sexta-feira, 19 de junho de 2015

Bancada feminina reafirma retomada da luta por cotas para mulheres

A Câmara dos Deputados deu mais uma demonstração de que o conservadorismo direitista impera nessa legislatura. O plenário rejeitou na terça-feira (16) a emenda apresentada pela bancada feminina à reforma política (PEC 182/07, do Senado) que garantia um percentual de vagas no Legislativo para as mulheres.
Foto: Câmara dos Deputados
 
Foram 293 votos a favor, 101 contrários e 53 abstenções. O quórum exigido era de 308 votos
A rejeição foi resultado da falta de votos. Foram apenas 293 votos a favor do texto, que exigia no mínimo 308 para aprovação. Houve 101 votos contrários e 53 abstenções.

"Não conseguimos aprovar as cotas de vagas para as mulheres por apenas 15 votos. Dura luta, disputando voto a voto. Uma bancada determinada, que teve nas deputadas de primeiro mandato, uma garra extraordinária. Agora é calcular o prazo regimental para representar o projeto. A maior vitória foi ter imposto a pauta e conseguido com que todos os partidos discutissem a ampliação do espaço para as mulheres. Também uma conquista histórica. Chegamos muito perto. Voltaremos à carga!", afirmou a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG).

Durante o debate em plenário, a presidenta do PCdoB e deputada Luciana Santos (PE) - partido com a maior bancada feminina no Congresso Nacional - destacou que as mulheres já conquistaram marcos legais importantes, como as leis Maria da Penha e do Feminicídio. “Mas ainda precisamos enfrentar o modelo político que exclui a participação das mulheres”, disse ela, recordando o papel decisivo de uma das figuras mais significativas do feminismo no Brasil, a bióloga Bertha Lutz, que conquistou o direito da mulher de votar em 1932.

Atualmente, as mulheres ocupam apenas 9,9% das vagas, apesar de ser maioria da população (52% da população). A líder do PCdoB, a deputada Jandira Feghali (RJ), lembrou que, mesmo em países do Oriente Médio, onde o tratamento dado a mulheres é discriminatório, a participação de mulheres na política é maior.

“Precisamos entender o que o mundo fez para colocar o Brasil na posição 115 entre 190 países que integram o ranking de participação de mulheres na política”, afirmou Jandira.

Em pronunciamento na tribuna da Câmara, a deputada Alice Portugal fez a defesa do projeto pedindo ao Plenário a aprovação da cota para as mulheres na Reforma Política. Ela citou a posição vexatória do Brasil no ranking de representação feminina no Legislativo, segundo mapa sobre “Mulheres na Política 2015”, elaborado pela ONU.

Para a deputada, negar a cota mínima das mulheres foi uma demonstração de “conservadorismo, machismo e medo”.

A proposta do projeto era justamente mudar essa realidade criando uma reserva de vagas para as mulheres nas próximas três legislaturas. Na primeira delas, de 10% do total de cadeiras na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas estaduais, nas câmaras de vereadores e na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na segunda legislatura, o percentual subiria para 12% e, na terceira, para 15%.

Entre aqueles que se posicionaram contrários ao projeto, o principal argumento era contra o estabelecimento de cotas. Um dos argumentos dizia que a Constituição estabelece que todos são iguais perante a lei. Esqueceram de continuar lendo o texto constitucional que trata do princípio da isonomia, que significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam. Portanto, para garantir a plena participação da mulher na política não basta dar apenas o direito ao voto. É preciso garantir que ela tenha poder de decisão.

Assista o vídeo da presidenta do PCdoB, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) com a orientação do voto da bancada do PCdoB, a favor da cota para mulheres nos parlamentos.



A deputada Alice Portugal fez o pronunciamento antes da votação:



Do Portal Vermelho, com informações de agências

Fator previdenciário e a luta por um projeto de desenvolvimento

O fator previdenciário é injusto e sua defesa baseia-se em distorções. 

Criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), ele diminui o valor das aposentadorias ao mesmo tempo em que dificulta que o trabalhador tenha acesso ao benefício. Quem começou a trabalhar mais cedo é o principal prejudicado, o que revela desde já o contrassenso. Como é possível penalizar precisamente aquele que por mais tempo contribuiu?

E o deficit da previdência? Perguntarão os que se deixam levar por comentaristas econômicos a soldo da banca. 

O decantado deficit da previdência é uma falácia, desmentida pela simples leitura do artigo 194 da Constituição Federal, que coloca a Previdência Social como parte integrante do sistema da Seguridade Social, sistema este composto pelo tripé Saúde, Assistência Social e Previdência Social, sendo que os recursos adquiridos com as contribuições sociais são destinados para o orçamento da Seguridade Social como um todo. 

Segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), o sistema de Seguridade Social obteve, nos últimos cinco anos, um superavit estimado em R$ 100 bilhões. 

Onde está então, o problema? Em 1994, FHC, na época ministro da Fazenda, apresentou a proposta (que seria de um dos economistas neoliberais que o assessoravam) de criação de um mecanismo chamado DRU (Desvinculação de Receitas da União), que permite remanejar 20% do que a União arrecada com contribuições sociais para o orçamento fiscal. 

Assim, bilhões de reais todo ano são usados para arcar com os juros e encargos da dívida pública federal. Trocando em miúdos, sai dinheiro da área social e vai para o bolso dos barões do mercado financeiro. 

Apenas em 2014 o governo gastou R$ 978 bilhões com juros e amortizações da dívida pública, o que representou 45,11% de todo o orçamento efetivamente executado no ano. 

Como se vê, as aposentadorias estão longe de responder pelo suposto deficit. Mesmo assim, Fernando Henrique Cardoso usou a falsa desculpa do deficit na previdência para implementar o famigerado fator previdenciário. 

Os efeitos da criação tucana são perversos. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2000 o valor médio dos benefícios pagos pela previdência correspondia a pouco mais de 300% do valor do salário mínimo. Em 2014 o índice chegou a apenas 134%. Mesmo levando-se em conta que a era Lula-Dilma aumentou em muito o valor real do salário mínimo, é indiscutível que o fator previdenciário achatou as já modestas aposentadorias dos trabalhadores brasileiros. 

Os governos Lula e Dilma não reuniram, no entanto, convicção que permitisse acabar antes com esta lógica perversa, e nem romper com um modelo macroeconômico que representa forte entrave à consecução de um novo projeto nacional de desenvolvimento com distribuição de renda. Ainda hoje, o tema é encarado pela área econômica a partir de patranhas e argumentos fiscalistas e tecnocráticos. 

A luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento, porém, foi a agenda vitoriosa em quatro eleições consecutivas. Sua realização é complexa, e enfrenta decida oposição interna e externa de todos os que sentem que seus privilégios podem ser ameaçados, caso o Brasil persista trilhando o caminho da soberania com justiça social. 

Estes recorrem a todo tipo de terrorismo, inclusive a ameaça golpista, visando interromper e sabotar este rumo. 

De sorte que sabemos das imensas pressões que um governo de caráter popular sofre para cumprir sua agenda. 

O fim do fator previdenciário e sua substituição por uma fórmula menos malsã (85/95), era uma justa expectativa dos trabalhadores e do movimento sindical e correspondia ao que fora acordado em várias rodadas de negociação com as centrais sindicais. 

A Medida Provisória assinada pela presidenta Dilma na última quarta-feira (17) levou apenas parcialmente em conta esta expectativa, pois limita a fórmula 85/95 até o final do ano de 2016. A progressividade prevista pela MP, visando alcançar até 2022 a fórmula 90/100, não é a melhor solução.

Significa a continuidade da vigência do fator previdenciário, o que por óbvio não corresponde ás expectativas dos sindicalistas. 

A questão do aumento da média de expectativa de vida da população deve ser levada em conta, mas sem fazer disso um paradigma absoluto, pois nem todos atingem tal média, existindo até o caso comum de muitos que contribuem durante um tempo enorme e morrem antes de se aposentar. 

O que não consideramos admissível é que o trabalhador mais uma vez seja penalizado, sendo levado a se aposentar cada vez mais tarde e usufruindo durante pouco tempo o fruto de uma vida inteira de contribuição à previdência. 

Por isso, as centrais sindicais prosseguirão a legítima pressão em defesa dos interesses que são de todo o povo e envolvem o conjunto dos movimentos sociais. 

Neste sentido é visível o esforço político que a Presidenta Dilma tem feito para encetar o diálogo em busca de uma solução viável. Tanto que remeteu a solução definitiva deste assunto ao Fórum que reúne governo, trabalhadores e empresários. 

A batalha pelo novo projeto nacional de desenvolvimento inclui a preservação dos direitos sociais, previdenciários e trabalhistas, nos marcos de lutas mais amplas, o que pressupõe o empenho do governo para viabilizar politicamente a agenda vitoriosa nas eleições presidenciais de 2014.


Fonte: Vermelho

A verdade sobre o “preso político” que Aécio veio visitar

 Aécio Neves, derrotado nas urnas em 2014, possui três virtudes, evidenciadas com sua visita a “presos políticos” na Venezuela.

Por Miguel do Rosário, de Caracas 


 
E o digo com todo respeito ao nobre cargo que ocupa, de senador da república pelo estado de Minas Gerais.

É um golpista, um hipócrita, e um mentiroso.

As mesmas virtudes se aplicam à nossa mídia familiar, e novamente o digo com profundo respeito.

Respeito sobretudo à liberdade de imprensa de que esta goza no Brasil, e que continuará gozando enquanto os valores democráticos não forem solapados por eleitores de Aécio Neves, que andam saindo às ruas, sob aplausos desta mesma mídia, pedindo intervenção militar.

Emblemático que Aécio venha visitar Leopoldo Lopez, e que a mídia brasileira trate esse golpista como “preso político”.

Presos políticos têm o Brasil, onde o judiciário prende sem provas, sem sentença, apenas com base em reportagens mentirosas da mídia. Ou então faz pior: condena sem provas.

Leopoldo Lopez, o “preso político” da Venezuela, foi o principal incitador das chamadas “guarimbas”, manifestações violentíssimas que ocorreram no país no início de 2014, e que resultaram nas mortes de 43 pessoas.

Um jovem membro do governo da Venezuela, que acompanha a delegação brasileira, me explica, indignado:

“Em 23 de janeiro de 2014, Leopoldo Lopez, Maria Corina Machado e Antonio Ledezma, identificados como a ala radical da oposição, convocam a imprensa para anunciar o plano que eles chamaram ‘La Salida’. O objetivo do plano era a deposição do presidente Nicolás Maduro. Houve pequenas manifestações inicialmente. Mas em 12 de fevereiro, deste mesmo ano, eles convocaram uma manifestação até o Ministério Público. Era o “dia da juventude” e a convocação foi voltada principalmente para os estudantes universitários. A convocatória foi feita por Leopoldo, ele veio encabeçando a manifestação, e quando chegaram diante da Procuradoria, os líderes sumiram e começou a bagunça. Quebraram a sede do ministério público, tentaram incendiá-la.”

Daí teve início uma sequência de violências, em várias cidades do país, que resultaram em destruição de patrimônio público, caos econômico e político, mortos e feridos.

“Vários agentes da ordem foram executados com tiros na cabeça. Eles (os “guarimbeiros”) colocavam fios de arame de poste a poste, atravessando a rua, que provocaram a degola de vários motociclistas”, denuncia o jovem bolivariano.

Essas manifestações não foram, portanto, de forma nenhuma pacíficas. O Cafezinho tem em mãos (publico aqui assim que recebê-lo digitalizado) o documento do Ministério Público da Venezuela com o resultado das amplas investigações sobre as violências cometidas.

A quantidade de agentes públicos mortos e feridos é a principal prova de que houve violência intencional, incitada por Leopoldo Lopez.

O caos gerou também violências por parte de agentes da ordem, os quais estão sendo – como prova o documento que tenho em mãos – devidamente processados pelo Ministério Público; a maioria já foi presa.

Segue um vídeo de Lopez organizando o plano golpista, num evento realizado nos Estados Unidos, ainda em outubro de 2013, preparando as violências que iriam se materializar no início de 2014:




Veja que ele fala: “como vamos esperar 6 anos mais?” Seus posicionamentos são absolutamente radicais e terminativos. Os golpistas no Brasil ao menos tentam disfarçar sua truculência política com o papo furado de “intervenção militar constitucional”.

Lopez, nem isso.

Ele prega a deposição de um presidente eleito, sem o mínimo pudor pelos trâmites democráticos e constitucionais.

Agora perguntem a si mesmos.

Em que país do mundo, um sabotador desse naipe, um terrorista, um indivíduo que não tem nenhum respeito pela ordem democrática, pelo resultado das urnas, pela paz, não seria devidamente processado e preso?

Eu posso responder: a própria Venezuela.

Mesmo com tudo isso, o governo venezuelano não o prendeu.

A sua prisão resultou da identificação, por parte da inteligência venezuelana, de um plano para assassiná-lo, por grupos ainda mais extremistas, com objetivo de provocar a completa radicalização da situação política no país e fomentar o caos.

Tanto que a prisão resultou num acordo entre o Estado e Lopez, que se entregou, após um ato público permitido pelo governo (que “ditadura” é essa, hein?)

Lopez é um golpista louco, um tipo que o Brasil, infelizmente, começa a conhecer através dessas organizações que proliferam a partir de São Paulo, algumas financiadas pela direita norte-americana.

O partido de Lopez, o Voluntad Popular, não tem um mísero deputado na Assembléia. Tinha um, Hernán Núñez, mas que aderiu ao governo no início de 2013, e foi expulso do partido.

O plano atual da oposição, diz o jovem bolivariano, é acusar o Estado da Venezuela de violador de direitos humanos; com ajuda, naturalmente, das mídias corporativas latino-americanas e de representantes da direita golpista de outros países, como Aécio Neves.

É triste que Felipe González, do Partido Socialista Obrero Español (PSOE), seja também um agente desse movimento anti-Venezuela. Mas seguramente essa é uma das razões da falência do PSOE, e que resultou na ascensão do Podemos como principal partido da esquerda espanhola. Gonzales virou uma espécie de Roberto Freire (aliás, o PT, que anda conversando com Gonzales, tem de tomar cuidado!)

Não terminou. Respirem fundo!

Para piorar, Lopez é um golpista reincidente.

Em 2002, foi um dos signatários do decreto do golpe que depôs Chávez.

Um decreto que dissolveu o parlamento, o supremo tribunal de justiça, o conselho nacional eleitoral, a procuradoria geral da república, a defensoria do povo (um cargo que não existe no Brasil) e o controlador geral da república.

Que sujeito democrático, hein!

Quando a mobilização popular reverteu o golpe, o presidente Chávez deu anistia à maioria dos golpistas, incluindo a Leopoldo Lopez, que tinha sido um dos seus principais idealizadores, articuladores e realizadores.

Tem mais!

Lopez era prefeito de Chacao por ocasião do golpe de 2002. Sob suas ordens diretas, mandou prender ministros e políticos ligados ao governo.

Leopoldo Lopez foi responsável direto pela prisão do ministro de Interior e Justiça, Ramón Rodríguez Chacín.

Chacín denunciou diretamente Henrique Capriles Radonski e Leopoldo Lopez, então prefeitos de Baruta y Chacao, por sua detenção.

Outra vítima da truculência golpista de Lopez foi Tarek William Saab, atual Defensor do Povo da Venezuela, um cargo que não existe no Brasil (devia existir).

Saab era então um deputado federal, e foi preso pela polícia de Leopoldo Lopez, de maneira duplamente ilegal: primeiro porque foi uma prisão totalmente política; segundo porque Saab estava em lugar fora da jurisdição da polícia de Chacao.

*

Abaixo, alguns vídeos sobre o perfil criminoso e golpista de Lopez.

Lopez, há seis anos, incitando estudantes a adotar estratégicas “não pacíficas”:


 




Leopoldo Lopez diz se sentir orgulhoso pelo golpe de Estado de 2002:


 




Lopez à frente da prisão do ministro Ramón Rodríguez Chacín.


 



Agora, me digam.

Por que Aécio Neves veio visitar um terrorista, um violento, um golpista, um indivíduo cujas práticas deveriam ser condenadas radicalmente por qualquer amante da paz e da democracia?

Por que Aécio não conversa com os familiares das vítimas das “guarimbas”, as violências golpistas convocadas por Leopoldo Lopez?

Por que a mídia brasileira não mostra os vídeos desse familiares, que estiveram recentemente na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciando a direita venezuelana como responsável pelas violências que vitimaram 43 pessoas no país, e feriram centenas de outras?

Por que a mídia brasileira não informa aos brasileiros que Leopoldo López foi um dos signatários do decreto do golpe de Estado de 2002, um decreto que dissolveu todas as instituições democráticas do país?

Fonte: O Cafezinho via Vermelho

“Missão Aécio” na Venezuela não foi diplomacia, foi pataquada

 Será que alguém vai ter coragem de dizer que Aécio e a “turminha da encrenca” que foi para a Venezuela estão fazendo papel de palhaços em nome do Brasil?

Por Fernando Brito 


 
O avião vetado foi vetado?

Não, pousaram lépidos e fagueiros em Caracas, a bordo de um jatinho executivo da Força Aérea.

A comitiva de Aécio ficou presa (no bom sentido) num engarrafamento geral e isso foi um “cerceamento” à sua livre movimentação.

Dá pra ver na foto publicada em O Globo que todos os veículos estão parados no acesso à cidade.

Até o “cara de nojo” do senador paulista cooptado por Aécio reconheceu que não foi isso e O Globo registra: ” No Twitter, o senador Aloysio Nunes explicou que houve um acidente, e por isso o trânsito ficou parado”.

A tucaníssima repórter Maria Lima,de O Globo, diz que “já em um ônibus, a cerca de um quilômetro do aeroporto, o veículo ficou parado no trânsito e um grupo de cerca de 50 manifestantes começou a bater na lataria e gritar”.

Realmente, as batidas na lataria são condenáveis, embora aqui tenham feito isso com Sarney, no ano passado, e não vi ninguém da turma do Aécio condenar o cerco dos “Revoltados Online” aos carros de Sarney e de outros parlamentares para os impedir de votar no parlamento.

Ficamos sabendo também que a excursão dos senadores termina hoje à noite e, portanto, em menos de 12 horas eles vão poder observar tudo e deitar falação sobre o que deve ou o que não se deve fazer lá no país dos outros.

E visitar presos (sejam ou não presos políticos, mas detidos por ordem judicial) sem autorização do Judiciário, onde é que isso poderia acontecer?

Que diferença de gente respeitável como o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, que está com o seu Centro Carter trabalhando há meses na Venezuela para, como já fez de outras vezes, ajudar num processo eleitoral transparente, que é o que todas as pessoas de bem devem fazer.

E o nosso país, dominado por uma onda de histeria inédita em nossa história recente é forçado a dar uma de “babá” de meninos travessos, para não ser acusado de “cúmplice” dos “bolivarianos”.

Eu já estive na Venezuela – e não por 12 horas – e pude ver, já há dez anos – como o clima político é radicalizado.

Tão radicalizado que ocorreu um golpe de Estado, contra Chávez.

Se houver outro, desta vez contra Nicolás Maduro, alguém tem alguma dúvida sobre se Aécio, comitiva e mídia vão se posicionar?

Uma comissão de representantes do parlamento brasileiro jamais poderia deixar de ter uma agenda ouvindo os dois lados, oposição e governo venezuelanos, assim como deveria ter um encontro no parlamento daquele país.

Se foi feita em nome de um dos poderes da República do Brasil deveria ter sido tratada como um assunto de Estado, não como um factóide promocional.

Mas o que foi feito, e ninguém quer dizer, foi uma pataquada.

Aécio Neves está virando um Marcelo Reis, o revoltado, com mandato… 
 

Fonte: Tijolaço via Vermelho

Centrais defendem 85/95 e prometem ir ao Congresso para derrubar veto

Centrais vão se reunir na próxima segunda (22) para definir os rumos da mobilização

Mobilizadas em defesa do projeto 85/95 que estabelece nova fórmula de cálculo do fator previdenciário, as centrais sindicais lamentaram o veto anunciado pela presidenta Dilma Rousseff na quarta-feira (17) e informaram que vão pressionar o Congresso pela permanência da fórmula.


Em nota publicada nesta quinta (18), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a CTB, reafirmou a defesa da fórmula 85/95 por reduzir “as perdas no valor da aposentadoria do trabalhador”, mas salientou que o debate sobre um “novo sistema de cálculo parte de uma falsa premissa largamente propagada de que a Previdência Social é deficitária”.


A central considera que a nova fórmula proposta como alternativa ainda penaliza o trabalhador ao manter o fator previdenciário.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o secretário-geral da central, Wagner Gomes, afirmou: “Nossa luta agora será junto ao Congresso Nacional para derrubar o veto. É uma obrigação da CTB e de todas as centrais”, salientou o Wagner, informando que as lideranças sindicais vão se reunir na segunda-feira (22), para definir os rumos da mobilização.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que as centrais devem permanecer unidas para garantir a derrubada do veto.

A CSB, por sua vez, informou que é contra o veto, mas acredita que as centrais devem aproveitar o prazo de três anos, previstos na nova MP que o governo quer editar, para discutir alternativas para a Previdência.

"A decisão do veto foi estritamente tecnocrata. Mas o fato é que a fórmula 85/95 vai valer por três anos, se ela for de fato ponto de partida, da alternativa que o governo vai propor nessa nova medida provisória. Com isso, ganhamos prazo para avaliar saídas", afirmou Antonio Neto, presidente da CSB.

A MP cria uma fórmula progressiva partindo do cálculo 85/95, que é a soma do tempo de contribuição e a idade, diferenciado entre mulher e homem, no momento da aposentadoria. O governo estabeleceu uma escala progressiva de aumento dessa soma a partir de 2017, outra em 2019 e, a partir de então, um ponto a cada ano até chegar a 90/100 em 2022.

A nova lei foi editada em forma de Medida Provisória, ou seja, já está em vigor, mas sua efetivação depende de aprovação do Congresso num prazo de 180 dias.

Leia a íntegra da nota da CTB:

“A CTB manifesta com veemência o seu desapontamento com a decisão da presidenta Dilma Rousseff em vetar a fórmula 85/95, projeto aprovado no Congresso que reduz as perdas no valor da aposentadoria do trabalhador.

Entendemos que o debate sobre o novo sistema de cálculo parte de uma falsa premissa largamente propagada de que a Previdência Social é deficitária. O próprio fator previdenciário, tão lesivo aos direitos do trabalhador, foi criado no governo FHC sob este pretexto: sanar o déficit da Previdência.

No entanto, é fato que o sistema previdenciário brasileiro não está quebrado nem falido. Segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP), o sistema de seguridade social obteve um superávit estimado em R$ 100 bilhões nos últimos cinco anos. O problema reside na alocação dos recursos, boa parte destinada a outros programas do governo.

Por isso, agora que se tem a oportunidade de amenizar os efeitos lesivos do Fator com uma fórmula de cálculo que reduz as perdas da aposentadoria, nada justifica que isto seja vetado pelo governo federal.

A proposta 90/100, apresentada como alternativa à fórmula em Medida Provisória emitida pela presidenta, não é solução e penaliza novamente o trabalhador ao manter o famigerado fator previdenciário que, como se sabe, chega a reduzir em até 40% o valor da aposentadoria.

A CTB lamenta que o governo tenha assumido este posicionamento e vai se mobilizar com determinação para que o Senado Federal derrube o veto.

Executiva Nacional"


Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações de agências

CTB vence eleição no Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro

O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro está de volta à categoria. Depois de décadas de domínio do clã Mata Roma, uma intervenção judicial possibilitou o que os trabalhadores comerciários tanto ansiavam: um pleito democrático para eleger a diretoria do sindicato.
O processo eleitoral aconteceu ao longo dessa quarta-feira (17) e, apesar de nenhum incidente nas urnas, foi marcado por tensão após mais de 200 capangas (mais de 20% com passagens pela polícia por roubo com arma, estelionato, tráfico e estupro, segundo informações da polícia de São Paulo) invadirem e depredarem a sede do sindicato na madrugada de quarta-feira.
Com todas urnas já apuradas, a Chapa 1 – A Hora da Mudança, apoiada peal CTB foi eleita para a direção do sindicato. A Chapa “A Hora da Mudança” conquistou 874 votos contra 44 votos da Chapa 2 e 143 votos da Chapa 3. "Esta é a primeira eleição democrática deste sindicato em 50 anos de domínio da família Mata Roma", afirma Ronaldo Leite, presidente da CTB-RJ. "Essa verdadeira dinastia submetia os interesses dos trabalhadores aos seus interesses particulares, por isso ocorreu a intervenção a favor dos trabalhadores. Para a CTB esta vitória significa a possibilidade de devolver o sindicato aos trabalhadores", acentua.
O presidente eleito do sindicato, o comerciário Márcio Ayer, trabalhador da Material de Construção Sangue Bom, declarou que a vitória da Chapa 1 representa a vontade dos trabalhadores em retomar para si o sindicato. "Essa importante vitória mostra que os trabalhadores estão em busca de mudanças para a categoria! Demonstra que os trabalhadores querem um sindicato de volta para construir um novo caminho! E essa é a nossa tarefa: a partir de agora, trabalhar incansavelmente por um novo rumo a essa entidade para que os comerciários do Rio de Janeiro possam ter um sindicato combativo e de luta".
Uma eleição histórica
A eleição do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro vai entrar para a história do movimento sindical brasileiro. O pleito acontece pela primeira vez no sindicato após a intervenção judicial que retirou a família Mata Roma da direção da entidade após quase 50 de muita corrupção, fraudes e nepotismo. Luizant Mata Roma assumiu sindicato como interventor nomeado pela ditadura militar em 1966 e ficou na direção da entidade até sua morte em 2006, quando Otto Mata Roma e a UGT passaram a controlar a entidade, transformando-a em uma verdadeira capitania hereditária sindical.
Ano passado, a Justiça do Trabalho nomeou um interventor para apurar as denuncias de corrupção que pairavam sobre a entidade e a auditoria feita nas contas da entidade revelou que Otton Mata Roma contratava seus parentes com salários que chegavam até R$ 23 mil (enquanto o salário da categoria não chega a R$ 1 mil). Outros diretores do sindicato ganhavam até R$ 60 mil com direito a cartão coorporativo com crédito ilimitado. As fraudes chegam a somar mais de R$ 100 milhões apenas nos últimos 5 anos.
A eleição da Chapa 1 – A Hora da Mudança significa o fim da dinastia Mata Roma à frente da entidade e um novo tempo para a categoria. A hora da mudança chegou para os comerciários! Um ato político pela abertura da caixa preta do sindicato se iniciou após o fim da apuração e marcou o início da nova era para os trabalhadores do comércio do Rio de Janeiro.
Portal CTB com CTB-RJ