entre a presidenta Dilma Rousseff e Aécio Neves, troca de candidato em decorrência de uma tragédia, deslocamento do tucano e subida de Marina Silva e, agora, queda da candidata da Rede-PSB e um fiapo de esperança dos tucanos. 

Por Adalberto Monteiro*


Neste cenário de variações e sobressaltos, há, todavia, uma constante: a presidenta Dilma Rousseff, entremeio a um ataque cerrado da oposição e da grande mídia, eleva sua liderança política. Ela conquista crescente apoio popular e, lance a lance, batalha a batalha, vai construindo a quarta vitória consecutiva do povo.

Marina, encolhida entre seus xales, se queixa, se diz vítima de ataques. Falso. Quem o tempo todo tem sido alvo de uma campanha de “desconstrução” é a candidata Dilma Rousseff. Mas, em vez de se fazer de “coitadinha” como teatraliza a candidata Marina Silva, Dilma optou pela luta de ideias. A um só tempo dá visibilidade às realizações de seu governo, aponta um futuro de transformações e reformas e empreende um debate programático incisivo com Marina e Aécio.

A farsa da “nova política” de Marina e o discurso neoliberal recauchutado de Aécio foram desnudados pela campanha de Dilma. Progressivamente, foi ganhando nitidez que não há terceira via, o confronto é entre o avanço e o retrocesso.

Quem é alvo do “vale-tudo” é Dilma como ficou evidente nas armações da revista Veja, explorando a delação premiada do ladrão da Petrobras. Ladrão, sublinhe-se, que foi preso porque no governo de Dilma a Polícia Federal e o Ministério Público, ao contrário do que ocorria na era FHC, são fortalecidos para desempenhar os que lhes determina a Constituição.

Chegamos à reta final do primeiro turno e o sistema de oposição como pêndulo oscila entre Marina e Aécio. O enredo é conhecido. Aécio antes da morte de Eduardo era o predileto dos banqueiros.


Com a subida de Marina – totalmente rendida e convertida ao rentismo, e o tucano ficando para trás nas pesquisas –, o bloco conservador e a grande mídia se fracionaram. Houve um momento em que a situação de Aécio beirou a figura de um “abandonado”. As fragilidades de Marina, o emaranhado de contradições e vulnerabilidades de seu programa, a voz corrente entre o eleitorado de que ela “não tem pulso”, não tem força para governar o Brasil, corroeram parte das convicções das alas conservadoras da classe dominante que haviam embarcado na sua campanha. Além dos mais, aqueles suntuosos números das pesquisas que sinalizavam uma Marina imbatível derreteram-se como cera ao fogo.

Aécio não sabe qual derrota tenta evitar: Se a do governo de Minas ou a da eleição presidencial. Setores da grande mídia e aliados que o haviam deixado de lado, no auge daquela miragem que fazia ver Marina triunfar já no primeiro turno, voltam a injetar glicose na veia da campanha do tucano. De volta ao jogo em busca de uma derrota honrosa ou de uma recuperação inusitada que o leve ao segundo turno, ele recrudesce o ódio ao “petismo” e atira em Marina. A banda dos banqueiros que dobram a aposta na candidata da Rede-PSB ironiza e diz que a reação de Aécio é uma mera “visita da saúde” na sua moribunda campanha. Blogueiros dos jornalões também dizem que o neto distante de Tancredo faz o papel de inocente útil: ataca Marina e ajuda Dilma.
Enquanto a oposição se engalfinha, se autodevora, Dilma Rousseff emerge com sua real estatura: a liderança capaz de conduzir o Brasil à nova etapa de desenvolvimento, com mais crescimento econômico e uma redução ainda mais eficaz das desigualdades sociais e regionais. 

*Presidente da Fundação Maurício Grabois e editor da revista Princípios
Fonte: Vermelho