sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Movimento Pedágio Não! Duplicação da BR 101 deve ser integrada no PAC


Por Jorge Barbosa*
Depois do fracasso do leilão de privatização da BR 262 (MG/ES), o governo avalia a mudança de regras para a concessão de rodovias, entre elas a BR 101 no trecho compreendido entre Feira de Santana a Mucuri.

Um dos problemas elencados pelos empresários foi a participação do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) no empreendimento. Um órgão que, segundo os representantes dos consórcios privados, possui antecedentes de não cumprir prazos, o que certamente traria dificuldades ao concessionário.

Dos 772 km a serem privatizados, consta do edital que 221 km devem ser duplicados sob a responsabilidade do DNIT. Contudo, o que advogamos é que o povo brasileiro, contribuinte de uma alta e injusta carga tributária, onde o peso está concentrado nos tributos indiretos, possui o direito de transitar em rodovias modernas e conservadas e que a duplicação da BR 101 se é tão importante para o desenvolvimento do Estado da Bahia e do Brasil, que seja integrada no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.

Políticos inertes

Foi comentado também que um dos motivos do fracasso do leilão da BR 262 foi a mobilização da bancada de deputados do Espírito Santo, temendo a repercussão negativa de mais pedágios, uma vez que foram fortes e violentas as manifestações nos movimentos de junho e julho.

Infelizmente até o momento nenhum deputado federal ou estadual da Bahia manifestou-se oficial e publicamente contra a privatização de rodovias, muito embora o – Movimento Pedágio Não - tenha enviado correspondência a todos desde o mês de abril. Além disso, o silêncio também é presente entre os prefeitos e vereadores da região que nada dizem sobre o assunto.

As exceções são: Álvaro Gomes, deputado estadual pelo PCdoB, que se pronunciou contra o pedágio durante o Encontro Regional de Bancários em Ilhéus no mês de maio; o vice-prefeito de Itabuna Wenceslau Júnior que apresentou oposição a concessão de rodovias no III Encontro Regional da CTB no mês de junho e o vereador Jairo Araújo PCdoB Itabuna, militante do Movimento Pedágio Não desde 2007 e que tem mantido a coerência participando das manifestações contra a privatização da BR 101.

Na próxima semana faremos o balanço final de quem apresentou alguma atitude contra o famigerado pedágio na BR 101.

Basta de omissão!

*Jorge Barbosa, presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Dilma e Obama: um discurso pela paz, outro de ameaças

O discurso de Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da ONU, ontem, terça-feira (24), que tradicionalmente cabe ao Brasil, foi o pronunciamento de uma estadista consciente de seu papel de dirigente de uma nação cuja influência cresce no mundo por ser portadora da defesa da paz, da diplomacia, da convivência pacífica entre os povos do mundo.

Foi um discurso firme; uma reprimenda severa com palavras precisas, ao governo dos Estados Unidos, pela espionagem criminosa feita pela Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana. Falou de igual para igual aos governos do mundo. E ao presidente estadunidense Barack Obama, em particular, cujo governo ela acusou de violar os direitos humanos, em nome dos quais hipocritamente o imperialismo estadunidense promove intervenções militares e guerras. A espionagem foi uma dupla violação, disse Dilma: da soberania brasileira e dos demais países onde ocorreu; foi também um atentado contra os direitos humanos.

Ela afronta, disse a presidenta brasileira, o direito internacional e “os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas”. Uma soberania não pode firmar-se em detrimento de outra, afirmou. “Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos e civis fundamentais dos cidadãos de outro país.”

Sendo um país democrático que convive pacificamente com seus vizinhos há mais de 140 anos (desde o fim da Guerra do Paraguai, que terminou em 1870), o Brasil, disse ela, rejeita o uso desse tipo de recurso mesmo na luta contra o terrorismo.

Para resistir a esse tipo de intervenção criminosa de um país contra outro, ela garantiu que seu governo fará tudo pela proteção dos direitos humanos dos brasileiros e “de todos os cidadãos do mundo”, e para proteger “os frutos da engenhosidade de nossos trabalhadores e de nossas empresas”. Nesse sentido, defendeu a criação de regras multilaterais para regular o uso da internet e garantir a “efetiva proteção dos dados que por ela trafegam”, preservando a liberdade de expressão, a privacidade dos indivíduos, o respeito aos direitos humanos e a neutralidade da rede, sem “restrições por motivos políticos, comerciais, religiosos ou de qualquer outra natureza”.

Dilma Rousseff também tratou de outros temas, alguns de interesse mundial. Referiu-se às manifestações de junho, no Brasil, como parte do avanço democrático ao qual os governos populares e democráticos da última década não são estranhos. “Nós viemos das ruas”, disse; fomos formados “no cotidiano das grandes lutas do Brasil”, e concluiu com ênfase: “a rua é o nosso chão, a nossa base”. Defendeu o desenvolvimento econômico e lembrou o empenho de seu governo pela conquista de padrões de bem-estar mais elevados para os brasileiros. Condenou qualquer saída militar ou armada para a crise da Síria; para ela, a “única solução é a negociação, o diálogo, o entendimento”. Reiterou a defesa da criação do Estado Palestino independente e soberano. E, principalmente, defendeu a urgente reforma da ONU e a ampliação do Conselho de Segurança, que estão desatualizados e defasados em relação à realidade mundial atual. Será uma “derrota coletiva” se o mundo “chegar a 2015 sem um Conselho de Segurança capaz de exercer plenamente suas responsabilidades no mundo de hoje”.

Mas o ponto magnético do discurso de Dilma Rousseff, que atraiu a atenção mundial, foi a denúncia, feita em termos enérgicos, da espionagem dos EUA.

Obama fez um discurso chocho e constrangido. Repetiu alegações anacrônicas e necrosadas da ideologia dominante nos EUA. Titubeou ante as acusações feitas por Dilma Rousseff sobre a espionagem. Manteve ameaças à Síria e ao Irã. Defendeu o uso da “inteligência” (isto é, da espionagem), alegando a busca de equilíbrio entre segurança nacional e privacidade. Fez uma observação temerária e pouco crível a respeito da situação do mundo ao alegar que, em “resultado desse trabalho e em cooperação com os nossos aliados, o mundo está mais estável do que estava há cinco anos”. Estável onde, neste momento em as ações agressivas do imperialismo dos EUA constituem a principal ameaça à paz mundial?

Sobretudo, Barack Obama repisou argumentos da lenda anacrônica do “destino manifesto”, uma ideologia da classe dominante dos EUA que disfarça a defesa de seus interesses com o biombo da promoção e difusão da democracia e da “civilização” no mundo.

Em nome deste “destino manifesto” os EUA semearam, desde o século 19, agressões contra a independência e a soberania de povos e nações. Vestindo a maltrapilha sotaina do direito divino que inspira toda teocracia, Barack Obama reafirmou o “dever” que os EUA teriam (por missão divina?) de policiar o mundo; defendeu toda intervenção militar alegando que fazem parte do combate a “atrocidades em massa”. Intervenções que, autorizadas por aquele “destino manifesto”, podem ser feitas, supõe ele, ao arrepio do direito internacional. “A soberania não pode ser um escudo para tiranos cometerem um assassinato, ou uma desculpa para a comunidade internacional não agir”, disse.

Este embate indica a absoluta pertinência de uma das advertências feitas por Dilma Rousseff: o unilateralismo foi a causa das guerras e é, ainda, fonte de insegurança para os povos e nações.

Foram dois discursos antagônicos. Dilma, representando uma nação cuja influência mundial cresce justamente devido à busca da paz e da convivência pacífica e harmônica entre os povos, falou como a estadista que é.

Obama, dirigente de uma nação de poder ainda imenso mas em declínio, falou como o chefe da nação que é hoje a principal ameaça à paz no mundo.

Fonte: Vermelho

Lula avisa: “Estou voltando com muita vontade e muita disposição”

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Em entrevista ontem, terça-feira (24) à Rede Brasil Atual e outros veículos de imprensa progressistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que terá na campanha eleitoral de 2014 o "papel que a Dilma quiser que seja". Lula mandou um recado para a oposição: "Estou voltando, com muita vontade, com muita disposição - para felicidade de alguns, para desgraça de outros. É o seguinte: eu estou no jogo".

Ele admitiu que tem adotado uma postura cautelosa nas reuniões e conversas com partidos políticos — levando em consideração o crivo da presidenta Dilma Rousseff e do PT. Ele afirmou que está preparado para participar ativamente da campanha presidencial. "Eu me considero razoável de palanque, gosto, me sinto bem, agradeço a Deus todos os dias a relação de confiança que construí com o povo brasileiro. E tudo o que eu puder fazer para convencer as pessoas que confiam em mim a votar na Dilma, eu vou fazer", disse.

O ex-presidente lembrou ainda que Dilma provavelmente precisará menos de sua ‘ajuda’ durante sua candidatura à reeleição. "Ela vai ser julgada pelo que está fazendo, não é mais uma desconhecida como era em 2010, mas farei o mesmo esforço para reelegê-la, pois a vitória da Dilma é a minha vitória e a derrota dela é a minha. O sucesso dela é o sucesso do povo brasileiro, das camadas mais pobres da população."

Candidatura de Campos

Lula também falou da possibilidade, cada vez mais presente no cenário político nacional, de o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disputar as eleições presidenciais do próximo ano. Ele disse, no entanto, que continua trabalhando com a perspectiva de aliança. "Se não der para a gente estar junto, o que precisamos é fazer uma campanha civilizada em que a gente possa estar junto no segundo turno".

Na última quarta-feira (18) o PSB anunciou deixaria o governo federal. O anúncio foi feito depois de uma reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília. Lula disse que viu com "certa tristeza" o afastamento de Campos da base aliada, mas afirmou que prefere aguardar até março a confirmação de que Campos será ou não candidato.

Reforma política

Lula demonstrou ceticismo com a possibilidade de que as propostas de reforma política em tramitação no Congresso apresentem mudanças significativas. Ele não vê chance de mudanças significativas nas regras do jogo pelos detentores dos atuais mandatos. “Achar que os atuais deputados vão fazer uma reforma política mudando o status quo é muito difícil. Pode melhorar um pouco”.

Ele voltou a defender que se convoque uma constituinte para tratar exclusivamente do tema. A proposta chegou a ser apresentada por Dilma Rousseff após as manifestações de junho, mas foi rapidamente deixada de lado pelo Congresso e pelo PMDB, que engavetaram também a ideia da presidenta de realizar um plebiscito sobre a reforma política.

“Acredito que é possível discutirmos uma mudança na votação, votar em lista, financiamento de campanha. Há um equívoco de fazer a sociedade compreender que o financiamento público vai tirar o dinheiro da União. A forma mais eficaz, honesta e barata de se fazer uma campanha política é você saber que cada voto vale um centavo, R$ 1 real, R$ 10 reais e que cada partido vai ter tanto, e que cada partido vai fazer aquilo e se alguém pegar dinheiro privado tem de ser considerado crime inafiançável, para que as pessoas não fiquem subordinadas aos empresários”.

Manifestações de junho

Para o ex-presidente, as manifestações que tomaram as ruas do país em junho deste ano devem “servir como uma grande lição para a sociedade brasileira e, sobretudo, para os governantes brasileiros”. Mas reconheceu que “foi um movimento que se deu à margem daquilo que nós conhecíamos como tradicional forma de organização”.

“Eu me lembro que não aconteceu nada no Brasil nos últimos 40 anos que a gente não estivesse à frente. Seja o movimento sindical, sejam os partidos de esquerda, seja a UNE, sejam os sem-terra”.

Ainda de acordo com ele as manifestações não foram direcionadas contra o governo, mas foi um movimento que reivindicou mais direitos e avanços. “Nós queremos mais educação, nós queremos mais saúde, nós queremos mais transporte, nós queremos mais qualidade de vida. Aí eu lembro de um discurso do Fernando Haddad [prefeito de São Paulo eleito em 2012] durante a campanha que ele falava você está lembrado que na sua casa, da porta para dentro, melhorou muita coisa, mas da porta para fora piorou ou ficou como está. E era verdade, porque o cara tinha comprado uma máquina de lavar roupa, uma geladeira, um televisor, mas a cidade não foi cuidada adequadamente. Ou seja, você não fez as tarefas para cuidar do transporte adequadamente, não fez o saneamento básico adequado, não tornou a periferia boa para se morar”.

Segundo Lula, a resposta da presidenta aos anseios das ruas foi imediata e citou o Programa Mais Médicos e a aprovação de 75% dos royalties para a educação. “O que a gente precisa neste instante é saber que mudou a sociedade brasileira. Ela está mais exigente, ela tem mais informações do que tinha antes. Você imagina, nós saímos de um país que tinha, em 2007, 48 milhões de pessoas que viajavam de avião. Hoje nós temos 113 milhões de pessoas. Essa gente quer se queixar do aeroporto agora, quer se queixar do preço da passagem, quer se queixar da qualidade do serviço no avião. Antigamente você não tinha isso”.

Mais Médicos

Ele foi enfático na defesa do Programa Mais Médicos e disse que as “entidades que representam os médicos no Brasil nunca reconheceram que no Brasil faltava médico”. E reforçou o discurso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que “não se está buscando médico fora para substituir o médico brasileiro; se está buscando médico fora para trabalhar onde não tem médico”.

“E o Padilha sabe que o Mais Médicos não vai resolver o problema da saúde. O Mais Médicos vai dar oportunidade ao cidadão que não tem acesso a nenhum médico, a ter acesso ao primeiro médico e tratamento. E quando esse cidadão tiver acesso ao médico, ele vai querer mais saúde, porque ele vai ter informações: vão pedir pra mulher fazer mamografia, se é um homem vai ter que fazer exame de câncer não sei das quantas. Então, todas as vezes vai precisar formar mais gente”.

Lula disse ainda que o fim da CPMF, em 2007, foi um ato de “insanidade dos tucanos” contra o seu governo que retirou do orçamento um investimento de cerca de R$ 40 bilhões por ano para a saúde a partir de 2007. “Qual era a ideia? Vamos prejudicar o Lula. Vamos quebrar a cara dele, ele não vai se eleger. E caíram do cavalo, porque terminei meu mandato com 87% de bom e ótimo, 3% de ruim e péssimo e 10% de regular. Pois bem, quem eles prejudicaram? O povo”.

“Nós temos que colocar na sociedade brasileira a seguinte ideia: você não vai conseguir fazer com que as camadas mais pobres da população tenham acesso a uma boa qualidade de saúde e à média ou alta complexidade sem dinheiro”.

A discussão do tema com toda a sociedade brasileira é, para Lula, o principal caminho para buscar uma solução efetiva. “Porque achar que a gente pode elevar a um padrão de ter acesso de alta complexidade as pessoas mais pobres sem dinheiro é vender ilusão. E achamos que o rico tem que pagar pela saúde do povo mais pobre. Era por isso que tínhamos apresentado um programa chamado Mais Saúde em que a gente iria utilizar todo o dinheiro da CPMF para cuidar da saúde”.

Ele defendeu o Sistema Único de Saúde (SU), mas reforçou que a universalização da saúde depende de mais recurso. “É isso que temos de ter em conta. Dilma e Padilha marcaram um gol com o Mais Médicos. Abriram um debate muito importante com a sociedade para as pessoas começarem a enxergar”.

Mariana Viel - redação do Vermelho, com informações da Rede Brasil Atual

PCdoB diz que votará contra minirreforma política

Em nota divulgada na noite desta terça-feira (24), a bancada do PCdoB na Câmara defende uma reforma política ampla e adianta que votará contra a minirreforma. Segundo a nota, a matéria em pauta não reestrutura a política brasileira e não enfrenta a questão central da corrupção, que é o fim do financiamento privado de campanha.


Leia abaixo a íntegra:

A bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados reafirma a defesa de uma reforma política ampla que reestruture a política brasileira. A questão central para enfrentar a corrupção é acabar com o financiamento privado das campanhas eleitorais.

O PCdoB se manterá firme na luta pela aprovação de uma reforma política profunda. Nesse sentido, defendemos o Projeto Eleições Limpas, apresentado por meio de iniciativa popular à Casa, e a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo para convocação de um plebiscito popular sobre o tema.

Por essa razão, votaremos contra o projeto de minirreforma eleitoral.

Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados

Brasília, 24 de setembro de 2013

Lei Maria da Penha não inibe a violência


Neste mês, a Lei Maria da Penha completa sete anos e, até hoje, 700 mil ações judiciais foram abertas. Dados de 2009 indicam que cerca de 80% dos casos seguem adiante na Justiça, mas apenas 20% geram penas definitivas e as prisões ficam em torno de 2%. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O maior entrave ainda é o medo de denunciar o agressor. As vítimas sofrem ameaças de morte e chantagem dos companheiros para manter o sigilo sobre as agressões. Especialistas indicam que é necessário fortalecer a mulher para que possa tomar a decisão de sair do ciclo de violência.
A agressão psicológica é a que mais aprisiona, por não deixar sinais evidentes. A demora em denunciar fez com que 43,7 mil mulheres fossem assassinadas entre 2002 e 2012.
Salvador
Atualmente, Salvador conta com duas DEAM (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher). O Centro de Referência em Atenção à Mulher Loreta Valadares, nos Barris, presta apoio psicológico, social e jurídico às mulheres em situação de violência.
Os órgãos e a 1ª Vara de Violência Doméstica foram criados por obrigatoriedade da Lei Maria da Penha. Segundo a Superintendência de Políticas Para as Mulheres de Presidência da República, a Bahia ocupa o quinto lugar no ranking de violência doméstica contra a mulher.
 
Fonte: O Bancário

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Em greve, bancários saem em passeata em diversos estados nesta terça-feira

Ainda sem a apresentação de uma proposta que atenda às reivindicações da categoria, bancários, que estão em greve há cinco dias, organizam nesta terça-feira (24) passeatas em diversos estados.
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Em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e Salvador, entre outras, bancários farão caminhadas pelas ruas da cidade para levar à população suas justas reivindicações.

Em greve desde a última quinta-feira (19), a categoria tem se deparado com a postura intransigente da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que se nega a negociar um índice de reajuste que atenda as necessidades dos trabalhadores do setor.

Em Belo Horizonte a caminhada ocorre às 13h, pelas ruas do centro da cidade. Em São Paulo os trabalhadores se reúnem a partir das 16h, no vão livre do Masp, para sair em passeata pela avenida Paulista. A concentração de trabalhadores no Rio será a partir das 18h na Candelária, para caminhada da avenida Rio Branco até a Cinelândia.  Em Salvador, a passeata pelas ruas do centro de Salvador começa às 16h, na frente da entidade, nas Mercês. No Ceará, a passeata pelo Centro de Fortaleza tem início a partir das 17h, na Praça do Carmo.

Entre as principais reivindicações econômicas os trabalhadores estão aumento real de 5%, piso de R$ 2.860,21 e pagamento de três salários mais parcela fixa de R$ 5.553,15 para Participação nos Lucros ou Resultados (PLR).

Um estudo do Dieese, com base no Censo 2010, aponta que 10% das pessoas mais ricas do Brasil têm renda média mensal 39 vezes maior que a das 10% mais pobres. Com base no Relatório Social da Febraban, o estudo mostra que no sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Itaú, por exemplo, os executivos recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,82 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 119,25 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 106,09 vezes.

Os trabalhadores também pedem mais contratações, combate às terceirizações e fim da cobrança pelo cumprimento de metas abusivas e assédio moral, entre outros. Após quatro rodadas de negociação a Fenaban apresentou como proposta a reposição da inflação, medida em 6,1% pelo INPC de setembro de 2012 a agosto de 2014.
Portal CTB

PL 4.330/04 perde força, mas convém vigilância permanente



As mobilizações e pressões do movimento sindical contra o PL 4.330/04, que pretende regulamentar as relações de trabalho terceirizado no País, em discussão na Câmara, suscitaram ampla e severas críticas ao projeto que partiram de instituições como o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Os juízes do Trabalho (Anamatra), a OAB, os TRTs, os pesquisadores do mundo do trabalho, os auditores fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), e os do Trabalho (Sinait) também se posicionaram publicamente contra o projeto e contribuíram para amplificar as opiniões abalizadas contra o projeto.

Há um mês era tida como líquida e certa a sua aprovação na CCJ ou no plenário, tanto faz, pois a bancada empresarial-patronal tem ampla maioria na Câmara dos Deputados. Mas, agora, a correlação de forças sociais foi modificada e dificilmente, salvo amplo acordo, o projeto poderá ser aprovado nos moldes em que foi apresentado pelo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA).

Os deputados não poderão votar a proposição na Câmara sem levar em consideração a posição dos 19 ministros do TST, num colégio de 26, severamente contrária ao texto do relator.

O presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a despeito de quaisquer simpatias pelo texto, não poderá fazê-lo sob pena de criar um conflito instransponível em relação às forças sociais e políticas que se opõem ao projeto.

Não há autoridade maior neste tema, depois do movimento sindical, em condições de apontar as mazelas que uma lei nessa direção poderia causar ao tecido social brasileiro se fosse aprovada. "(...) certamente provocará gravíssima lesão social de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários no País", aponta o documento dos ministros do TST.

O PL 4.330/04 perdeu força e apelo. A comissão geral (debate público), realizada pela Câmara na última quarta-feira (18), demonstrou que há divergências instransponíveis em relação ao relatório de Arthur Maia. Só os empresários o apóiam!

Os documentos contrários ao projeto divulgados por várias instituições demonstraram dois aspectos que ainda não haviam transparecido no debate: 1) que não era apenas o movimento sindical que se batia contra o projeto, e 2) que os empresários são o único segmento que o apóiam. E, portanto, estão isolados social e politicamente nesse tema.

Vigilância e pressão

Três tarefas fundamentais e urgentes estão colocadas para o movimento sindical nesse processo.
A primeira é não deixar votar o projeto na Câmara sem que haja um acordo que equilibre as demandas entre o capital e o trabalho. Atualmente, a balança do projeto pende desavergonhadamente para os interesses do capital no texto de Arthur Maia.

A segunda é transformar essa ampla oposição ao projeto num trabalho prático. De posse desses documentos visitar todos os deputados e mostrar que o projeto só atende às demandas do poder econômico e que, por isso, não é possível votá-lo. Nesses termos, é preciso rejeitá-lo!

Por último, como já havia sugerido no artigo anterior que escrevi sobre o tema, é arrancar um acordo que preserve condições dignas de trabalho aos terceirizados e não permitir que essa modalidade de contratação se expanda para o setor fim das empresas.

No mais, é necessário manter a guarda alta, com vigilância redobrada contra os movimentos sorrateiros que possam ou queiram tentar votar o projeto na CCJ ou no plenário.

A pressão e a vigilância precisam continuar!

Marcos Verlaine Marcos Verlaine - Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap

Greve dos bancários cresce: 893 agências fechadas na Bahia e Sergipe no quinto dia




A greve dos bancários continua crescendo na Bahia e Sergipe. Ontem, segunda-feira, dia 23, quinto dia de paralisação, os trabalhadores fecharam 893 agências nos dois estados, um aumento de 253 unidades desde o primeiro dia de paralisação. Em relação ao ano passado, a greve deste ano mostra-se ainda mais forte, pois no mesmo período eram 702 agências fechadas.




"Como era esperado, o movimento vem crescendo a cada dia e já estamos, inclusive, com o número maior de agências fechadas que no ano passado. Isso mostra a insatisfação da categoria com os patrões", afirma o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza.


Na base do Sindicato da Bahia, 385 estão fechadas; de Vitória da Conquista, 60; de Feira de Santana, 33; Ilhéus, 27; Irecê, 37; Jacobina, 28; Jequié, 26; Itabuna, 33; Camaçari, 17; Barreiras, 49; e Juazeiro, 27. Já em Sergipe, deixaram de funcionar 171 agências.

Os bancários reivindicam:

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Fonte: Feeb-Ba/Se

Diga Não ao PL 4330 da terceirização!




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Plenária do FNDC debate manipulação da mídia



Em suas análises de conjuntura na 17ª Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), realizada no sábado (21), em Brasília, os jornalistas Leandro Fortes e Paulo Moreira Leite somaram forças ao lado da coordenadora do FNDC, Rosane Bertotti, contra as mentiras e manipulações dos monopólios de mídia.
 

Diante de todos os atropelos midiáticos que estamos vendo torna-se inadiável a construção de políticas públicas, avalia Roseli Gofman, do Conselho Federal de Psicologia, que coordenou a mesa em nome do FNDC. “Num país que se pretende democrático não podemos permitir que a construção de subjetividade, de compreensão e de ideologia se dê pela massificação da informação que se diz jornalismo, que molda comportamentos”, acrescentou Roseli.

Conforme o jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital, os grandes conglomerados privados de comunicação induzem profissionais a terem um “comportamento de manada”. “Não há quartel no mundo com maior hierarquia do que uma redação. Ali os monstrinhos corporativos são criados e treinados para obedecer cegamente ao que vem de cima, para repetir o que é mandado, para serem tarefeiros da notícia”, declarou. “Há uma nobreza e uma maldição na nossa profissão. A nobreza está em poder decodificar o drama humano para entender o mundo em que se está inserido. A maldição é que pode ser um instrumento de poder, de formar ou transformar uma opinião’, acrescentou.

Lembrando o episódio da bolinha de papel que atingiu a cabeça de Serra durante o último pleito presidencial, Leandro Fortes ressaltou que “tudo já estava preparado pela TV Globo, no sentido mais escroto, de montado, de farsa jornalística”, para promover o candidato da direita à vítima de uma agressão e, com isso, turbiná-lo eleitoralmente.

Crime de sonegação da Globo


Para fazer frente a este tipo de manipulação, Fortes defendeu que se crie “um ambiente para o bom combate”. Na sua opinião, entre outras ações democratizantes e plurais, isso significa a estruturação de uma ampla rede de comunicação pública e financiamento da mídia alternativa. Desta forma, acredita, crimes milionários como os de sonegação de impostos praticados pela Rede Globo não ficariam impunes pelo receio de governos e parlamentares de enfrentar o poder do monopólio. “Por isso ninguém tocou no assunto da sonegação da Globo, nem o governo nem a polícia”, disse.

Conforme Paulo Moreira Leite, “a lógica estabelecida é de uma situação de vale-tudo em que os monopólios de mídia fazem um esforço para a desmoralização de quem lhes faz contraponto. No Brasil é possível mentir com toda a imprensa, como na questão do chamado ‘mensalão’, porque há um conluio, uma identidade ideológica entre um poder que não é eleito com uma mídia que não presta contas”, sublinhou.

A questão chave que precisa ficar clara para todos, enfatizou Leite, “é que a imprensa é um instrumento de poder” e que se coloca na atualidade em nosso país ao lado de uma pequena elite alinhada pelo retrocesso das conquistas do último período.

É por este alinhamento com o atraso, “pelo conchavo do Ministério das Comunicações com o setor empresarial”, lembrou Rosane Bertotti, que os artigos constitucionais que apontam para a democratização da comunicação não foram regulamentados, “é por isso que as decisões da Confecom viraram letra morta”. Não fosse o caso Snowden ter destampado a ação criminosa e ilegal de escuta feita pelo governo estadunidense, disse Rosane, “propostas como o da neutralidade da rede teriam ido água abaixo”. “Precisamos ter claro que há uma disputa de projeto em que a velha mídia está tentando pautar o debate para o retrocesso neoliberal”, concluiu Rosane.

Fonte: FNDC via Vermelho

PCdoB reafirma apoio a Dilma no episódio de espionagem dos EUA

A Comissão Política Nacional do PCdoB realizou na sexta-feira (20), em São Paulo, seu último debate antes da reunião do Comitê Central – marcada para os dias 19 e 20 de outubro – que deverá fazer o balanço do debate do 13º Congresso da legenda comunista e a análise do trabalho feito pela direção nacional do Partido nestes quatro anos desde o 12º Congresso.
A instância máxima da organização entre seus congressos discutirá também as propostas de resolução que deverão ser levadas à plenária final do Congresso, em novembro próximo. Na ocasião, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez uma breve apreciação da conjuntura política. Leia abaixo a intervenção do dirigente comunista durante a reunião da Comissão Política Nacional:

A posição da presidenta Dilma Rousseff sobre o episodio de espionagem dos EUA

Segundo observadores qualificados da cena internacional, o Brasil foi o país mais espionado no mundo pela NSA – que é a sigla em inglês para a Agência Nacional de Segurança dos EUA. Desta forma fica evidente como o governo norte-americano encara o papel geopolítico do Brasil na atualidade. Tratou-se de um grande atentado e desrespeito à nossa soberania nacional. No Senado Federal foi criada uma CPI por proposta do PCdoB e de outros partidos da Casa. Agora será preciso contribuir para o trabalho da senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB-AM, presidente da Comissão, que vai analisar profundamente essa violação dos interesses do país e propor um plano de segurança das informações do governo na esfera política, econômica, comercial e no que diz respeito à defesa da nação.

Repercutiu fortemente no plano internacional o fato da presidenta Dilma ter recusado ir aos Estados Unidos encontrar o presidente Barack Obama, em Washington. Foi a primeira vez na história diplomática dos Estados Unidos que um país recusa um convite deste nível. A decisão de postergar esta reunião sine die foi uma posição serena e justa do governo brasileiro, que merece todo nosso apoio. As atividades de espionagem realizadas no Brasil por agentes estadunidenses se revelaram de grande espectro, envolvendo interesses comerciais e estratégicos importantes. Até as mensagens da presidenta brasileira foram bisbilhotadas, assim como o monitoramento das comunicações entre os principais articuladores políticos do Palácio do Planalto. Dilma segue para os EUA neste domingo para participar da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, com o propósito de apresentar uma proposta mais abrangente de regulamentação internacional das comunicações por internet em plano mundial, para impedir que os EUA continuem seu esforço de espionagem.

O desfecho do julgamento do STF sobre o processo contra o PT

O julgamento do STF sobre dirigentes do PT e de pessoas relacionadas à sua direção nacional é resultado das ações políticas e ideológicas de setores reacionários da sociedade brasileira com o apoio da grande mídia comercial. Os únicos partidos que se pronunciaram formalmente sobre o julgamento foram o PT – partido interessado diretamente na matéria – e o PCdoB. Em nota de 02/12 o Comitê Central do PCdoB denominou o julgamento como sendo de caráter eminente político com objetivo de promover o impeachment do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mudança da composição do Supremo Tribunal Federal, entretanto, e o desempate de 6 a 5 na votação do acatamento dos chamados embargos infringentes favoreceram a decisão consubstanciada no voto do ministro Celso de Melo. A reação de setores democráticos contribuiu para a criação desta nova situação. Agora abre-se toda uma nova etapa do julgamento onde os condenados sumariamente poderão interpor suas ações para rever decisões da Corte em que houve uma votação contrária de pelo menos 4 votos de ministros do STF.

A campanha da oposição para desacreditar a presidenta Dilma

No plano econômico, os círculos financeiros neoliberais desencadearam há alguns meses uma ampla campanha de descrédito da presidenta Dilma e de sua orientação econômica, pintando um cenário de que caminhávamos para o desastre econômico. O resultado do PIB no terceiro trimestre, entretanto, “surpreendeu” estes setores conservadores, com um crescimento de 1,5%, fazendo-se prever um crescimento anual de cerca de 3 a 4% do PIB. O Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, ao contrário do que se esperava, não suspendeu o estímulo monetário da emissão de dólares que inundam o mercado mundial, reafirmando sua política de emissão mensal de US$ 85 bilhões para compra de papéis do Tesouro e de papéis lastreados em hipotecas imobiliárias, tendo em vista a reativação de sua economia ainda em retração às custas das economias e das moedas de todos os países do mundo.

Os EUA pretendiam mudar sua política monetária, e por conta desta perspectiva os agentes financeiros no Brasil promoveram um ataque depreciativo contra o real. A decisão de quarta-feira última não corroborou a campanha de descrédito da economia brasileira, o dólar não disparou e a inflação continua sob controle. A situação econômica dos EUA é que continua muito difícil. Desta forma o governo Dilma retoma a confiança da opinião pública, volta a ter maioria no Congresso Nacional para a implementação de sua política. A tentativa de desconstrução do governo fica complicada para a oposição. Qual é a alternativa que essa oposição apresenta? Bandeiras como a austeridade fiscal e redução dos gastos públicos? Estas são os grandes desafios da campanha oposicionista do PSDB com o lançamento de Aécio Neves para a Presidência da República. Ao mesmo tempo Marina Silva não vê perspectiva concreta de viabilização de seu partido da Rede, contestada pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público Eleitoral, caso não consiga atingir as 492 mil assinaturas necessárias no prazo legal.

Sobre o episódio de tentativa de ataque dos EUA à Siria

Por outro lado, o presidente dos EUA, Barack Obama, perdeu a iniciativa política e militar com a suspensão da prometida intervenção na Siria. A resistência do povo norte-americano, pressionando seus parlamentares contra esta nova tentativa de intervenção militar dos EUA no mundo, a decisão do Parlamento inglês derrotando a proposição do primeiro-ministro britânico de atacar a Síria, fizeram com que Obama se colocasse na defensiva política. A carta do presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, colocou o dedo na ferida mostrando como os EUA passam por cima da ONU, e de outros organismos multilaterais, se colocando como polícia do mundo. Dado novo na situação política do Oriente Médio, a posição da Federação Russa se coloca com grande protagonismo neste caso da Siria. O PCdoB tem tomado posição firme em relação à questão da Siria, contra a intervenção estrangeira de tropas mercenárias a soldo dos EUA e outros países como a Arábia Saudita e contra a ameaça de guerra patrocinada por Barack Obama, François Hollande e David Cameron, todos enfrentando em seus respectivos países a opinião pública majoritariamente contra a intervenção armada na Síria.

Fonte: Blog do Renato via Vermelho

500 mil crianças deixaram de trabalhar no Brasil


O Estado de S. Paulo
Jamil Chade

GENEBRA - Cerca de 500 mil crianças deixaram de trabalhar no Brasil em apenas três anos, um marco que a Organização Internacional do Trabalho destaca como um modelo que deve ser seguido em outras economias. Dados divulgados nesta segunda-feira, 23, pela entidade em Genebra revelam que entre 2008 e 2011 o número de crianças em postos de trabalho caiu de 2,1 milhões para 1,6 milhão.

O combate ao trabalho infantil se transformou em uma das maiores bandeiras da entidade nos últimos anos e os resultados em todo o mundo começam a aparecer. Em pouco mais de dez anos, o número de vítimas do trabalho infantil caiu em um terço. Mas, apesar dos avanços inéditos, o mundo não atingirá a meta de eliminar o trabalho de crianças até 2016, como governos haviam prometido. Atualmente 168 milhões de pessoas ainda são vítimas do trabalho infantil. Destas, 40 milhões delas tem menos de 14 anos de idade.

Os dados estão sendo divulgados às vésperas da conferência global sobre o assunto, que ocorre em outubro em Brasília, dão a dimensão do progresso. Entre 2000 e 2012, o número global passou de 245 milhões de crianças para 168 milhões.

Em termos percentuais, 16% das crianças no mundo trabalhavam em 2000. Hoje, essa taxa é de 11%. A agricultura ainda lidera como o setor que mais emprega crianças, com 98 milhões de menores envolvidos, cerca de 60% de todas as crianças que trabalham. 54 milhões deles ainda trabalham em serviços, contra 12 milhões na indústria.

A maior redução foi registrada entre garotas e na Ásia. O número de meninas empregadas foi reduzido em 40% entre 2000 e 2012.

Um exemplo de avanço citado pela OIT é o Brasil. Em 2008, 5,4% das crianças entre 5 e 15 anos no País trabalhavam. Em 2011, essa taxa caiu para 4,7%. A previsão da OIT é de que o governo brasileiro irá divulgar seus números de 2012 durante a conferência de outubro e que mostrará uma queda ainda maior.

Mas os avanços no Brasil não estão sendo acompanhados no restante da América Latina, onde o progresso é considerado como "lento". Entre 2008 e 2012, entre 2008 e 2012, o número de crianças trabalhando caiu de 14,1 milhões para 12,5 milhões. Mas um terço dessa queda ocorreu graças ao Brasil.

No total, a taxa de crianças latino-americanas que trabalham foi reduzida de 10% para 8,8%.

"Parece que os bolsões onde ainda existe trabalho infantil são de difícil acesso", comentou Constance Thomas, responsável dentro da OIT pelo departamento. Na Colômbia, por exemplo, o número de crianças em postos de trabalho chegou a aumentar.

A avaliação da OIT é de que apenas o crescimento econômico em países emergentes não é suficiente para acabar com o trabalho infantil. Para que isso ocorra, são necessárias leis, combate às práticas e estratégias. "Os avanços ainda são lentos", declarou Guy Ryder, diretor-geral da OIT.

Para 2016, a meta era a de que o número de crianças trabalhando fosse reduzido a um mínino, meta que a OIT já admite três anos antes que será frustrada.


Fonte: Contraf