sexta-feira, 15 de julho de 2016

A derrota de Cunha e a implosão do Centrão

O dia de ontem ficará marcado pelo ocaso de uma das articulações políticas mais nefastas da história do país, o chamado “Centrão”. Costurado através das artimanhas de Eduardo Cunha, o grupo mergulhou a Câmara dos Deputados em um período de sombras, não só pelas pautas regressistas e obscurantistas que sustentou, mas também pelas práticas antidemocráticas que inviabilizaram o parlamento como um espaço de disputa política. 

A derrota de Rogério Rosso, candidato de Eduardo Cunha no pleito pela presidência da Casa, marca o ocaso definitivo de Cunha. Sem ele, conforme notou a colunista Maria Cristina Fernandes no Valor Econômico desta quinta-feira (14), “nenhum outro presidente da Câmara será capaz de colar os nove pedaços em que o Centrão se desintegrou”. 

É preciso notar que nem a enxurrada de denúncias, nem o processo no Conselho de Ética, nem o afastamento das funções de deputado haviam sido suficientes para derrotar Eduardo Cunha e esfacelar seu grupo. Enquanto sua sombra não fosse esconjurada de modo definitivo da presidência da Casa, este processo não se concluiria. 

A colunista do jornal Valor Econômico também frisa que a vida do presidente usurpador Michel Temer ficará mais difícil. Sem a batuta de Cunha, capaz de agrupar quase que automaticamente mais de 200 deputados, será bastante mais difícil governar. Para além disso, apesar dos discursos conciliatórios, uma campanha para a presidência da Câmara sempre deixa marcas e cicatrizes, conforme a história da República pode demonstrar. 

A correlação de forças na Câmara dos Deputados é muito ruim, talvez a mais difícil da história da República. Não havia possibilidades de vitória para um candidato do campo da oposição a Temer. Desse modo, a apresentação de mais de uma candidatura da esquerda acabou servindo para que os progressistas pudessem falar para mais gente. A defesa de candidatura feita por Orlando Silva, deputado do PCdoB de São Paulo e candidato a presidente da Casa, foi uma firme denúncia do golpe, uma ampla defesa das pautas populares, um facho de luz nas trevas que tem tomado conta da casa. 

O segundo turno da eleição foi feito entre dois candidatos de partidos que compõem o espectro de apoio ao governo de Temer. Não poderia ser diferente, dada a atual correlação de forças da Câmara. Nessa nova fase do pleito, surgiu a possibilidade de impor a derrota definitiva a Cunha e ao Centrão e as forças mais consequentes corretamente a aproveitaram. 

Não se pode esperar de Rodrigo Maia, o novo presidente, a adoção de uma pauta progressista nem um desalinhamento programático com o governo Temer, esta seria uma ilusão pueril. Mas sob sua presidência espera-se que possamos voltar a ter as regras do jogo respeitadas. Será uma vitória importante se a atual minoria puder lutar usando todas as garantias do regimento da casa, possibilidade fechada durante o mandato de Cunha. Mais importante do que isso, implodido o Centrão e cassado o seu líder, sem um bloco fechado de 200 deputados alinhados automaticamente e dispostos a tudo, a esquerda lutará em melhores condições contra a pauta nefasta do governo usurpador de Temer. 


Fonte: Vermelho

Vera Sá: O futebol nos une


Menino que torcia para Portugal consola torcedor francês após final da EurocopaMenino que torcia para Portugal consola torcedor francês após final da Eurocopa
A cena do francês em prantos chama a atenção. Ele olha para o telão e abre os braços, como quem pergunta, incrédulo: "Como isso foi acontecer?" No futebol, como na vida, só podemos ter certeza de uma coisa: nada é certo. Além da morte, claro. O pagamento de impostos também se encaixava nessa categoria, mas fatos recentes – e outros nem tanto – destruíram essa crença.

No vídeo, vemos o homem escondendo o choro, quando dedos quase infantis alcançam a mão adulta. A imagem se abre. Um menino com a camisa da seleção de Portugal está à frente dele, e oferece seu apoio.

O menino dá tapinhas no braço do francês, e fala. Com apenas 10 anos de idade, o jovem torcedor não sentiu a dor do jogo final da Eurocopa de 2004, quando a seleção de Portugal perdeu em casa para a Grécia. Mesmo assim, de modo voluntário, ele deixa sua posição de vitorioso para se colocar ao lado do outro, derrotado.

Os dois torcedores se abraçam, alegria e tristeza se tocam. O mais velho se afasta. O mais jovem olha para o telão, agita sua bandeira e sorri. Ele também se vai.

E o que fica para os que assistem ao vídeo?

Fica a certeza de que já estivemos nesses dois lugares: o do francês, aquele em que a aflição corrói a esperança à medida que o tempo passa e o sonho nos escapa; o do português, aquele em que a aflição cede lugar à euforia quando o inesperado nos alcança e o sonho se concretiza.

Fica também a certeza de que podemos ver além das nossas diferenças de idade, de origem étnica, de língua nativa, de times de nossa preferência, e de que podemos enxergar no outro o que temos em comum e caminharmos lado a lado, ainda que por breves momentos.

O Futebol nos une.

Confira no vídeo da BBC:


Confira o vídeo da SIC:

 

*Professora, tradutora e membro do Coletivo Futebol, Mídia e Democracia
Fonte: Vermelho

    Povo Kariri Xocó pede ajuda e solidariedade na luta pela suas terras


    Foto: Jornalistas Livres
      
    O governo interino de Michel Temer completa dois meses de gestão marcado por incontáveis retrocessos nas mais diversas áreas. Com as políticas indigenistas não foi diferente. O conflito tem se acirrado entre fazendeiros e povos indígenas que continuam a lutar por suas terras. Muitas áreas identificadas e delimitadas pela Funai ( Fundação Nacional do Índio) como “terra tradicionalmente ocupada pelos povos indígenas”, como preconiza a Constituição Federal, são invadidas e tomadas ilegalmente por não indígenas.

    Territórios já demarcados sofrem com a morosidade dos órgãos competentes na sua proteção.

    Os indígenas Kariri Xocó em Alagoas, no município de Porto Real do Colégio,constantemente tem alertado à situação de risco de sua terra Indígena. No últimos dias eles sofreram a terceira reintegração de posse de áreas já demarcadas em favor de fazendeiros e posseiros.

    A Rede de Apoio aos Kariri Xocó tem buscado auxiliar e contribuir na luta deste povo, pela garantia de políticas indigenistas de reconhecimento dos direitos indígenas. Entre suas ações compartilhou um texto sobre o atual momento, no qual relata a luta dos Kariri Xocó e a indignação com a falta de justiça.

    “ […] O povo Kariri Xocó continua na luta pelas terras já demarcadas. A justiça dos brancos e ricos é rápida para atender aos pedidos dos fazendeiros, mas lenta para reconhecer os direitos indígenas.

    Os Kariri Xocó venceram na 12ª Vara Federal de Alagoas (Arapiraca), mas os fazendeiros recorreram para o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (Recife).

    Desde o dia 09/10/2014 o recurso encontra-se com o desembargador relator, mas até hoje não foi julgado. Mais de um ano e nove meses de espera! Na verdade há décadas. … há 500 anos. Entretanto, quando os fazendeiros entram com pedidos de reintegração de posse são atendidos em alguns dias!

    Os fazendeiros que ocupam ilegalmente há mais de 10 anos o território indígena demarcado têm sido beneficiados por toda esta demora e ainda ganham ações pelo juiz regional de Arapiraca contra a ocupação dos indígenas em suas terras. Informações do Processo:

    TRF 5ª Região – APELAÇÃO CÍVEL (AC575560-AL) – Terceira Turma – PROC. ORIGINÁRIO Nº: 200780010002947 – Justiça Federal – AL – 12ª Vara Federal da Seção de Alagoas (Arapiraca) – RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO MACHADO CORDEIRO […] […] É contra esta e outras injustiças que os Kariri Xocó estão neste momento em mobilização e luta, ocupando rodovias que passam por suas terras. […]”

    No documento, a Rede de ajuda aos Kariri Xocó, pede apoio e solidariedade de todas e todos, especialmente dos movimentos sociais e de direitos humanos, exige ações dos órgãos competentes para homologar e entregar o território demarcado aos povos indígenas, que são considerados como parte integrante das terras e também reivindica a imediata suspensão da liminar na ação de reintegração de posse, nº Proc. 0800476-23.2016.4.05.8001, da 12ª Vara Federal de Alagoas (Arapiraca) e o julgamento imediato do Processo Nº: 200780010002947 pelo TRF da 5ª Região.


    Serviço:

    Contatos, via fone/whatsapp, dos indígenas Kariri Xocó, para os interessados em colaborar:

    Kajabi - (82) 998421951
    Pawanã - (79) 988274841
    Tawana - (82) 99957-2339.


     Fonte: Jornalistas Livres via Vermelho

    Unegro completa 28 anos com desafio de lutar contra os retrocessos


      
    Há 28 anos, no marco dos questionamentos dos 100 anos da chamada Abolição Incompleta, um grupo de jovens negros e negras fundava em Salvador a União de Negros pela Igualdade, a Unegro, com a missão de combater o racismo em todas as formas de manifestação, mas também de enfrentar as desigualdades de gênero e de classe.

    A Unegro tornou-se, ao longo do tempo, uma grande referência de combatividade e capacidade de construção de unidade no movimento negro brasileiro.

    Recém eleita presidenta da entidade, a baiana Angela Guimarães afirma que a Unegro completa 28 anos em uma conjuntura política de muitos desafios à população negra e aos movimentos sociais diante do golpe institucional em curso no país.

    "Fiel à sua missão de lutar contra o racismo em todas as suas formas de manifestação e também contra as desigualdades de gênero e de classe, a Unegro tem se empenhado em participar da resistência ao golpe e à retirada de direitos do povo na Frente Brasil Popular e na Convergência Negra. Assim, nossa expectativa imediata é ampliar a participação da população negra na derrota do processo de impeachment em curso resistindo a qualquer tentativa de retirada de direitos e defender uma plataforma antirracismo nas eleições 2016 em alinhamento às deliberações do nosso 5º congresso nacional realizado em junho último no Maranhão", avalia a presidenta da Unegro. 


    Do Portal Vermelho, Laís Gouveia, com informações da Unegro 

    Cerca de quatro mil imigrantes morreram este ano


    Barco de refugiados chega a ilha de Lesbos, na GéciaBarco de refugiados chega a ilha de Lesbos, na Grécia
    O relatório revela que entre os meses de janeiro e junho 3. 964 mil indivíduos perderam a vida ou desapareceram enquanto fugiam em diferentes partes do planeta.

    A cifra supera em 18% a do mesmo período de 2015, quando teve início a atual crise migratória, considerada a maior desde o final da Segunda Guerra Mundial.

    Considerada a rota mais perigosa, um total de 2.905 mil refugiados que tentavam chegar à Europa faleceram no mar Mediterrâneo. A maioria deles na passagem entre a África e a Itália, país que é a porta principal de entrada para o Velho Continente.

    Segundo o diretor da entidade, William Swing, medidas como o fechamento da rota dos Balcãs e o tratado de devolução de refugiados à Turquia, não diminuem o fluxo migratório; mas fazem surgir outras vias.

    O dirigente assinalou também que no mundo existem atualmente várias crises de refugiados, e conclamou que se dê atenção não apenas a focos como Síria e Afeganistão, mas também nos conflitos em nações como Iêmen, Iraque e Sudão do Sul.

    A OIM tem mais de 150 Estados membros e é a maior organização intergovernamental de ajuda.

    Desde o início do ano contabilizou a chegada à região europeia através do Mediterrâneo de mais de 238 mil refugiados, enquanto em 2015 registrou pouco mais de um milhão.


    Fonte: Prensa Latina via Vermelho

    Frente Povo sem Medo convoca manifestação nacional contra o golpe


      
     A frente convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (13), na Capital Paulista, no intuito de divulgar os próximos passos de enfrentamento ao governo Temer e a agenda de mobilizações de enfrentamento ao projeto golpista estabelecido no país.

    No início da coletiva, que contava com membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), RUA - Juventude Anticapitalista e a União Nacional dos Estudantes (UNE), foi apresentada uma declaração afirmando os eixos fundamentais da luta contra o golpe: Fora Temer, o povo deve decidir, defesa dos direitos e a radicalização da democracia.

    Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirma que, ao contrário do que a direita prega, os movimentos sociais intensificam suas manifestações em defesa da democracia, “aproximando-se do processo final do impeachment irão ocorrer crescentes ondas de manifestações, inclusive nas olimpíadas e também na votação do processo no Senado, se alguém achou que sairíamos das ruas, se enganou, quem está se desmobilizando cada vez mais são as forças que apoiaram o impeachment”.

    "Não queremos conflitos"


    A respeito da manifestação ser marcada no próximo dia 31 mesmo data do ato pró-golpista, Boulos garante que a intenção não é gerar conflitos, mas sim dar ao povo o direito à escolha, “queremos dar à população o direito de decidirem para onde ir, se querem participar do lado da turma chapa branca, financiada pelo PSDB e o DEM, ou se o povo quer participar de um ato contra um governo ilegítimo, que retira direitos do trabalhador. Temos que acabar com esse discurso hipócrita de que processo de impeachment combate a corrupção, metade do ministério do Michel Temer está envolvido na Lava a Jato e a outra metade em delação premiada”, alerta.

    Plebiscito e novas Eleições

    A diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, diz que, a defesa do plebiscito e novas eleições, “se faz necessária também para a discussão do modelo de projeto político brasileiro, o atual reflete, por exemplo, em um Congresso Nacional conservador, pautado pelo financeiro, queremos transformar essa lógica”, avalia. 


    Do Portal Vermelho 

    Jandira: Dilma está animada para reverter impeachment no Senado


      
    "Ela tem feito reuniões semanais com o conselho político. Eu estou achando Dilma muito bem. É impressionante a capacidade de resistência que ela tem. Ela foi forjada na dificuldade, né? Ela está animada, está indo bem com a rua, os movimentos, o Senado. Eu saí de lá animada. (...) Ela nos consultou sobre o manifesto que vai soltar. A visão dela é muito positiva do processo. E ela está muito bem, firme e tranquila. Está construindo uma agenda com o Senado."

    Segunda Jandira, Dilma calcula reverter o placar no plenário, onde precisa de mais seis votos, além dos 22 que já possui, para derrubar o pedido de impeachment. A votação na comissão especial, liderada por Antonio Anastasia (PSDB), já é contabilizada como uma derrota para os aliados da petista.

    Jandira também avaliou que a eleição de Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara expôs a divisão da base parlamentar do interino Michel Temer (PMDB) e, ocasionalmente, favorecerá a atual oposição.

    "A eleição expressa a falta de unidade da base do governo. A paz não vai reinar. Aumentou a fragmentação e a disputa na base do governo, o que, nesse aspecto, é bom para nós. Isso mostra que a gente pode, em alguns momentos, ganhar posições e afrontar decisões que prejudicam o País", explicou.

    Para Jandira, alas do PT, PCdoB e PDT, entre outros partidos, empurraram a candidatura de Marcelo Castro (PMDB), mesmo sob uma chuva de críticas à esquerda, para evitar que Eduardo Cunha (PMDB) emplacasse um aliado no comando da Câmara.

    A estratégia não deu certo mas, para a deputada, a eleição nao foi de todo ruim. "O ruim não é enfraquecer Cunha e o centrão. O ruim é fortalecer o PSDB e o DEM [que patrocinaram a eleição de Maia]. Mas essa é a cara da maioria da Câmara hoje. Não vejo como poderia ser diferente. Mesmo que unisse a esquerda inteira, não teria chances de vitória."

    Cassação de Cunha

    Jandira Feghali disse que o esperado é que os trabalhos da Câmara sejam "desacelerados" no segundo semestre, em função das Olimpíadas e, princialmente, das eleições. Os "recessos brancos" - semanas em que a Casa fica mais vazia porque os deputados estão em suas bases eleitorais - podem favorecer o ex-presidente Eduardo Cunha.

    Eleito novo comandante da Casa, Rodrigo Maia (DEM) fez um aceno a Cunha: disse que não vai marcar a data da sessão que deve cassar o mandato do parlamentar, e que pretende convocar a votação apenas quando a Câmara tiver quorum de cerca de 500 deputados. Isso, segundo ele, para dar "legitimidade" ao processo.

    Cunha trabalha justamente com a intenção de esvaziar as sessões da Câmara, na tentativa de negociar sua salvação. O deputado é réu em duas ações na Lava Jato e precisa manter o foro privilegiado para ser julgado na segunda turma do Supremo Tribunal Federal.

    Para Jandira, contudo, será muito difícil Maia empurrar a cassação de Cunha para depois da eleição. Ela disse que quando a Casa retornar do recesso que começa esta semana, essa demanda será cobrada. "Vamos pedir que ele coloque [a cassação] para votar no início de agosto."

    Eleição da Câmara

    Jandira convocou a imprensa, na tarde desta quinta (14), para explicar fazer um balanço dos trabalhos da minoria na Câmara e falar sobre seu posicionamento diante da eleição de Rodrigo Maia.

    Ela afirmou ter anulado o voto quando a disputa caminhou para o segundo turno entre Maia e Rogério Rosso (PSD), candidato favorito de Cunha e representante do "centrão".

    Contra Temer

    Jandira Feghali listou uma série de projetos "gravíssimos" que serão ou já foram apresentados pelo governo do interino Michel Temer. O principal, segundo ela, é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto dos gastos públicos, que abrirá portas para a privatização de estatais e serviços públicos.

    Segundo ela, Rodrigo Maia é muito mais alinhado com Temer "do ponto de vista ideológico" do que qualquer outro candidato, e certamente colocará em votação os projetos de interesse do interino.
     

     Fonte: GGN via Vermelho

    Pedalada de Dilma não é crime, confirma Ministério Público


      
    O procurador analisou seis tipos de manobra do governo Dilma, ouviu integrantes da equipe econômica e analisou auditorias do TCU e documentos das operações. De acordo com ele, as manobras não se enquadram no conceito legal de operação de crédito ou empréstimo, portanto, não seria necessário pedir autorização ao Congresso. As informações são do jornal paulista Estadão.

    O procurador concluiu, todavia, que as manobras visaram maquiar as contas públicas, principalmente em 2014, o que determinaria improbidade administrativa, um delito civil. O despacho diz que o governo não fez pagamentos nas datas acordadas, descumprindo contratos com bancos e que, em alguns casos, os atrasos em repasses tinham previsão legal e que as autoridades não tinham a intenção de fazer empréstimos ilegais.

    Na semana passada, o procurador já tinha arquivado um procedimento específico sobre o BNDES e, agora, arquiva todas as outras investigações de atraso em pagamentos com o mesmo entendimento, de que se trata de "inadimplemento contratual".

    “Não foram os aumentos nos volumes de débitos da União, surgidos a partir de 2013, que configuraram o crime de ‘operação de crédito sem autorização legislativa’. De modo que, desde o ano de 2000, esse crime vem sendo praticado e todos os seus praticantes devem ser responsabilizados ou nenhum o deve, no caso de se entender que não tinham conhecimento de que o tipo penal criado no ano de 2000 se amoldava àquela praxe preexistente e que permanecera até 2015 sem qualquer questionamento por parte das autoridades de controle”, disse o procurador, citando o TCU.

    Clique aqui para ter acesso à íntegra do despacho.


     Fonte: Jornal do Brasil via Vermelho

    quarta-feira, 13 de julho de 2016

    Brazil, capital Dallas: o país de Temer e Serra


      
    Negros desarmados mortos por policiais brancos compõem um postal da identidade norte-americana.

    Explosões de protestos contra a violência policial, como as deste final de semana, depois que dois negros foram assassinados nos EUA - um no Minnesota, terça, dia 5, e o outro 48 hs depois, na Luisiana, quinta-feira - desfrutam do mesmo estatuto.

    São standarts da terra da Coca-cola, assim como as freeways, a CIA, Hollywood --e o protecionismo disfarçado de livre comércio.

    Os dois casos ganharam singular evidencia graças a um fator que veio para ficar.

    Imagens impressionantes das mortes colhidas em celulares e viralizadas nas redes sociais, emprestaram dramaticidade testemunhal aos crimes, gerando um apelo convocatório de protestos com poder catártico imprevisível.

    Não por acaso, na noite da mesma quinta-feira, em meio a um protesto em Dallas, cinco policiais seriam assassinados por um ex- militar negro, ele também morto em seguida, explodido por um robô acionado por agentes da lei.

    Manifestações em diferentes pontos do país, neste final de semana, levaram o presidente Obama apelar para que se evite uma nova escalada de choques raciais, no momento em que o país vive uma das sucessões presidenciais mais polarizadas da história.

    Sugestivo desse apelo retórico que não sabe bem o que fazer com a essência do problema, temas explosivos como a exclusão social, o empobrecimento da classe média e o estreitamento das oportunidades para os fragilizados do sistema foram capturados pela agenda da extrema direita.

    Por vias tortas, coube ao ultraconservadorismo trazer para o centro da política a dissolução do sonho americano, após quatro décadas de políticas neoliberais no coração do mundo capitalista.

    Que essa encruzilhada se expresse pela boca de um bilionário assumidamente racista, como Donald Trump, reforça a impotência do centro político para lidar novos e velhos conflitos sociais e raciais.

    A sociedade mais rica plasmada pelas leis de mercado conseguiu eleger um presidente negro.

    Mas ele fracassou em transformar o simbolismo dessa vitória em uma era de maior convergência social e racial.

    Obama trombou com as leis de mercado.

    Mais precisamente, com as novas condições de enrijecimento social impostas pela concorrência global e a supremacia asfixiante do poder financeiro sobre os parlamentos, os partidos, a mídia, o Estado e a democracia.

    A engrenagem que lavou seus dois mandatos em um solvente de bom mocismo inócuo, alimenta agora a ressurgência da explosão racial nas ruas do país.

    A novidade reside menos na reiteração do conflito e, sobretudo, no fracasso da panaceia que exacerbou o que pr0metia superar.

    A anunciada redenção neoliberal iniciada com Reagan, e acelerada por Clinton, implodiu até a zona de conforto da classe média norte-americana, lançando uma luz pedagógica à disjuntiva enfrentada pela sociedade brasileira neste momento.

    Construir uma referência própria de desenvolvimento ordenada pela democracia social, ou resignar-se a uma réplica de segunda categoria da regressão social norte-americana, dispensando à maioria da população aqui, o limbo que os negros e pobres compartilham dramaticamente lá?

    Desenvolvimento dependente ou a soberania da justiça social?

    Não por acaso o discurso extremista, racista, xenófobo e protecionista vocalizado pelo bilionário Donald Trump capturou a ansiedade de 40% dos eleitores norte-americanos nesta corrida presidencial.

    A economia do país caminha a duas velocidades.

    Festeja-se uma recuperação anêmica, cuja expansão anualizada abaixo de 2% mantem-se rigidamente distante do salto dos 4%, preconizado há anos pelos otimistas.

    O consumo cresce, é verdade, o emprego também.

    Mas um dos principais patrimônios dos EUA, a classe média afluente, derrete.

    O paradoxo elucida a diferença entre a sociedade que aflora e aquela legada por Roosevelt, depois da guerra.

    Os empregos são de baixa qualidade.

    Os direitos –leia-se, a segurança social das famílias assalariadas—escasseiam.

    A precariedade é a nova lei de ferro.

    A curva de crescimento dos salários, comparativamente a dos lucros, mostra a relação mais baixa da história norte-americana.

    Apenas um, em cada sete adultos sem formação superior está empregado atualmente na maior potencial capitalista da história.

    Impera a anomia social irmã gêmea das explosões incontroláveis de revolta.

    As taxas de sindicalização despencam na razão direta da expansão da ferrugem nos cinturões industriais falidos, que Trump promete resgatar com doses de protecionismo que implodiriam a ordem mundial.

    No jornal Valor desta 2ª feira, o economista britânico Adair Turner, um moderado, mostra como o aparente bom senso da lógica neoliberal se traduz, na prática, em rupturas violentas da coesão econômica e social, gerando respostas aparentemente insensatas, mas revestidas de justificativa política.

    Ocorrências como Trump e o Brexit, no seu entender, demonstram o fracasso das elites em convencer os eleitores de que a livre circulação de capital, produtos e pessoas costuma ser boa para todos.

    ‘Na verdade, não é’, diz o britânico, ‘exceto se a liberação e a globalização forem acompanhadas de um equilíbrio na divisão da riqueza ampliada pelas novas práticas de mercado, que necessariamente produzem poucos vencedores e muitos perdedores.

    ‘No mundo inteiro houve muito pouco equilíbrio na divisão desse saldo’, adverte o economista.

    Turner, repita-se, um moderado, não avança na análise, mas o fracasso que sublinha reitera a incompetência do mercado e das vacas sagradas da desregulação para ordenar uma sociedade convergente razoavelmente inclusiva.

    Quem faz isso é a democracia, quando dotada de instrumentos para afrontar os impulsos socialmente destrutivos da lógica capitalista.

    Um dado resume todos os demais: após quatro décadas de fastígio neoliberal nos EUA, pessoas em idade de trabalhar compõem agora a maioria do contingente dependente do vale-refeição para sobreviver.

    Trata-se de uma ruptura de padrão.

    A norma, depois da depressão dos anos 30, era uma clientela predominante feita de crianças e idosos.

    Mas não é um ponto fora da curva:

    -o governo dos EUA gasta atualmente US$ 80 bi por ano com ajuda alimentar - o dobro do valor registrado há cinco anos;

    - desde os anos 80, a dependência de ajuda para alimentação cresce mais entre os trabalhadores com alguma formação universitária -- sinal de que sob a égide dos mercados desregulados, a ex- classe média afluente não consegue sobreviver sem ajuda estatal;

    - cerca de 28% por cento das famílias que recebem vale-refeição são chefiadas por uma pessoa com alguma formação universitária;

    - hoje o food stamps atende um de cada sete norte- americanos;

    - os salários baixos e a desigualdade foram responsáveis por 13% da expansão recente do programa – contra 3,5% entre 1980 e 2000;

    - pesquisas relativas ao período de 1979 e 2005 (ciclo neoliberal anterior à crise de 2008) revelam que 90% dos lares norte-americanos viram sua renda cair nesse período; apenas 1% das famílias ascendeu à faixa superior a meio milhão de dólares;

    - 21% dos menores norte-americanos vivem em condições de pobreza atualmente;

    O fato de Obama, ao longo de dois mandatos, não ter conseguido reajustar o salário mínimo norte-americano --congelado há 17 anos e 20% menor em termos reais do que o vigente no governo Reagan-- diz muito sobre a natureza de um sistema que gera poucos ganhadores e muitos perdedores, de que fala o britânico Turner.

    É nesse labirinto social claustrofóbico que os negros ocupam o corredor mais opressivo.

    O desemprego nos EUA em torno de 5% (quase pleno emprego) lambe os dois dígitos entre os negros e hispânicos.

    Negros formam 13% da população, mas representam mais de 40% da massa carcerária: um milhão, em um total de 2,5 milhões.

    No ano passado, 30% das pessoas mortas por policiais nos EUA eram negras, quase três vezes a participação negra na demografia do país.

    Nunca a desigualdade foi tão aguda.

    E jamais a probabilidade de que isso solape as bases da sociedade foi tão presente.

    Não é Sanders quem está dizendo.

    O desabafo é de autoria da contida presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, Janet Yellen.

    Os abismos sociais no núcleo central do capitalismo atingiram o ponto em que, segundo a discreta Yellen, os americanos deveriam se perguntar se isso é compatível com os valores dos Estados Unidos.

    ‘A desigualdade de renda e riqueza estão nos maiores patamares dos últimos cem anos, muito acima da média desse período e provavelmente maior que os níveis de boa parte da história americana antes disso’, afirmou, repita-se, a presidenta do banco central norte-americano.

    Alguém imagina um quadro graúdo do Itaú, como o interventor do golpe no Banco Central, dizendo isso por aqui?

    O descarrilamento social produzido pelo neoliberalismo na sociedade mais opulenta da terra espeta o carimbo da temeridade no coração da estratégia de golpista para o Brasil.

    Não invalida o fato de que o país precisa reconstruir a sua máquina de desenvolvimento.

    Deixa claro, no entanto, que essa não é obra a se terceirizar aos livres mercados, como percebeu tardiamente um Obama engessado em tibieza pessoal, mas não só nela.

    Numa economia longamente descarnada de sua base industrial, desfibrada por taxas de sindicalização operária as mais baixas da história, a correlação de forças reservou pouca margem de manobra ao primeiro presidente negro da sua história.

    O paradoxo da recuperação com desalento social não impediria a sua reeleição, mas o devolve à história como o Presidente que não conseguir estar à altura do seu tempo.

    Obama encerra seu ciclo à sombra de um bufão que melhor que ele consegue falar ao coração dos deserdados da esperança.

    A sabotagem parlamentar mais obscurantista da história enfrentada pelo democrata encontra equivalente na barragem legislativa que paralisou Dilma no Brasil.

    Uma aliança da escória com interesses plutocráticos descomprometidos da responsabilidade com a nação, e tão obscurantista quanto o Tea Party nos costumes, não hesitou em paralisar a economia e sacrificar a grande maioria da população para retornar ao poder sem o voto.

    ‘A economia precisa de um governo mais leve’, evoca a novilíngua do jornalismo de arrocho.

    Os conflitos raciais são a fumaça do vulcão que rumina no interior da sociedade mais rica da terra submetida a esse desígnio.

    Em um país em que tudo ainda está por fazer, e suficientemente pobre para que erros históricos se transformem em tragédias definitivas, a terceirização do desenvolvimento aos mercados envolve um risco vulcânica ainda maior.

    Devolver à democracia a prerrogativa de repactuar o passo seguinte da economia é a única apólice de seguro que resta à sociedade brasileira.

    Não é um projeto que empolgue a riqueza financeira.

    Esta já tem o seu país pronto: a taxa de juro real mais elevada do mundo.

    O golpe visa justamente reforçar as muralhas em torno dessa soberania.

    Raspar o tacho, ‘vender a mãe pátria’, como espetou o Papa Francisco na testa de seu conterrâneo, o presidente argentino amigo de Serra, Maurício Macri, é parte do arsenal bélico.

    Quem precisa de projeto de desenvolvimento é o povo, os excluídos, os pobres e negros nos EUA, a vasta maioria da população no Brasil.

    A resposta do golpe, ao contrário, pressupõe um congelamento real de gastos sociais que encolherá a participação relativa da saúde, da educação, das aposentadorias e outros direitos na divisão da receita em anos vindouros.

    O excedente subtraído ao bem-estar social, como já se disse neste espaço, será transferido ao bem-estar antissocial dos rentistas.

    Um círculo de ferro pretende dobrar a resistência democrática sob o peso do desemprego e do desmonte da nação feito a toque de caixa.

    Há um requisito: asfixiar o debate de uma agenda alternativa.

    É preciso impedir que a resistência democrática seja portadora de um projeto mudancista que fale às ruas, às periferias, aos bairros pobres, às famílias assalariadas, à juventude, à classe média democrática, à inteligência nacional, à cultura e ao empresariado produtivo.

    O medo desse efeito catalisador é indisfarçável.

    A supressão truculenta da publicidade estatal a toda mídia progressista é um sintoma dele. A sofreguidão para se aprovar a farsa do impeachment, outra. A barganha obscena com o interesse estrangeiro sobre as riquezas nacionais –pré-sal à frente—outra.

    Trata-se de criar fatos consumados, espremer, tanger os movimentos sociais, as centrais, partidos e organizações populares, obrigando-os a pensar pequeno.

    Obrigando-os a participar até o fim da farsa do impeachment

    Para desse modo obriga-los a admitir um futuro menor que o país.

    Que caiba em um orçamento menor que a população.

    Menor que as possibilidades e urgências da Nação.

    Menor que a ponte necessária entre a resistência democrática difusa e a repactuação ampla do desenvolvimento, feita de prazos e metas críveis negociadas com o conjunto da sociedade.

    Se pensar pequeno, se aquiescer à farsa, a resistência democrática corre o risco de se abastardar e acordar um dia em um país dizimado chamado Brazil.

    Cuja capital fica em Dallas.
     

    Fonte: Carta Maior via Vermelho

    Emir Sader: O golpe é a volta do capitalismo selvagem


    Ueslei Marcelino/Reuters
      
    Mesmo sendo um governo interino; mesmo tendo sido eleito vice-presidente com um programa radicalmente diferente; mesmo adotando o programa derrotado nas urnas quatro vezes sucessivamente; mesmo colocando em prática políticas dos governos Collor e FHC, fracassadas e derrotadas nos anos 1990, mesmo com tudo isso, o governo golpista avança na reinstalação do capitalismo selvagem no Brasil.

    Décadas de ditadura civil-militar e de governos neoliberais haviam instaurado no país, de forma plena, o capitalismo selvagem. Aquele que opera sem contrapesos, sem garantia de direitos, destruindo as formas de regulação estatal, jogando a massa dos trabalhadores no desamparo da ausência de carteira de trabalho e de normas de regulação das relações trabalhistas.

    Aquele capitalismo em que o emprego e os recursos para políticas sociais virão como subproduto da expansão econômica, se vierem um dia.

    Esse capitalismo selvagem fez do Brasil o país mais desigual do continente mais desigual do mundo. Fez do país uma presença permanente no Mapa da Fome no mundo. Fez da miséria, da exclusão e da desigualdade social um componente essencial do cenário do país, das ruas e praças, das favelas e das comunidades periféricas.

    Os governos desde 2003 buscaram colocar contrapesos, limites a esse capitalismo, que somente busca a maximização dos lucros das grandes empresas.

    Conseguiu recuperar a carteira de trabalho para a maioria dos trabalhadores, elevar os salários acima da inflação, distribuir renda ao mesmo tempo em que retomava o crescimento da economia e controlava a inflação.

    Não somente o país se tornou menos injusto, como a economia pôde voltar a crescer, com o papel do mercado interno de consumo de massas sendo essencial como fator de indução desse crescimento.

    Nas palavras de Lula, "pobre não é problema, é solução", porque dinheiro nas mãos dos pobres não vai para a especulação financeira e sim para o consumo, fortalecendo o circulo virtuoso que gera empregos, impostos, fortalece a previdência.

    O discurso e a prática econômica do golpe apelam para um diagnóstico catastrófico – que eles mesmos negam em outros momentos –, para justificar duros ajustes, cortes nos recursos públicos, privatizações, arrocho salarial, além de entrar de novo no circuito de endividamento externo.

    Na Argentina, se propaga o argumento de que a população vivia acima de suas possibilidades, de que houve uma espécie de farra do consumo, de viagens, e que agora teriam que pagar o preço, mediante ajustes que afetam diretamente o mercado de trabalho, os salários e os recursos públicos para políticas distributivas.

    É um discurso que se volta basicamente contra o Estado, porque é por meio do Estado que governos progressistas podem colocar limites à voracidade do capitalismo, sua busca incessante de lucros mediante a superexploração dos trabalhadores.

    É por meio da ação estatal que se garantem os direitos formais dos trabalhadores, o acesso da população ao sistema educacional e aos sistemas de saúde, entre outros tantos.

    Destruir a capacidade de regulamentação do Estado é a via mais direta de reinstalação do capitalismo selvagem. Daí a necessidade de desqualificar o Estado, criando no imaginário popular a associação entre Estado como agente de corrupção, de cobranças excessivas de impostos, de gastos sociais desproporcionais e despropositais, de desperdícios, de ineficiência etc.

    É em torno do sentido da ação do Estado que se dá, por isso, grande parte do debate político e ideológico sobre o futuro do país e da sua democracia.
     

    Fonte: Rede Brasil Atual via Vermelho

    Monopólio da comunicação é a mãe do golpe




    Fonte: Vermelho

    Vital Nolasco: o socialismo é a única alternativa para a humanidade


    Vital Nolasco afirmou que sua vida é dedicada à defesa da democracia, dos trabalhadores e do socialismo, objeto de uma dedicada leitura dos clássicos do marxismo. Para o operário, que nunca largou a militância na porta de fábrica e chegou ser eleito vereador da maior cidade do país, a humanidade merece um futuro melhor do que o imposto pelo capitalismo. Como exemplo da barbárie capitalista citou o drama dos refugiados que se espalham pela Europa e são maltratados pelos governos e por uma parcela da população influenciada pela onda conservadora que assola o Velho Continente . Vital afirmou que para construir um futuro melhor para a humanidade a única alternativa é o socialimso.

    Assista à conversa de Vital Nolasco com o editor do Portal Vermelho, Inácio Carvalho:

     

    Fonte: Vermelho

    Dois meses de governo: Temer prepara o maior desmonte do Brasil


    Mesmo sendo interino – pois Dilma Rousseff, eleita em 2014 com 54,5 milhões de votos, mantém a titularidade da presidência da República – Temer age com a desenvoltura de um presidente efetivo e deu início ao maior desmonte do Estado já visto na história.

    Recentemente o ocupante do ministério da Fazenda, Henrique Meirelles, revelou à imprensa os planos deste governo impostor cujo objetivo é destruir a Constituição Cidadã. Ele falou em “um esforço extraordinário” que consiste em cortes na saúde e na educação, na privatização de empresas estatais, e no aumento de impostos. Mas não disse que este esforço será jogado nas costas do povo e dos trabalhadores...

    Michel Temer também eliminou a política externa independente e autônoma, e age contra a Petrobras e a exploração soberana e sob controle nacional do pré-sal, que pretende abrir para empresas privadas – principalmente dos EUA. 

    Colocou em prática um extenso rol de medidas radicalmente neoliberais, para favorecer apenas aos muito ricos, à especulação financeira, ao rentismo e ao imperialismo.

    Imediatamente após sua investidura como presidente interino, Temer cortou ministérios importantes e enfraqueceu outros, além de criar o chamado Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) destinado a privatizar o patrimônio público. 

    A pretexto de “economizar”, Temer extinguiu os ministérios da Cultura, de Ciência e Tecnologia, dos Direitos Humanos, e acabou com a representação, no primeiro escalão do governo, das mulheres, juventude e negros. 

    Eliminou organismos de combate à corrupção do governo, como a Controladoria-Geral da União (CGU). Na área social, acabou com o corpo técnico do Fórum Nacional de Educação (FNE) – uma instituição que coordenava as Conferências Nacionais de Educação e acompanhava o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação. 

    Tudo aquilo que foi feito durante os governos Lula e Dilma, para criar melhores oportunidades para todos, está sob risco. O orçamento do Ministério da Educação, por exemplo, foi multiplicado por três, passando de R$ 43 bilhões em 2002 para R$ 131 bilhões em 2015.

    Os golpistas têm a pretensão de impor seu programa neoliberal a qualquer governo nos próximos 20 anos. Querem inscrever na Constituição um teto máximo para os gastos nas áreas sociais, entre elas a saúde e a educação, obrigando os próximos governos a se manterem dentro do rígido neoliberalismo representado pela PEC 241, que tramita na Câmara dos Deputados. Ela pretende limitar os gastos públicos até 2037 e, caso seja aprovada, vai simplesmente rasgar a Constituição e inviabilizar, entre outras coisas, os esforços para assegurar uma educação de qualidade para todos. Inviabilizará o SUS, atendendo aos interesses das empresas que vendem convênios médicos a altos preços e mau atendimento. E vai por aí...

    Os gastos públicos que a PEC malsinada abrange são aqueles voltados às áreas sociais e de investimento do governo. As despesas oficiais com pagamento de juros e amortização da dívida (que interessam aos grupos financeiros dominantes) ficam fora desse controle e podem se expandir à vontade. 

    O desmonte do Estado levado a ferro e fogo contra os interesses da nação tem alvo certo, sendo mais radical do que o neoliberalismo já praticado no país e que se julgava superado devido às derrotas eleitorais que sofreu desde 2002. 

    Este alvo é formado por empresas que pertencem ao patrimônio nacional e são estratégicas para a retomada do desenvolvimento. Empresas como a Caixa Econômica Federal, a Eletrobrás, o Banco do Brasil e a Petrobras. Querem o desmonte do projeto soberano de desenvolvimento, e pretendem permitir que empresas estrangeiras atuem na estratégica área de reatores nucleares.

    Tudo isso faz parte do sonho privatista da ganância neoliberal e rentista e das exigências imperialistas às quais o governo interino se subordina.

    Privatizar tudo o que puderem. Eliminar direitos trabalhistas e sociais. Reduzir e praticamente acabar com a aposentadoria na pretendida reforma da Previdência. Impor a pauta conservadora e direitista. Querem mudar a lei de menoridade penal e acabar com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Restringir os direitos da mulher. Eliminar direitos da comunidade LGBT. Pôr fim à educação livre e crítica impondo temas de orientação religiosa (contrariando a Constituição inclusive). Abalar a soberania nacional impondo o realinhamento com os EUA. 

    Este é o caminho que o impopular Michel Temer e os golpistas querem impor ao país. São dois meses de destruição do Estado, do governo e dos direitos sociais. E de volta ao passado anterior à Constituição de 1988. Os brasileiros permitirão este retrocesso? Esta é a pergunta que cabe, num primeiro passo, ao Senado que julgará o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff. 

    A resposta dos brasileiros já é conhecida – ela está nas ruas das cidades de nosso país e também no exterior. E exige alto e bom som: Fora Temer! 


    Fonte: Vermelho

    Unasul: Saída democrática só com volta de Dilma ou novas eleições


      
    O secretário-geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), Ernesto Samper, disse nesta terça (12), em evento no Rio de Janeiro, que o Brasil precisa retomar a continuidade democrática e a governabilidade para sair da crise política. Samper participou da sétima edição do Café Unasul, espaço alternativo em que se reúne com jovens universitários e professores para debater temas como educação, direitos humanos, meio ambiente, trabalho e segurança.

    Crítico do afastamento da presidenta Dilma Rousseff, o colombiano disse que a Unasul condenou o impeachment pela “forma como estava ocorrendo o processo de destituição” e destacou que a entidade continua reconhecendo a petista como presidenta constitucional do país.

    Para Samper, qualquer saída para a crise política do país deve assegurar a continuidade democrática e avançar “na capacidade de governabilidade que o Brasil precisa”. Segundo ele, essas condições seriam respeitadas com a volta de Dilma ao poder ou com a antecipação das eleições presidenciais.

    “Se a presidenta e o vice-presidente [presidente interino, Michel Temer], num gesto patriótico, fizessem um acordo nacional para acertar essa eleição, o presidente da Câmara, que será eleito nos próximos dias, poderia assumir o cargo de presidente da República temporariamente até que se celebrem as eleições”, sugeriu.

    Apesar da instabilidade política no Brasil, Samper disse que a atuação da Unasul no país, que envolve 12 conselhos setoriais, segue normalmente com os ministros indicados pelo governo interino.

    Café Unasul

    Samper disse que o evento com estudantes pretende discutir o projeto político da região. As ideias debatidas serão catalogadas por um grupo de professores de uma universidade da região, que fará um perfil com as opiniões sobre esses temas.

    No ano passado, o encontro ocorreu no Equador, Peru, Colômbia e duas vezes na Argentina. Este ano, o evento passou pela Bolívia e ocorre pela primeira vez no Brasil, organizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    O reitor da instituição, Roberto Leher, destacou a importância da integração do continente nas áreas de ensino e pesquisa. “Temos a associação das universidades do grupo de Montevidéu, que reúne 32 universidades da América do Sul, e estamos debatendo nesse momento possibilidades de intercâmbio de estudantes, de dupla diplomação em alguns cursos, de mobilidade de estudantes também na pós-graduação, com a possibilidade do que nós chamamos de cotutela. Eu por exemplo, como professor da UFRJ, poder orientar um estudante da universidade de Buenos Aires e assim sucessivamente.”

    Para Leher, as pesquisas em áreas estratégicas como aquecimento global e fármacos têm importância transnacional e por isso exigem parcerias. “Não vamos resolver, por exemplo, aquecimento global apenas no Estado brasileiro, nós precisamos ultrapassar esse campo de pesquisa. O problema do mosquito da dengue, zika, chikungunya, não reconhece fronteiras nacionais. Então precisamos desse esforço de pesquisa capaz de capilarizar com as universidades latino-americanas em temas muito estratégicos, como fármacos, insumos para o Sistema Único de Saúde”, disse.
     

    Fonte: Vermelho

    Vaquinha para Dilma denunciar o golpe bate recorde; contribua também!

    Não satisfeito em promover um golpe de Estado no país, Michel Temer vem tentando inviabilizar de todas as formas que Dilma Rousseff denuncie o processo de impeachment ilegal que à afastou do poder, negando à presidenta o seu deslocamento feito por aeronaves da FAB. 

      
    Contrárias as retalhações políticas vivenciadas por Dilma, duas amigas que dividiram cela com a presidenta durante a ditadura militar, resolveram iniciar uma vaquinha on-line, com o intuito de angariar fundos para o seu deslocamento.

    "Medidas coercitivas com a presidenta Dilma são absurdas e ilegais, como um governo desse tira o direito de mobilidade da presidenta" denuncia Guiomar Silva Lopes, uma das idealizadoras do projeto.

    Em apenas duas semanas, a vaquinha intitulada "Jornada pela Democracia" que se encontra disponível para contribuição na plataforma "Catarze" , bateu todos os recordes e arrecadou R$ 370 mil em 24h, ultrapassando as marcas anteriores de maior número de apoiadores e maior valor arrecadado.

    Em duas semanas, o projeto já arrecadou mais de R$ 730 mil sendo que o atual recordista arrecadou cerca de R$ 1 milhão em cinco meses de campanha. O objetivo agora é é levantar mais de R$ 1 milhão até a próxima sexta (15), batendo o recorde sul-americano de arrecadação em plataformas de financiamento coletivo.

    Como contribuir?

    Para contribuir é fácil e rápido. Confira no vídeo abaixo como fazer a sua doação

     

    O interessado poderá doar entre R$ 10 e R$ 5 mil.

    A prestação de contas detalhada será apresentada, periodicamente, no sitewww.dilma.com.br.
    Do Portal Vermelho, Laís Gouveia, com informações de agência

    Estudo da CONTAG mostra que não há déficit na Previdência Social

    FOTO: César Ramos

    Dados analisados no estudo realizado pela CONTAG “Previdência Social Rural: Potencialidades e Desafios” apontam que não há déficit na Previdência Social, integrada ao sistema de Seguridade Social. Os dados vêm de estudos do (IPEA), do (Dieese) e da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Anfip), que analisaram dados da Previdência Social, da Receita Federal, do IBGE, de estudos acadêmicos e diversas outras fontes de pesquisa, que trouxeram questões técnicas e números atualizados sobre a Seguridade Social do Brasil. O estudo foi lançado na manhã de hoje (7) durante seminário realizado na sede da CONTAG, em Brasília. O conteúdo completo do estudo você pode ver aqui.
    Setores do governo que alegam a necessidade de ajustes que prejudicam os trabalhadores e trabalhadoras, especialmente os rurais, trabalham apenas com a conta simplificada de Receitas previdenciárias menos Custos com Benefícios - um dos dados mais divulgados é que em 2015 a receita da Previdência Social foi de R$ 350 bilhões, enquanto foram pagos R$ 436 bilhões, resultando em um suposto déficit de quase R$ 86 bilhões. 
    Mas é preciso saber que a Seguridade Social é custeada por recursos dos orçamentos da União, de estados e municípios, e das contribuições sociais – a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins), a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), a Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS/PASEP) e também de receita de concursos e prognósticos (jogos de loteria). No entanto, a renda total da Seguridade Social é drenada pelo desvio (previsto na Constituição) de 20% da Desvinculação de Recursos da União (DRU), das desonerações da folha de pagamentos de vários setores da economia, e da sonegação de impostos. Se contarmos com todas as fontes de recursos que devem ser destinados para garantir a execução dos direitos dos cidadãos brasileiros previstos na Constituição Federal de 1988, a Seguridade Social é superavitária.

    As desonerações da receita da Seguridade Social entre 2007 e 2015 somam R$ 715 bilhões. Somados à previsão de R$ 142 bilhões para 2016, o total chega a R$ 857 bilhões. Além disso, os dados consolidados apontam que, entre 2008 e 2014, foram desvinculados por meio da Desvinculação de Recursos da União (DRU) quase R$ 270 bilhões. 

    É preciso chamar a atenção também para a imunidade concedida ao agronegócio exportador. Entre 2009 e 2014, a Seguridade Social deixou de arrecadar R$ 19,9 bilhões devido à desoneração de exportação da produção rural feitas por pessoas jurídicas. As estimativas para 2015 e para 2016 apontam para a cifra de R$ 11,8 bilhões. Essa informação é importante quando aliada ao fato de que os produtores rurais pessoas físicas – o segurado especial – estes sim contribuem para a Previdência Social com 2,1% do valor de cada venda de sua produção. No entanto, o repasse dessa arrecadação deve ser feito pela empresa que comprou os produtos, e, devido à falta de controle não é possível acompanhar a real destinação desses recursos. A CONTAG luta há pelo menos uma década pela efetivação do Cadastro do Segurado Especial junto ao INSS, que dará a possibilidade do governo rastrear o quanto os trabalhadores rurais pagam e quanto é efetivamente repassado para o Estado. Afirmar que os trabalhadores e trabalhadoras rurais não contribuem para a Previdência Social é uma distorção das informações.
    A sonegação de impostos e a inadimplência são responsáveis ainda pelo déficit de R$ 35 bilhões somente em 2016. Se somarmos aos quase R$ 375 bilhões inscritos na dívida ativa da União, chegamos a uma perda de arrecadação enorme, quatro vezes maior que o suposto “déficit” registrado pelo (Regime Geral da Previdência Social (RGPS) em 2015.
    A questão da idade mínima
    Os impactos de uma Reforma da Previdência que modifique a idade mínima para os trabalhadores(as) rurais serão muito graves. Historicamente sabemos que, no campo brasileiro, o trabalho começa muito cedo. Estudos do IPEA apontam que, ainda em 2014, 70% das mulheres e 78% dos homens começaram a trabalhar antes dos 14 anos de idade. Atualmente, a idade mínima para a aposentadoria de mulheres rurais é de 55 anos e a de homens é de 60 anos. São, em média, mais de 40 anos trabalhando para, na fase final da vida, ganhar um salário mínimo. É preciso levar em consideração ainda as condições duras, e muitas vezes degradantes do trabalho rural, muito diferentes da maior parte das profissões urbanas. 
    É preciso considerar ainda a questão cultural de gênero, que aponta que a mulher rural tem muitas vezes três turnos de trabalho: na produção agrícola, o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos ou de pais e parentes idosos(as). Baseados nos números na Previdência Social do término de recebimento dos benefícios, o IPEA apurou que as mulheres rurais vivem, em média, seis anos a menos que as mulheres urbanas e cinco anos a menos que o homem urbano e o próprio homem rural. 
    Por isso, a ideia de igualar a idade mínima de aposentadoria entre homens e mulheres rurais e urbanos para 65 anos, como se aponta nas discussões governamentais sobre o tema, é desconsiderar questões sociais básicas e diferenças entre as condições de trabalho das diferentes categorias profissionais. Os dados do IBGE apontam para o envelhecimento da população e o aumento na expectativa de vida da população, o que efetivamente demandará mudanças no sistema de distribuição de benefícios. Mas é preciso considerar também a existência de categorias profissionais que recebem benefícios muito maiores que o salário mínimo e que se aposentam com valores integrais, além de outros benefícios vitalícios que podem ser reavaliados, mas não são postos em discussão. É preciso rever a política que vê o dinheiro utilizado com a parte mais pobre da população apenas como custo, e não como investimento no desenvolvimento do Brasil.
    Importância dos benefícios da previdência para a economia nacional
    Em cerca de 71% dos municípios brasileiros os valores transferidos pelos benefícios da Previdência Social são maiores que aqueles repassados pelo Fundo de Participação dos Municípios. As aposentadorias e benefícios são fundamentais para movimentar a economia do País e também significam uma poderosa política de redistribuição de renda – 68% dos benefícios da Previdência Social são destinados a municípios com até 50 mil habitantes.

    A desvinculação dos benefícios da Previdência Social ao salário mínimo também tem grande impacto na economia dos munícipios, mas, principalmente na redução da pobreza e da desigualdade de renda. A vinculação foi realizada em 1998, e, juntamente com as políticas de valorização do salário mínimo realizadas a partir de 2003, tiveram como consequência a redução do percentual de pobreza de 52,9% da população em 2003 para 24,2% em 2014. A desvinculação do valor dos benefícios previdenciários em relação à valorização real do salário Mínimo tronará o sistema previdenciário muito menos eficiente na função de combate à pobreza e a desigualdade de renda, aumentando o contingente da população pobre na área rural.
    Permanência no campo e garantia de saúde
    Para o assessor de Políticas Sociais da CONTAG e um dos coordenadores do estudo, Evandro Morello, a reforma da Previdência tal como delineada pelos atuais interesses econômicos desestimula a permanência dos jovens no campo, um desafio para a sucessão rural, determinante para o fortalecimento da agricultura familiar no Brasil hoje e no futuro. “A agricultura familiar tem papel fundamental na segurança e soberania alimentar na sociedade, e a garantia da Previdência Social é um fator importante para que o êxodo de jovens para as cidades não se intensifique ainda mais”, afirmou Morello.

    O especialista apontou que as propostas de Reforma da Previdência que já são discutidas desde o governo de Dilma Rousseff não consideram a questão da luta contra a sonegação fiscal e as legislações que tramitam no Congresso Nacional para beneficiar os sonegadores. “Além disso, quando foram aprovadas as propostas de desoneração de empresas, não foram criadas contrapartidas, como a manutenção de empregos. A desvinculação de receitas da DRU é de 20%, mas a PEC 004/2015 quer aumentar esse percentual para 30%. Uma maior desvinculação será justificativa para mais cortes, que não seriam necessários”, afirma Evandro Morello.
    Ele aponta ainda a importância de investir em políticas preventivas de saúde. “Hoje 18% das aposentadorias são por invalidez. São mais de R$ 40 bilhões gastos com esse tipo de aposentadoria. Isso significa que não há investimento em saúde preventiva nem em seguranças do trabalho. Além disso, mais de 50% dos pedidos de benefícios do INSS são de auxilio doença, que representam também um gasto enorme com o sistema de Previdência Social. Empresas e governos municipais, estaduais e federal precisam investir em prevenção, que sai muito mais barato do que gastar com trabalhadores que perdem sua capacidade de trabalho devido a péssimas condições de trabalho e de vida”, argumenta. Morello destaca que são necessárias políticas de reabilitação profissional para reintegrar ao mercado de trabalho as pessoas afastadas por incapacidade, medida importante em um contexto de reavaliação das contas da Previdência Social.
    Luta firme pela garantia de direitos

    Para o presidente da CONTAG, Alberto Broch, é necessário debater as reformas, mas é importante ter dados para garantir que os trabalhadores e trabalhadoras rurais não paguem a conta dos reajustes, especialmente se existem diversos meios de equilibrar paulatinamente as contas. “Nós temos uma grande responsabilidade de resistência e insistência nessa luta, porque nela estão envolvidas grandes conquistas. A Previdência Social tem quase 100 anos e é a primeira vez que se acaba com o ministério da Previdência e o colocam dentro do Ministério da Fazenda, encarando o tema como uma questão meramente matemática. Estamos atentos a esse grande perigo e fizemos, no dia 16 de junho, grandes mobilizações, paramos dois ministérios porque não aceitamos a perda de direitos nem a perda dos dois ministérios do Desenvolvimento Agrário nem o da Previdência”, afirma Alberto Broch.
    O secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves, apontou a importância do estudo para dar subsídios para a luta não apenas para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais nos municípios e estados, mas também para todos os movimentos de defesa dos trabalhadores, e instituições da sociedade civil. “Nos debruçamos sobre muitos estudos e dados para que nossos argumentos contra a Reforma da Previdência que se desenha sejam fortes e impeçam a perda de direitos dos agricultores e agricultoras brasileiros, e ampliem e fortaleça as políticas públicas que garantam mais qualidade de vida para todos (as) eles(as)”, afirma José Wilson.
    Além dos especialistas que participaram do estudo - Marcelo Galiza, do IPEA, e do assessor da secretaria de Políticas Sociais da CONTAG, Evandro Morello - o seminário contou com a presença da diretoria da CONTAG, de diretores das Federações de Trabalhadores Rurais do Distrito Federal, de Goiás e de Rondônia, do vice-presidente de assuntos da seguridade social da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Anfip), Décio Bruno Lopes, do ouvidor geral da Previdência Social, do coordenador da Frente Parlamentar da Previdência Rural, deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS), do coordenador da Frente Parlamentar Mista da Previdência Social, deputado Assis do Couto (PDT-PR), de representante da coordenação da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, da vice-presidente da CUT, Carmen Foro, da secretária dos rurais da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Maria Silvana Moura, além de representantes de movimentos sociais como MAB, MMC, MMLT, e outros.
     
    FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto

    terça-feira, 12 de julho de 2016

    Vaquinha para custear viagens de Dilma caminha para dobrar a meta


    Roberto Stuckert Filho
      
    Segundo informações do Estadão, Dilma ainda terá de arcar com os custos da administração do site Catarse, que cobra 13% do que for angariado, além de pagar 4% em impostos.

    As criadoras da campanha são duas amigas da presidente afastada, Guiomar Lopes e Celeste Martins, que lutaram na ditadura militar ao lado de Dilma.

    A iniciativa foi adotada após o governo interino de Michel Temer decidir cortar as viagens de Dilma com aviões da Força Aérea Brasileira. O presidente em exercício alega que Dilma não precisa se deslocar fora do eixo de sua residência em Porto Alegre.

    Dilma tem programado viagens para denunciar o "golpe" do impeachment.
     

    Fonte: Jornal GGN via Vermelho