sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Desmonte da comunicação pública avança no Congresso

Arquivo/Agência Brasil
  

O texto prevê a extinção definitiva do Conselho Curador, formado pela sociedade civil, e a emissora passa a seguir ordens diretas do Planalto. "O atual governo confunde comunicação pública com o conceito de emissora estatal," denuncia a deputada Angela Albino (PCdoB-SC), que é relatora revisora da matéria no colegiado.


Comunicação

Fonte: Rádio Agência PCdoB na Câmara via Vermelho

Luciana Santos: governo quer tornar EBC "chapa branca"


Richard Silva/PCdoB na Câmara
  
Além de extinguir o Conselho Curador, deve abrir a programação da empresa pública para compra de conteúdo privado. A MP está sendo analisada por comissão especial mista no Parlamento, que reúne senadores e deputados para o debate em torno de proposições. Nesta semana, foi aprovado o plano de trabalho. A proposta está em vigência desde setembro deste ano e expira em fevereiro de 2017, caso não seja ratificada pelo Congresso Nacional.

Por trás de medidas autoritárias está a intenção de eliminar o caráter inclusivo e plural da EBC, tornando-a uma estatal ‘chapa branca’, que mostra apenas o ponto de vista do governo federal. Para a presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), “essa atitude é da natureza deste governo, que se impôs por meio de um ataque à democracia”.

Em entrevista ao PCdoB na Câmara, a parlamentar afirma que o desmonte do sistema público de comunicação “é uma moeda de troca entre a direita e a grande mídia” para derrubar o projeto da esquerda de emancipação da sociedade.

A seguir, leia os principais trechos: 
PCdoB na Câmara – As medidas adotadas por Temer fazem parte de um acordo dos setores conservadores da sociedade?Luciana Santos - A primeira ação deste governo é cortar todas as possibilidades de exercício da cidadania. Nós sabemos o quanto a comunicação é um direito, é onde surge a informação e o debate de ideias. Como a grande mídia fez parte deste conluio golpista, o desmonte da comunicação pública é logicamente uma contrapartida ao acordo espúrio selado para derrubar a presidenta Dilma Rousseff.

Acabar com a EBC já estava nos planos do atual governo? Eles simplesmente desconsideraram a legislação que criou a Empresa Brasil de Comunicação. Quando o governo decidiu exonerar o presidente da EBC (Ricardo Melo), eleito por um Conselho, ele desconstruiu todo o conceito de participação da sociedade na empresa. A própria legislação previa mandatos diferenciados dos do governo para evitar influência política, exatamente para dar mais autonomia.

Junto com a exoneração de Ricardo Melo veio a extinção do Conselho da emissora, formado por diversos segmentos da sociedade. Qual o impacto desta decisão?O Conselho Curador tem a responsabilidade de debater os conteúdos. Na hora em que um presidente da República extingue este instrumento, retira a essência da emissora. Acaba com seu caráter público. Eles querem torná-la uma estatal chapa branca.

O livre acesso à informação de alguma forma assusta quem está no poder?Eles têm medo da liberdade de expressão. Diferentemente dessa manipulação perversa que existe em parte da imprensa brasileira. Não me surpreende que este governo, sem vínculo nenhum com o povo, esteja atacando a EBC.

Para deixar mais claro, quem são “eles”?Famílias que tiveram todo o interesse de interromper esse processo de desenvolvimento iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse monopólio da comunicação não existe por acaso. Uma das reformas emergenciais é justamente a da mídia, regulando um setor que é dominado por oligarquias políticas que têm conluio com o sistema financeiro. O resultado é este que estamos vendo. Um monopólio que em nenhum lugar do mundo existe, onde menos de 10 famílias ditam o que é e o que não é informação. Centralizando tudo que você lê, ouve e vê. Nós, do PCdoB, entendemos que só teremos uma democracia plena com a democratização dos meios de comunicação.

Identificados os entraves, atores e soluções, a senhora considera que nossa legislação precisa ser revista?Na verdade, há um desrespeito à Constituição, que já garante um sistema que contemple iniciativa privada, sistema público e estatal. Quando os constituintes fizeram isso, foi na perspectiva de termos um sistema complementar.

Na sua avaliação, este sistema complementar existe de fato?Luciana Santos - Muito desigual, exatamente pelo poder financeiro que se sobrepõe ao perfil educativo que deveria nortear as empresas de comunicação. A mídia livre faz um contraponto importante, fundamental. Mas não tem comparação com a televisão, por exemplo, que chega a mais de 90% da população. Por mais que você tenha veículos alternativos, a diferença é abissal. Por isso, a necessidade de combater o monopólio e dar condições reais de disputa da narrativa.

Até que ponto esta hegemonia da televisão influencia na formação política da sociedade? 
Vamos a outro exemplo. O discurso do quanto pior melhor das últimas eleições foi avassalador, um massacre. O nível de abstenção foi nessa esteira. Aliás, faz 11 anos que, todos os dias no Brasil, os grandes meios de comunicação dizem que o país quebrou com a esquerda. O problema deles está na discordância com o projeto político. É preciso que a população compreenda essa manipulação. A tentativa de criminalizar a política está clara. Tanto é que diversas lideranças de outras legendas estão envolvidas em desvios, mas contam com o silêncio dos jornais e da televisão que, em muitas situações, são deles. Sai denúncia, delação, e não acontece nada com a direita brasileira.

E como desatar esse nó?A saída política se dá pela resistência consciente, no Parlamento, nas ruas e nas redes. Qualquer alternativa que exclua a sociedade do processo não pode ser sequer pensada. 


Fonte: PCdoB na Câmara via Vermelho

Governo colombiano e Farc assinam novo acordo de paz


Telesur
O novo acordo, que contempla também as exigências da oposição, foi firmado nesta quinta-feira (24), em BogotáO novo acordo, que contempla também as exigências da oposição, foi firmado na quinta-feira (24), em Bogotá
O novo acordo recebeu cerca de 190 ajustes, entre modificações e adendos, sugeridos pela oposição responsável por encabeçar a campanha contrária ao documento.

O comandante em chefe das Farc, Timoleón Jiménez, expressou sua satisfação ao assinar o acordo definitivo de paz e pediu ao governo para respeitar o documento a fim de avançar rumo à construção de um novo país.

Timochenko, como é conhecido o comandante, disse também que a palavra é a única arma dos colombianos e lembrou dos avanços obtidos nos últimos cinco anos de diálogo com o governo, realizados em Havana, Cuba.

Disse ainda que o novo acordo de paz contempla as inquietudes de vários setores políticos, sociais e religiosos do país. Destacou que depois do fracasso do plebiscito realizado no dia 2 de outubro, quando a primeira versão do acordo foi rejeitada pela população, as partes se reuniram em havana para enriquecer o documento.

Durante mais de 4 anos os líderes da guerrilha e representantes do governo de Juan Manuel Santos sem empenharam e debater a melhor forma de solucionar o conflito que já dura mais de 50 anos. Ao final deste processo, o acordo de paz foi assinado pelos representantes oficiais das duas partes em uma cerimônia realizada em Cartagena das Índias que contou com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e presidentes de diversos países que apoiaram o processo.

No entanto, houve uma campanha massiva da direita, liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, para rejeitar o acordo. Com a publicidade e a mídia de massa empenhadas neste processo, o acordo foi rejeitado em plebiscito e, com isso, a oposição ganhou força para exigir um assento na mesa de diálogo. Portanto, esta nova versão do acordo conta com boa parte das reivindicações feitas pelos setores mais reacionários do país. “Nesta última etapa, escutamos todos os setores”, garantiu Timochenko.

Farc pedem governo de transição 
Timoleón Jiménez defende que para a implementação dos acordos e a reconciliação do país deve-se haver um governo de transição cujo propósito seja a instauração do acordo.

“Destacamos a importância que teria para o país aa conformação de um governo de transição cujo propósito fundamental seja o cumprimento cabal dos acordos firmados em havana, o qual deveria ser integrado por todas as forças e setores que tem trabalhado sem trégua para isso”.

Disse ainda que o novo acordo pertence ao povo colombiano que “ajudou a construí-lo com suas esperanças e convicções”. “Este novo acordo deve nos levar a fazer um país melhor”.

Dia D

O presidente Juan Manuel Santos, por sua vez, afirmou que o chamado “Dia D” começa quando o Congresso aprovar o acordo. Para o chefe de Estado, com a assinatura deste acordo foi conquistada a possibilidade de dar fim ao conflito amado. “A guerra termina e já não haverão mais vítimas”.
 

Do Portal Vermelho, com Telesur

Testemunhas do próprio MPF derrubam tese de acusação contra Lula


EPA
  
“Não houve negociação com o Lula. Eu soube que quem fazia essas indicações na época era o ministro Zé Dirceu. Não conheci o presidente Lula nessa época e não sei de nenhuma interferência dele neste caso”, afirmou Cerveró, que condenado cumpre prisão domiciliar

Foi o que bastou para a mídia afirmar que Cerveró mudou o depoimento. A manchete do UOL, site ligado à Folha de S. Paulo, disse: "Cerveró muda versão e nega que Lula o tenha indicado para a Petrobras em 2003". No entanto, a afirmação de Cerveró não é novidade. Em depoimento de delação premiada vazado pela grande mídia em junho desde ano, o ex-diretor afirmou que aos investigadores que não foi indicado pelo ex-presidente Lula para a área internacional, mas disse que interpretou como se fosse, pois, alguém disse a ele que Lula teria dito ao José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras na época.

Sobre o triplex no Guarujá, principal alvo das investigações do MPF e apontado como sendo de propriedade oculta de Lula, Cerveró foi incisivo em dizer que não conhece o local. “Eu não conheço nem o Guarujá. A informação que eu tenho é a da mídia”, disse.

Cerveró disse que o então presidente defendeu a instalação de refinarias no Nordeste e a internacionalização da empresa, mas reforçou que Lula jamais interferiu em qualquer contrato.

“Quando eu entrei a Petrobras atuava em 6 países. Quando eu saí, eram 27. O presidente Lula era simpático à ampliação da Petrobras como uma ampliação da atuação do Brasil no exterior”, afirmou Cerveró.

Ao sair da audiência, o advogado de Lula, Cristino Zanin, afirmou que o depoimento confirmou que o ex-presidente Lula não tem qualquer envolvimento com os contratos relacionados na denúncia e também com o triplex do Guarujá.

"Em momento algum, Nestor Cerveró fez qualquer afirmação que pudesse envolver o ex-presidente Lula. É mais um delator que vem depor e não confirma qualquer acusação do Ministério Público. A acusação referente ao triplex ruiu, porque não há qualquer sustentação em provas que possa sustentar essa denúncia", reforçou Zanin.

Outra tese dos procuradores que caiu por terra foi a "corrupção sistêmica". No depoimento desta quarta, Cerveró disse que quando assumiu o cargo, não firmou nenhum acordo para pagamento de propina ou arrecadação para fundos partidários, tese que fundamento a convicção dos procuradores da Lava Jato. ”Anteriormente a minha nomeação eu não fiz nenhum tipo de acordo preliminar de qualquer tipo de compromisso nesse sentido. Depois da minha nomeação aconteceu, como já descrevi em outros depoimentos”, afirmou.

Questionado pelo próprio MPF, Cerveró enterrou a estratégia da acusação de que havia "corrupção sistêmica" ao afirmar que não sabe dizer se Lula tinha conhecimento sobre a utilização da diretoria para distribuição de valores para os partidos.

“Eu não sei dizer. As minhas reuniões com o presidente Lula foram sempre reuniões em conjunto com a diretoria. Eu nunca tive uma conversa privada com o presidente Lula sobre este assunto”, afirmou Cerveró.

Ora, se Lula era o responsável por todo o esquema, como diz o MPF, como Ceveró, réu confesso nos crimes da Lava Jato, não saberia?

A cantilena de que alguém disse que disseram foi mais uma vez a marca do depoimento de Cerveró nesta quinta. Disse que precisou sair da diretoria da área internacional por negociações políticas e que o ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, teria dito a ele que Lula falou que o queria no cargo de diretor financeiro. “Eu teria que sair do cargo e Lula falou para o conselho me indicar para a outra diretoria que estava vazia na época, mas isso é o que ele me disse”, falou.

Sobre seu padrinho, Delcídio do Amaral, também delator e testemunha de acusação, Cerveró disse que o ex-senador recebeu propinas em relação as Alstom e GE. Ele lembrou do caso envolvendo a gravação em que Delcídio aparece pedindo para que não fosse citado no depoimento de delação premiada do ex-diretor.

Delcído, por ser filiado ao PSDB, foi convidado para ser Diretor de Gás e Energia pelo então ministro Rodolpho Tourinho, do governo FHC (1999 a 2001). Ele saiu do PSDB para se filiar ao PT em 2001, se elegendo senador em 2003. Diante da influência que exercia por ter ocupado o cargo durante o governo FHC, Delcídio admitiu em delação que atuou dentro do PT para manter Cerveró na diretoria da Petrobras, agora como diretor da área Internacional.

Além de descartar qualquer envolvimento de Lula, Cerveró disse que o ex-presidente não participou da suposta tentativa de obstrução da Justiça ao tentar comprar o seu silêncio nos depoimentos. O fato foi revelado em gravações feitas pelo seu filho em conversas com Delcídio, o que çevou a sua cassação.

"Ele [Cerveró] disse que quem tinha interesse em impedir que fizesse a delação era o próprio Delcídio", contou Zanin.

Sob orientação dos seus advogados, Cerveró se recusou a responder se está negociando acordos de delação com outros países. É a quarta testemunha listada pelo Ministério Público Federal no processo contra o ex-presidente Lula que estaria negociando colaboração com outros países. E a quinta, em 8 testemunhas, que se recusa a responder perguntas por estar negociando acordos de delação com autoridades brasileiras ou estrangeiras.

Roberto Costa

O também ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, disse nunca ter tido nenhuma reunião sozinho com o ex-presidente Lula nem qualquer conversa a respeito de atividades fraudulentas.

Costa também negou que o apelido "Paulinho", divulgado amplamente pela mídia como sendo o modo que chamava o ex-presidente Lula. Segundo ele, esse é o apelido que tem entre seus familiares.

"Nunca tive intimidade com o presidente Lula. Não existe isso dele ter usado (esse apelido) diretamente. Nunca tive uma reunião sozinho com o presidente Lula. Se ele usava com outras pessoas, eu não sei."

Os depoimentos das testemunhas arroladas pelo próprio MPF reforçam que não há provas, apenas ilações, suposições, e hipóteses, ou melhor, as convições dos procuradores. 
 

Do Portal Vermelho

Protestos dos trabalhadores se fortalecem a cada ofensiva a direitos

Manifestação do Sindicato dos Bancários em Itabuna contra o desmonte do Banco do Brasile contra a PEC 55

  
“A semana foi muito difícil. Acho que isso (a dificuldade) vai dar um gás para os trabalhadores. Serve de combustível para as mobilizações futuras. Estão em uma ofensiva muito grande”, declarou Onofre Gonçalves, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil de São Paulo (CTB-SP).

O dirigente se referiu à terceirização da atividade-fim, que retornou ao Congresso Nacional em etapa conclusiva nas últimas semanas através do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30 no Senado e à recuperação na Câmara do Projeto de Lei (PL) 4302/98. Após pressão das centrais, o trâmite de ambas as iniciativas vai aguardar o relatório do senador Paulo Paim (PT-RS).

“(O PL 4302) Foi uma manobra contra a classe trabalhadora. E os trabalhadores devem dar uma resposta contundente. Todos esses projetos que querem colocar a conta da crise nas costas do trabalhador têm que ser esclarecidos na base, nas portas de fábrica, nos atos”, enfatizou Onofre.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, explicou que é consenso entre as centrais a rejeição à atividade-fim. “O que nós defendemos é a regulamentação da terceirização. São 12 milhões de trabalhadores que precisam ter seus direitos respeitados. Os atos que estamos fazendo em defesa dos direitos são o momento de colocarmos esse debate para os trabalhadores”, afirmou Juruna.

Ele confirmou que a orientação para esta sexta-feira é que os sindicatos realizem atividades no local de trabalho. Também estão previstas paralisações de uma hora entre os metalúrgicos e trabalhadores da construção civil. “O desemprego que vivemos hoje nos joga pra trás por isso é bom que os trabalhadores visualizem os representantes. É preciso fortalecer a luta em defesa dos direitos”, completou.
 
Mesmo sem propostas formais sobre as reformas da previdência ou a trabalhista, o governo Temer conseguiu unificar as centrais contra essas bandeiras, que na opinião das entidades retiram direitos. Nesta sexta-feira, as centrais também protestam contra a PEC 55, que, ao congelar recursos da educação e saúde por 20 anos, retira verba dessas áreas, o que poderá promover um desmonte irreparável.

Na opinião do presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, o trabalhador começa a perceber o prejuízo que as medidas de Temer podem trazer. “O trabalhador vai aos poucos aderindo aos protestos promovidos pelas centrais, que unidas em torno da pauta trabalhista fortalecem a agenda de lutas”, finalizou.

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Do Portal Vermelho

Para tentar estancar a sangria, Geddel pede demissão


Antonio Cruz/Agência Brasil
  
De acordo com o colunista Jorge Bastos Moreno, de O Globo, após conversar com Temer nesta quinta-feira (23), amigos aconselharam Geddel “a pedir demissão, alegando que sua situação tornou-se insustentável”.

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero o denunciou à Polícia Federal por ter pressionado pela liberação de uma obra embargada em Salvador.

Calero já deu indicações de ter gravado conversas com Geddel, o ministro Eliseu Padilha e Temer. e mais, acusou o próprio Temer de também tê-lo “enquadrado” em favor de Geddel, em uma reunião no Palácio do Planalto, conforme contou em depoimento à Polícia Federal.



Do Portal Vermelho, com informações de agências

Letycia, censurada no Altas Horas


Arquivo pessoal
Letycia durante a participação no programa Altas HorasLetycia durante a participação no programa Altas Horas
Fui convidada a dar um depoimento sobre violência doméstica, o programa foi gravado na quinta–feira (10). Passei um dia nos estúdios da Globo em São Paulo, e durante toda a viagem fiquei pensando no que ia falar, afinal de contas estava indo dar voz a todas as companheiras maranhenses. Um espaço único, onde poderia falar ao Brasil inteiro sobre violência, feminismo e a luta que nós, mulheres, enfrentamos todos os dias.

Quando cheguei lá me dei conta de que meu depoimento podia causar algum dano, um linchamento social da pessoa que me agrediu e fiquei apreensiva, o Serginho Groisman entrou no meu camarim por 2 minutos e conversamos sobre isso, eu estava nervosa, combinamos de falar das agressões sofridas sem que ficasse claro quem era o agressor, ou melhor os agressores, já que fui agredida 2 vezes!

No quarto bloco ele me chamou, primeiramente falei “Fora Temer”, a plateia aplaudiu, e depois ele começou a me perguntar sobre o motivo de eu estar ali e respondi que já tinha sido agredida duas vezes, sofri assédio no trabalho etc…

Em um determinado momento ele pergunta como foi que aconteceram as agressões, eu parei por uns segundos, meus olhos se encheram de lágrimas, respirei fundo, pedi desculpas por ter me emocionado e ressaltei que era um assunto difícil de falar, mas logo depois comecei a contar minha história.

Fui agredida grávida de 3 meses no meio da rua, na frente de uma delegacia, levei um soco na cara, aquele soco doeu no meu ventre, passei uma gravidez difícil, tive depressão pós-parto e fui internada louca num hospital, sofro de depressão há 10 anos, e tive quadros de transtorno bipolar… O relato saiu como um escarro, uma catarse, a plateia fazia um silêncio, ninguém se mexia, as convidadas, a jornalista Maju Coutinho e a Rafa Brits, casada com Felipe Andreoli, que está grávida de 7 meses, ficaram chocadas, atônitas.

O Serginho passava a mão na cabeça, depois me perguntou sobre a segunda agressão e eu escarrei de novo outra história triste, contei que uma vez quase me jogava de um carro em movimento por conta das agressões verbais de um ex-namorado, que estava ameaçando me largar sozinha no meio da rua de noite e por fim, quando consegui ter o reflexo de pegar meu celular, ele parou o carro e eu consegui fugir, acabei sendo toda arranhada, pois ele me puxava pra ficar.

Um garoto do auditório me fez uma pergunta, a “clássica”, “por que a mulher volta pro agressor”? Eu respondi que a mulher está só, muitas vezes depressiva, com a estima arrasada, e ama o agressor, ele pede desculpa, diz que vai mudar e você volta, e apanha de novo, e sofre tudo de novo, e nada muda, é um ciclo que se repede na maioria dos casos.

A mulher é sempre culpada, ela “gosta de apanhar”. Ninguém percebe que a aquela mulher precisa de ajuda pra sair desta situação. Mais silêncio no estúdio.

Assim que terminou a entrevista, me retiram do estúdio rapidamente, me colocaram no carro de volta para casa, e já no caminho recebo uma ligação da produção dizendo que a entrevista não iria ao ar por uma questão de proteção à minha filha, pois ficou claro quem era o agressor no meu discurso.
Justificaram que a minha filha não podia ficar sabendo disso pela TV, que podia ter uma repercussão negativa, que já haviam tido outros casos assim e que a entrevista havia ficado longa e precisariam cortar por causa da corrida de Fórmula 1.

Aceitei e disse que tudo bem, e na hora achei até bom, por que acabei expondo a minha vida para 200 pessoas num estúdio de gravação e essas 200 pessoas ficaram chocadas imagina o Brasil inteiro? Mas passaram alguns dias e fui me dando conta de que essa é uma história real, minha história é a história de milhares de brasileiras que sofrem com a violência todos os dias, na maioria das vezes dentro de casa, pelos seus companheiros, nas ruas somos abusadas cotidianamente com assobios, cantadas, todas conhecemos uma mulher que já foi estuprada ou que já sofreu algum tipo de violência.

Quem são essas mulheres? Somos nós, todas nós! Que crescemos com medo de ser estupradas, que temos que nos proteger o tempo inteiro de abusos, somos criadas pra servir aos homens e a essa sociedade machista que nos trata como objetos. E não podemos falar nada, não podemos falar do agressor, não podemos falar de estupro, de que somos violentadas. O programa Altas Horas não calou uma mulher, calou todas as mulheres do Brasil!

Mulheres que queriam poder ter a coragem que eu tive de falar a todo mundo o que acontece todos os dias. O agressor está próximo, dentro de casa, só podemos falar depois que ele morre? Enquanto isso continuam por aí agredindo e maltratando outras mulheres? Acredito que o agressor também é uma vítima dessa sociedade machista em que vivemos, as mães e pais criam esses homens, a sociedade cria o agressor que não é um doente, mas sim um fruto do machismo, que todos os dias vitima nossas mulheres.

No Maranhão esta semana aconteceram crimes bárbaros, foram 6 feminicídios em sete dias, inclusive a sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney foi asfixiada e morta, e há suspeita de ter sido estuprada pelo próprio cunhado. Em Coroatá, interior do estado, uma mulher foi degolada. No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, a cada 7 minutos a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Presidência da República recebe 1 relato de violência, em São Luís, 12 mulheres são vítimas de violência por dia.

Onde estão essas mulheres? Caladas! Não podemos falar da violência que sofremos pois nos sentimos ameaçadas e ainda sofremos preconceito, a mulher ainda é culpabilizada por sofrer a violência.

Voltando ao assunto de ter sido censurada no programa Altas Horas, digo mais, acho que eles estavam esperando uma mulher do Maranhão que ia contar uma história de superação, uma coisa “bonitinha”, que a plateia ia ouvir e depois sair feliz batendo palma, a história de uma mulher que apanhou e venceu. Venci sim, mas as marcas da violência a gente carrega por toda a vida.

Eles não tinham noção de quão forte seria aquele depoimento, e mais, que aquilo poderia chocar mais do que as novelas que assistimos que mostram tudo isso, mas fazem parecer que é só ficção, e não é, violência contra a mulher não é ficção é verdade e está por aí nos cercando por todos os lados e o machismo nos calando. A Globo não calou uma mulher e sim as mulheres do Brasil inteiro!


*Letycia Oliveira é jornalista, repórter, assessora de imprensa, mãe independente e feminista
Fonte: Vermelho

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Renato Rabelo: Enfrentamento não será possível sem esquerda unida


Foto: Ísis Medeiros/Frente Brasil Popular
Na avaliação de dirigente comunista, população começa a se dar conta do ‘engodo’ que representa o governo Temer. Na avaliação de dirigente comunista, população começa a se dar conta do ‘engodo’ que representa o governo Temer.
Por Vitor Nuzzi

Para o ex-presidente do partido, é preciso ter “palavras de ordem mais amplas, para juntar mais gente”. “Temos de ir para uma repactuação política, senão a gente fica falando no abstrato.”

Segundo ele, essa reorganização deve priorizar a produção e o trabalho – não pode ser apenas distributivo ou considerar individualmente as categorias profissionais, mas sustentado em um novo projeto nacional de desenvolvimento, que preveja reformas política, da mídia, tributária e do sistema financeiro. “Sem isso, não tem saída. Vamos ficar no mesmo lugar”, afirma Rabelo.

Na avaliação do dirigente comunista, a população começa a se dar conta do “engodo” que representa o governo Temer. “É possível crescer um anseio de resgate da soberania popular, através de uma eleição direta. Isso pode vir, diante desse quadro de agravamento da crise”, afirmou.

Em reunião no último dia 11, a Comissão Política Nacional do PCdoB aprovou resolução em que defende o fortalecimento da Frente Brasil Popular, que terá plenária nacional em 7 e 8 de dezembro, em Belo Horizonte. “Recai agora sobre a Frente Brasil Popular a tarefa de alargar as forças de resistência, envolver novos agentes sociais e políticos interessados na luta democrática e ampliar o diálogo e mobilização do povo”, diz o documento.

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, o impeachment representou “um golpe do capital contra o trabalhador. Ele citou a exclusão do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que se reuniu ontem pela primeira vez na gestão Temer, de entidades como a própria CTB, CUT, UNE e CNBB. “Esse governo tem lado, serve aos interesses do grande capital, sobretudo ao rentismo.”
 

Fonte: Rede Brasil Atual via Vermelho

Temer manobra e desenterra PL que institui terceirização plena

  

Projeto que amplia a terceirização, o PLC 30, irá a plenário no Senado na quinta-feira 24. A proposta deve ser votada ainda nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Ao criticar a manobra de Temer para avançar com a proposta da terceirização, o presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que o que ser quer é “a liquidação total dos direitos”.

“A terceirização é uma parte da reforma trabalhista que liquida direitos consagrados da classe trabalhadora e blinda os empresários. É bom lembrar que, tanto o PLC 030 como o PL 4203, são demandas dos setores da indústria e do comércio”, alertou o dirigente nacional ao denunciar o empenho do setor empresarial pela aprovação de propostas dessa natureza.

Araújo ainda destacou que por trás do discurso da “desburocratização” e da “ampliação do número de postos de trabalho” se esconde uma proposta que abre espaço para a precarização geral do mundo do trabalho.

Campanha pela precarização da CNI
No mesmo dia em que Oliveira protocolou parecer favorável pela aprovação do PL 4203, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) soltou nota, em boletim especial, apoiando a proposta que abre espaço para a precarização do mundo do trabalho.

De acordo com a nota, a CNI sai na defesa da responsabilidade subsidiária como regra, e a inexistência de limite para terceirização. E mais, ao se posicionar sobre a diferenciação da atividade-meio e atividade-fim, a Confederação subscreveu o parecer: "Qualquer regulamentação, portanto, dispensa este tipo de esclarecimento e deve deixar autorização plena para as empresas contratarem serviços vinculados a sua atividade de forma ampla, prezando pela clareza e pela preservação máxima da livre iniciativa, protegendo o atual exercício das atividades das empresas, que demanda a formação de redes de produção, uso intensivo de tecnologia da informação, e ganhos de produtividade”.

E emendou: “Eventual diferenciação entre atividade-fim e atividade-meio mostra-se um empecilho, pois as empresas da atualidade trabalham em redes de produção e, por isso, precisam contratar de tudo...".

Tramitação do PL 4203
O atual relator da proposta que sepulta os direitos da classe trabalhadora é o deputado Laércio Oliveira (SD-SE). Na quinta-feira (17) ele apresentou relatório favorável ao substitutivo elaborado no Senado.

A proposta já foi votada pela Câmara dos Deputados, em 2000, e pelo Senado, em 2002. Como passou por mudanças substanciais na 2ª etapa, o texto voltou à Câmara.

Os deputados analisam, agora, se concordam com a nova redação dada no Senado. Em caso positivo, segue para sanção como está. Se for rejeitado, chega ao Planalto da maneira como foi aprovado pela Câmara em 2000.

Terceirização plena
Em seu parecer, o relator do projeto defendeu a “terceirização plena”. O que isso significa? “Qualquer coisa pode ser terceirizada”, afirma.

Oliveira criticou o projeto de lei da terceirização que está atualmente no Senado. Segundo ele, a proposta [PLC 030] é “muito ruim” e “sofreu muitas alterações que prejudicaram o texto”.

Após a reunião do Conselhão, o Planalto indicou que o PL 4302 é a melhor proposta para avançar na pauta da terceirização. O PLC 030, que está no Senado, não deve ser levado à frente pelo governo.

O que se desenha é a defesa de uma proposta ainda pior que o PLC 030, que associada às demais propostas de Temer, enterrará direitos e eliminará qualquer horizonte de retomada de desenvolvimento com geração de emprego decente, inclusão social e distribuição de renda.


Fonte: CTB via Vermelho

Ciclo de Debates: Medidas de Temer deixam país sem saída


Railidia Carvalho
  
A realização é da Fundação Maurício Grabois com o apoio do Portal Vermelho, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União da Juventude Socialista (UJS) e Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. A atividade aconteceu na sede do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), no centro da capital paulista.

No mesmo local, acontecerá dia 28 de novembro o segundo debate: “Reforma política democrática, contra o retrocesso”. Os debatedores deste dia serão os deputados federais Orlando Silva Júnior (PCdoB/SP) e Vicente Cândido (PT/SP), o advogado e ex-deputado constituinte, Aldo Arantes, e Fernando Limongi, cientista e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Manipulação
O governo de Michel Temer mente, manipula e age seletivamente. A constatação foi recorrente entre os convidados do debate desta segunda enquanto argumentavam contra o programa de ajuste fiscal do atual presidente. Os palestrantes também reafirmaram que a opção de Temer é privilegiar o sistema financeiro e negar os direitos sociais.

Compuseram a mesa do dia a economista e ex-secretária de Orçamento Federal, Esther Dweck, a presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral, o filósofo e pedagogo, Dermeval Saviani e o presidente da CTB nacional, Adilson Araújo. A palestra inaugural do ciclo foi feita pelo presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo.

“O governo Temer atrela sua política à mesma política da oligarquia financeira dominante – o topo rico e rentista da pirâmide social — dos países centrais, cuja lógica essencial tem sido, desde a crise de 2008, resgatar as grandes corporações financeiras, à custa de forte expansão do endividamento público e, pois, abandonando a maioria da população”, afirmou Renato.

A Proposta de Emenda Constitucional 55 (ex-PEC 241) que tramita no Senado é a expressão do que afirmou Renato. Estabelece um teto para os gastos públicos primários por 20 anos, incluindo despesas com saúde, educação e assistência social. A PEC não afeta os juros da dívida pública, que permanecem com gastos ilimitados.

Agravamento da crise
Renato observou ainda que a gravidade do cenário, que vê a crise nos Estados se agravar, com raras exceções, cria um certo “estado de pavor” também entre os golpistas. O grupo pregou o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff como a fórmula para o fim da crise e a retomada do crescimento, que não aconteceram. Para Renato, isso obrigou o governo a mudar o próprio discurso.

“Virou fumaça a propalada promessa de que, destituindo a presidenta Dilma, voltaria o “impulso de confiança” mais revigorado dos “mercados”. Segundo Renato, a recuperação da economia ficou mais distante e o golpe colocou o Brasil em um grande impasse.

“De que modo um país com a situação de tamanha instabilidade, incerteza e insegurança jurídica pode atrair e muito menos entusiasmar qualquer investidor interno ou externo? A premente exigência de recuperação da economia vai se tornando mais distante. Intramuros aumenta o temor de insolvência do país, vaticínio que eles exprimiam durante o governo Dilma”.

Trabalhadores
Setores dirigentes das centrais de trabalhadores afirmam que o golpe que instalou o governo de Michel Temer na presidência da república foi contra os trabalhadores. Considerações de Esther Dweck confirmam a tese. Na opinião dela, os governos Lula e Dilma, considerando todas as críticas que se possa fazer a esses mandatos, escolhia o lado dos trabalhadores.

Segundo a economista, a PEC 55 trava a possibilidade de atuação dos governos dos próximos cinco anos. “O objetivo dos empresários é que o desemprego dependa apenas da decisão deles. A PEC é para que a confiança dos empresários se mantenha, para não abalar essa confiança. Nos últimos anos aconteceu uma mediação que beneficiou os trabalhadores”, avaliou.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que de 2002 a 2013 aumentou a participação dos salários no PIB de 30,6 (2002) para 34,4% (2013). Até aquele ano os números eram descendentes, registrando em 1995 35,2% da participação dos salários no PIB.

“Nenhum dos argumentos do governo é verdadeiro. Ou são meias-verdades ou são mentirosos”, ressaltou Esther. Na opinião dela, a proposta afeta “a melhor parte da política fiscal que a gente tinha” que é a distribuição de renda.

“A despesa primária é onde você via todos os gastos sociais, todos os benefícios sociais e os gastos com as políticas de serviços públicos gratuitos, como saúde e educação. São exatamente essas políticas que a PEC vai afetar”, lembrou Esther.

Reforma da Previdência
Adilson Araújo deixou claro que a reforma da Previdência vigora desde 2014 com a aprovação do fator 85/95. Incorporada a progressividade a regra se tornar 95/105 em 2028 levando em conta o aumento da expectativa de vida.

A mulher se aposenta hoje com 55 anos de idade e 30 anos de contribuição para a Previdência. Somando os dois chega-se a 85 anos (da regra 85/95). Acontece que com a progressividade incorporada, os 85 anos passam a ser 95 anos (para mulheres).

No caso do homem, que pode se aposentar hoje aos 60 anos com 35 anos de contribuição, com a progressividade incorporada terá que ter no mínimo 70 para se aposentar, o que somaria os 105 anos da regra para homens. Na prática, está embutida a idade mínima de 70 anos para homens e 65 anos para mulheres.

“O debate foi resolvido a tabela 85/95 e ela se estende e vai chegar até 2028 em 95/105 que responde e compreende a questão longevidade e o tempo de contribuição. Foi feita sem a gente perceber, sem ter tomado partido, não houve mobilização nacional. Tá resolvido é isso que prevalece”, completou Adilson.

Ainda segundo ele, a discussão da reforma prega a igualdade entre desiguais. “O princípio defendido é o da igualdade. Como tratar diferentes de forma igual? Então vamos taxar o agronegócio, fazer a reforma tributária, fazer Refis para pegar os mais de 300 bilhões que se deve à previdência”, defendeu o sindicalista.

Educação e Resistência
“Hoje na universidade existem grupos assumidamente fascistas alimentados pela polarização da sociedade. Tenho muita esperança nessa nova geração, que traz contradições, e que é muito alimentada por uma esperança de luta e por uma certeza de que a luta melhora a vida”, opinou Carina Vitral. Ao lado do pedagogo Demerval, ela fez considerações sobre a Reforma do Ensino Médio, proposta através da Medida Provisória 746 e que gerou milhares de ocupações de escolas pelo Brasil.

“Eu arrisco que o ensino médio que devemos defender para o próximo período passa por entender o que os estudantes fizeram da própria escola no período de ocupações”, resumiu Carina Vitral.

Autoritarismo
Sobre a PEC 55, Carina afirmou que uma das consequência perversas da proposta é desmontar o Plano Nacional de Educação, aprovado em 2014. “Não há como ter ensino de qualidade e superar as desigualdades educacionais de um pais continental sem falar de financiamento”.

O caráter autoritário da MP do Ensino Médio foi mencionada por Dermeval. “Por que por medida provisória? Foi proposta de forma intempestiva, sem se enquadrar como caso de relevância e urgência que a Constituição determina para a edição de medida provisória”, argumentou.

Ele destacou algumas das reações que a edição da MP provocou, incluindo a 45ª nota do Fórum Nacional de Educadores e do Conselho Municipal do Paraná. Neste caso, Dermeval lembrou que é significativo sendo o Estado que registrou o maior número de ocupações de escolas em tempo recorde em protesto contra a medida. Também no Paraná o governo de Beto Richa (PSDB) é alinhado ao governo de Michel Temer.

“A nota do conselho do Paraná lembrou que sequer os sistemas estaduais foram consultados sobre o conteúdo da medida alijando do debate um tema que afeta os governos estaduais”, informou Dermeval. Entre as contradições da reforma, o pedagogo mencionou ainda o caráter excludente já que a escola de tempo integral proposta como uma avanço puniria os estudantes de baixa renda que trabalham e estudam.

Frente Ampla 
A possibilidade de realização de eleições indiretas para presidente após 31 de dezembro foi ressaltada por Renato como um plano alternativo da direita diante do agravamento da crise.
“Por outro lado, é possível crescer o anseio de resgate da soberania popular, cuja saída é a convocação de eleições diretas já”, enfatizou Renato.

Ele defendeu como instrumento de resistência “uma ampla concertação democrática e progressista” que reuniria forças democráticas, progressistas, patrióticas, populares e de esquerda.

“São ventiladas constantemente diversas propostas de frente ampla, desde uma frente ampla de afinidades de esquerda, até a defesa de uma ampla concertação democrática e progressista. Esta não é contraditória com aquela, mas complementares nas condições atuais”, defendeu.


Do Portal Vermelho

    Debate sobre a Previdência expõe contradições do governo


      
    A professora destacou que um governo que, em um ano, gasta R$ 501,7 bilhões em juros da dívida e abre mão de R$ 281 bilhões de reais em receitas, fruto de desonerações, não pode querer fazer uma reforma da Previdência que achatará a renda do trabalhador, alegando excesso de gastos.

    “Os pobres vão pagar a conta, enquanto os agentes financeiros estão nadando em renda proporcionada pelo mesmo Estado que quer fazer o ajuste fiscal? Não dá”, disse, durante o seminário, que aconteceu na segunda-feira (21), em São Paulo.

    De acordo com ela, momentos de desaceleração econômica, como o atual, são utilizados para promover “os ataques mais hostis” aos direitos sociais. Isso porque, com a recessão, a arrecadação cai e, por outro lado, gastos com saúde, seguro desemprego e segurança pública costumam subir. O resultado é um déficit primário, que é usado como justificativa para medidas de ajuste, como a reforma da Previdência.

    Política econômica contra a Previdência

    Denise avalia que o debate atual sobre equilíbrio fiscal omite vários aspectos sobre o sistema previdenciário. O primeiro deles seria o fato de que a própria política macroeconômica praticada no país atinge a previdência social.

    “Não são parâmetros como idade de aposentadoria e tempo de contribuição que prejudicam o resultado financeiro da previdência, mas a política macroeconômica do governo, que é recessiva”, defendeu.

    Ela destacou que a manutenção de taxas de juros muito elevadas, o corte do crédito e a contenção do investimento público provocam uma desaceleração na economia, que resulta em queda na arrecadação e consequente redução das receitas da seguridade social.

    Bolsa empresário

    A professora criticou ainda a decisão de conceder o que ela chamou de uma “brutal” desoneração a setores empresariais, algo levado adiante nos últimos 10 anos, mas que se acentuou de 2011 a 2014. “Em 2015, as desonerações alcançaram um patamar de R$ 281 bilhões. Desses, 55% foram em cima de receitas que financiam a seguridade social”, informou.

    O governo alega que, em 2015, a previdência social acumulou um déficit de R$ 85 bilhões, que, somado à expectativa de envelhecimento da população, tornaria o sistema insustentável. Denise, contudo, contesta a afirmação. Segundo ela, o sistema, na verdade, fez um superávit de R$ 16 bilhões.

    Seu argumento é o mesmo de outros economistas, que rejeitam a tese de que há déficit na previdência. Eles apontam que a Constituição prevê que a seguridade social deve ser financiada por contribuições do empregador, dos trabalhadores e do Estado. Mas a União isola a previdência da seguridade e, em seguida, calcula o resultado da previdência levando em consideração apenas a contribuição de empregadores e trabalhadores, deixando de computar a parcela que caberia ao Estado.

    Para Denise, o discurso do governo de que há déficit na previdência é contraditório com a política de desonerações. “É uma narrativa que não tem lógica. Porque se o sistema tem um déficit de 85 bilhões, como dizem, como se pratica a desoneração de R$ 281 bilhões, sendo que 55% são de receitas da assistência? Não faz sentido”, reiterou.

    A professora acrescentou que, para piorar a situação, tais renúncias tributárias – que acertaram em cheio as receitas da previdência - foram concedidas sem nenhuma exigência de contrapartida. “Aconteceu sem se exigir das empresas que fizessem investimentos, que gerassem emprego, cumprissem legislação previdenciária e trabalhista e ambiental ou que tivessem um conteúdo nacional em seus produtos”, condenou.

    Intenção não é equilibrar sistema


    De acordo com ela, o valor do qual o país abriu mão com as desonerações é superior à soma dos gastos realizados com saúde, educação, assistência social, transporte e ciência e tecnologia no mesmo ano.

    “Não dá para entender como o governo pode dizer para nós, depois de fazer esse volume de renúncia de receitas, que temos que aceitar uma proposta de reforma da previdência que implique no achatamento de rendas, quando o próprio governo pratica uma política fiscal de total subserviência para as empresas”, disparou.

    Na avaliação da pesquisadora, outro ponto de ataque à previdência se refere à falta de cobrança da dívida ativa previdência, que são os créditos que o governo tem para receber de empresários que praticaram sonegação, elisão fiscal ou deixaram de contribuir no prazo correto, por exemplo.

    “Essa dívida atingiu quase R$ 400 bilhões em dezembro de 2015. E o governo só conseguiu recuperar 0,3%. Quer dizer, esse é um governo que não está nem apto nem desejoso de perseguir os sonegadores da previdência, mas está empenhado em rebaixar a renda dos trabalhadores.

    Quem não corre atrás dos créditos que tem na praça e pratica uma renúncia violenta de receita, desculpa, mas não tem a intenção de fazer esse sistema se equilibrar. A intenção é fazer reforma”, criticou.

    Segurança para rentistas

    A economista mencionou ainda os recursos que o governo detém na conta única do tesouro nacional, hoje calculados em R$ 881,9 bilhões. Segundo explicou, trata-se do acúmulo de superávit primários de vários anos. Além disso, completou, o governo lança títulos públicos para diminuir a liquidez do mercado interbancário e esses recursos ficam acumulados na conta única do tesouro nacional, que é utilizada referência pelo mercado financeiro.

    “Quanto mais recursos tiver ali, mais seguro o mercado se sente com relação à possibilidade de trocarem portfólio de títulos para moeda. Os recursos da conta única fazem o papel de transmitir segurança ao mercado financeiro, porque não basta ter a mais elevada taxa de juros reais do mundo, ela precisa ser crível, precisa se legitimar junto ao mercado financeiro. E, para fazer isso, o governo precisa manter um colchão de liquidez na conta única do tesouro nacional”, afirmou.

    Denise defendeu que se tratam de recursos “absolutamente esterilizados”, porque nem se transformam em bens e serviços para atender às necessidades coletivas, nem geram emprego e renda. “O governo que retém essa quantidade de recursos na conta única é o mesmo que olha para a população e diz, ‘olha, vamos fazer uma reforma da previdência porque há excesso de gastos’”.

    Para a pesquisadora, o governo centra seu discurso na necessidade de cortar gastos e ignora o lado da receita. “Ninguém discute como fazer para manter esses benefícios, que já são precários. Ninguém discute que poderíamos tributar a distribuição de lucros e dividendos. Vários economistas já mostraram que conseguiríamos arrecadar cerca de R$43 bilhões de reais no primeiro ano que isso fosse instituído”, disse.

    A quem interessa a reforma?


    Denise questionou a quem interessa a reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer. Segundo ela, não é à coletividade, aos trabalhadores e pessoas de baixa e média rendas.

    Para a professora há quatro setores que se beneficiariam da reforma. O primeiro seriam os bancos – que, diante do discurso de que a previdência social estaria quebrada, ampliam a venda de planos de previdência complementar. Em seguida, estariam os proprietários de títulos públicos – entre os quais estão os próprios bancos, fundos de pensão, estrangeiros e pessoas físicas de renda elevada.

    “Eles desejam que a taxa de juros seja a mais alta possível e, para isso, o governo tem que tornar a taxa de juros crível e isso significa redução dos demais gastos - aquela tal liquidez que tem que ficar na conta única, para que o setor financeiro entenda que a taxa de juros é confiável”, explicou, acrescentando que os detentores de títulos, então, “reverberam para a sociedade a necessidade de ajuste e, particularmente, de fazer a reforma da previdência”.

    Os terceiros interessados seriam os burocratas da máquina estatal. “Quanto mais eles defenderem a reforma da previdência, maior a possibilidade de acessarem um cargo em comissão”, disse. Por último, estariam os próprios congressistas. “Imagina a negociação de uma reforma da previdência, os lobbies dentro daquele Congresso”, colocou.

    Déficit primário não é alto; juros são o vilão 

    Assim como outros economistas, Denise defendeu que o problema fiscal brasileiro, ao contrário do que diz o governo, não está nos gastos do governo, mas na queda da arrecadação. “É a queda da receita que produz o déficit, não o aumento do gasto. E a queda é fruto da grande recessão e das desonerações”, acusou.

    De acordo com ela, apesar do alarde feito pelo governo atual, o déficit primário do país não é preocupante, mas muito parecido com o déficit de muitas outras economias no mundo e é inferior aos resultados negativos de países europeus, por exemplo. “No entanto, a população absorve com muita facilidade o discurso de que o nosso déficit é estratosférico. Não é, coisa nenhuma. Não tem nada errado com um déficit de 2% do PIB, num momento em que a economia mundial está em recessão”, disse.

    Para a professora, o grande problema da economia brasileira são os gastos com juros, algo que não entra no debate da previdência. “Os gastos com juros atingiram patamares imorais para uma sociedade como a nossa. Gastamos, em 2015, R$501,7 bilhões de reais com juros - 8,5% do PIB”, citou.

    A economista destacou que se trata de um gasto eminentemente financeiro, usado para construir uma dívida financeira. Ou seja, recursos que não foram utilizados para investir em estradas, escolas, portos ou ferrovias, mas para rolar uma dívida que já existia.

    Desses R$ 501,7 bilhões gastos com juros, R$89,7 foram com swap cambiais, detalhou a economista. “São papéis que o governo vende ao mercado, que funcionam como uma espécie de hedge, de proteção, para as empresas que têm passivos em dólar e para os que querem se proteger da desvalorização cambial”, explicou. Então o Banco Central lança o papel no mercado e, se a desvalorização cambial for maior que a taxa de juros, o Banco Central perde e paga a desvalorização para o proprietário do papel, completou.

    “Ou seja, o nosso BC é capaz de proteger com R$90 bilhões de reais a insegurança com o dólar dos agentes do mercado financeiro. Mas não é capaz de aceitar um suposto déficit da previdência de R$ 85 bilhões. Ao mercado financeiro, toda a segurança. Qual a reforma que tinha que estar na pauta? A da previdência ou a reforma da política monetária? ”, provocou.

    Projeções equivocadas


    Denise Gentil antecipou alguns dados de um trabalho que diversos economistas estão preparando para subsidiar o debate sobre a previdência. Segundo ela, pesquisadores da UFPA comprovaram erros nas projeções do Ministério da Previdência, que sempre mostra uma explosão de déficits em suas tabelas.

    “A capacidade de projeção dos modelos da previdência é ridícula. A subestimação da receita é algo frontal. O resultado que era para ser superavitário, dá em déficit. E, quando eles foram buscar a razão do erro, chegaram à seguinte conclusão: o ministério considerava um valor fixo referente à Pnad de 2009 para taxa de urbanização, participação da força de trabalho, desemprego, salário médio. Na prática, esse conjunto de equações, que deveria ser variável, é tido como constante, o que faz com que o modelo colapse (...) É com base nessas projeções que se decide a vida dos brasileiros”, disse.

    De acordo com os pesquisadores citados por Denise, “as projeções são sistematicamente tendenciosas no curto prazo e apresentam erros tão consideráveis que as tornam sem significado no longo prazo. (...) Houve enorme desproporcionalidade entre as projeções de receitas e despesas. Enquanto as receitas são fortemente impactadas pelos parâmetros de mercado, tomados como constantes, as despesas são fortemente impactas pela demografia que é projetada pelo IBGE, visando realmente representar o futuro”.

    O mesmo estudo desmontou a tese de que é preciso desvincular os benefícios previdenciários do reajuste do salário mínimo, mostrou a professora. De acordo com ela, os pesquisadores constataram que o impacto do crescimento real do salário é muito maior sobre a receita que sobre as despesas.

    O jovem de hoje versus o idoso de amanhã

    No final de sua apresentação, Denise chamou a atenção para os números da violência no Rio de Janeiro, onde mora. “O assunto no Congresso é o corte de gastos com a PEC 55, com a Reforma da previdência. Mas qual foi o número de homicídios no Rio em abril? 453 homicídios, 33% a mais que no mesmo mês de 2015”, disse, comparando os dados de assassinatos no estado ao daqueles que morreram durante a guerra civil na Síria.

    “Isso é extremamente grave. Ao invés de estar discutindo o que será do jovem agora, no curto prazo, o que ofereceremos para os jovens - porque quem morre é a população jovem e negra -, estamos discutindo corte de gastos com previdência, congelamento de gastos. O que estamos oferecendo de trabalho, educação para o jovem? O olhar está na direção errada. O olhar não é sobre os idosos do futuro, o olhar tem que estar sobre o jovem do presente”, encerrou.

    O seminário Previdência Social: reformar ou destruir? foi organizado pelo Le Monde Diplomatique e Plataforma Política e Social. Também participaram do debate os economistas André Calixtre, do Ipea, e Eduardo Fagnani, da Unicamp.

    Do Portal Vermelho

    Seminário reúne bancários em Salvador para avaliação da campanha salarial 2016 e novos desafios

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    O ano está terminando e a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe reúne a diretoria ampliada para um seminário de avaliação das ações de 2016. O encontro acontece neste sábado e domingo (26 e 27/11), no Hotel Portobello, em Salvador, com a presença também dos conselheiros e da Comissão da Juventude da Feebb, além dos diretores de saúde dos sindicatos filiados.
    Na pauta do seminário, o debate sobre conjuntura política, com o deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB-BA); uma exposição sobre os impactos das novas tecnologias no mundo do trabalho, com a técnica do Dieese Viviam Machado, além de uma atualização sobre o adoecimento na categoria bancária, que será feita pelo diretor de Saúde da Feebbase, Fernando Dantas.
    A campanha salarial terá espaço de destaque no evento. O presidente da Feebbase, Emanoel Souza, fará um balanço de todo o processo e o vice-presidente da entidade e dirigente nacional da CTB Bancários, Eduardo Navarro, fala sobre os impactos do acordo de 2 anos na luta dos bancários.
    Programação:
    Sábado – 26 de novembro de 2016
    9h –
    Análise de Conjuntura
    Expositor: Davidson Magalhães (deputado federal)                                      
    Balanço da Campanha Salarial.
    Expositor: Emanoel Souza (presidente da Feebbase)
    14h –
    Os impactos das novas tecnologias no mundo do trabalho                                        
    Expositora: Vivian Machado (Dieese)
    O adoecimento na categoria bancária
    Expositor: Fernando Dantas (diretor Saúde da Feebbase)
    Domingo – 27 de novembro de 2016
    9h- Os impactos da Campanha de 2 anos na luta dos bancários
    Expositor: Eduardo Navarro ( vice-presidente da FEEB BA/SE e dirigente da CTB Nacional).
    Fonte: Feebbase

    terça-feira, 22 de novembro de 2016

    Flávio Dino propõe taxar lucros em vez de congelar orçamento


    Reprodução
      
    Flávio Dino disse que, na terça-feira (22), durante reunião do Fórum de Governadores, vai apresentar um conjunto de propostas alternativas à PEC 55 para reforçar o caixa da União. Algumas delas são as mesmas da Campanha Saúde Mais 10, do CNS, como a taxação de fortunas, heranças e aplicações financeiras.

    "Eu desejo muito sucesso a vocês, e o que me cabe, primeiro, é governar com uma perspectiva diferente, o que estamos fazendo, e em segundo, mobilizar onde eu posso mobilizar, que é nos fóruns de governadores. O Maranhão participa do Fórum da Amazônia, participa do Fórum do Nordeste e também do Fórum do Brasil Central", disse o governador.

    Ele contou não ser o único governador a defender essas alternativas à PEC 55, mas não quis revelar nomes. Disse também que em 2015 entrou com uma ação, ainda não julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), propondo esse tipo de mudança na atual política tributária brasileira. Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países do mundo a conceder isenção tributária total a lucros e dividendos.

    O governador relatou ter adotado no Maranhão uma política totalmente inversa ao que o governo federal pretende com a PEC 55. "Nós promovemos uma ampliação em todos os serviços públicos, com uma agenda de igualdade de direitos e justiça social. Um país como o nosso, com tantas carências, precisa é ampliar suas políticas públicas, não reduzi-las", afirmou Flávio Dino.
     

    Fonte: Rede Brasil Atual via Vermelho

    Dois pesos, duas medidas, dois apartamentos: O de Geddel e o de Lula


    Reprodução DCM
      
    Veja bem: ele admitiu ter comprado (a conferir se comprou, mesmo, ou se foi presente) um apartamento no 23º andar do edifício La Vue Ladeira da Barra, numa área tombada de Salvador.

    Confessou que falou com o colega Marcelo Calero sobre a liberação do empreendimento no Iphan. Segundo o instituto, o máximo permitido eram treze andares. O cafofo de Geddel seria, portanto, eliminado.

    De acordo com corretores, o valor do imóvel varia entre R$ 2,6 milhões e R$ 4,5 milhões. A conclusão da obra está prevista para 2019.

    “Em nenhum momento foi feita pressão para que ele tomasse posição. Foram feitas ponderações”, falou Geddel.

    É inacreditável.

    Na segunda, dia 21, a Comissão de Ética da Presidência da República abriu procedimento para verificar conflito de interesse, como se houvesse alguma dúvida. Pode resultar numa recomendação de demissão.

    Humberto Costa, líder do PT no Senado, vai solicitar que o Ministério Público entre no caso.

    O silêncio do MP, como era de se suspeitar, é ensurdecedor.

    Ao longo de mais de dois anos, Lula vem sendo massacrado por um apartamento numa praia do Guarujá repleta de línguas pretas de esgoto.

    Para todos os efeitos, o famoso “triplex” já é dele, embora não haja nenhuma prova, apenas convicção.

    Onde estão os cruzados de Deltan Dallagnol quando se trata de um crime confesso como o de Geddel? Onde está aquela indignação como a expressa na campanha eleitoral histérica das tais 10 medidas contra a corrupção?

    Onde estão os savonarolas da Lava Jato? Ou a dupla Geddel e Temer não rende como Lula?

    Fica aqui a sugestão de um powerpoint maneiro para o pessoal de Curitiba.
     

    *Kiko Nogueira é diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo
    Fonte: Vermelho

    População negra foi a que perdeu mais emprego nos últimos anos

    ARQUIVO ABR
      

    O Dieese concluiu que as taxas de desemprego entre 2014 e 2015 cresceram nas seis regiões metropolitanas pesquisadas e, na maioria delas, o impacto maior foi sobre a população negra. A única exceção foi a região da grande Salvador.
     


    Desemprego


    Fonte: Agência Brasil via Vermelho

    Centrais pressionam Senado pela rejeição do PLC da terceirização


      
    "Este projeto é muito nocivo às relações do trabalho, sobretudo pelo que implica a matéria, que nada mais é do que um atestado da precarização e da flexibilização dos direitos trabalhistas”, declarou o presidente nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo.

    A secretária de Relações do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Maria das Graças, disse que a central havia sido informada de que o governo de Michel Temer tentaria votar a terceirização para atividade-fim antes do final do ano. 

    “O ritmo acelerado de votações é uma maneira de não correr o risco de as mobilizações contra a retirada de direitos ganharem corpo e colocarem os golpistas na parede em 2017”, ressaltou Maria das Graças. Ela informou que representantes do Fórum Nacional em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização irão visitar os senadores nesta terça e quarta-feiras cobrando a rejeição ao PLC.

    Relator Paim reprova PLC 30

    O relator do PLC 30 no Senado, Paulo Paim (PR-RS), afirmou que rejeitará o projeto de lei. O parlamentar realizou audiência público sobre o projeto em 27 estados que demonstraram ampla rejeição à iniciativa. Segundo informações do portal da CUT, Paim apresentará o relatório nesta quarta-feira (23) às centrais.
     
    Também na quarta-feira as centrais se reúnem com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que afirmou ser contrário ao PLC.
    No final de março, quando se encerraram as audiências públicas, o Senador Paulo Paim afirmou ao Portal Vermelhopor telefone: “Os dados apontam que esse segmento lidera acidentes de trabalho, com mortes, sequelas, o terceirizado não tem direito a higiene, ganha metade do que ganha o trabalhador da empresa matriz, não tem direito ao mesmo vale-transporte: é essa a realidade que nós estamos combatendo”.

    Sobre o tema da terceriização há ainda o PLS 339/2016, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), proposição que vai ao encontro da compreensão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que interpreta que a terceirização só poderá ser feita em atividades-meio.

    Contra as reformas e a PEC da maldade 

    Se por um lado Temer aposta as fichas na pressão aos trabalhadores afirmando que sem a reforma da previdência “o país fecha as portas”, frase dita na reunião do Conselhão desta segunda-feira (21), os trabalhadores contra-atacam com novos atos previstos para a próxima sexta-feira (25) sob a organização das centrais unificadas.
     
    Os alvos dois protestos são as reformas previdenciária e trabalhista de Temer e também contra Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que congela gastos públicos por 20 anos. De acordo com os dirigentes, os protestos da sexta devem ganhar mais adesão dos trabalhadores.

    Para Adilson, a adesão do dia 11 mostra que o trabalhador começa a perceber os prejuízos que as medidas do atual governo podem trazer às conquistas sociais e trabalhistas.

    O presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores de São Paulo (NCST), Luiz Gonçalves, o Luizinho, afirmou à Agência Sindical que o objetivo é superar o dia 11. "Eu acredito que faremos um ato muito maior e melhor que o do dia 11 de novembro, que foi bem sucedido", enfatizou Luizinho.


     Leia também:
    Do Portal Vermelho, com informações da CTB e CUT