sábado, 23 de março de 2013

Prefeitura apresenta plano de combate a dengue em Itabuna


Durante seminário para debater a Saúde, realizado pelo Ministério Público Estadual, ontem e hoje na FTC, o secretário de Saúde de Itabuna, Renan Araújo, apresentou um Plano de Contingência que estabelece as ações que serão colocadas em prática em uma eventual epidemia de dengue no município. O documento foi ampliado com informações sobre a estrutura montada para o caso de ocorrer um grande aumento de notificações graves da doença nos próximos meses.

O Plano de Contingência também informa quais medidas estão sendo adotadas pela Secretaria de Saúde para diminuir o número de casos de dengue e o índice de infestação predial, que chegou a de 27,1% dos imóveis da cidade, resultado da falta de cumprimento de metas pelo governo anterior, que não seguiu as determinações do Ministério da Saúde para o combate à dengue no município.  

O documento, que foi entregue ao promotor de Justiça Clodoaldo Anunciação, traz ainda um cronograma das atividades de rotina, como visitas domiciliares dos agentes de controle de endemias, notificações de casos, diagnóstico laboratorial, monitoramento das áreas com maior quantidade de criadouros, além de ações para assistência aos pacientes e controle de vetores.

Ações da Prefeitura

Renan Araújo afirmou que o atendimento aos pacientes graves deve ser feito no Hospital de Base, no São Lucas e no Centro Médico Pediátrico de Itabuna (Cemepi), que atende crianças. Ele faz um apelo para que toda a rede privada de saúde informe os casos de suspeita de dengue para evitar a subnotificação. 

Com relação às medidas preventivas, o secretário lembrou que a Prefeitura está limpando os canais que cortam a cidade, promovendo mutirões de limpeza, capacitando as equipes e contratando mais agentes para o controle de endemias. O trabalho de campo, que estava praticamente parado, voltou a ser feito, com realização das visitas domiciliares.

Fonte: ASCOM/Prefeitura

Vigilância Sanitária interdita fábrica clandestina em Itabuna


A Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde interditou, na manhã desta sexta-feira (22), uma fábrica de salgados que funcionava clandestinamente no bairro do São Caetano. O local foi considerado pelos fiscais da vigilância, como “uma fábrica de fazer doença e um atentado à saúde pública”.

A falta de higiene nas instalações físicas, no fogão, nas mesas, paredes e piso, bem como a falta de equipamentos de refrigeração e de condicionamento dos salgados fabricados, como pastéis e coxinhas, e ainda funcionários trabalhando sem equipamentos de proteção individual, foram alguns dos motivos que levaram os fiscais da Vigilância a interditarem a fábrica.

No mesmo local, também foram apreendidos cerca de 120 quilos de mussarela sem selo de identificação e várias barras de fermento com prazo de validade vencido. Também foram recolhidos cerca de 100 litros de óleo saturado, que eram guardados e reutilizados na fritura dos salgados.

Durante a vistoria, o coordenador da Vigilância Sanitária, Antônio Carlos Carvalho, explicou ao proprietário que um estabelecimento dessa natureza jamais poderia funcionar, pela falta de higiene verificada tanto na área de seleção dos produtos, quanto no preparo e armazenamento dos salgados.

Lembrou que o dono do estabelecimento lida com produtos amplamente consumidos pela população e por isso deveria conhecer  as normas de higiene sanitária. “Com certeza se a população conhecesse a origem e como é preparado deixaria de consumir imediatamente”.  
  
Carvalho disse que não é pretensão punir empresários, vendedores ambulantes ou donos de fabricas como a que foi interditada, mas assegurar aos estabelecimentos que funcionem de acordo com as normas de higiene exigidas pelo Ministério da Saúde e garantindo com isso, que a população consuma produtos de qualidade.

O coordenador da Vigilância Sanitária informou que a vistoria em feiras livres, estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços como hotéis e motéis é feita diariamente em toda a cidade e conta com 20 fiscais. Só esta semana a Vigilância apreendeu em feiras livres e supermercados, mais de 250 de carnes impróprias para o consumo. Parte da carne era proveniente de abate clandestino, segundo os fiscais.

Fonte: ASCOM/Prefeitura

Serviços bancários terão novas regras a partir de 1º de julho


bancos tarifasPara aumentar a transparência das informações na contratação de serviços bancários, nas operações de crédito e de câmbio, o Banco Central divulgou, esta semana, no Diário Oficial da União, três novas resoluções. O objetivo é facilitar a comparação entre as tarifas cobradas por cada instituição financeira do País. As regras, aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional, passam a valer a partir do dia 1º de julho.
Pela medida, os bancos serão obrigados a criar três novos pacotes padronizados de tarifas para contas de depósito. Será preciso também esclarecer ao cliente sobre a possibilidade de optar pela utilização de serviços e pagamento de tarifas individualizados, sem a necessidade de adesão ou contratação específica de pacote.
Os bancos terão ainda que criar e divulgar três novos pacotes padronizados de serviços associados a contas de depósito (serviços prioritários), além do pacote padronizado já existente (serviços de cadastro, cheque, saque, extrato e transferência de recursos).
As instituições financeiras terão que deixar claro as condições do pacote que o cliente pretende contratar e as diferenças entre a opção escolhida e os demais. O cliente não será obrigado a aderir a um dos pacotes e, se quiser, pode optar por pagar separadamente por serviços avulsos. A regra deve constar do contrato de abertura da conta.
Nas operações de crédito, o banco deve informar o Custo Efetivo Total (CET), valor total da dívida mais juros, encargos e despesas, antes da contratação do crédito ou do arrendamento financeiro. O CET é o valor total que será pago e inclui, além do montante e dos juros, outras despesas incluídas no empréstimo, como tarifas cobradas pela instituição financeira. O cálculo do CET também deve ser inserido nos contratos, identificando o valor de cada despesa e o percentual relativo ao valor total.
Para operações de câmbio, deve ser informado o Valor Efetivo Total (VET), que corresponde ao valor da taxa de câmbio, os tributos incidentes, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e a tarifa cobrada. Para essas operações, as regras já estão em vigência.
Regulação geral
Formado por mais de 2,3 mil instituições financeiras, entre as quais pelo menos 150 bancos múltiplos e comerciais (sendo cinco públicos), com ativos totais superiores a R$3 trilhões de contas movimentadas, o sistema financeiro brasileiro adota normas mais rígidas que o padrão mundial.
Os bancos são as instituições responsáveis por exercer as atividades financeiras do cidadão e de empresas como saques, depósitos, pagamentos, transferências, empréstimos e financiamentos.
O Banco Central é a instituição encarregada de fiscalizar, estabelecer normas e fazer com que essas entidades prestem serviços adequados e satisfatórios. A fiscalização brasileira segue as normas do acordo de Basileia, regulador da atividade financeira global. O pacto estabelece que os bancos tenham recursos suficientes para garantir e assumir os riscos a que estão submetidos.
Fonte: Banco Central

Trabalhadoras comemoram a aprovação da PEC das Domésticas em 1º turno no Senado


carteira-assinadaTrabalhadoras e trabalhadores domésticos de todo o país comemoraram na noite da última terça-feira (19), a aprovação por unanimidade da Proposta de Emenda à Constituição que amplia os direitos dos trabalhadores domésticos (PEC 478/10) no Senado Federal.
Com 70 votos favoráveis e nenhum contrário, a proposta conhecida como PEC das Domésticas amplia direitos dos trabalhadores domésticos.
O texto, que já foi aprovado na Câmara, ainda precisa de aprovação em segundo turno pelos senadores. A votação está marcada para a próxima terça (26); depois disso, se aprovada, a PEC vai à promulgação pelo Congresso Nacional.
O texto aprovado garante 16 direitos trabalhistas de babás, faxineiros e cozinheiros, dentre outros trabalhos exercidos em residência, que já são assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais (veja na tabela ao lado).
Os profissionais passarão, por exemplo, a ter direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e ao pagamento de horas extras. Também fica garantido o direito ao recebimento de salário não inferior ao mínimo.
Dados da Federação Nacional dos Empregados domésticos apontam que Já a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas apontam que a classe chegaria atualemente a 9,1 milhões. Cerca de 80% desses trabalhadores são negros e 94% são mulheres. Há denúncias de que 410 mil crianças estão no trabalho doméstico e 1,8 milhões desses trabalhadores ganham de zero a meio salário mínimo por mês.
Regulamentação
Após a aprovação da PEC, a ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, esteve no Senado e comemorou a aprovação da PEC. "Estamos definitivamente retirando as mulheres trabalhadoras domésticas do sistema de escravidão no nosso país", disse a ministra. "O Senado hoje se inscreveu na história da libertação da mulheres."
Alguns dos principais itens da proposta ainda vão precisar de regulamentação. Entre eles, estão o FGTS, a proteção contra demissão sem justa-causa, o seguro-desemprego e a assistência gratuita de creche para filhos de empregados de até cinco anos.
O texto aprovado pela Câmara incluía a licença-maternidade de 120 dias entre os itens que deveriam ser regulamentados. No entanto, uma alteração na redação foi incluída na CCJ do Senado e a licença passa a valer automaticamente assim que a lei for promulgada. Ao todo, 16 direitos trabalhistas foram incluídos na PEC 478/10, como salário-família e auxílio-creche.
Em relação aos trechos da PEC que precisam de regulamentação, a ministra disse que é preciso avançar "passo a passo". "Agora era para aprovar na Câmara e no Senado. Vamos agora aguardar a promulgação pelo Senado semana que vem, depois é outro passo. O governo fará isso com a maior lealdade e respeito às trabalhadoras domésticas", disse.
Veja os direitos previstos na PEC das Domésticas

- proteção contra despedida sem justa causa;

- seguro-desemprego;

- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

- garantia de salário mínimo, quando a remuneração for variável;

- adicional noturno;

- proteção do salário, constituindo a sua retenção dolosa um crime;

- salário-família;

- jornada de trabalho de oito horas diárias e 44 horas semanais;

- hora-extra;

- redução dos riscos do trabalho;

- creches e pré-escola para filhos e dependentes até 6 anos de idade;

- reconhecimento dos acordos e convenções coletivas;

- seguro contra acidente de trabalho;

- proibição de discriminação de salário, de função e de critério de admissão;

- proibição de discriminação em relação à pessoa com deficiência; e

- proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 16 anos.
Portal CTB

Vermelho fará cobertura das eleições na Venezuela em 14 de abril


Comprometido com as lutas políticas e sociais na América Latina, o Portal Vermelho acompanhará o processo eleitoral na Venezuela, que será realizado em 14 de abril e definirá os rumos da Revolução Bolivariana, implementada durante os 14 anos do governo de Hugo Chávez.




Devido à importância que o processo conduzido na Venezuela tem para toda a América Latina, principalmente no que tange às iniciativas integracionistas da região e à solidariedade aos povos em luta pela segunda independência, o Vermelho enviará uma jornalista entre os dias 10 e 16 para enviar notícias exclusivas de Caracas.

Nesta iniciativa, o Vermelho se associa à rede ComunicaSul – Comunicação Colaborativa, que conta com colaboradores de todo o Brasil. 

A proposta do coletivo é fazer um contraponto informativo em relação à grande mídia latino-americana, que atua como oposição sistemática aos governos progressistas da região.

ComunicaSul

A cobertura realizada pela ComunicaSul terá início na próxima segunda-feira (25) e se estenderá até o final do processo eleitoral. A equipe será formada pelos jornalistas Vanessa Silva (Portal Vermelho), Felipe Bianchi (Barão de Itararé), Renata Mielli (Barão de Itararé), Vinicius Mansur (Carta Maior), Jônatas Campos (Brasil de Fato) e Leonardo Severo (CUT e Hora do Povo). A missão do grupo é buscar informações "direto da fonte", sem dependência das agências internacionais e dos grandes conglomerados de comunicação, retratando a Venezuela sob uma perspectiva popular. 

Com a ideia de diversificar e pluralizar o ambiente informativo brasileiro, o coletivo tem atuado em diversos eventos políticos e midiáticos no continente, como a própria eleição venezuelana em outubro de 2012, que reelegeu o presidente Chávez. O grupo também reportou a luta pela democratização da comunicação na Argentina, no emblemático 7 de dezembro do ano passado (7D) e, mais recentemente, em fevereiro de 2013, trabalhou na cobertura da reeleição de Rafael Correa, no Equador.

Todo o conteúdo produzido é publicado no blog e a reprodução é livre para sites, blogs, jornais e revistas que tenham interesse no tema, desde que citada a fonte e conferidos os créditos.


Fonte: Vermelho

sexta-feira, 22 de março de 2013

Alice Portugal solicita medidas contra editais que discriminam às mulheres


Única mulher da bancada baiana na Câmara dos Deputados, Alice Portugal (PCdoB-BA) encaminhou, nesta quinta-feira (21), ofício à ministra da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), Eleonora Menicucci, solicitando intervenção junto aos órgãos dos governos federal e estaduais para que suprimam dos editais de concursos públicos em andamento, itens que exijam das candidatas atestado de virgindade para dispensa de avaliação ginecológica detalhada.


Na correspondência, a parlamentar listou alguns exemplos de editais com esses itens: Corpo de Bombeiros do Distrito Federal; Superintendência de Previdência Complementar do Distrito Federal; Ministério da Defesa – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial e Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Para Alice Portugal, a exigência “constitui inaceitável ofensa à dignidade humana, além de odiosa agressão à mulher“.

No mesmo dia, a parlamentar também encaminhou ofício para a procuradora da Mulher na Câmara dos Deputados, deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), requerendo que a Procuradoria da Mulher intensifique os procedimentos para identificar e contestar editais de certames que discriminem as mulheres.

Para Alice, as exigências previstas nos editais de variados concursos públicos pelo país escondem, na verdade, uma grande carga de discriminação de gênero. “São itens completamente inadequados, que invadem a dignidade e intimidade da mulher, portanto, são totalmente dispensáveis, já que o médico tem toda autoridade para indicar os exames, sem expor a mulher”, assevera.

Entenda o caso

A polêmica surgiu quando denúncias revelaram que edital de Concurso Público da Polícia Civil do Estado da Bahia dispensava exame ginecológico completo para mulheres com hímen integro, desde que elas comprovassem a virgindade por meio de atestado médico assinado, com carimbo e CRM do profissional de saúde. 

Em 13 de março, Alice Portugal solicitou audiência com o titular da Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Saeb), Manoel Vitório, para discutir o item e encaminhou ofício à Procuradora da Mulher solicitando intervenção imediata.

Após grande repercussão da notícia na imprensa baiana e nas redes sociais , o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), anunciou no dia seguinte (14) por meio de sua conta pessoal no Twitter, a imediata suspensão dos itens do edital que causavam constrangimento às mulheres. Na última terça-feira (19) foi publicado novo edital no Diário Oficial do Estado, sem exigência de comprovação de virgindade para dispensa de avaliação ginecológica e com inscrições prorrogadas por 12 dias.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Alice Portugal

México: Câmara aprova lei para “democratizar” telecomunicações


A Câmara dos Deputados do México aprovou, na noite desta quinta-feira (21), a reforma da lei das Telecomunicações, que pretende diminuir a concentração nos mercados de TV e telefonia. A lei ainda precisa da aprovação do Senado.


A reforma recebeu 414 votos a favor, 50 contrários e oito abstenções, após uma sessão intensa de debates. Apesar da aprovação, deputados de todas as tendências apresentaram mais de 100 emendas à iniciativa.

Através de sua conta no twitter, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, celebrou a aprovação, na Câmara dos Deputados, a aprovação da lei. “É uma excelente notícia para o país”, escreveu. 

Em outra mensagem disse que “a decisão dos deputados é um passo decisivo para ampliar a cobertura, melhores preços, e melhor qualidade nos serviços e conteúdos”.

A reforma das telecomunicações foi apresentada em 11 de março pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e é parte do chamado Pacto pelo México, assinado pelas três principais forças políticas do país para estimular um pacote de reformas em diversas áreas consideradas fundamentais para o desenvolvimento do país. 

Entre as principais características da iniciativa no setor está a licitação de duas novas redes de televisão aberta, o que romperia o atual duopólio da Televisa e da TV Azteca.

Na telefonia, a reforma contempla limitar a até 50% a participação no mercado de operadoras até agora dominantes. Atualmente, as empresas telefônicas do magnata Carlos Slim dominam mais de 80% do mercado mexicano de telefonia fixa e 70% da telefonia celular.

Da Redação do Vermelho,
com informações do Correio Braziliense

Lula confirma presença em aniversário do PCdoB


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no ato nacional de celebração do 91º aniversário do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que se realizará na próxima segunda-feira (25), na Câmara Municipal de São Paulo. O ato contará com a participação do presidente nacional da coletividade comunista, Renato Rabelo, demais dirigentes nacionais, representações dos estados e a militância da capital paulista. 




Também confirmaram presença lideranças dos movimentos populares e dirigentes de partidos aliados. O aniversário de fundação do Partido Comunista do Brasil é motivo de festa não só para os comunistas, mas também para todos os brasileiros, para os democratas, os patriotas, os revolucionários, todos os que lutam por profundas transformações políticas, econômicas e sociais no Brasil, lutam pela paz no mundo contra as políticas de guerra das potências imperialistas e pelo socialismo. 

Durante mais de nove décadas, os comunistas brasileiros lutam pelo socialismo, defendendo os interesses do povo brasileiro, pela democracia, o progresso social e a soberania nacional. Um partido com identidade comunista, da classe trabalhadora, patriótico, anti-imperialista e internacionalista. 

A celebração do 91º aniversário do Partido Comunista do Brasil coincide com o momento em que se convoca o 13º Congresso, para o mês de novembro, quando o coletivo comunista fará um balanço da sua atividade nos últimos quatro anos, debaterá a experiência de 10 anos de governos das forças progressistas, analisará a profunda crise do sistema capitalista e imperialista, fixará as tarefas partidárias diante dos novos desafios nacionais e internacionais e elegerá os órgãos dirigentes do Partido.


Fonte: Vermelho

Programa “Viver sem Limite” será apresentado em Itabuna


O acesso à educação, à inclusão social, a acessibilidade e a atenção à saúde são os principais assuntos em pauta de reuniões a serem realizadas em Itabuna na próxima semana dentro do “Viver em Limites”. O programa integra o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo Federal e será apresentado oficialmente em Itabuna, a partir da próxima semana.
            
As reuniões acontecerão no auditório da Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC. A primeira será aberta às 13h30min de terça-feira pelo prefeito de Itabuna Claudevane Leite e se destina a prefeitos, presidentes de câmaras de vereadores e secretários municipais

Na quarta-feira, no mesmo horário, o encontro vai reunir representantes dos conselhos da pessoa com deficiência; assistência social; diretos humanos; saúde; educação e dos direitos da criança e adolescente, além de diretores de escolas e coordenadores do CRAS E CREAS. A última reunião está programada para a manhã de quinta-feira, 28, das 9 horas ao meio dia, e se destina aos representantes da sociedade civil organizada, movimentos sociais e agentes comunitários de saúde.

Além da apresentação do Plano Viver Sem Limites, os encontros servirão para esclarecer dúvidas, receber propostas e sugestões que contribuam para o sucesso do projeto em Itabuna e região. O secretário municipal de Assistência Social, José Carlos Trindade, garantiu a parceria do município para a execução do programa que considera de fundamental importância para a inclusão social das pessoas com deficiência.

O coordenador do Projeto Viver sem Limites, Moyses Leal, explicou que o plano busca a equiparação de oportunidades para que a deficiência não seja usada como impedimento à realização dos sonhos e de projetos das pessoas, valorizando o protagonismo e as escolhas dos brasileiros com e sem deficiência.

O projeto foi implantado em 2011 e prevê para este ano estreitar a relação com os municípios para que as políticas tenham efetividade em seus quatros eixos: acesso à educação, a inclusão social, a acessibilidade e a atenção à saúde.


Fonte: ASCOM/Prefeitura

Graciliano Ramos: A entrega de Olga Prestes*


Uma noite chegaram-nos gritos medonhos do pavilhão dos primários, informações confusas de vozes numerosas. Aplicando o ouvido, percebemos que Olga Prestes e Elisa Berger iam ser entregues à Gestapo: àquela hora tentavam arrancá-las da sala 4. As mulheres resistiam, e perto os homens se desmandavam em terrível barulho. Tinham recebido aviso, e daí o furioso protesto, embora a polícia jurasse que haveria apenas mudança de prisão.

Graciliano Ramos 


Dilvulgação
Memórias do Cárcere 
Graciliano Ramos - Memórias do Cárcere.
- Mudança de prisão para a Alemanha, bandidos.

Frases incompletas erguiam-se no tumulto, suspenso às vezes com a transmissão de pormenores. Isso durou muito. Pancadas secas nos mostravam de longe homens fortes balançando varões de grades, tentando quebrar fechaduras. No dia seguinte vários cubículos estariam arrombados, imprestáveis algum tempo. Na sala da capela um rumor de cortiço zangado cresceu rápido, aumentou a algazarra. Apesar da manifestação ruidosa, inclinava-me a recusar a notícia: inadmissível. Sentado na cama, pensei com horror em campos de concentração, fornos crematórios, câmaras de gases. Iriam a semelhante miséria? A exaltação dominava os espíritos em redor de mim. Brados lamentosos, gestos desvairados, raiva impotente, desespero, rostos convulsos na indignação. Um pequeno tenente soluçava, em tremura espasmódica:

- Vão levar Olga Prestes.

A queixa lúgubre deixava-me em situação penosa; esforçava-me por extingui-la. Nenhuma verossimilhança: com certeza aquilo era boato, conseqüência de imaginações desregradas. Vivíamos num ambiente de fantasmagorias. Asserções imprevistas me deixavam zonzo, entre a realidade e o sonho, a perguntar a mim mesmo, considerando um homem que se transformava em duende: - “Estará doido? Ou serei doido eu?”

Dias antes, ao apagaram-se as luzes, deixara-me ficar num banco, debruçado nas tábuas dos cavaletes, lendo sob o quebra-luz de papel. De repente, barulho no fundo escuro da sala. José Brasil se erguera excitado, acendera todas as lâmpadas: - “Acordem, abram os ouvidos. Há metralhadoras lá em baixo, assestadas contra nós. É estúpido morrer como carneiros. Não ouviram? Acordem, vamos preparar a defesa”. Várias pessoas roncavam; outras se moviam chateadas, esfregando os olhos; algumas se deixavam contagiar, admitiam perigos indeterminados. E José Brasil comandava, indicava posições – “Fiquem aqui, resguardem-se. Não passem diante das janelas”. Feitas indagações, descobrira-se enfim a origem das metralhadoras: os ratos, no altar, haviam roído uma estante, derrubado um missal, causado o enorme espalhafato. Devia agora existir uma ilusão dessa espécie: alguém se embrenhara em fantasia maluca, achara adeptos, e ao cabo de uma hora as duas casas estavam contaminadas pela estranha loucura.

Em roda entraram a sacudir as persianas velhas, jogaram no pátio as moringas: privaram-nos de água. Os tamancos batiam firmes no chão movediço. Doía-me saber que essas rijas manifestações não teriam nenhum efeito no exterior. As duas mulheres sairiam do Brasil se a covardia nacional as quisesse entregar ao assassino estrangeiro. A idéia repelida voltava; enfraquecia o desejo de amortecê-la. Para que buscar a gente enganar-se? Eram capazes de tudo. O rumor crescia, as vozes aumentavam. Em ligeiras pausas nessa borrasca inútil, engarrafada, chegavam-nos informes que, para ser compreensíveis a tal distância, vinham, julguei, dos pulmões, poderosos como foles, do tremendo Lacerdão. Nesses hiatos visitava-me a esperança de que os bichos antipáticos se houvessem retirado. Meia dúzia de palavras aniquilava-me o otimismo.

Em duro silêncio, fumando sem descontinuar, sentia na alma um frio desalento. Mas por quê, na horrível ignomínia, haviam dado preferência a duas criaturas débeis? Elisa Berger, presa, era tão inofensiva quanto o marido, preso também. Contudo iam oferecê-la aos carrascos alemães, e Harry Berger permanecia aqui, ensandecido na tortura. O nazismo não exigia restos humanos, deixava que eles se acabassem devagar no cárcere úmido e estreito. À noite, na sala 4, Elisa despertava banhada num suor de agonia, os olhos espavoridos. A lembrança dos tormentos não a deixava; um relógio interior indicava o instante exato em que, meses atrás, a seviciavam na presença de Harry, imóvel, impotente. Olga Prestes, casada com brasileiro, estava grávida. Teria filho entre inimigos, numa cadeia. Ou talvez morresse antes do parto. A subserviência das autoridades reles a um despotismo longínquo enchia-me de tristeza e vergonha. Almas de escravos, infames; adulação torpe à ditadura ignóbil. Nasceria longe uma criança, envolta nas brumas do Norte; ventos gelados lhe magoariam a carne trêmula e roxa. Miséria – e nessa miséria abatimento profundo.

A cabeça entre as mãos, os olhos fixos no mosaico, tentava desviar-me dali, fugir ao pesadelo. Acendia um cigarro, jogava-o fora, acendia outro. Esse exercício, único, enervava-me. Não seria possível fazer outra coisa? A brasa do cigarro, a queimar-me os dedos, convencia-me de que não me achava adormecido. Era uma vigília, sem dúvida, infelizmente diversa de outras aparecidas meses antes, quando a polinevrite me lançava à espreguiçadeira, na saleta do café. Idéias fúnebres iam, vinham, engrossavam-me o coração. Miseráveis. O campo sórdido, o opróbrio, a dor. E depois os fornos crematórios, as câmaras de gases. Outras figuras em roda permaneciam inertes como eu, cabisbaixas, olhos no chão. Carlos Prestes, isolado, estaria assim, mas ignorava as ameaças à companheira. Chegar-lhe-ia aos ouvidos um som confuso do imenso clamor. De que se tratava? Pegaria um livro, mergulharia no estudo vagaroso e tenaz. A vozeria abafada não tinha para ele significação. E passaria meses sem poder inteirar-se da enorme desgraça. O tenente gemia, e as palavras invariáveis pareciam ter apagado as outras, escorregavam num soluço: 

- Vão levar Olga Prestes.

Era afinal um desafogo manifestar-se alguém, insurgir-se de qualquer forma. Os utensílios da marcenaria malhavam as portas, abafavam às vezes o lamento do rapaz. Havia uma suspensão, e as sílabas chorosas reapareciam. Os indivíduos expansivos imaginavam talvez estar sendo razoáveis: pancadas e gestos de indignação serviriam para alguma coisa. Horrível era o desânimo de muitos, a certeza de que a cidade se afastava de nós, indiferente.

- Para que isso? perguntava a mim mesmo impacientando-me. Ignoravam tudo, e a imprensa, vendida, nos enegrece.

A lamúria do rapaz mexia-me os nervos. Lembrei-me da viagem à colônia correcional. Demorara-me diante dos cubículos, a despedir-me dos companheiros. No pavimento de baixo, ao transpor a larga porta, lembrara-me de ver as mulheres da sala 4: encaminhara-me à direita, subira a escada. No atordoamento, não me era possível examiná-las direito. Estavam à grade, em filas, umas no solo, outras suspensas, os tamancos pisando as traves, as saias entaladas, as pernas entre os varões de ferro, seguras a eles. – “Adeus”. – “Boa viagem”. Pedaços de rostos, mãos, coxas, tamancos, frases amáveis, sorrisos, misturavam-se, vagos, inconsistentes. Na ala inferior, branca e serena, Olga me atirara alguns sons guturais, provavelmente a expressão de bom desejo, difícil de perceber naquela situação. A pequena distância, os bugalhos de Nise e os lábios sangrentos de Valentina. Desviara-me zonzo, descera, levando fragmentos vivos, a grulhada imperceptível e, dominando tudo, a fisionomia tranqüila, a alvura de nata, algumas palavras lançadas com pronúncia exótica. Certa manhã, na enfermaria, Elisa Berger surgira de repente na entrada ao fundo. Havia ali duas grades, a limitar um vão diminuto, e pelo menos uma estava sempre fechada. Naquele dia as duas se achavam destrancadas, exatamente quando Elisa passava por elas, dirigindo-se ao gabinete do dentista. Rápida, a mulher entrara e, examinando cautelosa os arredores, estendera um envelope a Eneida, cochichara um instante e sumira-se, dando-me apenas o tempo necessário para notar que estava mais abatida e mais grisalha. Pouco depois as chaves tilintavam nas fechaduras. E sexta-feira à tarde os papéis fraudulentos haviam deixado a prisão, na bolsa de uma espanhola sonsa, que dizia ao velho Nunes quando obtinha visita extraordinária: - “Nossa Senhora é quem lhe há de pagar, seu major”.

Agora, sentado na cama, esforçava-me por escapar ao charivari embalando-me num pensamento que várias vezes me havia ocorrido. Era estranho as duas grades, em geral trancadas, fiscalizadas, se abrirem à passagem de Elisa Berger, em seguida se fecharem como se nada irregular existisse. A coincidência trazia-me dúvida e espanto. Seria coincidência? Um minuto de abandono, suficiente para o contrabando; nenhum vigia no recinto circular. Finda a manobra, um guarda viera de supetão, rigoroso e desconfiado, metera as lingüetas nos encaixes. Mas por que se ausentara quando a ausência dele favorecia uma infração? Conivência. Esta idéia me assaltara e fixava-se, embora me apoiasse em meros indícios. Uma débil esperança animou-me: outros cúmplices tentariam salvar as infelizes. Abafei com desânimo a ilusão: se algum doido quisesse arriscar-se por elas, inutilizar-se-ia sem nada conseguir. Enfim não se tratava de obséquio miúdo: retirar-se uma pessoa, voltar ao cabo de um instante, com firmeza e energia, receosa de comprometer-se.

As horas arrastavam-se, vagarosas, a balbúrdia aumentava um pouco, diminuía. Em frente à sala 4, a polícia jurava que as duas vítimas não sairiam do Brasil. A promessa nos era transmitida com hiatos, abafada e rouca. Espaçavam-se os gritos, as forças minguavam, não se prolongaria a resistência.

Tarde, a matilha sugeriu um acordo: Olga e Elisa seriam acompanhadas por amigos, nenhum mal lhes fariam. Aceita a proposta, arrumaram a bagagem, partiram juntas a Campos da Paz Filho e Maria Werneck. Ardil grosseiro. Apartaram-nos lá fora. Campos da Paz e Maria Werneck regressaram logo ao pavilhão dos primários. Olga Prestes e Elisa Berger nunca mais foram vistas. Soubemos depois que tinham sido assassinadas num campo de concentração na Alemanha.

*Memórias do Cárcere (Capítulo 20 do 4º. volume, Livraria José Olympio Editora, 1953).

Tratamento de esgoto enfrenta incapacidade técnica de prefeituras

Rio Cachoeira em Itabuna: esgoto a céu aberto

No caminho para a universalização dos serviços de saneamento básico, o Brasil ainda está longe do ideal, especialmente no tratamento de esgoto, que enfrenta problemas como a rejeição da população e a incapacidade técnica das prefeituras, além do déficit gerado por anos de investimentos tímidos ou inexistentes desde o encerramento do Plano Nacional de Saneamento (Planasa) na década de 1980.


A análise é do coordenador geral de engenharia e arquitetura da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ricardo Arantes. "A distribuição do esgotamento sanitário no Brasil é bastante irregular. São Paulo tem os maiores índices em coleta e tratamento, mas, na grande maioria dos estados, a coleta está em 40% dos municípios, e dos 40% coletados, 50% são lançados in natura no meio ambiente", disse Arantes.

Segundo ele, a falta de investimento nas décadas de 80 e 90, com o fim do Planasa, afetou principalmente os serviços de esgotamento sanitário, mais caros e aparentemente menos urgentes. Além de o hiato ter interrompido projetos em andamento, ele teria também causado a inoperância de alguns que já tinham sido executados.

Apesar de ser um serviço básico para a população, o esgotamento sanitário enfrenta ainda a resistência das comunidades, principalmente em localidades menores do país. Como o tratamento dos rejeitos gera um custo, que é repassado por meio de novas tarifas, a população nem sempre apoia a chegada do serviço, e os políticos têm pouco interesse em arriscar sua popularidade por esse motivo. "Isso é um dos pontos que faz o investimento ficar baixo. O custo de implantação do esgotamento é bem mais elevado que o sistema de abastecimento de água".

Outra questão que dificulta o avanço do tratamento de esgoto no país é a falta de qualificação de profissionais e gestores de cidades pequenas, que, em alguns casos, não conseguem elaborar projetos que sejam aceitos para o repasse de recursos das esferas superiores: "No PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], vimos que muitos projetos tinham uma qualidade muito baixa, e, por isso, no PAC 2, pedimos verba para a elaboração de projetos."

Para tentar contornar o problema, a Funasa já elaborou mais de mil projetos para prefeituras do país, e já tem contratos para fazer mais 2,6 mil. "Dessa forma podemos aumentar a qualidade e até a agilidade dos projetos”.

Além de manter limpos e livres de contaminação os ambientes dos municípios, o tratamento de esgoto também contribui para a preservação de aquíferos e lençóis freáticos, que podem ser contaminados até mesmo por fossas sépticas mal operadas. Mesmo assim, Ricardo Arantes pondera que, no Brasil, só está implementado o tratamento secundário de esgoto, que elimina a matéria orgânica, mas deixa passar os micro-organismos, que também podem gerar contaminação subterrânea.


Fonte: Agência Brasil via Vermelho

ONU pede cooperação mundial pela água


Brasil tem a maior reserva de água doce do planeta, concentrando 12% do total no planeta
São Paulo – “Cooperação” é a palavra escolhida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para marcar o do Dia Mundial da Água neste 22 de março. A data, este ano, é ainda mais especial, pois em dezembro de 2010 a Assembleia Geral declarou 2013 o Ano Internacional das Nações Unidas de Cooperação pela Água.
Celebrado mundialmente desde 1993, o Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a conhecida Eco-92. Desde então, as celebrações acontecem em todo o mundo a partir de um tema anual.

O Brasil tem a maior reserva de água doce do planeta, concentrando 12% do total mundial. Além dos corpos d’água superficiais (como rios e represas), o país ainda conta com o Aquífero Guarani, maior manancial do mundo, que se estende por uma área de 1,2 milhão de km² no subsolo nacional.

Mesmo assim, o brasileiro está entre os povos que mais desperdiçam o recurso natural.

Cooperação – Os territórios de 148 nações estão dentro de bacias hidrográficas internacionais, e mais de 30 países estão localizados quase completamente nelas. No total, existem 276 bacias internacionais, responsáveis por aproximadamente 60% dos rios do mundo, e cobrindo 45% da superfície da parte terrestre do planeta servindo de abrigo para cerca de 40% da população mundial.

A principal tarefa que a comunidade internacional enfrenta no campo dos recursos hídricos é transformar em ações concretas obrigações assumidas para benefício das pessoas, dos ecossistemas e da biosfera de maneira geral.
A história tem mostrado que a natureza vital da água doce é incentivo para a cooperação e o diálogo, obrigando as partes interessadas a se reconciliarem, até mesmo nos pontos de vista mais divergentes. Frequentemente, a água une mais do que divide as pessoas e as sociedades.

Criar oportunidades de cooperação na gestão da água entre governos, empresários e a sociedade civil, bem como aprimorar a compreensão sobre desafios e benefícios, são ações que, segundo a Unesco, podem ajudar na construção de respeito, entendimento e confiança entre os países.

A entidade pede, ainda, atenção especial aos meios de vida das pessoas mais pobres e vulneráveis, buscando integrar ações governamentais a fim de distribuir de forma justa a alocação dos recursos, sempre considerando os limites biofísicos do meio ambiente.

Novas ideias são fundamentais para que os recursos hídricos sejam usados de maneira sustentável e, para isso, a Unesco aposta em debates abertos e a ampla participação de cidadãos na tomada de decisões.

Brasil – Os governos estaduais vão receber, até 2018, parcelas anuais de R$ 750 mil para melhorar a gestão de recursos hídricos em cada região. O repasse vai depender da adesão ao Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (Progestão), lançado na quinta 21 pela Agência Nacional de Águas (ANA) em Brasília (foto abaixo).

No final de 2018, quando o prazo do Progestão encerrar, o valor total de desembolsos deve chegar a R$ 100 milhões.
Pela Constituição Federal, a responsabilidade sobre as águas subterrâneas e as que têm nascentes e foz em determinado território é do estado que sedia a área. A União responde pelos rios que fazem divisa entre estados ou fronteira com outros países.

“O recurso vai para estruturar ou reforçar a estruturação dos sistemas estaduais de recursos hídricos. É inaceitável ter estados, hoje, com três funcionários destacados para cuidar dessa gestão”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A adesão ao programa é voluntária e a expectativa é que estados mais atrasados consigam se aproximar das estruturas de Minas Gerais, São Paulo, no Ceará e Rio de Janeiro, apontadas como mais avançadas.

O governo do Distrito Federal foi o primeiro a assinar o pacto. De acordo com a assessoria da ANA, Alagoas e Rio Grande do Norte.

Educação – A ANA criou, ainda, a campanha Água é Vida. E vida não se desperdiça, formada por 45 spots com dicas sobre economia da água em residências, indústria e agricultura e números sobre consumo no Brasil e no mundo. Reúne também informações sobre gestão de água e a Política Nacional de Recursos Hídricos.


Redação, com informações da ONU, Agência Brasil e ANA

quinta-feira, 21 de março de 2013

PCdoB 91 anos: mesma cara, mesma história, mesmo Partido


"Ao longo da história do PCdoB sempre esteve do lado daqueles que sonhavam em construir um Brasil diferente. Completa 91 anos com a mesma cara, mesma história, mesmo Partido". Esse foi o tom dado pelo senador Inácio Arruda (PCdoB/CE) ao falar sobre as contribuições do PCdoB durante gravação para a propaganda partidária deste ano.


Sobre a reorganização do Partido Comunista do Brasil


Há três dias – 16 de março 2013 – o site do PCB (Partido Comunista Brasileiro) exibe um texto da autoria de um membro de seu Comitê Central, Antonio Carlos Mazzeo. No texto, o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) é acusado de estelionato político por tentar se apropriar da história política do PCB.

Por Gabriel Martinez e Ícaro Leal Alves, no blog Iniciativa Comunista


FMG
40 anos do PC do Brasil, em 1962
40 anos do PC do Brasil, em 1962
Acreditamos que o tom nada sóbrio do texto não é adequado à uma discussão entre camaradas. As acusações são feitas com um ribombar de adjetivos pouco adequados a uma discussão entre comunistas, o que julgamos não contribuir para o necessário esclarecimento dos militantes dos dois partidos em questão.

Mas nossa avaliação não se resume ao tom do texto em questão. Pois jugamos o tema de primordial importância para o movimento comunista no Brasil. Por isso mesmo decidimos inaugurar essa página tratando do assunto.

A Acusação de estelionato

O alvo da crítica do texto em questão é suposta fraude cometida pelo PCdoB em suas inserções no horário nobre da TV.

Segundo o autor do texto, um membro do Comitê Central do PC Brasileiro: “Não bastasse dizer que tem 90 anos – grosseria sem algum respaldo histórico e temporal, pois se o PCdoB foi fundado em 1962, ele tem 51 anos de vida política errática e oportunista – mentiu descarada e escandalosamente, ao dizer que Prestes, Olga, Niemeyer, Jorge Amado, entre outros, foram daquela agremiação (esse é o termo possível)” (1).

O dirigente comunista brasileiro apresentando o que julga ser a verdade histórica sobre o partido comunista no Brasil, diz; “É mais do que sabido que o PCdoB, surgiu em 1962, como dissidência de uma absoluta minoria do Comitê Central do PCB, formada por João Amazonas e Maurício Grabois, que discordavam dos debates sobre o 20ª Congresso do PCUS – Partido Comunista da União Soviética – e a necessidade de desestalinizar o Partido e o próprio Movimento Comunista Internacional.”

O camarada Mazzeo dá por sabido que o PCdoB surgiu em 1962. Que era uma dissidência do CC do PCB. E que discordava da “necessidade” de desestalinizar o Partido e o próprio Movimento Comunista Internacional.

As posições de Mazzeo coincidem de certo modo com as da historiadora Anita Leocádia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes, que em sua última obra Luiz Carlos Prestes – O combate por um partido revolucionário (1958-1990) chega a afirmar que a deriva reformista do PCB ocorre por influência do pensamento Mao Tsé-tung. 

As críticas de Anita nada falam sobre o revisionismo do 20º Congresso do PCUS, limitando-se a condenar a tática marxista-leninista das etapas da revolução em países coloniais e semi-coloniais. Segundo a historiadora, a adoção de tal tática pelo Partido Comunista do Brasil teria sido a principal causa da derrota da revolução em nosso país. Em outro artigo trataremos de polemizar com essa concepção bastante popular entre as organizações que reivindicam o marxismo-leninismo no Brasil.

O que é “mais que sabido” nessa história?

Em resposta ao texto que agora discutimos, o membro do Comitê Central do PCdoB, Haroldo Lima, faz lembrar o que de fato estava em jogo no grande debate iniciado no Movimento Comunista Internacional com as resoluções do 20º Congresso. 

Como ele faz lembrar; “(...) depois do 20º Congresso do Partido da URSS, ‘iniciou-se uma luta acirrada entre duas concepções no interior do movimento comunista internacional e no Partido Comunista do Brasil... duas tendências opostas, uma reformista e outra revolucionária.’”(2)

Dessa maneira, Haroldo Lima, assim como Comitê Central do PCdoB, toma uma posição acertada frente à história do PC do Brasil. Posição que não é assumida – é o que o artigo mencionado indica – pelo CC do PCB.

Qual o papel do 20º Congresso do PCUS?

Da tribuna do 20º Congresso do Partido Comunista soviético Khruschov agita a bandeira do antiestalinismo e promete retomar a "legalidade socialista". Ainda hoje dirigentes comunistas responsáveis se deixam enganar por um discurso antiestalinista inflamado e veem naquele Congresso o marco para a retomada da legalidade socialista em todo Movimento Comunista Internacional, falando até de “necessidade” da desestalinização. 

Ora, a bandeira do antiestalinismo foi a predileta do anticomunismo para abater moralmente os combatentes pela causa da emancipação da classe trabalhadora e da libertação social e nacional dos povos. Estiveram na dianteira dos seus agitadores o 3º Reich e posteriormente o imperialismo norte-americano. Antes de agitar-se em prol da necessidade histórica do 20º Congresso é necessário entender, que política ela iniciou.

A política aberta pelo 20º Congresso foi uma política oportunista de direita. O Partido é transformado de Partido do proletariado em Partido de todo povo, e o Estado de ditadura do proletariado em Estado de todo Povo. 

No campo econômico as medidas também não são proveitosas levando a uma queda constante dos índices de crescimento. No plano externo trata-se da aproximação do imperialismo norte-americano, da reinserção da URSS no mercado capitalista mundial e da competição pacífica entre capitalismo e socialismo.

O socialismo não seria mais conquistado com revoluções populares, mas sim com a ajuda econômica socialista da URSS. Cabia aos partidos comunistas dos países capitalistas e coloniais se adequarem a nova política de via pacifica para o socialismo e subordinar-se à ordem vigente e esperando que tudo viria para melhor.

A via pacífica e o PC do Brasil

No nosso país, o Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (que era conhecido pela sigla PCB) se mantem coeso, num primeiro momento, para enfrentar a reação ultradireitistas desencadeada como consequência das resoluções do 20º Congresso. Por essa coesão inicial, o grupo socialdemocrata e liquidacionista de Agildo Barata é derrotado.

Porém, após a deposição arbitrária de Molotov e Kaganovitch da direção do PC Soviético, no inicio de 1957, a correlação de forças no Movimento Comunista Internacional muda significativamente. Forma-se no CC do PC do Brasil um grupo revisionista dirigido por Luís Carlos Prestes, que adota uma posição de direita.

Na prática, Prestes e o seu grupo passaram a defender as mesmas posições de Agildo Barata, que pouco antes criticara.

Tornando-se defensor apaixonado do revisionismo Prestes, sob o pretexto de combater o mandonismo, mas utilizando-se de métodos anti-partidários, terminou impondo ao Partido a declaração de Março de 1958, e com ela a “via pacifica”.

A via pacifica significava que a luta política pela realização das tarefas democráticas e anti-imperialistas da revolução brasileira se limitariam a disputa parlamentar pela formação de uma bancada e de um gabinete de governo nacionalistas. Na verdade a subordinação do partido comunista ao movimento nacionalista da burguesia brasileira e a renúncia do proletariado a luta por sua hegemonia no combate ao imperialismo e as estruturas antidemocráticas na sociedade e no Estado brasileiro. Como afirma o histórico dirigente comunista Maurício Grabois, acusado por Mazzeo de ser um dissidente:

“A declaração embeleza o capitalismo. Procura mostrar que a indústria brasileira atingiu elevado nível de crescimento e atribui este crescimento ao capital nacional. Mas, na realidade, o imperialismo também participa desse processo de industrialização, domina ramos fundamentais da indústria do país. O exagero na apreciação do papel do desenvolvimento capitalista no processo revolucionário, leva a Declaração a idealizar a burguesia, que é tratada como se fosse força conseqüente, capaz de defender até o fim os interesses nacionais. Toda orientação estratégica e a linha tática expostas na Declaração têm em vista quase que exclusivamente os interesses da burguesia, conduzem ao fortalecimento de suas posições políticas, em prejuízo das demais forças revolucionárias. Superestima a magnitude e a profundidade da contradição entre a burguesia e o imperialismo, como se a burguesia não pudesse chegar a acordos com os imperialistas.” (3)

Portanto, Prestes e seu grupo, com sua declaração de Março de 1958, romperam com o programa revolucionário de 1954. 

Nessa declaração chega a se afirmar que; “A frente única se manifesta de múltiplas formas concretas de atuação ou de organização em comum, que surgem no país, por iniciativas de diferentes origens e de acordo com as exigências da situação. Entre estas formas, a mais importante atualmente é o movimento nacionalista. O seu desenvolvimento expressa um grau mais elevado de unidade e concentração das forças anti-imperialistas. Constituiu um fato novo, resultante não só de fatores objetivos, entre os quais o desenvolvimento do capitalismo, que fortaleceu as posições da burguesia, como também das lutas patrióticas de massas, que se travaram durante muitos anos com a participação combativa do proletariado e de sua vanguarda comunista. Tendem a unir-se e podem efetivamente unir-se no movimento nacionalista a classe operária, os camponeses, a pequena burguesia urbana, a burguesia e as setores de latifundiários que possuam contradições com o imperialismo norte-americano.” (4)

Muito diferente da posição assumida pelo partido quatro anos antes, ao termino de seu congresso:

“A luta contra os imperialistas norte-americanos está intimamente ligada à luta contra o atual regime dominante no país, contra o atual Estado de latifundiários e grandes capitalistas. É por intermédio de tal regime que se dá a crescente colonização do Brasil pelos Estados Unidos. A minoria reacionária que domina o país luta desesperadamente pela conservação e defesa de seus privilégios e volta-se para os imperialistas norte-americanos, com os quais se identifica na luta por interesses que se combinam mutuamente. Aos imperialistas norte-americanos convém a conservação no país das sobrevivências feudais com toda a sua superestrutura burocrática, policial e militar.
“Daí a importância que têm a questão agrária e o problema camponês no Programa do Partido. O monopólio da terra constitui a base econômica principal da minoria reacionária que domina o país. Foi na base da conservação do latifúndio e dos restos feudais e escravistas que o capital estrangeiro penetrou no Brasil e que se dá presentemente a sua crescente colonização pelos Estados Unidos.” (5)

Como se vê, enquanto o congresso do PC do Brasil considera que a luta contra o imperialismo norte-americano que recoloniza o nosso país está ligada a luta contra o latifúndio feudal e escravista, a declaração de Prestes credita ser o protagonista da luta contra esse imperialismo um movimento nacionalista heterógeno composto inclusive por setores do latifúndio. Como pretender alguma continuidade entre o velho PC do Brasil nascido em 1922 e que ainda guardava suas tradições revolucionárias em 1954 com isto?

1962: Fundação de um novo Partido ou reorganização do PC do Brasil?

Mas todo o motivo da revolta de Mazzeo é o fato do PCdoB ter afirmado em seu programa de TV que tem 90 anos e ainda vinculado imagem de históricos militantes comunistas que segundo diz nunca pertenceram ao partido. Para Mazzeo o PCdoB não tem 90 anos, pois foi fundado em 1962.

O PC do Brasil foi fundado em 1962?

Como vimos o grupo de Prestes alterou a linha política do Partido Comunista do Brasil transformando-a em uma linha oportunista de direita. Porém a resistência do grupo revolucionário de João Amazonas e Maurício Grabois, que desde o primeiro momento denunciava a nova orientação de subordinação do Partido Comunista aos interesses da burguesia nacional e defendia o marxismo-leninismo pôs em dificuldade o avanço da linha oportunista e revisionista.

No 5º Congresso do PC do Brasil, de 1960, como resultado dos métodos antipartido de Prestes a linha revisionista é aprovada e a declaração de Março de 1958 ratificada. Apesar da nova orientação e dos métodos autoritários de Prestes o grupo de Amazonas e Grabois acata a disciplina partidária até que, em 11 de agosto de 1961, aparecem, na revista Novos Rumos, um novo Estatuto e um novo Programa do Partido.

O nome do Partido é alterado para Partido Comunista Brasileiro. Desaparecem quaisquer referencias ao internacionalismo proletário e ao marxismo-leninismo nesses novos Estatutos e a referência a reforma agrária radical no novo programa. A política de aliança operário-camponesa e de hegemonia do proletariado na revolução democrática anti-imperialista havia sido definitivamente substituída pelo seguidismo ao movimento nacionalista da burguesia nacional. E o próprio Partido perde seu caráter proletário ao abandonar o marxismo-leninismo e o internacionalismo. A legalidade do Partido é totalmente rompida visto que tal alteração só poderia ser realizada por um congresso partidário.

O novo PCB nada tinha, portanto, em comum com o antigo Partido Comunista do Brasil, que Prestes liquidara para dar inicio ao novo Partido Comunista Brasileiro, que era socialdemocrata e burguês.

Num ato, que passou a história como de tremendo orgulho para os comunistas, um grupo de 100 militantes assinam a chamada Carta dos 100, onde denunciam o ato de traição e a dissolução do PC do Brasil.

Em resposta, a direção do novo PC Brasileiro expulsa das fileiras partidárias os principais signatários da Carta, que respondem apontando que jamais poderiam ser expulsos do tal Partido Brasileiro, uma criação do grupo revisionista e oportunista, pois jamais pertenceram a este.

Decidem então reorganizar o Partido Comunista do Brasil. Tarefa realizada com êxito em fevereiro de 1962, na 5ª Conferência Extraordinária do Partido, que agora passa a ser conhecido pela sigla PCdoB (6).

Conclusão

Jugamos aqui acertado tirar as seguintes conclusões desse novo episódio de uma polêmica antiga:

1. Ainda que seja compreensível, do ponto de vista comunista, que o atual Partido Comunista Brasileiro formule críticas às políticas adotadas pelo PC do Brasil elas devem ser formuladas de posições revolucionárias e não revisionistas.
2. Para realizar uma crítica acertada é necessário que o PC Brasileiro comece por acertar contas com seu próprio passado, que tenha coragem de abordar de frente todos os aspectos delicados de sua história e que saiba criticar corretamente, de um ponto de vista revolucionário, os erros do passado.
3. Uma crítica comunista não pode basear-se em posições burguesas. Ao aceitar velhos cavalos de troia agitados pela burguesia contra os comunistas, como o cavalo de troia do antiestalinismo, o PCB cai objetivamente no campo da contrarrevolução ao dar munição a propaganda burguesa.
4. Ainda que o PC Brasileiro pretenda-se hoje, depois da separação do grupo liquidacionista de Roberto Freire, revolucionário, cai, objetivamente, numa posição oportunista, ao não combater decididamente as ideias revisionistas que acompanham o nascimento do Partido, em 1961.
5. Resulta de tudo isso ser impossível assumir uma posição decididamente revolucionária e comunista sem combater até o fim, abertamente, contra o revisionismo.

Notas

(1) MAZZEO, Antônio Carlos. PCdoB – Estelionato, Mentira e Manipulação Desavergonhada in

China "rica e forte" ainda está distante, diz Xi Jinping


Na primeira entrevista concedida após tomar posse em 14 de março, como presidente da República Popular da China, Xi Jinping disse que "o mundo está mudando e a China também está mudando" em direção ao "socialismo com características chinesas". Entrevista feita por Claudia Safatle, no jornal paulistano Valor Econômico.


O presidente chinês afastou qualquer temor em relação a pretensões hegemônicas da China, comprometeu-se com as reformas econômicas e políticas do país e disse que há um longo caminho a percorrer até a China ser um país "rico e forte".

Valor Econômico: A Rússia será o primeiro país que o senhor visita como presidente da China. Qual é o motivo dessa decisão e como o senhor vê a Rússia?Xi Jinping: De modo recíproco, a China e a Rússia são parceiros de coordenação estratégica de maior peso e importância. Tanto para a China como para a Rússia, o relacionamento bilateral ocupa uma posição prioritária na diplomacia geral e nas políticas externas. A minha visita à Rússia, o nosso vizinho amigo, logo depois de assumir o cargo de presidente, é uma prova da alta importância que a parte chinesa atribui às relações sino-russas. Sob os esforços constantes de ambas as partes nos últimos 20 anos, o relacionamento sino-russo já passou a ser parceria de coordenação estratégica global. 

Foram resolvidas completamente as questões fronteiriças legadas pela história. A base das relações políticas é mais sólida e os dois lados têm se apoiado mutuamente nas questões de interesse comum. O volume do comércio bilateral aumentou 14 vezes nas últimas duas décadas, batendo o recorde de US$ 88,2 bilhões no ano passado, e a cooperação nos projetos estratégicos de grande escala ganha força, principalmente nos setores de energia, investimentos, aviação e indústria aeroespacial. 

Nossas colaborações estratégicas no cenário internacional são estreitas, o que tem contribuído para promover o processo de democratização das relações internacionais. O relacionamento sino-russo já se encontra numa nova fase, na qual cada parte fornece importantes oportunidades de desenvolvimento para a outra parte e considera a outra parte parceiro prioritário. 

Na próxima etapa, as tarefas importantes no desenvolvimento das relações sino-russas são: primeiro, consolidar a confiança mútua de natureza estratégica e política e reforçar o apoio recíproco nas questões relativas aos interesses da outra parte. 

Em segundo lugar, ampliar a cooperação pragmática, como, por exemplo, atingir com antecedência a meta de elevar o comércio bilateral a US$ 100 bilhões até 2015, estabelecer a parceria estratégica na área de energia, implementar projetos estratégicos de grande escala e aprofundar o intercâmbio na área humanística. 

Em terceiro lugar, estreitar ainda mais a colaboração nos assuntos internacionais e regionais, defender firmemente os princípios da Carta das Nações Unidas e as normas fundamentais das relações internacionais, salvaguardar os resultados da Segunda Guerra Mundial e a ordem internacional pós-guerra, assegurando a paz, a segurança e a estabilidade mundial. 

Afinal, a China e a Rússia têm tanto a confiança como a capacidade para transformar as vantagens criadas pelo alto nível das nossas relações políticas em frutos concretos da nossa cooperação pragmática, que se traduzirão em benefício para os nossos povos.

Os povos chinês e russo possuem uma longa tradição de amizade, com uma base profunda de intercâmbio humanístico. Li muitas obras russas quando era jovem, Pushkin, Lérmontov, Turgueniev, Dostoiévski, Nekrássov, Tólstoi, Tchékhov, Shólokhov. As obras deles nos marcam muito.

Há 15 anos, a China e a África do Sul estabeleceram relações diplomáticas. Qual é a sua avaliação e quais são suas expectativas em relação às relações bilaterais?
Há uma amizade profunda entre o povo chinês e o povo sul-africano. Ainda durante a luta contra o apartheid, o povo chinês já estava firmemente ao lado do povo sul-africano. Ao longo dos 15 anos desde o estabelecimento das relações diplomáticas, as relações entre a China e a África do Sul têm conseguido saltos históricos, passando da parceria para a parceria estratégica global. 

Como países de mercado emergente e em desenvolvimento, a China e a África do Sul consideram a outra parte como oportunidade de desenvolvimento e pilar importante na própria estratégia diplomática. 

Estou na expectativa de trocar opiniões com o presidente Zuma de forma aprofundada na minha visita à África do Sul e antecipo meus votos pelo sucesso da 5ª cúpula do Brics.

Qual será o papel da China no processo de desenvolvimento pacífico na África? Além dos recursos naturais, quais são os outros setores que interessam à China?
A China e a África são membros da mesma família. Conhecemos muito bem os nomes dos antigos líderes africanos e as belas histórias que simbolizam a amizade sino-africana, tal como a ferrovia Tanzânia-Zâmbia. Nos últimos anos, o relacionamento sino-africano tem obtido avanços significativos a partir de uma amizade tradicional. 

Ao se engajar no seu próprio desenvolvimento, a China tem sempre prestado apoio à paz e ao desenvolvimento da África e defendido a posição dos países africanos nos foros internacionais. A cooperação sino-africana tem sido condizente com a elevação de status internacional dos países africanos e com o aumento de atenção da comunidade internacional na África. 

No futuro, independentemente das circunstâncias internacionais, a China continuará, como sempre, a defender a paz e estabilidade da África, promover a sua prosperidade e desenvolvimento, apoiar a sua união e fortalecimento autônomo e impulsionar a sua participação nos assuntos internacionais em pé de igualdade. 

Empilhado, o solo se transformará na montanha. Acumuladas, as gotas de água formarão o mar. Grande ou pequeno, forte ou fraco, rico ou pobre, todos os países africanos são alvo de grande atenção da China no desenvolvimento de relações amistosas. 

Ricos ou não em recursos naturais, são tratados em pé de igualdade pela China, que desenvolve com eles uma cooperação pragmática de benefícios recíprocos e ganhos compartilhados.

Quais serão as políticas da nova liderança da China em relação à Índia? A China mudará suas posições na solução das questões fronteiriças com a Índia?
A China e a Índia têm um relacionamento tradicional de amizade e são também os dois maiores países em desenvolvimento no mundo, cuja população total ultrapassa 2,5 bilhões. É interesse comum da China e Índia que os dois países caminhem juntos no caminho de desenvolvimento pacífico e de cooperação, o que traz também grande benefício para a Ásia e o mundo. 

Nos últimos anos, sob os esforços conjuntos de ambas as partes, as relações entre a China e a Índia têm conseguido avanços significativos. As duas partes têm consolidado um relacionamento no qual as divergências são tratadas de forma apropriada e se busca o desenvolvimento comum. 

Atualmente, tanto a China como a Índia estão passando por um período de desenvolvimento acelerado, o que cria mais oportunidades para o fortalecimento da cooperação de benefícios mútuos entre os dois países. 
As duas partes devem tirar proveito dessas oportunidades para avançar a cooperação e o intercâmbio com passos firmes, e elevar o relacionamento para um novo patamar. 

Primeiro, é preciso manter uma comunicação estratégica para dominar bem o rumo das relações bilaterais. 

Segundo, é preciso aproveitar as vantagens complementares e alargar a cooperação de benefício recíproco nas áreas de infraestrutura, investimento etc. 

Terceiro, deve-se estreitar os laços culturais e aprofundar o conhecimento mútuo e a amizade entre os dois povos. 

Quarto, se deve ampliar a coordenação e cooperação nos assuntos multilaterais, a fim de salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento e enfrentar em conjunto os desafios globais. 

Quinto, se deve tomar em consideração as preocupações de interesse da outra parte e resolver apropriadamente os problemas e divergências existentes entre os dois países. 

Como os chineses costumam dizer, uma causa boa sempre passa por muitas adversidades. As questões de fronteira entre a China e a Índia são legados complicados da história, cujas soluções não são fáceis. 

Desde que insistamos em consulta amigável, sempre poderemos encontrar soluções justas, aceitáveis para ambas as partes. Antes da resolução final das questões fronteiriças, devemos salvaguardar juntos a paz e estabilidade nas zonas fronteiriças, para que tais questões não afetem o desenvolvimento geral das relações bilaterais.

Como a China pretende intensificar a cooperação econômico-comercial com o Brasil? A China pretende importar mais produtos brasileiros de alto valor agregado?

A minha visita mais recente ao Brasil foi em fevereiro de 2009, durante a qual tive uma conversa muito produtiva com o presidente Lula. Depois, ele visitou a China e nos encontramos novamente. Tenho acompanhado de perto a saúde dele e lhe desejo boa saúde. 

China e Brasil são os maiores países em desenvolvimento respectivamente no Oriente e no Ocidente, sendo também importantes mercados emergentes. A China tem sempre atribuído alta importância ao desenvolvimento da cooperação amistosa com o Brasil. 

Há 20 anos, o Brasil se tornou o primeiro país em desenvolvimento que estabeleceu uma parceria estratégica com a China. Ao longo desses 20 anos, o relacionamento sino-brasileiro tem obtido avanços significativos, trazendo enormes benefícios para os dois países, criando oportunidades para o desenvolvimento de cada lado, como também contribuindo para que a ordem e o sistema internacional se desenvolvam na direção mais justa e equitativa. 

Nesse momento, o relacionamento sino-brasileiro encontra-se no seu melhor nível histórico, cujo valor estratégico e global se torna cada vez mais destacado. Na 5ª cúpula do Brics, que se realizará em breve, vou ter um encontro com a presidenta Dilma Rousseff. 

Espero trocar opiniões francas com ela sobre como desenvolver o relacionamento dos dois países de forma mais abrangente e aprofundada. A cooperação econômico-comercial é a base material do relacionamento sino-brasileiro. Atualmente, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, enquanto o Brasil é o 10º maior parceiro comercial da China. 

Nunca, como hoje, os interesses de desenvolvimento dos dois países estiveram tão interligados. A cooperação econômico-comercial bilateral está desempenhando um papel cada vez mais destacado nos nossos respectivos desenvolvimentos econômicos. 

A parte chinesa está disposta a trabalhar com a parte brasileira para explorar o potencial da complementaridade das duas economias, otimizar a pauta comercial e ampliar as áreas de cooperação. 

Além disso, as duas partes podem fazer valer as suas respectivas vantagens, estimular a conexão industrial, inovar o modelo de cooperação e elevar o nível de cooperação econômico-comercial em geral. Estou convencido de que, com esforços conjuntos, a nossa cooperação econômico-comercial vai obter avanços substanciais, tanto na escala como na qualidade, o que contribuirá para que os dois países consigam o desenvolvimento sustentável, e também fortalecer a capacidade de se adequar melhor à nova situação do aprofundamento da globalização econômica e resistir aos eventuais riscos da economia internacional.

A China nunca buscará a hegemonia


Como o avalia a influência da ascensão dos países emergentes e em desenvolvimento, representados pelos Brics, sobre a atual conjuntura internacional e o sistema da governança global?
Com as suas economias em rápido desenvolvimento, um número expressivo de países emergentes e em desenvolvimento, incluindo os membros do Brics, já se tornam força importante na salvaguarda da paz mundial e promoção do desenvolvimento comum e têm desempenhado um papel importante no enfrentamento da crise financeira internacional. Isso corresponde à corrente da época caracterizada pela paz, desenvolvimento e cooperação. 

O sistema de governança econômica global tem de refletir as mudanças profundas ocorridas no mapa econômico mundial e aumentar a representatividade e o direito à voz dos países de mercado emergente e em desenvolvimento. Nos últimos anos, as cúpulas do G-20 têm desempenhado papel destacado, e reformas de cotas foram já realizadas no FMI e Banco Mundial.

São passos importantes na direção correta da reforma do sistema da governança econômica global. É desejo dos países emergentes e em desenvolvimento que o sistema da governança econômica global seja aperfeiçoado, corresponda melhor às exigências do desenvolvimento da força produtiva do mundo e favoreça mais o desenvolvimento comum de todos os países do mundo.

Quais são as suas expectativas quanto à cúpula do Brics, em Durban?
A cooperação do Brics contribui para tornar a economia mundial mais equilibrada, a governança econômica global mais aperfeiçoada e as relações internacionais mais democráticas. 

A China espera que a cúpula possa aprofundar a parceria do Brics, aperfeiçoar os seus mecanismos da cooperação, intensificar diálogo e cooperação nas diversas áreas, explorar potencialidades na cooperação pragmática e transmitir à comunidade internacional o sinal positivo de solidariedade, cooperação e ganho compartilhado. 

A parte chinesa apoia a iniciativa da África do Sul, país-presidente, de incluir na agenda prioritária de preparação temas como o estabelecimento do banco de desenvolvimento do Brics, reserva internacional conjunta, conselho do comércio e indústria, conselho de "think tank" etc, e espera que a cúpula alcance avanços positivos nesses aspectos. 

A China defende, também, a intensificação do diálogo e do intercâmbio entre o Brics e a África, para estabelecer parceria entre os dois, em defesa do desenvolvimento comum.

Qual será o papel do Partido Comunista da China na história do desenvolvimento da China? O PCCh vai dar novos passos na promoção da reforma? O socialismo com características chinesas vai conseguir maior desenvolvimento?
Ao governar na China, o PCCh tem como tarefa liderar o povo chinês a construir melhor o país e conseguir uma vida melhor para o povo. Como eu disse no passado, se alguém quiser forjar o ferro, ele próprio tem que ser forte. Para assumir a sua missão, o partido deve reforçar a sua própria construção e preservar o seu caráter avançado e a pureza. 

Deve manter os laços estreitos com a massa popular, aperfeiçoar constantemente a arte de liderança e governança, reforçar a capacidade de resistir à corrupção, prevenir a degeneração e repelir riscos, assim como a capacidade de governar de forma científica, democrática e regida pela lei, para que sirva melhor o povo. 

A reforma e a abertura são símbolos marcantes e a fonte de dinamismo da China contemporânea, bem como a via obrigatória pela qual se desenvolve o socialismo com características chinesas. Sem reforma e abertura não se pode falar da China de hoje, tampouco do seu futuro mais brilhante. 

Já sublinhei várias vezes que a reforma e a abertura só têm modo presente, não têm pretérito perfeito. As contradições surgidas no processo da reforma e da abertura só podem ser equacionadas por meio de métodos oferecidos pela reforma e abertura. Sob as novas condições históricas é necessário conseguir novos avanços na reforma para poder inaugurar uma nova conjuntura de desenvolvimento. 

Vamos fortalecer o desenho "top-down" e planejamento global da reforma, impulsionar de forma coordenada as reformas nas áreas econômica, política, cultural, social e ecológica. Seremos corajosos em lidar com os problemas mais duros, ousados em superar as adversidades mais perigosas e determinados em quebrar qualquer defeito regular e sistemático que impeça o desenvolvimento científico, no sentido de estimular a criatividade de toda a sociedade a favor de progressos das causas nacionais. 

Na nossa opinião, assim como não há duas folhas totalmente iguais numa árvore, tampouco existem experiências aplicáveis em todo o mundo, nem modelos de desenvolvimento inalteráveis. 

O socialismo com características chinesas vai se desenvolver e aperfeiçoar constantemente. O mundo está mudando e a China também está passando por mudanças, assim como o socialismo com características chinesas, que deve avançar conforme as mudanças das circunstâncias e condições. 

A China só terá dinamismo quando estiver, de forma consistente, adequada às mudanças mais recentes. Estamos dispostos a tirar proveito de todas as conquistas da civilização humana, mas não iremos simplesmente copiar e imitar o modelo de desenvolvimento de outros. 

O provérbio chinês diz que alguém perderá a sua própria capacidade de andar se apenas imitar mecanicamente a forma de andar de outros. A reforma da China é o autoaperfeiçoamento e autodesenvolvimento do sistema socialista com características chinesas. Só quando se segue o caminho escolhido pelo próprio povo chinês, e o caminho que corresponde às realidades da China, é que podemos chegar ao destino desejado.

Quais são as mudanças no tratamento pela China das suas relações com o resto do mundo, visto que o país já é a segunda maior economia mundial? Recentemente, o senhor se referiu ao "sonho da China", que visa a grande revitalização da nação chinesa. Qual é o sonho chinês sobre o mundo?
Através de mais de 30 anos da reforma e abertura, a China tem alcançado grande desenvolvimento socioeconômico e melhorado o padrão da vida do seu povo. Isso beneficia não só a própria China como também o mundo. O povo chinês valoriza o patriotismo e ao mesmo tempo possui também visão e mentalidade internacional. 

Com o aumento do poderio nacional, a China assumirá, dentro do nosso alcance, mais responsabilidades e deveres internacionais com vistas a contribuir para a causa de paz e desenvolvimento da humanidade. Embora a economia da China já fique no segundo lugar do mundo, é de salientar que o PIB per capita ainda é bem inferior ao nível médio mundial. 

Há ainda um longo caminho a percorrer para se transformar num país rico e forte. Atualmente, há preocupações na comunidade internacional de que a China, após sua ascensão, vá aplicar a hegemonia e maltratar os outros países. Tais preocupações são totalmente desnecessárias. 

A China já reiterou várias vezes à comunidade internacional o seu solene compromisso de persistir firmemente no caminho de desenvolvimento pacífico e nunca buscar a hegemonia nem a expansão. Palavras pronunciadas não podem ser retiradas por qualquer força. 

A China honra sempre as suas palavras, algo que já tem sido provado pelos fatos. Esperamos também que todos os países do mundo sigam a via do desenvolvimento pacífico e juntem os seu esforços na promoção da paz e desenvolvimento do mundo. O significado substancial do "Sonho da China" é a grande revitalização da nação chinesa. Trata-se do desejo nosso de longa data desde a história moderna. 

Após a Guerra do Ópio, em 1840, e durante um século, a nação chinesa foi sujeita a invasões externas e guerras civis, que causaram enormes misérias e sofrimentos ao povo chinês. Portanto, do fundo do coração, o povo chinês apoia a realização do "Sonho da China", pois é sonho de 1,3 bilhão de chineses. 

Desde a antiguidade, os chineses têm defendido a coexistência pacífica, mesmo com divergências. Desejamos que países e civilizações diferentes possam fazer intercâmbios em pé de igualdade, aprender mutuamente e desenvolver-se juntos, de modo que todos os povos, com as suas vontades respeitadas, consigam compartilhar os frutos do desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do mundo e somar esforços na construção de um mundo harmonioso, com paz duradoura e prosperidade comum.

Como líder da China, o resto do mundo tem enorme interesse de conhecer mais do seu aspecto pessoal. Por exemplo, como se sente ao liderar um país com uma população de 1,3 bilhão? Quanto tempo pode passar junto com a sua família? Quais são seus hobbies? 

No meu encontro com alguns líderes de outros países, sempre me perguntaram: como se pode governar um país tão grande como a China? É verdade que é realmente difícil governar a China, cuja população totaliza 1,3 bilhão. Só para se inteirar das informações básicas já é uma tarefa nada fácil. Digo sempre que é preciso muito tempo e esforço para conhecer bem a China. 

Apenas ver um ou dois lugares não basta. A China tem um território de 9,6 milhões de quilômetros quadrados, com 56 etnias. Para conhecer a China, não se pode tirar conclusões gerais a partir de impressões isoladas, tal como um cego retrata a imagem dum elefante com as poucas informações que ele obtém com os seus toques no elefante. Um provérbio chinês antigo diz que, para ser primeiro-ministro, deve se começar pelos cargos mais básicos, e para ser um general, deve se começar como soldado. 

O atual mecanismo chinês de seleção de quadros também funciona na base de etapa por etapa. Por exemplo, trabalhei no campo rural, já fui secretário do grupo rural do partido, trabalhei também em distritos, municípios, províncias e no Comitê Central. 

Depois de ter acumulado ricas experiências de trabalho em unidades básicas, os quadros poderão ter uma melhor visão do ponto de vista da massa popular, ter conhecimento das realidades do país e as demandas do povo, juntar, por meio de prática, experiências nas diversas áreas e conhecimentos profissionais, incrementando assim a capacidade e qualificação, o que são condições básicas para que o trabalho seja bem feito.

Quer as necessidades básicas do povo, o funcionamento do dia a dia da sociedade e das máquinas de Estado, quer a construção e gestão do partido em poder exigem uma grande quantidade de trabalho. Para mim, uma vez que fui designado pelo povo para o atual cargo, preciso colocar sempre o povo no lugar mais importante do coração, ter sempre em mente as enormes expectativas que o povo me confia e lembrar que as responsabilidades são "mais pesadas que a montanha Tai". 

O líder de um país tão grande, populoso e complexo como a China tem que conhecer profundamente a situação do país, conhecer as aspirações e expectativas do povo e ter a autoconsciência de atuar como se pisasse no gelo fino e andasse à beira de um abismo, e ter uma atitude de governar um país como se preparasse um prato delicado. 

Nunca relaxe, nunca seja negligente nem descuidado, mas, sim, se deve trabalhar sempre com a máxima diligência e dedicação.O povo é sempre a fonte da nossa força. Desde que trabalhemos com olhos nos interesses do povo, levemos em consideração o povo, compartilhemos alegrias e sofrimentos do povo, estejamos unidos com o povo, não haverá dificuldades que não possamos superar nem tarefas que não consigamos cumprir. Quanto à quantidade de trabalho, vocês podem imaginar. Ao ocupar este cargo, praticamente não tenho tempo privado. 

Tenho montes de trabalhos. Claro, eu sei como separar o trabalho conforme o seu grau de importância e urgência. Quanto mais se coloca lenha, mais alta a chama fica. Temos uma liderança coletiva central, que tem uma divisão de responsabilidades, como também um sistema de colaboração. É um mecanismo eficiente, no qual cada um assume as suas responsabilidades, enquanto junta esforços para concluir o trabalho. 

Apesar de ser muito ocupado, sempre que possível tenho que arranjar uma pequena pausa e ficar junto com a minha família. Tenho muitos hobbies e o meu favorito é ler, que já faz parte do meu modo de vida. Também sou fã de esporte. Gosto de nadar, subir montanhas, entre outros. Quando era jovem, gostei de futebol e voleibol.

O Brasil sediará a Copa do Mundo de futebol no ano que vem. O senhor tem algum palpite sobre qual equipe será campeã?
O Brasil vai sediar mais uma vez a Copa do Mundo, pelo que expresso as minhas felicitações. O charme das competições esportivas, sobretudo do jogo de futebol, é a sua imprevisibilidade. 

Tivemos o polvo Paul na última Copa. Não sei se, no ano que vem, haverá um outro polvo que pode prever o futuro. A seleção brasileira tem a vantagem de jogar em casa. Desejo à seleção brasileira muita boa sorte.


Fonte: Vermelho