Recentemente houve uma verdadeira
comoção nacional contra os maus tratos praticados contra cães em um pet shop (loja de animais domésticos), o
que certamente merece repreensão. Contudo, a lista das maldades praticadas
pelos humanos contra os irracionais é monstruosa e não é de hoje. Podemos citar
algumas: caça as baleias, matança de focas e golfinhos, o enclausuramento e
deformação de aves para o abate, a morte de gado bovino a machadadas nos
matadouros, a destruição dos habitats de diversas espécies levando-as a extinção,
a utilização sem tréguas de animais de tração (mulas, cavalos e bois), o
adestramento perverso de animais em espetáculos inclusive circenses, dentre outros.
Se fossemos citar todos, teríamos que escrever um livro.
Outra face da nossa falta de
compromisso ético com os animais domésticos é a adoção irresponsável de cães e
gatos que muitas vezes acabam abandonados ou presos em cubículos sem a menor
condição de higiene. Esse fato nos remete a outro problema, a reprodução
descontroladas, e o perigo da disseminação de doenças.
Porém, a solução para muitos é mais
uma maldade sem fim, ou seja, a castração.
Os defensores dessa crueldade argumentam que ela evita as crias
indesejadas, trazem benefícios a saúde, e ainda mudam o comportamento dos
animais que se tornam menos agressivos. Todavia, se esse método é tão bom e
inofensivo como um anticoncepcional e regulador da hostilidade e da violência,
deveria ser recomendado aos humanos. Afinal de contas, nossa espécie é a maior
sob a Terra e necessita de planejamento familiar.
Existe como alternativa a
vasectomia e a laqueadura de trompas em animais. Portanto, a castração não deve
ser a solução. Por outro lado, é sempre bom lembrar que nós somos apenas mais
uma espécie no planeta e não temos o direito de definir quais devem sobreviver
e quais devem ser extintas. A nossa civilidade advém do respeito à vida. Todos
devem sobreviver!