quinta-feira, 17 de julho de 2014

CONVITE


Brics, novo fator de mudança política e econômica no mundo

O Brasil sediou nos dias 15 e 16 de julho um dos mais importantes eventos da vida econômica e geopolítica do mundo – a 6ª Cúpula do Brics, agrupamento que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

Simbolicamente, o conclave se realizou na bela e aprazível Fortaleza, no Nordeste do país, uma das regiões que mais se desenvolve, com grandiosos projetos de industrialização, soerguimento de infraestrutura e combate à pobreza.

Sob o lema “Crescimento inclusivo: Soluções sustentáveis”, a reunião de Fortaleza inaugurou o segundo ciclo de Cúpulas do Brics enfrentando dois dos mais sentidos problemas do desenvolvimento contemporâneo, em consonância com as políticas econômicas e sociais dos governos dos cinco países. O imperativo – diz a Declaração de Fortaleza, um alentado documento de 72 itens que incorpora um ambicioso plano de ação – é enfrentar os desafios postos pela necessidade de alcançar simultaneamente crescimento, inclusão, proteção e preservação.

A importância da reunião de Fortaleza reside em que consolida um agrupamento de países dispostos a cooperar entre si e com outros países no sentido de mudar o sistema político e econômico-financeiro internacional, com iniciativas multilaterais, sempre comprometidas com o direito internacional, com a defesa da paz mundial, da estabilidade econômica, a inclusão social, o desenvolvimento sustentável e a cooperação mutuamente benéfica com todos os países. 

Paz, segurança, desenvolvimento, cooperação, democratização das relações internacionais, oposição ao hegemonismo e às políticas de guerra, e esforços pelo progresso social tornaram-se assim conceitos que sintetizam o espírito prevalecente no Brics e se converteram em seus objetivos permanentes.

Tais objetivos se concretizam com o posicionamento claro em favor da solução pacífica dos conflitos internacionais, do exercício de um papel renovado das Nações Unidas, da reforma do Conselho de Segurança e outras instituições internacionais. Ressalte-se nesse sentido, o combate à intervenção estrangeira na Síria, a busca de uma solução justa, abrangente e duradoura do conflito árabe-israelense, com base no marco jurídico internacional universalmente reconhecido, incluindo resoluções relevantes das Nações Unidas, a luta para o estabelecimento, no Oriente Médio, de uma zona livre de armas nucleares e de todas as outras armas de destruição em massa, o apoio ao diálogo abrangente na Ucrânia, o combate à política de sanções.

No plano econômico, a Cúpula do Brics deu um passo gigantesco nos esforços para mudar a arquitetura financeira mundial e fomentar o desenvolvimento das nações emergentes, com a criação doNovo Banco de Desenvolvimento, cujo propósito principal é mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos Brics e em outras economias emergentes e em desenvolvimento. É uma forma inovadora de enfrentar as restrições de financiamento e o papel deletério do Fundo Monetário Internacional e outras instituições financeiras controladas pelas potências imperialistas. Complementarmente a essa iniciativa, a Cúpula do Brics anunciou também a criação do Arranjo Contingente de Reservas com finalidades preventivas de crises financeiras e para contrapor-se a pressões por liquidez de curto prazo, uma forma também inovadora de fortalecer a rede de segurança financeira e promover maior cooperação entre os Brics.

A Cúpula do Brics é fato revelador de que o mundo vive um novo momento de transição, com o surgimento nos planos econômico e geopolítico de novas formas de resistência ao mundo unipolar dominado pelo imperialismo. Um fator novo a agregar força à luta dos povos e nações por soberania, justiça, paz, desenvolvimento econômico e progresso social.


Fonte: Vermelho

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Deputados comunistas cobram paralisação do massacre na Palestina

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), voltou a defender ontem, terça-feira (15), durante discurso no Plenário, a soberania da Palestina para a redução dos conflitos no Oriente Médio. Nesta quarta-feira (16), às 9h, os deputados da legenda e movimentos sociais farão uma visita de solidariedade à embaixada da Palestina, para entregar uma carta assinada por 54 entidades, entre elas o Cebrapaz, manifestando a solidariedade ao povo palestino.

Para a deputada Jandira Feghali, essa é uma luta desigual, fruto de injustiça histórica que ainda espera por reparação. “É um genocídio o que se repete naquela região com mulheres, crianças, idosos e grávidas ali. A omissão internacional não pode existir. Desde 1948, aquele povo vive humilhação permanente, sem liberdade, sem direito de ir e vir, sem assistência à saúde, sem direito pleno de voto, com o assassinato permanente de mulheres e crianças, sem capacidade de reação, porque, na verdade, há um poderio militar absurdo, sustentado por ingerência externa, que nós não podemos calar”, critica a parlamentar.

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As tensões entre Israel e Palestina vinham aumentando desde o sequestro de três adolescentes israelenses na Cisjordânia em 12 de junho. Segundo autoridades palestinas, os ataques israelenses deixaram ao menos 192 mortos. A Organização das Nações Unidas estima que mais de três quartos das vítimas sejam civis. Cerca de 1.400 palestinos ficaram feridos. O recente confronto entre o grupo palestino islâmico Hamas e Israel é o mais sangrento desde novembro de 2012, quando uma operação resultou na morte de 177 palestinos e 6 israelenses.

A Bancada do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Câmara emitiu nota oficialna última sexta-feira (11) na qual condena a violência entre Israel e Palestina.

Para o presidente do Cebrapaz do Distrito Federal (DF), Marcos Tenório, é preciso que todos os setores comprometidos com a paz e a solidariedade internacional se levantem para denunciar os bombardeios de cidades palestinas, especialmente em Gaza. “O tom das ações israelenses tem sido de limpeza étnica, crimes de guerra e genocídio”, afirma.

A bancada do PCdoB estará em peso. “Iremos lá prestar a nossa solidariedade e nos dispormos a criar os instrumentos necessários de solidariedade a partir do Brasil, para que tenhamos paz, que a vida do povo palestino seja respeitada e que possamos construir novamente a respeitabilidade àquele povo, o seu direito ao território e à liberdade”, afirma a deputada Jandira Feghali.

Fonte: Ascom Liderança do PCdoB

Líderes do Brics anunciam banco comum e posições políticas globais

Para a presidenta, “o Brics ganha intensidade política e reforça seu papel no cenário internacional.”
Para a presidenta, “o Brics ganha intensidade política e reforça seu papel no cenário internacional.”Xinhua















Os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) assinaram acordos que classificaram de “históricos”, na tarde desta terça-feira (15), em Fortaleza (CE). Os chefes de Estado e de Governo discursaram sobre alternativas ao sistema internacional, sobre questões atuais de nível global e o fortalecimento do Brics, sublinhando posições importantes para a política internacional, pontuadas na Declaração e Plano de Ação de Fortaleza.

Por Moara Crivelente, de Fortaleza para o Vermelho


A presidenta Dilma Rousseff abriu a sessão plenária após a assinatura de quatro acordos importantes pelos líderes, pelos ministros da Fazenda e pelos presidentes dos Bancos Centrais dos cinco países: o Memorando de Entendimento para Cooperação entre as Agências Seguradoras de Crédito a Exportação dos Brics; o Acordo para Cooperação sobre Inovação dos Bancos de Desenvolvimento; o Tratado para Estabelecimento de um Arranjo Contingente de Reservas do Brics (CRA, na sigla em inglês); e o esperado Acordo sobre o Novo Banco de Desenvolvimento.

Em seu discurso, Dilma saudou os participantes e, em especial, o povo e o governo do estado do Ceará, que acolheram a reunião, enfatizando a relevância do Nordeste, “com uma população ativa e trabalhadora,” estados com grandes reservas minerais, infraestrutura em expansão, mercado consumidor em crescimento e maior segurança hídrica.

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Para a presidenta, “o Brics ganha intensidade política e reforça seu papel no cenário internacional,” o que fica plasmado em medidas para o aperfeiçoamento da arquitetura financeira global e nas prioridades do documento resultante da reunião entre os líderes, a Declaração e Plano de Ação de Fortaleza, fundado no mote da 6ª Cúpula: Crescimento inclusivo: Soluções Sustentáveis. “Nossos países estão decididos a construir uma parceria produtiva com consequências positivas para a situação mundial, a fim de enfrentar os grandes desafios,” disse Dilma.

Os líderes incluíram nos debates a cooperação no setor da ciência e tecnologia, no comercial, econômico e financeiro, no cultural e político e na formulação de alternativas para o sistema internacional com a promoção de posições propositivas e que fortaleçam a democracia internacional. Além disso, a conectividade aérea e marítima e o combate ao crime organizado internacional – narcotráfico e terrorismo – foram sublinhados.

Dilma apontou a situação econômica e financeira mundial ainda “em modesta recuperação, enquanto parte da humanidade está mergulhada numa recessão,” que empobrece e atinge direitos sociais. “Nessa conjuntura, nossos países devem se manifestar, atuar (...). Por suas populações, dimensões, peso das economias e pelas influências que exercem, não podemos ficar alheios ao que ocorre no cenário internacional,” pontuou Dilma. “Os Brics são essenciais para a prosperidade do planeta, responsáveis pela mitigação dos efeitos da crise.”

Além disso, enfatizou a presidenta, “nossos países têm incentivado e atuado em mecanismos de integração econômica e de governança regionais,” o que explica o encontro realizado com líderes africanos quando a 5ª Cúpula ocorreu em Durban, na África do Sul, e o que se realiza nesta quarta-feira (16), em Brasília, com líderes da América do Sul.

Os líderes estrangeiros ainda elogiaram o Brasil pela organização da Copa do Mundo 2014 e pela recepção bem-sucedida deste grande e importante evento internacional. O presidente sul-africano Jacob Zuma enfatizou: “O Brasil mostrou que um país em desenvolvimento, do sul, pode hospedar um evento como este, de forma bem sucedida.”

Assim como Dilma, que explicou o debate tido entre os chefes de Estado e Governo sobre questões atuais, desde as mudanças necessárias para um sistema internacional verdadeiramente representativo e democrático, o presidente Vladimir Putin falou do papel da Rússia e da China no Conselho de Segurança, um órgão que já não representa a realidade mundial nem favorece a busca pelo multilateralismo. A situação na Síria, na Ucrânia, no Iraque e na Palestina, ocupada e bombardeada por Israel, também foram discutidas com atenção. Entre os consensos esclarecidos estão a reafirmação de que os conflitos devem ser resolvidos através do diálogo, com base na busca por soluções sustentáveis, que dependem do engajamento de todos os envolvidos e a atuação da comunidade internacional.

Os líderes apresentaram um consenso sobre a promoção de uma política internacional assentada na “multipolaridade transparente, democrático e eficaz”, como caracterizado por Dilma, esforço em que se insere a promoção das reformas abranges de todo o sistema internacional, em que predominam hegemonias centralizadoras. “As principais instituições de governança têm perdido representatividade e eficácia ao não se adequarem ao contexto atual”, disse a presidenta, apontando que o Conselho de Segurança não apresenta respostas, o que aprofunda a erosão da sua legitimidade e relevância.

Dilma pontuou, porém, que o Brics não deve ser confundido “com um exercício de poder hegemônico ou de dominação, nem como contraposição” a outros países, mas como um esforço “por um sistema que queremos sempre mais justo e igualitário.”

Cooperação financeira, econômica e de desenvolvimento


O Novo Banco de Desenvolvimento garantirá o financiamento de infraestrutura nos países em desenvolvimento, com um capital inicial autorizado de US$ 100 bilhões e um capital subscrito inicial de US$ 50 bilhões, informou Dilma, igualmente distribuído entre os membros fundadores dos Brics. A primeira direção do quadro de governadores será da Rússia e a do quadro de diretores será do Brasil, enquanto o primeiro presidente será a Índia – uma vez que foram os indianos quem sugeriram, há dois anos, a criação do banco – e o primeiro escritório regional será na África do Sul, enquanto a sede será em Xangai.

Já o Arranjo Contingente de Reservas (CRA) “atesta a maturidade da cooperação entre nossos países, ao estabelecer um fundo que apoiará a economia dos Brics em caso de pressões nas balanças de pagamento, também complementando os mecanismos de crédito existentes no mundo,” disse Dilma.

O acordo para o estabelecimento do banco e das reservas reflete, para a presidenta, uma resposta às necessidades dos países do Brics e do mundo em desenvolvimento. Como apontou Dilma, o PIB desses cinco países, em termos de paridade de poder de compra, representa mais de 20% do mundial, enquanto a sua representação somada, no FMI, é de apenas 11%, o que demonstra a necessidade de reforma da instituição. Para Dilma, os Brics buscam amplificar os “resultados de políticas públicas que contemplam a prosperidade das nossas economias e de nossos povos.”

“Estamos crescendo de modo verdadeiramente inclusivo. O Brasil conduzirá o Plano de Ação de Fortaleza, como presidente de turno do Brics, em coordenação com outras nações, especialmente em nossas regiões,” disse a presidenta. “Temos um desafio à altura das expectativas de nossas sociedades: é nossa obrigação e responsabilidade buscar resultados que tenham um impacto real nas vidas dos nossos povos.”

Para o presidente Putin, as cúpulas têm decorrido com sucessos. “Trabalhamos conjuntamente para resolver uma das questões mais relevantes da modernidade. Atingimos vários resultados importantes desde a última cúpula, atingimos nossos objetivos de curto prazo, como o banco para desenvolvimento, que vai assentar as bases para grandes mudanças macroeconômicas. Uma cooperação mais estreita entre os países dos Brics vai nos permitir realizar planos grandiosos de desenvolvimento.”

A Rússia preparou uma estratégia de cooperação internacional, com um grupo de trabalho permanente e um “mapa da rota” com vários projetos, “desde alta tecnologia até a área humanitária,” disse Putin, enfatizando na necessidade de maior associação energética dos Brics e em um banco internacional de combustível. Os países do Brics também são fonte de 36% dos recursos mundiais de matéria-prima, mercado em que deve haver cooperação.

Os líderes do bloco enfatizaram a necessidade de crescimento econômico sustentável com reformas para um desenvolvimento inclusivo e políticas macroeconômicas sociais, redes de segurança sólidas e a promoção de crescimento quantitativo em equilíbrio com o qualitativo. O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou: “Devemos fazer uma evolução importante em relação ao CRA e para promover melhores resultados da nossa cooperação, trazendo benefícios mais tangíveis a nossas populações.”

O presidente da África do Sul Jacob Zuma pontuou também os desafios da desigualdade, do desemprego e da pobreza ainda enfrentados, mas saudou o fortalecimento dos laços de cooperação entre os países para produzir resultados tangíveis e impactos nas vidas das pessoas, para aumentar as oportunidades de comércio e para avançar em novos caminhos e melhorar as capacidades.

“A África é a região que cresce mais rápido e oferece muitas oportunidades que o Brics precisa aproveitar. Hospedamos a última cúpula; vamos transmitir os resultados deste importante encontro aos nossos povos, na África do Sul e no continente. Vamos tentar apressar os processos parlamentares para ratificar os acordos assinados aqui, o mais rápido possível”, disse Zuma.

Paz, governança global e intercâmbios culturais


O presidente Zuma também mencionou a posição dos países do Brics sobre questões prementes. “Estamos muito preocupados pelo recente escalar da violência e da insegurança, com grande perda de vidas, entre Palestina e Israel. Os Brics devem continuar a apoiar uma iniciativa urgente para trazer de volta a esta crise política uma solução negociada. Concordamos que a solução de dois Estados, de Palestina e Israel, vivendo em paz, lado a lado, é a única forma para estabilizar o Oriente Médio.”

Já Putin ressaltou a importância de maiores “contatos humanitários” entre associações juvenis, culturais e parlamentares, mencionando a proposta de criação de uma universidade virtual dos Brics, também pontuada pelo primeiro-ministro indiano e pelo presidente sul-africano em seus discursos. Putin prometeu ainda que, como próxima presidente do Brics, a Rússia se empenhará por ampliar a presença do agrupamento “na solução dos problemas mundiais.”

O recém-eleito premiê da Índia, Modi disse que a cúpula acontece em um momento crucial, de grandes desafios, mas que a cooperação entre os países do Brics continua crescendo, com esforços para “restaurar um clima de paz e estabilidade”. Para ele, os Brics devem desempenhar “um papel proativo ao modelar um discurso global de desenvolvimento”, para manter o foco em eliminar a pobreza e promover a segurança alimentar, com reformas profundas a instituições como o FMI e o Conselho de Segurança, descentralizando a discussão e levando-a à população, principalmente à juventude, incentivando a inovação e promovendo maiores contatos culturais e educacionais. “Nosso bem maior está no aprofundamento dos nossos lados”, disse o premiê.

No mesmo sentido, o presidente chinês enfatizou que os países do Brics estão “comprometidos com promover o crescimento e a governança internacional. Há cinco anos a cooperação floresceu em diversas áreas, trazendo benefícios aos nossos povos e elevando nossa cooperação. Nesses anos, temos realizado esforços conjuntos e nada disso foi impedido por montanhas ou mares entre nós.” Para Xi, a cooperação entre os Brics é um processo histórico permanente que precisa ser impulsionado. “Buscamos uma parceria mais sólida; precisamos manter o espírito da abertura, inclusive na cooperação econômica, para melhorar a economia mundial; precisamos incorporar o espírito da inclusão, aprendizagens e benefícios mútuos entre modelos de desenvolvimento em prol da democracia em termos internacionais.”

Depois da sessão plenária, Dilma ainda deu uma entrevista coletiva em que voltou a explicar, com mais detalhes, os acordos assinados nesta terça-feira e os objetivos gerais dos países do Brics, assim como a sua posição a respeito de questões pontuais, como a espionagem e a governança da Internet. A presidenta manteve o tom otimista sobre um agrupamento de alternativas construtivas, com a promoção de uma política de cooperação que busca fortalecer a democracia e a multipolaridade, com desenvolvimento e inclusão social como pontos focais.


Fonte: Vermelho

As Olimpíadas vêm aí!

Jaime Sautchuk *

Passada a Copa do Mundo de Futebol, bate a lembrança de que estamos a menos de dois anos das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que ocorrem em 2016. Não se trata de discutir se vale a pena ou não o País hospedar os jogos olímpicos. Isso é bobagem, pois é claro que valerá a pena, como já se provou em tantos países.


O que se discute, no entanto, é o desempenho do Brasil nas quadras e pistas, que promete ser tão medíocre quanto o nos campos de futebol.

Para chegarmos a essa conclusão, não precisa ir longe. Basta olharmos para o resultado que obtivemos nas últimas Olimpíadas, realizadas em Londres, há dois anos. Na ocasião, o Brasil conquistou parcas 17 medalhas, sendo apenas três de ouro. Ficou em 22º lugar no quadro de medalhas

É um resultado inaceitável para o volume de recursos aplicados e pelo tamanho do país. Ficou bem atrás de Cuba, Itália, Coréia do Sul, sem falar nos dois primeiros colocados, que foram os Estados Unidos, com 46 ouros, e a China, com 38. Ou seja, um resultado pífio, o nosso.

Primeiro, porque as leis surgidas no Brasil (Agnelo/Piva, Bolsa-Atleta e outras) e as políticas implantadas a partir da era Lula sempre indicaram um rumo promissor. A começar pela criação do Ministério do Esporte, pois até então essa atividade era subordinada a uma única pasta, misturada com turismo.

A Agnelo/Piva é aquela lei que destina 2% do rateio das loterias para os esportes olímpicos e paraolímpicos. E foi criada a Bolsa-atleta, que financia desportistas que demonstrem algum avanço na sua modalidade. O dinheiro desse setor, que era de pingados R$ 3 milhões por ano, saltou para mais de R$ 70 milhões, garantidos e pagos mês a mês.

Ou seja, o dinheiro aplicado em esporte cresceu em mais de 20 vezes, administrado principalmente pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), uma entidade tida como privada, como a CBF no futebol.

Mas, apesar de ter dinheiro, o COB não tem uma política de base, que cumpra os ciclos olímpicos em todas as modalidades. Só assim poderíamos chegar a eventos internacionais com um volume de atletas competitivos. Não apenas com alguns abnegados ou adeptos de modalidades privilegiadas pelas autoridades do setor, como o vôlei.

Após os jogos de Londres, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzmann, disse, ao avaliar o desempenho brasileiro, que “é preciso diversificar as modalidades em que atuamos”. Descobriu a pólvora, o veterano dirigente dos esportes olímpicos.

Vale lembrar que Nuzmann é para os esportes olímpicos brasileiros o que João Havelange e sua gangue representam para o futebol. São dinastias que se eternizam no poder, monopolizam o dinheiro e fazem negócios, muitos negócios.

Na verdade, apesar de ter crescido em volume de recursos aplicados, o esporte olímpico continua sendo tratado em plano federal. Nunca chegou verdadeiramente aos municípios, onde está a base, embora seja uma atividade essencial, até porque está imbricada com educação e saúde, pelo menos.

O que ocorre é que nossos atletas surgem por acaso, por esforço pessoal, não como fruto de atividade massificada, em que toda a criança já traga com ela essa possibilidade de se desenvolver. De um modo geral, a Educação Física nas escolas é uma disciplina burocrática, para cumprir tabela, que pouco influi no desenvolvimento verdadeiro do cidadão.

A Lei 9696, de 1998, que regulamenta a profissão do profissional desta disciplina, cria uma divisão de áreas. Uns profissionais podem atuar nas escolas formais da rede de ensino, outros podem atuar nas academias, clubes etc. Essa divisão é reforçada na própria universidade, que tem, em verdade, dois cursos distintos: o de graduação (bacharelado) e o de licenciatura.

No dia-a-dia, ocorre o seguinte. Pela legislação, um professor de uma escola da rede pública de uma cidade qualquer não pode ser, ao mesmo tempo, treinador de uma equipe local. Não pode sequer desenvolver atividades de lazer com outras crianças. A tese que norteia isso é a de que, caso contrário, esse professor estaria “roubando” vaga de alguém. Parece um absurdo, mas esse é um problema real.

Ou seja, o Brasil está bem servido de pessoal para atuar na massificação das atividades esportivas. O problema é que grande parte dos profissionais que se formam atende ao chamado mercado. Eles vão atuar na área de fitness (condicionamento físico), nas academias de ginástica ou no atendimento personalizado a fregueses endinheirados. Prevalece a visão o esporte como privilégio de poucos.

Existem vários outros problemas, como o uso dos espaços urbanos para esporte e lazer. Mesmo em cidades pequenas do interior, prédios e estacionamentos tomam conta dos espaços que seriam para o esporte e o lazer.

As prefeituras, de um modo geral, não investem nessas áreas e estão muito distantes do COB, por exemplo. E este, por sua vez, não está nem aí para as prefeituras.

Assim, os esportes ficam do Deus-dará. E o resultado é esse mesmo, algumas medalhinhas aqui e acolá, mesmo em olimpíadas. E que venha a do Rio de Janeiro, então!

* Trabalhou nos principais órgãos da imprensa, Estado de SP, Globo, Folha de S.Paulo e Veja. E na imprensa de resistência, Opinião e Movimento. Atuou na BBC de Londres, dirigiu duas emissoras da RBS.

Parar o massacre dos palestinos, deter a mão assassina de Israel

Enquanto toneladas de bombas são despejadas por Israel sobre a Faixa de Gaza e a iminência de uma ofensiva terrestre é ensaiada com incursões pontuais, a operação “Margem Protetora” já causou cerca de 170 mortes, entre elas quase 100 civis, inclusive crianças, desde que foi intitulada, na terça-feira (8), até domingo (13). Entretanto, diversos ataques aéreos já vinham sendo denunciados nas semanas anteriores, assim como outra operação militar e suas consequências criminosas na Cisjordânia, desde 12 de junho.

Fica claro que, apesar dos pretextos apontados pelo governo racista e extremista de Benjamin Netanyahu, o objetivo de Israel é prejudicar e impedir a consolidação do governo de unidade nacional, anunciado após a reconciliação entre a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o Hamas, partido islâmico à frente do governo de Gaza desde a ruptura política intrapalestina, há sete anos. O governo israelense classifica o Hamas e qualquer outra resistência armada de “terrorista”, na busca por deslegitimar qualquer força que se contraponha ao seu regime de dominação e genocida que já dura quase sete décadas.

É assim que o governo israelense justifica os frequentes ataques aéreos que matam inúmeros civis, o bloqueio completo de Gaza – que empobrece sistematicamente uma população de quase dois milhões de palestinos em um território de menos de 400 quilômetros quadrados, em contínua crise humanitária – e a ocupação militar da maior parte da Cisjordânia. 

A controvérsia entre notícias de movimentos judaicos pelo mundo e em Israel apelando pela paz, contra a ocupação, por um lado, ou pela dizimação dos palestinos e de árabes, em geral, por outro, é reveladora, mas a violência dos colonos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios palestinos, com a conivência dos soldados da ocupação, não é novidade. Entretanto, a morte de três jovens colonos foi usada pelos líderes políticos e religiosos para instigar uma nova forma de ódio, racismo e discursos ultranacionalistas assombrosos. No outro sentido, as mortes de dezenas de palestinos nas mãos dos soldados e o encarceramento de centenas, inclusive crianças, além do assassinato brutal de um adolescente por “judeus extremistas”, como denominados por oficiais israelenses, levam vozes nacionais e mundiais contra a ocupação a elevarem-se.

Mais uma vez, porém, a resposta é ineficaz. A ocupação sobre a Cisjordânia intensifica-se e os bombardeios contra Gaza batem diferentes recordes a cada dia. O número de mortos em seis dias alcançou a cifra de vítimas da última grande operação, que durou oito dias, em 2012. Ainda assim, o governo israelense afirma, minimizando a violação flagrante e brutal do direito internacional humanitário – com os ataques deliberados a residências e outros alvos civis, por exemplo –, que não pretende responder aos tímidos apelos da chamada “comunidade internacional” por um cessar-fogo.

As potências encenam “grave preocupação” e até reúnem-se para debater a questão, mas a impunidade de Israel frente às violações do direito internacional é histórica, duradoura e conta com a proteção incondicional, principalmente, dos Estados Unidos, que vetam qualquer condenação sugerida no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mantendo seu compromisso com o Estado sionista, que propaga uma ideologia racista, sustentáculo do regime israelense e exerce a ocupação sobre a Palestina utilizando métodos brutais. Enquanto a tendência de isolamento de Israel no cenário internacional é praticamente palpável, a resposta mundial ainda é insuficiente. 

As autoridades israelenses continuam acusando os palestinos de serem responsáveis por seu próprio sofrimento, enquanto os palestinos, que já reconheceram Israel em 1988 e concederam àquele Estado quase 80% dos seus territórios, continuam submetidos à ocupação e ao bloqueio, “punidos coletivamente” – como afirmou o Conselho de Direitos Humanos da ONU – pelo que Israel resolver alegar. São sujeitos aos bombardeios e às grandes operações que vitimam toda a nação e a possibilidade de libertação, independência e autodeterminação, uma promessa da “comunidade internacional” cuja postergação é a maior causa do sofrimento palestino. 

É necessário ampliar e intensificar a solidariedade do povo brasileiro ao povo palestino, o que somente será possível se os partidos de esquerda e as organizações dos movimentos populares, juvenis, sindicais, estudantis, femininos, entre outros, tomarem esta tarefa em suas mãos, rechaçando o lobby sionista que procura interferir indecorosamente nas organizações progressistas, cooptando lideranças e exercendo pressões e chantagens sobre personalidades, parlamentares, funcionários de governo, quadros partidários e organizações dos movimentos sociais.


Fonte: Vermelho

Ato em São Paulo reivindica mais bancários por agências na Caixa

Durante protesto do Sindicato em agência na zona norte, clientes e usuários assinaram carta pedindo mais empregados nas unidades do banco

Filas longas e demoradas, bancários sobrecarregados e condições de trabalho precárias. Essa é a realidade das agências da Caixa Federal, que funcionam com número de empregados insuficiente para uma demanda cada vez maior. “O banco está ampliando sua rede, mas não contrata na mesma proporção. O resultado é a insatisfação de clientes e o sofrimento dos trabalhadores”, critica a dirigente sindical Ivi Miranda, que participou de ato do Sindicato por mais contratações, na quinta-feira 3, em unidade na Brasilândia, zona norte da capital.
Não à toa, os dirigentes conseguiram 140 assinaturas de correntistas e usuários em carta aberta que reivindica mais empregados nas unidades do banco público. “Estamos em campanha por mais contratações e a população tem apoiado nossa luta. Muitos aproveitam para reclamar da demora nas filas. Eles reconhecem que o atendimento do bancário é bom, o problema é o tempo que levam para serem atendidos”, relata Ivi.

A manifestação teve o objetivo de pressionar a Caixa a ampliar o quadro de empregados e respeitar os direitos dos trabalhadores.

A dinâmica dos protestos vai se manter: “Primeiro visitamos a agência e conversamos com os empregados. Depois fazemos ato em frente ao local para denunciar a situação dos trabalhadores à população”, explica a dirigente. Ela informa ainda que o Sindicato e a Apcef agendarão reuniões com as superintendências regionais do banco, para discutir o problema. “Não vamos nos restringir aos protestos, vamos conversar formalmente com o banco sobre nossa reivindicação.”

Números – Segundo o último balanço da instituição, referente ao primeiro trimestre de 2014, a Caixa criou 4.893 postos de trabalho em 12 meses (entre março de 2013 e março de 2014). Mas enquanto o número de bancários cresceu 5,2% no período, o de clientes aumentou 10,8%, o de contas correntes, 12,4%, e o de agências, 11,7%.

Fonte: Seeb-SP

Homem se descuida por preconceito

Os homens precisam ficar atentos à saúde e ir ao médico com frequência. A maioria da população masculina, ou por falta de cuidados ou por um machismo, não faz consultas e exames com regularidade. É o caso do exame de toque retal, importante para detectar agravos na próstata ou até o câncer.

De acordo com o Centro de Referência em Saúde do Homem, 60% dos homens que fazem o exame de toque já estão com estágio muito avançado da doença. Os especialistas apontam que os pacientes já chegam aos consultórios com dores e dificuldade de urinar.  

O exame de toque deve ser feito periodicamente pelos homens a partir dos 50 anos, e, em conjunto com outros exames, é primordial para o diagnóstico do câncer de próstata. O Dia Internacional do Homem, celebrado em 15 de julho, deve servir para reflexão entre os homens que, por preconceito, deixam de se cuidar. 

Fonte: O Bancário

Pirâmide etária em mudança no Brasil

A pirâmide etária da população brasileira está em mudança. Se antes o país tinha aparência mais jovem, a imagem agora é outra, mais velha. No ano passado, o Brasil tinha 22 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). 
 
A expectativa é de que em 2050, o número de idosos triplique e a expectativa de vida passe dos atuais 67 anos para 75 anos. Mas, o envelhecimento da população vem com grandes desafios. É preciso começar a pensar em modelos de seguridade social sustentável, com política de inclusão social e ampliação da cobertura previdenciária.
 
Tem mais, a aposentadoria reduz os salários das pessoas que entram em uma nova fase de vida, e, por isso, diminui a autoestima.

A vida ativa dá espaço para uma inativa e com muito preconceito. O assunto está sendo discutido no governo que quer desenvolver políticas de inclusão para essa parcela da população.

 
Outro ponto importante debatido é a criação de um “ambiente amigo”, onde os mais velhos desfrutem de uma vida plena e que continuem a contribuir com a sociedade, afinal os aposentados deixaram um importante legado para o país. 

Fonte: O Bancário