sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Biólogo que denunciava crimes ambientais é encontrado morto

O biólogo espanhol Gonzalo Alonso Hernandez, assassinado em Rio Claro, em foto da família.
Com marcas de tiros na cabeça, foi encontrado boiando em uma cachoeira no Parque estadual Cunhambebe, em Rio Claro, o corpo do biólogo espanhol Gonzalo Alonso Hernandez, de 49 anos. O delegado da 168ª DP, Marco Antônio Alves, que investiga o caso, afirmou para o Jornal O Globo que as denúncias ambientais que o biólogo fazia na região são os motivos mais prováveis para o assassinato.

Em depoimento à polícia, a viúva de Gonzalo, Maria de Lurdes Pena Campos, afirmou que ele brigava com caçadores e palmiteiros ilegais da região. Gonçalo vivia num sítio dentro do parque estadual Cunhambebe, unidade de conservação administrada pelo Inea.

Ao jornal El Pais, Maria de Lurdes afirmou não ter dúvidas sobre o assassino de seu marido ser algum dos inimigos que ele fez por denunciar crimes contra o meio ambiente. 

Gonzalo, desaparecido desde a tarde de domingo, foi encontrado por um vizinho na manhã de segunda-feira, dia 06/08. Ele retirou o corpo da água, cobriu a vítima com folhas de bananeiras e saiu para chamar a polícia, que já havia sido informada do desaparecimento por Maria de Lourdes.

A polícia espera o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML) e da análise de imagens de uma câmera de vídeo do Inea para continuar as investigações que apura a morte do biólogo.


Fonte: http://www.oeco.org.br/

Cinco razões para não beber água engarrafada


water-dois-ecod.jpgO produto é visto por muito cientistas como ícone do desperdício
Foto: quinn.anya
Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org
Apesar de ser responsável por grandes debates sobre a quantidade ideal para sua ingestão, os benefícios da água para a saúde são inegáveis. Segundo a nutricionista Amélia Duarte, o líquido está presente em 50% a 75% do peso corporal de um adulto e é um dos principais transportadores de nutrientes do nosso corpo e age também como suporte para o bom funcionamento intestinal.
Mas é preciso ficar atento quando os assuntos são as fontes e o armazenamento deste recurso. Há anos, a água engarrafada está na mira de críticos e ambientalistas europeus e norte-americanos. A discussão chegou ao Brasil em 2010, mas não ganhou força, apesar deste produto ser visto por muitos cientistas como um ícone do desperdício, da desigualdade social e também um risco para a saúde.
Conheça cinco motivos para não ingerir água engarrafada:
water-sete-1.jpgPara cada litro de água engarrafada, são utilizados 200 ml de petróleo
Foto: Oxfam International 
1. Ingestão de produtos químicos
O biólogo Carlos Lehn alerta que, para cada litro de água engarrafada, é estimada a utilização de 200 ml de petróleo em sua produção, embalagem, transporte e refrigeração. Além disso, um estudo norte-americano revelou que há presença de fertilizantes, produtos farmacêuticos, desinfetantes e outras fórmulas químicas presentes no produto agem de forma negativa no corpo humano.
water-seis.jpgCerca de 900 milhões de pessoas no mundo não tem acesso a água de boa qualidade
Foto: miggslives
2. Danos socio-ambientais
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 900 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à água de boa qualidade, enquanto que uma parcela da população prefere consumir água engarrafada mesmo tendo acesso a água tratada. O consumo excessivo do produto em todo o mundo pode levar à superexploração de aquíferos, o que deixaria um legado de falta de água para gerações futuras.
Lehn aponta que a produção e distribuição do volume das águas engarrafadas podem gerar mais de 60 mil toneladas de emissões de gases do efeito estufa, o equivalente ao que 13 mil carros geram em um ano. 
water-tres-ecod.jpgO produto pode gerar até 1,5 milhões de toneladas de resíduos/ano
Foto: Mr. T in DC
3. Produção de lixo
Apesar de serem materiais recicláveis, as garrafas utilizadas para o acondicionamento do recurso geralmente não são recicladas, podendo produzir até 1,5 milhões de toneladas desses resíduos por ano. E, para produzir essa quantidade de plástico, são gastos cerca de 47 milhões de litros de óleo. 
A cidade de Concord, em Massachusetts (EUA), foi a primeira comunidade dos Estados Unidos a abandonar a utilização das garrafas plásticas de uso único, em 2013. O motivo? Elas não estimulam a reutilização. Em 2010, só nos EUA a estimativa era o descarte de 50 bilhões de embalagens plásticas de água por ano. Menos de 10% são recicladas. "Alguns hábitos antigos, como a sacola de pano e a garrafa de vidro podem representar a solução para alguns de nossos maiores problemas, a exemplo do acúmulo de lixo nas grandes cidades", reforçou o biólogo ao site JorNow.
water-oito-ecod.jpgO preço da água engarrafada é quase 100 vezes mais alto do que a disponibilizada pelo governo
Foto: Route79
4. Preço abusivo
O preço da água engarrafada é quase 100 vezes mais alto do que a disponibilizada pelo sistema público. Além disso, o lucro com a venda do produto, que poderia ser investido na melhoria do abastecimento público de água, permanece privatizado.
water-quatro-ecod.jpgO consumo de água em garrafas pode impactar governos
Foto: stvcr
5. Menos atenção aos sistemas públicos
... E se temos água engarrafada para consumir, para que investir em um bom sistema de abastecimento de água público? O crescimento da indústria de água engarrafada pode incentivar a privatização da comercialização do recurso em todo o mundo - o que não seria um bom sinal para qualquer governo.

Assista ao vídeo sobre a história das garrafinhas de água (em inglês):


Cuba apresentará tratamento sem efeitos colaterais contra câncer

O grupo empresarial cubano Labiofam anunciou nesta quinta-feira (8) que trabalha em "novos peptídeos antitumorais" que podem revolucionar os tratamentos tradicionais contra o câncer, e convocou um simpósio em setembro para "compartilhar" seus resultados e tentar "acelerar" o desenvolvimento do produto.
O diretor-geral do Labiofam, José Antonio Fraga, afirmou em entrevista coletiva em Havana que após 14 anos de pesquisas e estudos pré-clínicos o grupo concluiu que o efeito desses peptídeos (um tipo de molécula) obtidos por via biotecnológica "supera amplamente os produtos que existem hoje no mercado internacional".
A empresa diz ter resultados sobre o impacto de peptídeos para tratar o câncer em crianças como o glioma e os tumores cerebrais e do sistema nervoso central, assim como os cânceres de origem epitelial em adultos.
Em particular, o Labiofam destaca o desenvolvimento do peptídeo "RjLB-14", com "resultados impactantes" nos mecanismos de morte celular, já que só atua sobre as células malignas "sem efeitos colaterais", o que permitiria substituir o uso de citostáticos nos tratamentos.
Fraga explicou que nos estudos pré-clínicos realizados com ratos o uso desse produto foi "surpreendente", já que em nove dias de tratamento foi constatada uma redução de 90% do tumor, e em alguns casos o seu desaparecimento.
O diretor disse que não se trata de criar "falsas expectativas e informar algo que não está concluído" porque "os resultados pré-clínicos já fornecem evidências suficientes para comprovar e reafirmar a efetividade do tratamento em células humanas".
Segundo ele, o trabalho está na fase de pesquisa de toxicologia para se chegar ao produto final e solicitar em 2014 a realização de um teste clínico em humanos.
"Mas por que não acelerar, por que não trabalhar, por que não nos unirmos nesse trabalho?", questionou Fraga, ao anunciar a convocação do Labiofam para um simpósio internacional que acontecerá em Havana entre 18 e 20 de setembro.
O objetivo do Labiofam nesse evento será "compartilhar" e "multiplicar" seus resultados para "acelerar" o desenvolvimento de um produto que possa fazer frente ao problema das doenças oncológicas a nível mundial.
Nos últimos anos, os laboratórios do Labiofam trabalharam em outros projetos de tratamento contra o câncer a partir das propriedades do veneno de um escorpião cubano.
Atualmente, comercializam um produto homeopático chamado "Vidatox" que serve como complemento para tratar sintomas provocados pelos efeitos do câncer, além de aliviar a dor.
Em 2012, o câncer foi, pela primeira vez, a principal causa de morte em Cuba, responsável por 25% dos óbitos, superando doenças do coração e cerebrovasculares.
Fonte: UOL

Protesto contra derrubada de árvores em Fortaleza termina em confusão

A Justiça suspendeu a construção de viadutos na maior área verde de Fortaleza. Manifestantes passaram um mês acampados no local.
Eles são contra a derrubada pela prefeitura das árvores do Parque do Cocó. E, nos últimos dois dias, houve confronto com a polícia.
O trânsito nas avenidas em volta do parque só foi liberado no início da noite. Mais cedo, houve confronto entre os manifestantes, a Guarda Municipal e policiais, que usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
O grupo revidava jogando pedras e objetos. Assustados, motoristas que estavam presos no congestionamento chegaram a abandonar os veículos.
Máquinas usadas em uma obra perto do local foram quebradas e os vidros de uma agência bancária ficaram estilhaçados.
A confusão começou quando um grupo que estava acampado havia quase um mês no Parque do Cocó, a maior área verde da cidade, foi retirado pela Guarda Municipal.

“Queimaram minha barraca, eu tinha deixado lá. E também meus amigos estavam lá e eles foram muito mal tratados”, diz uma manifestante.

Alguns furaram  bloqueio e entraram novamente no parque. Na tentativa de tirá-los de cima das árvores, um guarda municipal atirou balas de borracha contra um rapaz. Os manifestantes querem impedir o desmatamento de um trecho para uma obra do município.
Depois da retirada dos manifestantes, as máquinas voltaram a trabalhar dentro do parque para concluir a derrubada de 94 árvores. No local vai ser construída uma via de asfalto.
O projeto também inclui a construção de dois viadutos no cruzamento que fica em frente ao parque. Uma obra de mais de R$ 17 milhões prevista para ser entregue no meio do ano que vem e que, segundo a Prefeitura, não traz prejuízos ao meio ambiente.
“A prefeitura, como compensação ambiental, está plantando 500 árvores, ela tinha uma obrigação de plantar três vezes 94, duzentas e setenta e poucas árvores, está plantando 500, né", declara Valdir Santos, coordenador do Transfor.
A prefeitura informou que só vai se pronunciar depois que for notificada sobre a decisão da Justiça. Durante os confrontos desta quinta-feira (08), oito manifestantes foram presos.

Fonte: Jornal Bom dia Brasil - Globo

Assista o Vídeo em: 
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/08/protesto-contra-derrubada-de-arvores-em-fortaleza-termina-em-confusao.html

CTB vai à luta contra o PL 4330 e o pedágio

Por Jorge Barbosa*
A CTB/Regional Sul da Bahia realizou manifestação hoje pela manhã na rodovia 101 próximo ao trevo do São Caetano, quando protestou contra o PL 4330 da terceirização sem limite, de autoria do deputado estadual Sandro Mabel PMDB/GO que tem como relator Arthur Maia PMDB/BA.
O projeto de lei facilita a contratação de trabalhadores terceirizados e é uma ameaça aos direitos garantidos pela CLT, além de significar baixos salários e precárias condições de trabalho.
A CTB também está em luta contra a concessão (privatização) de rodovias com leilão marcado para o dia 25 de outubro quando o governo federal pretende entregar a iniciativa privada diversas rodovias federais, dentre elas a BR 101 no perímetro compreendido entre as cidades de Mucuri a Feira de Santana.
Pelo projeto  serão instaladas nove praças de pedágio com preço inicial estimado, de ponta a ponta, de R$ 57,50 (Cinquenta e sete reais e cinquenta centavos). Com certeza mais um importo injusto e indireto a ser empurrado à “goela a baixo” ao povo brasileiro que paga uma carga tributária significativa e em contrapartida sofre com serviços públicos de baixa qualidade, a exemplo na saúde, educação, mobilidade urbana, segurança pública, transportes públicos e ainda querem lhe obrigar a pagar pela conservação e modernização das rodovias.
Basta. Pedágio Não!

CTB – Sempre na luta com você!

* Jorge Barbosa é presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região

Jorge fala sobre o PL 4330 da terceirização e sobre a cobrança de pedágios






A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB/Regional Sul da Bahia e seus sindicato
s filiados, interditaram na manhã desta terça-feira a BR 101, trecho próximo ao bairro Santa Clara em Itabuna. A manifestação faz parte do calendário de luta das Centrais contra o projeto de lei (PL) 4330, que permite a terceirização sem limites nos setores público e privado.
Um grande engarrafamento se formou em parte da BR, após os manifestantes colocarem fogo em pedaços de madeira e pneus. A Polícia Rodoviária Federal e o Corpo de Bombeiros foram até o local para acompanhar a manifestação e organizarem o trânsito na pista. Os trabalhadores que cobram também que praças de pedágios não sejam instaladas em diversos trechos da BR-101, informaram que o protesto se encerra às 10h.
Acesse o link abaixo e assista ao vídeo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=exqy_fwevm8

Em diversos estados, trabalhadores e trabalhadoras de várias categorias, convocados pelas centrais sindicais, promoverão protestos nas portas das federações patronais e confederações para pressionar os empresários a retirar da pauta da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização da mão de obra, precarizando ainda mais as relações e as condições de trabalho.

Fonte: Radar Notícias

Relatório aponta abandono de jovens nas unidades de internação em todo o país

Um levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público
alerta para a situação de abandono das unidades de internação
de jovens infratores em todo o país. Um dos principais problemas é a superlotação em 16 estados.

Um levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público alerta para a situação de abandono das unidades de internação de jovens infratores em todo o país. Assim como no sistema penitenciário comum, há superlotação nas unidades de internação de adolescentes em conflito com lei em pelo menos 16 estados. O sistema oferece 15.414 vagas, mas abriga 18.378 internos. Em alguns estados, a superlotação supera os 300%.


A maior parte dos estabelecimentos não separa os internos provisórios dos definitivos nem os adolescentes por idade, por compleição física e pelo tipo de infração cometida, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).


Entre março de 2012 e março de 2013, registrou-se a ocorrência de 129 evasões nas unidades inspecionadas pelo Ministério Público, o que resultou na fuga de pelo menos 1.560 internos (8,48% do total).

Os números constam do relatório "Um Olhar Mais Atento às Unidades de Internação e de Semiliberdade para Adolescentes", apresentado, nesta quinta-feira (8), pela Comissão de Infância e Juventude do Conselho Nacional do Ministério Público.

Os dados foram coletados por promotores de Justiça em todo o país, em inspeções realizadas no período março de 2012-março de 2013, em 88,5% das unidades de internação e de semiliberdade para adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.

De um total de 443 estabelecimentos em todo o País, foram visitadas 392 unidades, sendo 287 unidades de internação e 105 unidades de semiliberdade. O relatório traça uma radiografia da situação nesses locais. "Dos resultados obtidos é possível identificar as linhas de ação prioritárias, de que se devem ocupar, em conjunto, os órgãos que compõem o Sistema de Garantia de Direitos e toda a sociedade, no esforço permanente de tornar efetivo o primado da proteção integral. O quadro aqui revelado representa o Brasil de hoje. E é sobre os jovens de hoje que a sociedade deve estar debruçada", diz a conselheira Taís Ferraz, presidente da Comissão de Infância e Juventude, na abertura do relatório.

Perfil dos jovens

As inspeções realizadas nas unidades de internação e de semiliberdade em 2013 registraram a presença de 20.081 adolescentes em cumprimento de medidas de privação e restrição de liberdade. Destes, 18.378 cumprem medida socioeducativa de internação (provisória, definitiva e internação-sanção), enquanto 1.703 estão no regime da semiliberdade.

É de 95% o percentual de jovens do sexo masculino, a maioria deles (cerca de 70%) com idade entre 16 e 18 anos. O segundo grupo mais numeroso são meninos dos 12 aos 15 anos. O relatório compara o perfil dos jovens com os dados de evasão escolar da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada em 2010 pelo IBGE, para mostrar a relação entre os dois indicadores – ou seja, a faixa etária com maior índice de evasão escolar é também a que apresenta maior número de internos nos sistemas de internação e de semiliberdade (16 a 18 anos).

Os atos infracionais cometidos pelos jovens que estão nas unidades de internação e de semiliberdade são roubo (38,1% dos casos), tráfico (26,6%) e homicídio (8,4%), segundo o Levantamento Nacional Sinase 2012.

Superlotação

O relatório mostra que há superlotação nas unidades de internação em 16 estados. São ao todo 15.414 vagas para 18.378 internos. Os estados com os piores índices são Maranhão, com 73 vagas e 335 internos, capacidade de ocupação superada em 458%; Mato Grosso do Sul, com 220 vagas e 779 internos, capacidade superada em 354%; e Alagoas, com 154 vagas e 500 internos, capacidade superada em 324%. Já nas unidades de semiliberdade, há 2.193 vagas para 1.703 jovens atendidos. 

A superlotação foi registrada em Alagoas, 15 vagas para 175 jovens atendidos, capacidade de ocupação superada em 1.166%; Mato Grosso do Sul, com 16 vagas e 51 jovens, capacidade superada em 318%; e Ceará, com 125 vagas e 171 jovens, capacidade superada em 136%.

Fonte: Jornal do Brasil via Vermelho

O STF sucumbiu à mídia no julgamento do "mensalão"

Foto: Divulgação

Passados meses do fim do espetáculo do julgamento do “mensalão”, fica cada vez mais evidente que o STF sucumbiu à mídia e acabou se tornando o protagonista de uma onda de comoção criada para uso político. 

Por Maria Inês Nassif*, na Carta Maior

A história ainda julgará o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo dia 17 de dezembro de 2012, quando a mais alta Corte brasileira concluiu o julgamento do chamado “mensalão”. Nos cinco meses seguintes ao gran finale do show midiático promovido pelos ministros do Supremo durante todo o processo eleitoral, ocorreu uma sucessão de fatos que desmontam várias das condenações dadas aos envolvidos no caso. Existe um vigoroso conjunto de novas provas produzidas pelos advogados e acusados, boa parte delas desconsiderada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e pelo relator da matéria no STF, ministro Joaquim Barbosa, e desmentidos lógicos a premissas importantes do julgamento – que, se houver alguma racionalidade e justiça no julgamento dos embargos dos condenados, poderá resultar na redução de pena de vários deles; e, no limite, pode inocentar os casos mais flagrantes de condenação sem provas, ou a condenação por provas que não eram provas.

Quanto mais o tempo se afasta do rumoroso julgamento do chamado “mensalão”, mais a fragilidade do julgamento fica evidente. Isso não ocorre porque a “fragilidade ficou mais frágil” – apenas porque a opinião pública e os especialistas que passam a ter acesso aos fatos sem a mediação dos meios de comunicação estão mais distanciados da onda de comoção criada nos meses que antecederam o julgamento dos envolvidos numa denúncia feita por um aliado da base do governo, Roberto Jefferson, presidente do PTB, num momento de raiva pela divulgação de uma denúncia contra um seu indicado para os Correios, em 2005. Nesse acesso, Jefferson agravou um crime do qual participou: transformou um caixa dois de campanha – a transferência de dinheiro “frio”, pelas empresas de Marcos Valério, para o seu partido, para pagamento de dívidas de campanha das eleições municipais de 2004 – em uma fantástica história sobre como o Partido dos Trabalhadores comprou apoio dos partidos aliados dentro do Congresso. Jefferson virou réu e desmentiu-se, dizendo que caixa dois não é mensalão. Não adiantou. Foi condenado pelo “mensalão”.

O “mensalão” teve duas grandes ondas de comoção que decidiu os seus destinos: a primeira, em 2005, quando Jefferson botou a boca no trombone. A crise provocada pela mídia, avalizadas por sucessivos pequenos vazamentos da Polícia Federal e do Ministério Público, alimentaram a maior ofensiva oposicionista contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva de seus oito anos de governo. Se não fosse Lula resistir ao primeiro impacto dessa amplificação – transformada em fatos altamente relevantes e comprometedores pela mídia (quando necessariamente não eram), jogadas aos partidos de oposição, que instrumentalizavam as informações jogadas ao público sem filtro e por fim tinham sua ação política emocionalizada pela mesma mídia – , ele teria sofrido um impeachment ou renunciado, como sugeriram líderes de oposição em recados mandatos ao governante. 

Essa primeira onda foi desmontada por pesquisas de opinião que deixaram claro para a oposição partidária que a popularidade de Lula era um elemento que não havia sido considerado: naquele exato momento, o presidente colhia o reconhecimento amplamente majoritário dos setores mais pobres da população pela ação de seu governo contra a pobreza. Lula apostou nisso e não renunciou. A oposição reconheceu isso e não levou avante o processo de impeachment.

A segunda onda de comoção foi criada no ano passado, às vésperas das eleições municipais, e desta vez teve como um dos protagonistas um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgaria em seguida o chamado “mensalão”. Em maio do ano passado, quando ainda não havia sido marcado o início do julgamento – e existia a hipótese de que fosse adiado, justamente para que a Justiça não contaminasse algo que não lhe é próprio, um processo político – a revista Veja apareceu com uma capa esquisita, em que Gilmar Mendes diz, mas parece que fala a terceiros, que o ex-presidente Lula sugeriu a ele ajuda para adiar o julgamento e, em troca, ofereceu a Gilmar “blindagem” na CPI do Cachoeira, que poderia comprometer o ministro com o esquema do bicheiro de Goiás. 

A conversa teria ocorrido no escritório de Nelson Jobim, em Brasília, e a proposta comprometedora ocorrido na copa, quando Gilmar e Lula foram tomar café (sem desprezar pequenos detalhes, para que a matéria pareça mais verídica, a matéria conta que Lula estaria comendo uma fruta quando falava a sós com o ministro do STF). Ninguém atentou para o fato de que, no escritório de Jobim, não existe copa, e não haveria qualquer lugar onde os dois pudessem conversar sem o testemunho do anfitrião. Jobim desmentiu, disse que esteve com os dois o tempo todo, e Lula, em nota à imprensa, disse que Gilmar mentiu – mas prevaleceu o estranho critério jornalístico de que a palavra do ministro do Supremo vale mais do que a palavra de outras duas pessoas presentes ao mesmo encontro.

Embora a história tenha parecido muito mal contada, serviu de pretexto, não apenas para o julgamento, mas para um fingido espírito de corpo que iria resultar numa condenação exemplar para os condenados, mesmo que a condenação ocorresse em cima de fatos que não tinham provas consistentes para isso. 

O jogo midiático foi completo: a TV Justiça tornou públicas barbaridades faladas por ministros, amplificadas novamente na mídia tradicional – que, por sua vez, com um corpo de especialistas a postos para analisar o julgamento on line, valorizou de forma invertida decisões muito importantes da maioria do plenário do STF. Em vez, por exemplo, de cobrar do Supremo a aceitação de provas, elogiou o plenário todas as vezes que ele omitiu esse direito aos julgados, a bem da celeridade do julgamento. A questão cívica colocada era condenar rapidamente, antes das eleições, os réus petistas, e não cobrar um julgamento justo para cada um dos julgados. Essa onda teve pouco efeito eleitoral, mas produziu o efeito prático de levar para a ribalta a maioria dos ministros do STF. Nem todos tiveram coragem de ir contra uma onda de opinião pública e uma montagem de espírito de corpo previamente montada justificou a decisão deles. 

O julgamento não deve ter sido tão honroso, todavia, para deixar para a história todo o seu relato. A transcrição dos anais das sessões omitiu, por exemplo, barbaridades faladas pelo ministro Luiz Fux, recém-chegado que foi tomado de uma indignação insólita para quem não entendia muito do processo. A pedido do próprio ministro. Outras impropriedades foram tiradas pelos seus pares. No acórdão, alguns fatos apresentados erroneamente por Barbosa como provas do crime, e que na sua cabeça avalizavam a afirmação de que o esquema mexeu com dinheiro público, simplesmente foram omitidos. 

O mundo jurídico até agora se manteve à margem desse processo – e a abertura de todos os precedentes trazidos pelo julgamento do “mensalão” é uma insegurança jurídica intolerável. As pressões que se iniciaram pelas bocas de Barbosa e Gilmar Mendes para que o STF proceda às prisões sem julgar os embargos; ou de Barbosa, para que o Supremo simplesmente desconheça os embargos infringentes, não tem nenhuma razão jurídica. Deve ter a intenção de forçar os pares a não rever uma frágil peça jurídica produzida pela maioria dos membros do Supremo Tribunal Federal que não honrará nenhum de seus pares no futuro.

*Jornalista, mestre em Ciência Sociais
**título original: Um julgamento de ribalta não produz segurança jurídica

Fonte: Vermelho

Bancada feminina reafirma luta por reforma política

A bancada feminina recebeu a vista da nova representante
 da ONU Mulher no Brasil, Nadine Gasman. Foto: Ag. camara

Fazer as reformas eleitoral, política e partidária, que viabilizem a participação das mulheres no poder está entre os inúmeros desafios a serem enfrentados pelas brasileiras, disse coordenadora da Bancada Feminina da Câmara, deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) à nova coordenadora da Organização das Nações Unidas – ONU Mulheres no Brasil –, Nadine Gasman, em reunião, na quarta-feira (7), com a representação feminina na Câmara.


Ao dar as boas vindas à representante da ONU Mulher, Jô destacou a relevância da notória experiência de Nadine Gasman na defesa dos direitos femininos, especialmente no desenvolvimento de modelos de inclusão social e cuidados às vítimas de violência sexual. Ela está na instituição internacional desde 2005 e foi diretora da campanha da Secretaria Geral pelo fim da violência contra as mulheres da América Latina e do Caribe.

Para Jô Moraes, a experiência internacional de Nadine Gasman certamente será de grande valia no trabalho de enfrentamento da violência de gênero também no Brasil.

A coordenadora da bancada feminina destacou as dificuldades históricas apresentadas pela própria Casa Legislativa e que impedem a efetivação das grandes bandeiras do País. “Daí a importância de reforçar os projetos de iniciativa popular que estão sendo construídos nas ruas, através dos movimentos sociais e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”, afirmou.

E disse que a bancada feminina vai continuar lutando, nas discussões sobre a reforma em andamento na Câmara, para incluir questões como o financiamento público de campanha, a votação em lista fechada e a paridade entre candidatos homens e mulheres, como forma de garantir equilíbrio de gênero na representação parlamentar.

Da Redação do Vermelho em Brasília 
Com informações da Ass. Dep. Jô Moraes

Qual o papel da juventude na luta por mudanças?

“Para alcançarmos mudanças mais profundas, precisamos de luta, unidade e organização e a juventude é central nesse processo”, declarou André Tokarski, presidente da União da Juventude Socialista (UJS), em entrevista a jornalista Deborah Moreira, ao falar sobre conjuntura política no Brasil e na América Latina e o papel da juventude nesse processo. Ele questionou: qual o papel da juventude na construção de um projeto nacional de desenvolvimento?

Da Rádio Vermelho, em São Paulo 


Segundo Tokarski, há cerca de 10 anos, a América Latina vive um processo importante de vitórias eleitorais e políticas das forças progressistas e anti-imperialistas. Ele destaca que o momento é de inaugurar um novo ciclo, que aprofunde essas conquistas e direcione a luta pelo socialismo.

"Os desafios estão postos e demandarão muita luta, unidade e organização. Os movimentos sociais precisam estar prontos para o desafio. É preciso salientar que há uma percepção clara que o Brasil vive um processo de conquistas, mas avaliamos que é preciso avançar ainda mais", explicou Tokarski à Rádio Vermelho.

O dirigente acrescentou que o Brasil concluiu um ciclo de consolidação de avanços e conquistas de direitos, mas agora precisar seguir em frente, e seguir em frente é avançar no que chamamos de reformas estruturais e democráticas (reforma política, agrária, urbana, educação, mídia, tributária). Entendemos que o Brasil vive graves contradições. Existem forças democráticas no poder político, mas que não possui o poder pleno para poder realizar as transformações necessárias para que o Brasil galgue um novo andar em seu ciclo de desenvolvimento, declarou Tokarski.

“A juventude cumpre um papel político muito importante no Brasil e em toda a América Latina. Basta olhar para as lutas travadas pelos jovens no Chile, em defesa da educação pública; na Colômbia, em defesa da paz e contra a intervenção militar estadunidense; na Venezuela, em defesa da Revolução Bolivariana. Precisamos fazer a análise correta da atual conjuntura para que nossas ações tenham a capacidade de incidir na conjuntura, enfrentar os nossos inimigos e fazer pressão pelas reformas estruturais que defendemos no manifesto da articulação”, defendeu o presidente da UJS.

Agenda de lutas

De acordo com informações da UJS, os jovens estão organizando calendários de lutas. No dia 
28 de agosto, está previsto o Dia de luta das entidades estudantis que fazem parte da UNE, em defesa dos 10% do PIB para educação, que deve acontecer de forma centralizada em Brasília-DF.

No dia 30 de agosto também está previsto a realização de atos na frente das sedes da Rede Globo em todo o país, para fazer agitação do “Fora Globo” como forma de pautar a democratização dos meios de comunicação. 

Além disso, a juventude está convocando ato para o 7 de setembro. Com o tema ‘Juventude que ousa lutar constrói projeto popular’, a bandeira central nesse dia de luta é o fim do genocídio da juventude negra, contra a violência policial e pela desmilitarização da PM.

Ouça a íntegra das declarações na Rádio Vermelho: 


Programa Resistência

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O FATOR LULA NAS ELEIÇÕES DE 2014

Por Emir Sader, no sítio Carta Maior

Lula é amado ou odiado, suscita esperanças ou temores. Ele representa o momento mais importante da história recente do Brasil, personifica o governo de maior apoio popular da história do país. E, por isso mesmo, provoca sentimentos de ódio e pânico na direita brasileira.

O fenômeno Lula já foi objeto de varias análises – jornalísticas, sociológicas, políticas. Algumas – principalmente jornalísticas, com pretensões políticas – remetem à crise de 2005. São apocalípticas, com frases – feitas para a orelha e a contracapa dos livros – do tipo “Terminou o governo Lula”. Ficam pros sebos ou pra reciclagem de papel, sem pena nem glória.

Outras, mais recentes, tiveram que incorporar o sucesso do governo Lula. Alguns livros, feitos para desqualificar o Lula, modificaram o título para tentar pegar carona no sucesso do governo, ficando sem público, nem vendas.

Análises sociológicas mais recentes tentam abarcar o fenômeno do “lulismo”, com visões descritivas, que apontam para aspectos reais da realidade, mas sem explicações para sua natureza e, sobretudo, deixando escapar a dimensão política da liderança do Lula. Animam debates, figuram em bibliografias, mas não dão conta da globalidade do fenômeno.

Porque, para captar o Lula presidente, é preciso, antes de tudo, situar o momento histórico em que ele assume e no qual ele monta a arquitetura que torna possível o seu governo. Tudo parecia apontar para um fracasso. Propostas históricas do PT propunham transformações estruturais no país, sem levar em conta as modificações regressivas havidas no mundo nas décadas anteriores e que se refletiam na América Latina através da proliferação de governos neoliberais. Que, por sua vez, haviam tido forte impacto nas nossas sociedades e Estados – inclusive no Brasil.

A criatividade do Lula esteve, antes de tudo, em incorporar o consenso da estabilidade monetária, sem centrar sua política nesse aspecto. Lula tirou as consequências do fracasso do governo FHC, deslocando a centralidade para as políticas sociais. A prioridade do social foi o fio condutor entre as propostas históricas do PT e o governo Lula.

Lula teve que buscar as condições de imposição dessa prioridade sem ter maioria parlamentar, em um contexto externo – regional e mundial – dominado pelo neoliberalismo e em uma sociedade e um Estado impactados pelos efeitos de uma década neoliberal.

O governo Lula se caracterizou pelos passos na superação do neoliberalismo, no marco do contexto de hegemonia neoliberal e de predominância das forças conservadoras no âmbito partidário. A obra política maior do Lula foi a arquitetura que permitiu um governo que privilegiou as políticas sociais de caráter redistributivo, as alianças Sul-Sul e de integração regional e o resgate do papel do Estado como indutor do crescimento econômico e garantia da universalização dos direitos sociais.

Daí seu caráter ambíguo e contraditório, “conciliador”. Apoiando-se na correlação de forças que herdou, Lula construiu as condições de um governo que aponta para a superação do neoliberalismo. De governos que promoveram processos de exclusão social, de subordinação da soberania nacional, de subordinação radical do Estado ao mercado, Lula soube construir um governo que foi capaz de promover a centralidade das políticas de inclusão social, uma política externa soberana e o resgate do Estado do ponto de vista econômico e social.

Não por acaso, então, o fator Lula é a variável determinante da política brasileira e dos destinos futuros do país. De forma natural, Dilma disse que o Lula nunca saiu. Porque as orientações fundamentais do seu governo permanecem. E a oposição chega a argumentar contra a proposta de um plebiscito, pelo medo do espaço midiático que o Lula assumiria.

O discurso do Lula no Foro de São Paulo demonstra como ele se recicla, incorpora os novos dados da realidade, está antenado com os novos movimentos da realidade, sem perder de vista a perspectiva política estratégica que orienta sua ação. Aproximando-se de completar 40 anos de carreira política, o Lula se afirma como o grande dirigente estratégico, que revela os avanços, assim como os nós que o projeto iniciado por seu governo ainda não desatou.


Fonte: http://www.conversaafiada.com.br

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O PSDB foi pego com as calças na mão

Por Renato Rabelo*
Charge do Lattuf. Fonte: http://www.humorpolitico.com.br
Denúncias dão conta da existência de um cartel voltado ao burlamento de concorrência em obras do metrô de São Paulo e que lesou – nos últimos 20 anos – os cofres públicos em R$ 425 milhões. Além das obras, os contratos previam o fornecimento de trens e outros itens às obras.

É muito interessante o momento em que essas denúncias chegam ao grande público. Manifestações iniciadas justamente por demandas de mobilidade urbana varreram o nosso país no mês passado. Um amplo acordo nacional, liderado pela presidenta Dilma Roussef, tem sido forjado ao enfrentamento deste imenso óbice – parte da crise urbana que vivemos. E no principal estado da federação comandado há 20 por uma mesma força política um verdadeiro esquemão foi montado para desviar centenas de milhões de reais em uma área nevrálgica tanto ao desenvolvimento quanto à qualidade de vida do povo.

O problema deve ser tratado em vários níveis e não podemos nos ater ao do tratamento dado pelo oligopólio da mídia ao caso. Basta dizer que muitos minutos do Jornal Nacional são dedicados ao governador de São Paulo se defender. Sabemos que a essência do oligopólio (e dos cartéis) é extremamente conservadora.

A descoberta deste cartel criminoso deve servir de pretexto não a um debate pequeno politicamente. O nível de debate que propomos é outro. O evento em si é interessante para desnudar, e relacionar, o fenômeno da corrupção como um câncer multiplicado pelo assalto do público pelo privado engendrado pelo neoliberalismo no Brasil e no mundo.

Por detrás da descoberta deste esquema está todo um complexo que envolve sucateamento de competentes empresas nacionais (Mafersa), compras no exterior que poderiam ser feitas em território nacional e, consequentemente, um verdadeiro dumping sobre o mercado nacional patrocinado pelo próprio Estado.

Alston e Siemens são empresas estrangeiras envolvidas em escândalos por todos os países em que elas operam. Por que seria diferente no Brasil onde o neoliberalismo do PSDB reduziu um banco público voltado ao financiamento do desenvolvimento (BNDES) a mero agente do processo de privatização e entrega de capital nacional a empresas estrangeiras corruptas, num processo felizmente revertido já no primeiro mandato do presidente Lula? Quantos empregos de qualidade deixaram de ser gerados no Brasil por conta de esquemas este nível? Alguém sabia que o metrô de São Paulo, no momento de sua inauguração, era tido como o mais moderno do mundo e equipado com trens, trilhos e escadas rolantes fabricados no Brasil? A que ideologia (e contas bancárias) serviu esse tipo de destruição?

São perguntas que estão aí, no ar. A esse tipo de esquema é que se apegam aqueles que lutam para a volta desta gente em 2014. O debate é mais de fundo. Estratégico. A despolitização, à moda deles, definitivamente não nos interessa.

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Renato Rabelo é presidente nacional do PCdoB.

Mobilização contra o PL 4330 ganha força na Bahia

A mobilização contra a regulamentação da terceirização a cada dia ganha mais força. Diversas categorias se unem para impedir que uma injustiça seja cometida e que o projeto de lei que regulamenta a prática seja votado e aprovado.
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Na capital da Bahia, os trabalhadores realizaram manifestação, ontem, terça-feira (06), no Stiep, para protestar contra o PL 4330. Na oportunidade, outras bandeiras foram levantadas, como salários justos e melhores condições de trabalho.

“É pela nossa insatisfação que estamos fazendo a paralisação. Os acordos propostos até então são irrisórios, além disso, não aceitamos retrocesso no processo democrático”, ressalta o presidente da CTB-BA, Aurino Pedreira.
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O Sindicato dos Bancários da Bahia, que defende o fim da terceirização há anos, não podia ficar de fora. Diversos diretores da entidade participaram do protesto. O presidente Euclides Fagundes lembrou que a derrubada do PL é uma das reivindicações da campanha salarial deste ano.

O diretor de Comunicação e Imprensa da entidade, Adelmo Andrade, ressaltou que o ato tem ainda o objetivo de pressionar o Congresso Nacional a atender a pauta dos trabalhadores, que inclui o fim do fator previdenciário, que reduz em até 40% o valor da aposentadoria, e a redução da jornada para 40 horas sem diminuição de salários.

A previsão é que outros protestos aconteçam. Os próximos estão previsto os dias 13 e 14, em Brasília. O calendário ainda prevê uma grande mobilização nacional com greves e paralisações, em 30 de agosto.
Fonte: Portal CTB

CTB comemora aprovação do Estatuto da Juventude

juventudes1“Foi uma verdadeira invasão dos movimentos de juventudes ao Palácio do Planalto”, expressou o secretário nacional da Juventude Trabalhadora da CTB, Paulo Vinícius, que participou na cerimônia de sanção da lei que institui o Estatuto da Juventude, realizada na última segunda-feira (5), em Brasília.  
Cerca de 800 pessoas puderam mostrar a unidade nesta luta que durou mais de 10 anos. “Foi muito simbólico a presidenta dialogar com juventude”, disse, ao citar a importância desta carta de direitos para os jovens brasileiros (entre 15 e 29 anos). 
Com ele está assegurado que 40% dos ingressos sejam destinados à meia-entrada.“É um incentivo do Estado para que os jovens frequentem as escola, fundamental para os direitos da juventude”, destacou o dirigente. A nova legislação inclui o benefício para os jovens de famílias com renda mensal de até dois salários mínimos. 
Paulo Vinícius explicou que o estatuto permite que existam legislações e políticas reunindo os órgãos de juventudes em todo o país. “A partir deste marco legal será possível implementar leis municipais para os jovens”.O secretário destacou ainda a contribuição da central sindical na formação do debate pelos direitos juvenis. “A CTB está desde o começo nesta luta pelos direitos dos jovens brasileiros ”, lembrou. 
Durante o evento a presidenta Dilma falou sobre o papel dos jovens na mudança do Brasil e mencionou em seu discurso sobre a participação popular na reforma política e da luta pela destinação de 10% do PIB para a educação. Também estiveram presentes os secretários da juventude da CTB, Vitor Espinoza e Juliana Matias, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, respectivamente. Além da presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros, do presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Alessandro Melchior, da presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas Manuela Braga entre outros. 
Também foi criado o Observatório Participativo, uma página na internet, que tem o objetivo de servir como uma mediação entre o governo e os jovens, para que sejam discutidos temas e divulgando informações pertinentes à criação de políticas públicas.
Érika Ceconi - Portal CTB

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Vacina brasileira contra o HIV começará a ser testada em setembro

Uma vacina brasileira contra o vírus HIV será testada em macacos a partir de setembro. O imunizante, que começou a ser desenvolvido em 2001, conseguiu bons resultados nas avaliações feitas em camundongos. “Nos camundongos nós tivemos uma resposta muito forte, muito intensa, que agora a gente vai desafiar para saber se essa resposta é forte assim nos macacos”, explicou um dos responsáveis pelo projeto, o pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Edecio Cunha Neto.


O estudo está sendo conduzido pelo Instituto de Investigação em Imunologia, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os trabalhos também são conduzidos pelos pesquisadores da FMUSP Jorge Kalil e Simone Fonseca.

A nova fase de testes é decisiva, uma vez que os macacos têm o sistema imunológico muito mais próximo do humano do que os camundongos. “Se no macaco nós tivermos uma resposta da força que nós tivemos no camundongo, nós temos um candidato à vacina muito poderoso”, diz Cunha. Nesta fase, a vacina será ministrada a quatro animais e os pesquisadores precisarão de ao menos seis meses para começar a avaliar os resultados.

O vírus causador da aids tem uma série de características que dificultam a criação de uma vacina, apesar das intensas pesquisas desenvolvidas em todo o mundo para isso. Uma delas é a grande variação do genoma nas diversas variedades do vírus. Segundo Cunha, essa diferença pode chegar a 20%. “Para nós contornarmos isso, nós selecionamos 'regiões' do HIV que eram muito conservadas, que não mudavam de um vírus para o outro”, explicou.

Os pesquisadores tiveram que identificar dentre esse material genético que não variava os elementos que são reconhecidos pelo sistema imunológico da maior parte da população. “Nós conseguimos fazer isso com auxilio de programas de computador e testes químicos e biológicos”, disse o pesquisador, explicando o processo de elaboração da vacina.

A partir daí, foi desenvolvido um imunizante que aumenta a resposta do corpo à ação do HIV, atenuando os efeitos da doença. “Essa vacina não é capaz de bloquear ou neutralizar os vírus totalmente. Ela é capaz de atenuar a infecção, reduz a quantidade de vírus que vai replicar”, diz Cunha. Com isso, a pessoa infectada teria menos sintomas da doença e uma capacidade muito menor de contaminar outras pessoas. “Isso ia significar, ao longo do tempo, a diminuição de centenas de milhares ou milhões de casos novos de HIV na população”.

De acordo com o pesquisador, com a tecnologia atual, esse é o único modelo viável de imunização. A vacina que bloqueia completamente a ação do vírus “nem em modelo animal tem obtido sucesso”.

Após o teste com o primeiro grupo de macacos, a vacina passará por uma nova fase de testes, também em símios, com uma amostragem maior. “Vai ter pequenas variações na vacina e vai ter vários grupos de quatro animais cada um para ver qual variação que tem a resposta mais forte”, detalha Cunha. A partir daí será possível passar para os testes em humanos.

O pesquisador ressalta, no entanto, que a avaliação de eficácia em larga escala dependerá de “uma decisão política” para o desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil, devido aos custos envolvidos. Seriam 10 mil pessoas avaliadas por cinco anos, com um investimento que varia de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões. “ Não é um recurso que um fundo de pesquisa vai financiar”, enfatiza. Até agora foram investidos, segundo Cunha, R$ 1 milhão no projeto. Os testes em macacos deverão demandar mais R$ 2 milhões, segundo a estimativa do especialista.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Comissão sobre terceirização fecha o dia novamente sem consenso

Protesto contra terceirização na BR 101 em Itabuna/Bahia

Mesmo depois de se reunir por várias horas na sede do Ministério do Trabalho e Emprego, a comissão quadripartite que discute o projeto de lei referente à regulamentação da terceirização (PL 4.330) não conseguiu chegar a um consenso sobre os pontos referentes ao substitutivo a ser apresentado.


Representantes do governo, do Legislativo, patronato e dos trabalhadores (por meio de cinco centrais sindicais) ficaram de se reunir pela segunda nesta semana vez na próxima quarta-feira (7) – e pela quinta vez até agora –, quando apresentarão uma contraproposta sobre os temas com os quais não concordaram.

Caso a negociação caminhe até lá, o teor do texto deverá ser consolidado e apresentado ao grupo em outro encontro programado para se realizar na próxima segunda-feira (12), ocasião em que poderá ser batido um martelo em relação ao assunto. Os parlamentares, no entanto, ficaram de negociar o adiamento da votação da matéria na Câmara – da terça-feira (13), conforme estava prevista, para a quarta-feira (14), como forma de ganhar mais tempo e se chegar a um projeto que agrade aos quatro setores.

Um dos pontos discordantes é a discussão sobre a ampliação dos serviços de terceirização para atividades-fim (que hoje é proibida) e aumento do número de terceirizados em atividades-meio (hoje, em número restrito por cada setor). Enquanto aguardam o desenrolar das negociações, as centrais sindicais realizam ato público amanhã (6), em frente às federações e confederações empresariais, contra o PL 4.330. Em São Paulo, o ato será às 10h, diante da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista.

A reunião da comissão quadripartite de hoje estava programada para ser a quarta e última do cronograma estabelecido pelo grupo de trabalho, mas como não se chegou a um acordo, o prazo foi prorrogado. A CUT alerta, em publicação específica sobre os problemas relacionados à terceirização, que o PL, da forma como está, amplia a terceirização para todas as atividades e, com isso, estimulará empresas a substituir seu efetivo por empregados de prestadoras de serviços, em condições muito inferiores. A entidade cita como exemplo, pessoal de telemarketing, financeiro, petroleiro e de energia, que acabam empregando hoje terceirizados em vez de mão de obra direta.

Fazem parte da comissão quadripartite representando os trabalhadores, além da CUT, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central e Força Sindical.

Fonte: Rede Brasil Atual via Vermelho

Mídia Ninja dá um baile na bancada do Roda Viva

Pablo Capilé e Bruno Tortura estiveram na noite desta segunda-feira no Roda Viva da TV Cultura. Deram um show e uma aula de comunicação para uma bancada que parecia atordoada e sem conseguir entender o que está acontecendo por fora das corporações midiáticas.

Por Renato Rovai *


A bancada do programa foi coordenada pela última vez por Mário Sérgio Conti, que será substituído pelo glorioso Augusto Nunes. Além dele, participaram do debate Eugênio Bucci, Caio Túlio Costa, Suzana Singer e Alberto Dinnes. Por parte de alguns, o espetáculo foi deprimente. Sem exagero.

Alberto Dines parece ter sido o único a entender o significado da Mídia Ninja. E foi também o único que tentou debatê-la como uma nova experiência jornalística e não como coisa de um grupo que precisa explicar de onde vem o dinheiro que o financia e a que partido seus integrantes estão vinculados.

Tudo que acontece por fora do mercado tradicional só pode ter algum vínculo com grupos políticos. E tem sempre algo de suspeito. Foi esse o recado que a turma dos jornalistas tentou mandar pra audiência. E foi desmoralizada na tese com respostas tranquilas e equilibradas de Torturra e Capilé.

Suzana Singer teve que engolir seco e ver Capilé relembrando uma coluna dela onde a ombudsmann da Folha chamava a atenção para o fato de o jornal não citar o PSDB num escândalo.

Mário Sérgio Conti também ouviu, quase que tossindo, Torturra dizer que a TV Cultura também não é tão independente assim até porque nunca tratou com transparência o caso da demissão de Heródoto Barbeiro. Pra quem não conhece a história, Heródoto foi demitido a pedido de Serra .

Eugênio Bucci foi muito mal. Quando se viu perdido decidiu fazer perguntas tão longas que parecia querer se auto-entrevistar. Ao falar de quanto se gasta em publicidade no governo tentou exagerar nos números dizendo que nos dados que Capilé trouxe não contabilizavam os recursos das estatais. E contabilizavam. Falou do governo federal, mas não citou, por exemplo, os gastos do governo do Estado. Aliás, ele sempre se esquece desse “personagem” quando trata do assunto. Proporcionalmente o governo do Estado de São Paulo gasta muito mais com publicidade do que o governo federal.

O Roda Viva de ontem foi uma demonstração de como o jornalismo tradicional envelheceu algumas décadas nos últimos anos. Se fosse um jogo de futebol, o baile que a bancada tomou da dupla Capilé e Torturra teria sido mais constrangedora do que a que o Santos levou do Barcelona. Foi triste de ver. Mas ao mesmo tempo também foi feliz. Tem coisa nova rolando. E o jornalismo não é mais refém da turma do mesmo de sempre. Hoje ele tá na mão de quem acredita na reinvenção.

Se não viu o programa, pode assisti-lo aí embaixo para conferir se este blogueiro exagera.



* Renato Rovai é editor da Revista Fórum


Fonte: Vermelho