sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Brasil Debate: FHC e o ódio à democracia

 FHC disse que o PT cresceu nos grotões porque tem voto dos “desinformados”O filósofo Jaques Rancière em seu livro “O ódio à democracia”, recém-lançado no Brasil, lança luz sobre a resistência das elites às aspirações de poder da população.

Publicado no Brasil Debate


Agência Brasil
 FHC disse que o PT cresceu nos grotões porque tem voto dos “desinformados”
Segundo ele, as oligarquias, seus ideólogos e especialistas julgam conhecer os mecanismos adequados para a condução de um governo democrático. Quando a legitimidade popular colide com o consenso oligárquico, trata-se da ignorância. “Se a ciência não consegue impor sua legitimidade é por causa da ignorância. Se o progresso não progride é por causa dos retardatários.”

No fundo, a grande aspiração da oligarquia é “governar sem povo, isto é, sem divisão do povo: governar sem política. E permite ao ‘governo científico’ exorcizar a velha aporia: como a ciência pode governar aqueles que não a entendem?”.

Em entrevista concedida ao Portal UOL, Fernando Henrique Cardoso afirmou que o PT cresceu nos grotões porque tem voto dos “desinformados”.

Como sociólogo ou como ex-presidente da República, tal declaração é lamentável. FHC deveria ter mais respeito pela democracia e pelos 41,6% de eleitores brasileiros que votaram em Dilma no primeiro turno.

Ao chamar algumas regiões brasileiras de “grotões” e dizer que sua população é “desinformada”, FHC parece considerar o voto dessas pessoas como ilegítimo. Ao fazê-lo, ignora que muitas dessas pessoas decidem seu voto com base naquilo que existe de mais concreto: suas vidas. Seria isso desinformação do povo? Ou elitismo e regionalismo por parte de FHC?

Como mostra André Singer (em “Os sentidos do lulismo. Reforma gradual e pacto conservador”, Companhia das Letras, 2012), ao longo de muitos anos, esse eleitor pobre, desqualificado por FHC, foi uma das importantes bases eleitorais de partidos conservadores, como o PSDB.

Entretanto, o grande avanço das políticas sociais (ver AQUI) levou o Estado às camadas mais simples da população. Isso ofereceu a este grupo social uma melhora substancial no padrão de vida, naturalmente criando um senso de identificação com um projeto que pela primeira vez os olhava e os beneficiava.

A dimensão regional também assume papel importante. O PIB per capita tem crescido mais nas regiões Norte e Nordeste (ver AQUI), que são as regiões mais pobres no Brasil. Ao contrário de desinformadas, pode-se dizer o contrário: as pessoas dessa região estão muito bem-informadas sobre a melhora objetiva de suas condições de vida.

Portanto, chamar o voto do pobre de desinformação é negar a identificação do povo com um projeto, ou seja, negar sua capacidade de identificar seus interesses, além de ser incompatível com uma sociedade republicana e democrática.


Fonte: Vermelho

ONU aponta Brasil com maior número de cidades “resilientes”

Entre as cidades brasileiras, estão capitais como Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM), e pequenas cidades, como Talismã (TO) e Barra Velha (SC). 

Ministério da Integração
Entre as cidades brasileiras, estão capitais como Recife (PE), Belo Horizonte (MG)
e Manaus (AM), e pequenas cidades, como Talismã (TO) e Barra Velha (SC). 

Com 282 municípios participantes, o Brasil é hoje o país com maior representação na campanha “Cidades Resilientes”, da Organização das Nações Unidas (ONU). São consideradas resilientes as cidades que têm capacidade de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente e organizada dos efeitos de desastres, assim como prevenir a perda de vidas e bens. 

A iniciativa foi lançada em 2011 pelo Ministério da Integração Nacional em parceria com o escritório da ONU para Redução de Riscos de Desastres. O Brasil ficou na frente da Áustria (com 280), Líbano (254), Itália (130), Índia (130), Filipinas (113), Coreia do Sul (109), Ilhas Canárias (80), Sérvia (50) e Sri Lanka (47).

A finalidade da campanha é aumentar o grau de consciência e compromisso em torno das práticas de desenvolvimento sustentável, como forma de diminuir as vulnerabilidades e propiciar o bem estar e segurança dos cidadãos. Entre as cidades brasileiras, estão capitais como Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM), e pequenas cidades, como Talismã (TO) e Barra Velha (SC).

Segundo o promotor da campanha no Brasil, Sidnei Furtado, o papel do ministério é sensibilizar e apoiar os estados e municípios a aderirem a esse movimento. “A construção de uma cidade resiliente envolve dez providências a serem implementadas por prefeitos e gestores públicos locais. Cinco delas têm como origem as prioridades estabelecidas em 2005 pelo Marco de Ação de Hyogo, quando 168 países, incluindo o Brasil, se comprometeram a adotar medidas para reduzir o risco de desastres até 2015″, explica Furtado.

As cidades estão executando etapas solicitadas pela ONU. Entre elas, criar programas educativos e de capacitação em escolas e comunidades locais, cumprir normas sobre construção e princípios para planejamento e uso do solo, investir em implantação e manutenção de infraestrutura que evitem inundações, e estabelecer mecanismos de organização e coordenação de ações com base na participação de comunidades e sociedade civil organizada.

Da Redação do Vermelho em Brasília
Com informações do Ministério da Integração

Mobilização total de forças e mensagem clara, a chave da vitória

A campanha do segundo turno da eleição presidencial, de curtíssima duração, começou com intensidade e elevado grau de conflitualidade política. Nela, dois aspectos se destacam: a mobilização total da militância, dos aliados e do povo e a nitidez da mensagem política. Em ambos, as forças progressistas levam vantagem. 

Criar uma onda vermelha em todo o país, construir a vitória com uma agenda intensa de atividades diárias, fazer uma campanha cara a cara, olho no olho, conversando com o eleitor, esclarecendo suas dúvidas, desmontando preconceitos, refutando mentiras, afirmando as ideias-força que levaram a maioria do eleitorado a votar em Dilma no primeiro turno – são as tarefas do cotidiano até 26 de outubro, de todos os que têm verdadeiros sentimentos de patriotismo e alimentam ideais de progresso social. O tempo é curto, a vitória precisa ser construída em cada minuto. 

Mais de 10 mil militantes lotaram nesta quinta-feira (9), a quadra do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo, numa plenária de mobilização. Sob o comando de Lula, que se mostrou otimista, vibrante, enérgico, sorridente e lúcido, a militância do PT, do PCdoB, outros partidos aliados, movimentos sindicais, juvenis e populares, foi dada a arrancada para vencer também em São Paulo, estado onde se concentra a classe operária e em que, no enfrentamento de uma classe dominante reacionária e opressora, sempre existiu um pulsante movimento popular e de trabalhadores. 

Desde a terça-feira (7), quando se reiniciou a campanha do segundo turno da eleição presidencial, a presidenta Dilma Rousseff não tem feito outra coisa senão mobilizar o povo, a militância, as forças políticas aliadas. Em caminhadas e plenárias que realizou no Piauí, na Bahia, em Sergipe e Alagoas, a candidata vitoriosa no primeiro turno tem deixado uma mensagem de esperança, luta e vontade de vencer, em nome da construção de um Brasil democrático, soberano, desenvolvido e socialmente justo. 

É este o papel de todas as forças políticas e sociais de esquerda, democráticas e populares. Mobilização e concentração total de forças, numa campanha que tem caráter e sentido histórico, porque está em jogo o presente e o futuro do país, estão em questão as conquistas sociais alcançadas com ingentes sacrifícios ao longo dos últimos 12 anos, em xeque o desenvolvimento nacional, a soberania e o papel integrador, solidário e pacifista do Brasil no mundo. 

As primeiras plenárias e o programa inaugural de TV mostraram que não faltará à campanha pela reeleição da presidenta Dilma um só partido, organização do movimento social, deputado, senador e governador eleitos no primeiro turno. Não há tarefa maior do que cumprir este compromisso básico com a nação, até por coerência política e demonstração de fidelidade aos alinhamentos políticos nacionais. É indispensável que as forças progressistas dediquem o máximo empenho à conquista da vitória em 26 de outubro próximo, sem o que não será possível continuar avançando no rumo iniciado por Lula e continuado por Dilma, o povo e as forças aliadas. 

Quanto à mensagem, o principal é evidenciar o contraste entre os dois projetos. “Esta não é uma campanha entre Dilma e Aécio. É uma campanha entre duas propostas de país, de duas propostas de sociedade para o futuro. Uma representa a dependência de um modelo neoliberal em que o FMI dava palpite. É trazer de volta um sistema financeiro que quer ganhar sem investir na produção, é trazer de volta a ideia de que a universidade é para poucos”, ressaltou Lula na plenária de São Paulo. “O que está em jogo é um modelo de país”, afirmou a presidenta Dilma no primeiro programa de TV do segundo turno. 

Na era em que foi governado pelo PSDB, o Brasil quebrou três vezes. Foi a era do arrocho salarial, do desemprego, da falta de investimentos na área social e na infraestrutura, época das privatizações, do Estado mínimo, do império do capital financeiro, da submissão às potências internacionais, do entreguismo e da desbragada corrupção. 

A mensagem das forças progressistas não pode ser outra. O povo brasileiro não quer a volta a esse passado de trevas. Quer, isto sim, as mudanças necessárias para continuar avançando, elevando seu padrão de vida, aprofundando a democracia, consolidando a soberania da pátria. Quer reformas, grandes reformas, reformas estruturais democráticas, transformações sociais, mudança no modelo econômico, uma política econômica e financeira em que o imperativo seja o desenvolvimento nacional com justiça social, e não o lucro máximo do capital financeiro nacional e internacional.

Não há mensagem mais clara do que a emitida pela própria presidenta e candidata à reeleição. Construir um “governo novo, com ideias novas”. É com esta ideia-força que se despertarão as energias do povo e a vitória será construída.

Do lado oposto, a candidatura de Aécio Neves destila ódio e preconceitos, acusa, calunia e mente, na falta de uma mensagem que sensibilize o povo e a nação.


Fonte: Vermelho

Armínio Fraga sobre bancos públicos: "Não sei bem o que vai sobrar"

Crédito: Brasil 247
Nomeado ministro da Fazenda por Aécio Neves, caso o tucano seja eleito presidente, ex-presidente do Banco Central defende "correção de rumo" na área dos bancos públicos no Brasil; "Não estou advogando aqui fechar o BNDES", ressalta ele; "Mas não sei muito bem o que vai sobrar no final da linha, talvez não muito"; segundo Armínio Fraga, modelo com três grandes públicos brasileiros, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, "não é favorável ao crescimento"

Brasil 247

Já nomeado ministro da Fazenda em um eventual governo de Aécio Neves (PSDB), Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, defende a redução do papel dos bancos públicos na economia brasileira. Em um áudio divulgado pelo blog O Cafezinho, ele chega a dizer que não sabe bem "o que vai sobrar no final da linha, talvez não muito". 

No trecho da apresentação, Armínio afirma que o modelo brasileiro formado por "três grandes bancos públicos em atuação", BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, "não é um modelo favorável ao crescimento, ao desenvolvimento" do País. "Sabemos, da nossa própria história e da história universal dos bancos públicos", justifica.

Leia abaixo o post do Cafezinho e ouça o áudio:

Armínio Fraga defende redução dos bancos públicos

Por Miguel do Rosário

Tem apenas 1 minuto.

Escute o áudio de Armínio Fraga, já "nomeado" por Aécio Neves como seu eventual ministro da Fazenda, defendendo redução do papel dos bancos públicos. Ao final, uma frase com reverberações sinistras: "não sei bem o que vai sobrar ao final da linha, talvez não muito".

É importante destacar que Fraga mente ao falar da "história" do crescimento.

Todos os países desenvolvidos cresceram com enormes investimentos públicos. E hoje, os países que mais crescem, são os que tem bancos públicos fortes, como China.

E os bancos privados são justamente os principais responsáveis pelas periódicas crises financeiras que vem drenando recursos do Estado para mãos de algumas instituições bancárias.

A acusação de que os bancos públicos são capturados por interesses "públicos e privados" é inconsequente, porque finge ignorar que o mesmo acontece, numa escala infinitamente superior, com os bancos privados.

Os bancos públicos são a salvaguarda da nossa soberania econômica e, portanto, também política.

Os bancos públicos são o único instrumento do povo para reduzir o spread bancário e os juros reais, coisas com as quais Fraga não se preocupa.

O Brasil já conhece Armínio Fraga. Ele foi presidente do Banco Central, e sua primeira medida foi elevar os juros para 45%.

Armínio Fraga foi um dos braços direitos de George Soros, apelidado de o "destruidor de países".

É, meus amigos e amigas, os abutres estão vindo para cá.



Fonte: Portal Brasil 247 via Contraf

Direção da CTB aprova apoio integral à candidatura de Dilma Rousseff

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Barrar o retrocesso e defender um projeto que garanta o avanço das conquistas e de um projeto com desenvolvimento com valorização do trabalho e soberania é objetivo da CTB, que declarou, por unanimidade, seu apoio à candidatura de Dilma Rousseff no segundo turno das eleição presidencial.
A decisão foi tomada, nesta quinta-feira (09), na 15ª Reunião da Diretoria Executiva da CTB, que debateu os perigos contidos nesta disputa eleitoral que envolve dois candidatos com projetos distintos.
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Para a CTB, o projeto defendido pela presidente Dilma Rousseff representa a continuidade das mudanças implantadas a partir de 2002 com a eleição do ex-presidente Lula.
Na opinião dos cetebistas, o projeto do tucano Aécio Neves representa o retrocesso e embute riscos aos direitos trabalhistas, bem como para a economia brasileira e por consequência ao desenvolvimento do país.
No final da reunião, os dirigentes também aprovaram uma Moção de Repúdio à Proposta para o Setor Portuário, apresentada pela Associação Brasileira de Terminais Privativos – ABTP.
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A proposta dá ênfase à defesa neoliberal da iniciativa privada e propõe a anulação da maioria dos avanços conseguidos mediante negociação  dos trabalhadores (Centrais Sindicais e Federações) com o Governo Dilma e sua base aliada e incluídos na atual Lei Portuária (nº 12.815/13). 
Confira abaixo a Resulção da 15º Reunião da Direção Executiva da CTB:
Total apoio à reeleição de Dilma Rousseff
Reunida em São Paulo no dia 9 de outubro de 2014, a Direção Executiva Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) aprovou por unanimidade a seguinte resolução:
1- A CTB apoia integralmente a reeleição da presidenta Dilma Rousseff no segundo turno que será realizado em 26 de outubro, tendo em vista que a candidatura do tucano Aécio Neves representa o risco de retrocesso neoliberal. Na economia, acena com um ajuste fiscal que trará de volta o desemprego em massa, a flexibilização e redução de direitos trabalhistas, arrocho salarial, fim da política de valorização do salário mínimo, criminalização e repressão das lutas e movimentos sociais; no plano externo vai restabelecer a política de subordinação aos EUA e ressureição da Alca;
2- O resultado do primeiro turno revelou um preocupante avanço da direita. A composição do Congresso Nacional ficou ainda mais conservadora, o que se deu no rastro de uma forte campanha midiática contra as empresas estatais e o governo Dilma sob a falsa bandeira do combate à corrupção. Isto vai exigir um redobrado esforço de mobilização para barrar a terceirização ilimitada e outros projetos patronais que tramitam no parlamento;
3- Continuar derrotando o retrocesso neoliberal, que representa um sério risco não só para o Brasil como para o conjunto da América Latina e o Brics, é uma pré-condição para avançar nas mudanças, concretizar a pauta sindical e a agenda da classe trabalhadora por um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, soberania e democracia. A Direção Executiva da CTB conclama o conjunto de seus dirigentes e militantes a ocupar a linha de frente da batalha pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Direção Executiva Nacional da CTB
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

Mais conservador, Congresso eleito pode frear avanços em direitos humanos

Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra um aumento, na nova composição do Congresso Nacional, do número de parlamentares ligados a segmentos mais conservadores - entre eles, militares, policiais, religiosos e ruralistas.

Na avaliação do analista político do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, este será "o Congresso mais conservador desde a redemocratização".

Para o especialista, "algumas conquistas do processo civilizatório, como a garantia dos direitos humanos, podem ser interrompidas ou mesmo regredir com a eleição de uma bancada extremamente conservadora".

O Diap mostra crescimento do número de parlamentares policiais ou próximos desse segmento, como apresentadores de programas de cunho policialesco. Ao todo, esse setor contará com 55 deputados, parte dos quais defendeu, na campanha, a revisão do Estatuto do Desarmamento, a redução da maioridade penal e a criação de leis mais rígidas para punir crimes.

Com foco no discurso sobre segurança, o delegado da Polícia Federal Moroni Torgan (DEM) foi o candidato a deputado federal mais votado do Ceará, com 277.774 votos. Em seus programas no horário eleitoral gratuito, ele pedia uma legislação mais rígida. "Já estamos cansados dessa história, o bandido comete um crime e não passa um dia na cadeia. Isso acontece por que a lei é fraca. Isso tem que mudar. Quem deve ter medo das leis é o bandido e não a população."

No Distrito Federal, o coronel da reserva da Polícia Militar Alberto Fraga (DEM) foi o mais votado, com 155.056 votos. No Rio de Janeiro, o atual deputado Jair Bolsonaro (PP), militar da reserva, foi o campeão de votos no estado, com 464.418 votos e segue agora para o sétimo mandato no Congresso Nacional.

Conhecido por suas declarações contra homossexuais e pelos embates na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Bolsonaro deve ter velhos e novos aliados na próxima legislatura.

A bancada evangélica - que teve em Marcos Feliciano (PSC), também reeleito, representante de destaque na legislatura passada - também cresceu e contará, agora, com 52 parlamentares.

Embora nem todos os evangélicos devam ser considerados conservadores, em geral, eles têm tido postura contrária à ampliação do direito ao aborto, à união homoafetiva e à legalização de drogas como a maconha.

O líder do Partido Republicano Brasileiro (PRB) na Câmara, George Hilton (PRB-MG), partido que foi fundado por integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus, pondera que as posições não são novas e que esses grupos já vêm ocupando a política institucional. "O país é plural, mas ainda tem uma história muito conservadora. É de maioria cristã. É natural que essa maioria defenda, no Parlamento, os ideais cristãos", aponta.

Defensor da família, o apresentador Celso Russomano (PRB-SP) foi o deputado mais votado destas eleições. Com 1,5 milhão de votos, ele ajudou a dobrar a bancada do PRB, que passou de oito para 21 deputados na Câmara. "Vai existir nessa Casa um grande embate em relação a esses direitos [humanos]", avalia Hilton, para quem o partido não deve combater, mas sim defender políticas públicas para as mulheres e outros segmentos.

Já o setor identificado com a defesa dos direitos humanos perdeu parlamentares com longo histórico de atuação na área, como Nilmário Miranda (PT-MG), Domingos Dutra (SD-MA) e Iriny Lopes (PT-ES), que não foram reeleitos. Por outro lado, lideranças como Érika Kokay (PT-DF), Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ) ganharam nas urnas e figuraram no grupo dos mais votados de cada estado.

Para o integrante da coordenação da Plataforma de Direitos Humanos (Dhesca Brasil) Darci Frigo, houve uma mescla entre "o fenômeno de conservadorismo, mas com influência decisiva do poder econômico". Para garantir equidade no pleito, ele defende a limitação da atuação das empresas nas eleições, por meio de uma reforma política.

Embora aponte que as avaliações são preliminares e que o comportamento do Parlamento dependerá do resultado das eleições presidenciais, Frigo assinala que "os setores mais vulneráveis da sociedade poderão sofrer ataques fortíssimos". No centro das atenções, de acordo com ele, estão as questões relacionadas aos povos indígenas.

Segundo o Diap, nenhum dos candidatos que se autodeclarou indígena foi eleito para a Câmara dos Deputados. Além disso, dois dos que integram a Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas não voltarão à Câmara: Padre Ton (PT-RO), que perdeu a eleição para o governo de Rondônia, e Domingos Dutra (SD-MA), que não conseguiu ser reeleito.

Já a bancada ruralista deve crescer, segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária, que reúne os representantes do setor. Hoje composta por 14 senadores e 191 deputados, a frente estima que passará a contar com 16 senadores e 257 deputados.

"O ataque principal vai ser ao conjunto de direitos dos povos indígenas, em especial os ligados à questão fundiária", afirma o secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto. Propostas de emenda à Constituição e projetos de Lei sobre o tema já tramitam e têm gerado resistência por parte desses povos.

Diante do atual cenário, "nós vamos continuar apoiando a incidência direta dos povos indígenas, que não têm representação na Câmara e no Senado, mas que têm feito intervenções diretas por meio de delegações, ao mesmo tempo que procuraremos deputados e senadores que se identificam com a causa e também aqueles que não têm vínculo orgânico com o latifúndio para pedir o apoio para que não haja retrocessos", antecipa Buzatto.

No caso das mulheres, o problema é a sub-representação. A bancada cresceu 10%, conforme o Diap. Foram eleitas 51 mulheres, cinco a mais do que as 46 que ganharam as eleições em 2010. Pouco, na avaliação do departamento.

Antônio Augusto de Queiroz opina que, para reverter a situação, seriam necessárias políticas efetivas de valorização das candidaturas femininas, como a priorização das mulheres na distribuição do tempo de televisão e garantia de recursos financeiros.

O levantamento do Diap mostra também que a bancada de parlamentares vinculados à defesa dos trabalhadores, como os advindos do movimento sindical, sofreu diminuição. Dos 83 deputados da legislatura anterior, restaram apenas 46, dos quais 14 são novos e 32 foram reeleitos.

O setor empresarial, por sua vez, vai contar com 190 deputados, segundo levantamento parcial do departamento. Em 2010, esse segmento elegeu 246 representantes.

De acordo com o analista do Diap, a diferença no tamanho das bancadas pode levar a retrocessos em relação aos direitos trabalhistas, já que o setor empresarial pode fortalecer a defesa da regulamentação da terceirização "em bases precarizantes, da substituição do legislado pelo negociado, permitindo que os sindicatos possam negociar redução de direitos, e do projeto do chamado Simples Trabalhista, que pode criar um trabalhador de segunda categoria, com menos direitos", avalia.

Para a socióloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) Débora Messenberg, que estuda o Parlamento brasileiro, as diferenças nas representações dos distintos grupos sociais e "a questão central que passa pela ampliação da pulverização dos partidos é decorrência da não realização da reforma política", defende.

Embora o tema tenha sido alvo dos protestos de junho de 2013 e, inclusive, de propostas da presidenta Dilma Rousseff, a reforma não andou. Dentre as consequências disso, segundo a especialista, estão a manutenção do financiamento privado das campanhas e o distanciamento dos jovens da política.

"Os jovens não estão interessados na política institucional, e isso fez com que muitos deles votassem nulo ou branco. Um voto que, na prática, funciona como abertura de espaço para quem está no jogo", cita a socióloga, destacando que abstenções, votos nulos ou brancos somaram cerca de 29% do total aferido no primeiro turno destas eleições. Os percentuais relativos aos votos que não entram nas contas dos votos válidos aumentaram nas três modalidades.

Para Débora, "a reforma política não vai sair do Congresso". "Não teve em Congressos menos conservadores, muito menos agora". Ela aposta que a mudança deverá ser fruto da pressão da sociedade e da atuação do Executivo.

Fonte: Agência Brasil via Contraf

Greve dos bancários arranca fim da cobrança de metas por meios eletrônicos

Fruto de intensa mobilização e da forte greve que durou sete dias em todo o país, os bancários, neste ano, garantiram avanços importantes também em relação a cláusulas sociais. Um deles, diz respeito à cobrança de metas. 
 
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) assumiu compromisso de acabar com a cobrança de resultados por meio eletrônico e plataforma digital.

Anteriormente, existia a proibição da publicação doranking individual de resultados e da cobrança de metas através do SMS. Agora, qualquer plataforma, comoWhatsApp, celular e redes sociais não serão mais permitidas.

 
No que diz respeito ao assédio moral, os bancos afirmam que o monitoramento de resultados vai acontecer de forma equilibrada e positiva.

O Sindicato, segundo a proposta, se torna canal de denúncias dos bancários, e vai reivindicar junto às empresas a solução para os conflitos. 

Fonte: O Bancário

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O PSDB e a república dos bananas

O PSDB e a república dos bananas.Há gente que deseja mesmo que o Brasil se torne uma república dos bananas. Por exemplo, reelegeram maciçamente o Alckmin em São Paulo. 

Por Flávio Aguiar*, na Carta Capital




O Brasil é diversificado demais para poder ser enquadrado na expressão “banana republic”. Tecnicamente, a expressão descreve "um país politicamente instável, cuja economia depende largamente de um produto de exportação de fonte limitada, com classes sociais estratificadas, incluindo uma grande classe trabalhadora empobrecida, e uma plutocracia governante de elites empresariais, políticas e militares". Estou citando a Wikipédia a respeito.

Mas trocando em miúdos, já fomos uma “república do café”. Apesar do tamanho, caberíamos na definição acima dada. Aliás, república do “café com leite”, a República Velha, oligarca, antidemocrática, antipovo, onde “a questão social era uma questão de polícia”. Um modelo a ser seguido, se acreditarmos no repúdio pessedebista à "era Vargas", que vai para trás, não para diante.

Mas o PSDB e sua atual candidatura quer nos transformar numa “república de bananas”, isto é, gente crendeira, supersticiosa, que acredita em miragens e por isto fica sem iniciativa, segundo o Houaiss (o dicionário).

Por exemplo, vamos tomar a questão da reeleição. Assunto polêmico! FHC negociou – quer dizer, comprou – a reeleição, como projeto para se reeleger. Agora Marina exige o fim da reeleição, e Aécio promete no programa – sim, mas para 2022, quer dizer, para depois de dois possíveis mandatos seus... É um convite para bananas, ou não é?

Vamos a outro espinhoso problema: Marina, que afia os dentes para apoiar Aécio, propalava a “independência” do Banco Central. Esta tese – furada – vai ao encontro da propalada “tecnicidade” das decisões do BC. Quem acredita nisto? O PSDB sempre apostou numa taxa elevada de juros para beneficiar o capital rentista, em detrimento do crédito para a população. Quem quiser que conte outra. Só banana acredita nisto.

Segurança? Li um comentário de um comerciante no Rio que iria apostar no Aécio porque era preciso dar duro na criminalidade. É um destes comentários que não leva em conta que o Brasil tem 27 polícias estaduais, inclusive as militares, mais a do DF, e que é preciso uma política de ampla, geral e irrestrita melhoria social, com pleno emprego, escola para os mais jovens, etc., para enfrentar o problema da segurança. E precisa melhorar a formação dos policiais. O PSDB vai fazer isto? Ora, pergunte ao Armínio Fraga, para quem um aumento do desemprego faria bem para o Brasil, pressionando os salários para baixo e tornando o país mais competitivo. Veja a polícia do Alckmin... Uma proposta digna de quem se considere banana para acreditar.

Bom, aí vem a propalada “ideologização da política externa” de que o PT foi campeão. Ora, a diversificação de nossas relações externas só nos podem fazer bem, ampliando mercados, alianças, vetores para o futuro como o novo banco internacional projetado com os demais BRICS. Ah não, dizem os arautos do PSDB: vamos considerar que a “política externa brasileira foi superdimensionada” ( o que será que isto quer dizer?), vamos voltar ao que era antes não no quartel do Abrantes, mas no quartel das nações responsáveis pela quebradeira mundial, Estados Unidos e Zona do Euro, e de cabeça baixa e contrita. Melhor “ideologização da política externa” impossível, boa para bananas.

E aí chegam os temas da reforma política e do combate à corrupção. Alguém acredita que o PSDB vai promover uma reforma política? Só se for banana. A passada aliança e ainda presente do PSDB com o DEM que o diga.

Combate à corrupção? Compare os números das ações da Polícia Federal durante os governos do FHC e os de Lula e Dilma. Sem ser membro efetivo da OCDE (Organização para a Cooperação pelo Desenvolvimento Econômico), mas convidado, o Brasil preside a sua comissão de combate à corrupção. O programa federal do Brasil de combate à corrupção mereceu elogios e é citado como exemplo pela ONU. Engolir a pecha de que o PT é o ovo da serpente da corrupção no Brasil e que o PSDB vai dar um jeito nisto é coisa de banana. Quem quiser que engula.

Alguém aí acredita que o PSDB vai melhorar o tratamento do meio ambiente, da questão indígena, dos quilombolas. Só banana...

Enfim, por aí se vai. Mas há gente que deseja mesmo que o Brasil se torne uma república dos bananas. Por exemplo, reelegeram maciçamente o Alkmin em São Paulo, o governador que está sequestrando o sistema hídrico do estado, e ainda elegeram o Serra senador, o cara que prometeu ficar na Prefeitura até o fim do mandato e saiu de fininho pela porta dos fundos para disputar outro cargo.

Haja banana!

*Pesquisador e professor de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP


Fonte: Vermelho

Dilma no PI: "Como é que eles vão melhorar o que nunca fizeram?”

A candidata à Presidência da República Dilma Rousseff durante a plenária com prefeitos e lideranças no Atlantic City Club.  Foto: Raoni Barbosa e Yala Sena/Cidade Verde
A candidata à Presidência da República Dilma Rousseff durante a plenária com prefeitos
 e lideranças no Atlantic City Club.  Foto: Raoni Barbosa e Yala Sena/Cidade Verde

Retomando às atividades de campanha, na quarta-feira (8), a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff voltou ao Piauí, estado em que obteve 71,8% dos votos para presidente no primeiro turno, para participar de uma plenária com prefeitos e lideranças no Atlantic City Club, em Teresina, capital do estado. 


Em seu discurso para um grande público, a presidenta começou agradecendo ao público presente pela votação massiva que conseguiu no Piauí: “Gostaria de abraçar e beijar cada um de vocês”, e parabenizou o governador eleito em primeiro turno, Wellington Dias (PT).

Na plenária de mobilização de sua campanha, bastante animado, o grande público empunhou o refrão: “Dilma, eu te amo!”, e a presidenta respondeu com “Eu te amo, Piauí!”.

Dilma falou que todo presidente tem uma dívida histórica com o Nordeste. E citou o exemplo do Bolsa Família, que veio para mudar uma realidade terrível de fome e de mães que não conseguiam criar os filhos. “Aí vem meu adversário e diz que vai fazer melhor o Bolsa Família. Como é que eles vão melhorar o que eles nunca fizeram? Como é que eles vão melhorar o Minha Casa, Minha Vida, se nunca fizeram?”, indagou a presidenta.

Em seu discurso, Dilma explicou a diferença entre PT e PSDB, principalmente em relação ao trato com o Nordeste: “Tenho orgulho de dizer que fizemos uma grande transformação aqui no Nordeste – porque tem gente que olha para o Nordeste com o preconceito de quem governou o país só para outras regiões. Essas pessoas não acompanharam tudo que vem acontecendo aqui. Nunca vieram aqui e conheceram esse povo. Essa visão elitista de quem, quando governou o país, tirou o pobre do orçamento. Gente que tinha políticas para um terço da população, ao contrário do nosso governo, que governa para todos”.

A candidata lembrou ainda que seu governo tem dois fundamentos morais muito fortes: a igualdade de condições “porque o filho do trabalhador tem que ter as mesmas oportunidades” e o combate à corrupção. “No meu governo a tolerância com a corrupção é zero. Quero fazer uma reforma política que garanta o combate da corrupção. Não avançaremos no combate à corrupção se não acabarmos com o financiamento privado de campanha.”

Dilma Rousseff disse que nos últimos 12 anos o Nordeste teve muitos avanços e melhorias na economia e na área social porque os governos do ex-presidente Lula e o dela investiram muito no Nordeste e no Piauí.

“Eu quero manifestar o imenso prazer e felicidade de estar no Piauí. O Piauí foi a minha maior votação dessas eleições do primeiro turno. E também vim fazer uma homenagem ao Nordeste, porque nós temos há 12 anos trabalhado não só para reduzir as desigualdades sociais, mas também as desigualdades regionais. Nós conseguimos isso. Todos os critérios sociais e econômicos nós sabemos que houve uma mudança no Nordeste. Essa mudança no Nordeste, no Piauí, essas mudanças nos outros oito estados que eu visitarei. Isso significa que houve ampliação do emprego, sob qualquer critério aqui nós tivemos a maior oferta de empregos se nós olharmos de forma agregada. Por quê? Porque algumas coisas aconteceram. Primeiro o aumento no mercado de consumo, as pessoas passaram a consumir geladeira, televisão.”

Leia também:Lula: Nordestino não é mais tratado como cidadão de segunda categoria
Vermelho  - Com informações do Portal Dilma

UBM reafirma apoio à reeleição de Dilma Rousseff

Em ato realizado com a presidenta Dilma, integrantes da UBM reafirmaram seu apoio à presidenciável
CTB
Em ato realizado com a presidenta Dilma, integrantes da UBM reafirmaram seu apoio à presidenciável

A União Brasileira de Mulheres (UBM) afirmou novamente seu apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. A entidade já havia manifestado seu posicionamento durante a campanha para o primeiro turno das eleições. Também em entrevista exclusiva ao Portal Vermelho, a presidenta Lucia Rincon falou sobre as conquistas das mulheres brasileiras durante os governos de Lula e Dilma. 


Em nota a UBM declara apoio à Dilma “por mais mudanças e contra o atraso dos projetos antipopulares que também disputam as eleições”. Durante o congresso nacional da entidade, realizado em junho deste ano, as mulheres feministas defenderam o aumento da autonomia e empoderamento femininos conquistados durante a administração da presidenta Dilma. 


“Estamos com Dilma! Pela garantia da prosperidade econômica, valorização do trabalho, autonomia e mais poder para as mulheres, o avanço da igualdade social e das liberdades políticas. Esses são impossíveis com a política econômica de privilégio para os banqueiros, dos juros altos, da autonomia do Banco Central e da concentração de renda. Estamos com Dilma para avançar nas mudanças iniciadas com Lula em 2002 e que ela vem aprofundando”, diz a nota.

A UBM defende ainda as políticas criadas especificamente para mulheres, como a Lei Maria da Penha, a distribuição da pílula do dia seguinte em postos de saúde pública, entre medidas que beneficiam e protegem as brasileiras.

Porém, outros programas que mudaram a vida dos brasileiros também são defendidos pela entidade, entre eles, o Mais Médicos. A UBM acredita na continuação das mudanças e exige a universalidade e humanização do SUS, as reformas da mídia, urbana e política, esta última para garantir, inclusive, maior participação das mulheres nos espaços públicos de poder.

Por fim, as feministas fazem um pedido: “Pelas mulheres, pelo Brasil, vote Dilma! Vote 13!”.

Leia o documento completo em PDF.


Por Mariana Serafini, da redação do Portal Vermelho

Decisão de apoiar Aécio é a defunção do PSB como partido de esquerda

O Partido Socialista Brasileiro decidiu em reunião da sua Comissão Executiva Nacional, realizada nesta quarta-feira (8), em Brasília, apoiar a candidatura de direita, neoliberal e conservadora de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.


De acordo com nota assinada pelo presidente nacional da legenda, Roberto Amaral, a instância dirigente deliberou “Indicar o apoio à candidatura de Aécio Neves, ressalvadas as realidades dos Estados, na expectativa de ver amadurecer um novo modelo de política visando o desenvolvimento e o atendimento às aspirações legitimas do povo brasileiro”. O documento agrega que a indicação “de apoio fica condicionada a acordo a ser discutido e firmado sobre bases programáticas, considerando a urgência de criar o ambiente necessário a um novo ciclo de desenvolvimento”.

Foi o penúltimo ato do ritual traçado pelo condomínio constituído pelo PSB e a Rede, agrupamento da candidata derrotada Marina Silva, na preparação do seu posicionamento no segundo turno da eleição presidencial. O último se anuncia para esta quinta-feira (9) – a proclamação do apoio ao candidato do PSDB pela própria Marina.

Aécio Neves foi à reunião do PSB receber o apoio do partido que um dia, sob o comando de Miguel Arraes, integrou a esquerda brasileira, resistiu ao neoliberalismo, fez oposição consequente ao PSDB, integrou os governos de Lula e Dilma e, à frente do governo de Pernambuco, beneficiou-se das políticas desenvolvimentistas e sociais do governo nacional liderado pelo PT, inclusive o da presidenta Dilma, por quem a maioria da direção pessebista demonstra nutrir um ódio patológico e figadal.

O postulante do PSDB ao Planalto disse aos presentes querer a companhia do partido não só agora no segundo turno da disputa eleitoral, mas também nos quatro anos de governo caso seja eleito. Cambalacho explícito, velha política funcionando a pleno vapor.

Aécio fez questão de lembrar o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. "Não vamos desistir do Brasil", disse, ao terminar seu discurso, repetindo a frase que foi celebrizada por Campos na véspera de sua morte e que foi usada na campanha por Marina Silva.

O documento da Executiva Nacional do PSB lembra que “Eduardo Campos e Marina Silva celebraram em 5 de outubro de 2013 o compromisso de, juntos, ofertarem ao Brasil um projeto político consistente. Pretendiam mudar o Brasil e mudar a política. Seu projeto de País altivo e soberano ganhou corpo no PSB e foi materializado na Coligação Unidos pelo Brasil, fruto da aliança também com PPS, PHS, PRP, PPL, PSL e Rede Sustentabilidade”.

Depois de admitir o fracasso nas urnas a 5 de outubro último, o texto de Roberto Amaral diz que o PSB não pode furtar-se “ao compromisso com o futuro do Brasil, que hoje vê com pesar seu ciclo de crescimento interrompido, pondo em risco conquistas sociais obtidas (...) Especialmente, não podemos nos furtar ao compromisso político assumido em vida por Eduardo. Temos o dever de levar adiante sua missão, para que seu sacrifício não se revele inútil”. Bem lembrado. Foi Eduardo Campos quem comandou o início e o auge da guinada do PSB.

Assim, a direção do partido explicita que a concretização de seus compromissos é a aliança com o que há de mais reacionário, corrupto, entreguista e antissocial na vida política brasileira.

A opção feita pelo PSB não surpreende as forças da esquerda consequente. Vêm de longa data os sinais de que o partido que foi outrora de esquerda, fundador, com o PT e o PCdoB, da Frente Brasil Popular, em 1989, estava percorrendo o rumo da sua transformação em linha auxiliar das forças conservadoras e neoliberais e alçava-se à condição de pretendente a formar um novo núcleo antiprogressista no país. Quando decidiu formar a aliança com Marina Silva, a 5 de outubro do ano passado, atravessou o Rubicão, constituiu este polo que, com o verniz da mal chamada “nova política”, caiu na vala comum das forças reacionárias que forcejam o retrocesso no Brasil. Derrotado fragorosamente nas urnas, aceitou tornar-se em linha auxiliar do mais estruturado polo do reacionarismo e do entreguismo no país – o PSDB e a candidatura presidencial de Aécio Neves.

A campanha eleitoral foi a prática que se desenvolveu como critério para demonstrar essas verdades. A deliberação desta quarta-feira é o epílogo de uma tragédia – a defunção de uma força que jogou durante décadas um papel progressista no país.

A decisão não recolhe a unanimidade dos parlamentares, quadros, militantes, filiados e eleitores do PSB. Estes vivem seu momento de reflexão que – é o nosso sincero desejo – certamente os levará a uma tomada de posição consoante sua ideologia progressista, patriótica e de esquerda.

José Reinaldo Carvalho, editor do Portal Vermelho 

WYLLYS APOIA DILMA E DIZ: "MEU LUGAR NÃO É O MURO"

Em carta divulgada no Facebook, deputado federal reeleito pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys declara apoio à reeleição de Dilma Rousseff e destaca que o tucano Aécio Neves representa um retrocesso: “conservadorismo moral, política econômica ultra-liberal, menos políticas sociais e de inclusão, mais criminalização dos movimentos sociais, mais corrupção (sim, ao contrário do que sugere parte da imprensa, o PT é um partido menos enredado em esquemas de corrupção que o PSDB), mais repressão à dissidência política e menos direitos civis”.


247 – O deputado federal reeleito pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, declarou seu voto a presidente Dilma Rousseff em uma carta publicada no Facebook. Ele diz que o presidenciável tucano Aécio Neves representa o retrocesso. Leia:
Carta para além do muro (ou por que Dilma agora)
O muro não é meu lugar, definitivamente. Nunca gostei de muros, nem dos reais nem dos imaginários ou metafóricos. Sempre preferi as pontes ou as portas e janelas abertas, reais ou imaginárias. Estas representam a comunicação e, logo, o entendimento. Mas quando, infelizmente, no lugar delas se ergue um muro, não posso tentar me equilibrar sobre ele. O certo é avaliar com discernimento e escolher o lado do muro que está mais de acordo com o que se espera da vida. O correto é tomar posição; posicionar-se mesmo que a posição tomada não seja a ideal, mas a mais próxima disso. Jamais lavar as mãos como Pilatos — o que custou a execução de Jesus — nem sugerir dividir o bebê disputado por duas mães ao meio.
Sei que cada escolha é uma renúncia. E, por isso, estou preparado para os insultos e ataques dos que gostariam que eu fizesse escolha semelhante às suas.
Por respeito à democracia interna do meu partido, aguardei a deliberação da direção nacional para dividir, com vocês, minha posição sobre o segundo turno. E agora que o PSOL já se expressou, eu também o faço.
Antes de mais nada, quero dizer que estou muito feliz e orgulhoso pelo papel cumprido ao longo de toda a campanha por Luciana Genro. Jamais um/a candidato/a presidencial tinha assumido em todos os debates, entrevistas e discursos — e, sobretudo, no programa de governo apresentado — um compromisso tão claro com a defesa dos direitos humanos de todos e todas. Luciana foi a primeira candidata a falar as palavras “transfobia” e “homofobia” num debate presidencial, além de defender abertamente o casamento civil igualitário, a lei de identidade de gênero e a criminalização da homofobia nos termos em que eu mesmo a defendo; mas também foi a primeira a defender, sem eufemismos, as legalizações do aborto e da maconha como meios eficazes de reduzir a mortalidade da população pobre e negra, a taxação das grandes fortunas, a desmilitarização da polícia e outras pautas que considero fundamentais. O PSOL saiu da eleição fortalecido.
Agora, no segundo turno, a eleição é entre os dois candidatos que a população escolheu: Dilma Rousseff e Aécio Neves. E eu não vou fugir dessa escolha porque, embora tenha fortes críticas a ambos, acredito que existam diferenças importantes entre eles.
A candidatura de Aécio Neves – com o provável apoio de Marina Silva (e o já declarado apoio dos fundamentalistas MAL-AFAIA e pastor Everaldo; do ultra-reacionário Levy Fidélix; da quadrilha de difamadores fascistas que tem por sobrenome Bolsonaro e do PSB dos pastores obscurantistas Eurico e Isidoro) – representa um retrocesso: conservadorismo moral, política econômica ultra-liberal, menos políticas sociais e de inclusão, mais criminalização dos movimentos sociais, mais corrupção (sim, ao contrário do que sugere parte da imprensa, o PT é um partido menos enredado em esquemas de corrupção que o PSDB) e mais repressão à dissidência política e menos direitos civis.
Mesmo com todos as críticas que eu fiz, faço e continuarei fazendo aos governos do PT, a memória da época do tucanato me lembra o quanto tudo pode piorar. Por outro lado, Aécio representa uma coligação de partidos de ultra-direita, com uma base ainda mais conservadora que a do governo Dilma no parlamento. Esse alinhamento político-ideológico à direita entre Executivo e Legislativo é um perigo para a democracia!
Vocês que acompanham meus posicionamentos no Congresso, na imprensa e aqui sabem o quanto eu fui crítico, durante estes quatro anos, das claudicações e recuos do governo Dilma e do tipo de governabilidade que o PT construiu. Mas sabem também que eu tenho horror a esse anti-petismo de leitor da revista marrom, por seu conteúdo udenista, fundamentalista religioso, classista e ultra-liberal em matéria econômico-social. Considero-o uma ameaça às conquistas já feitas, que não são todas as que eu desejo, mas existem e são importantes, principalmente para os mais pobres. As manifestações de racismo e classismo que eu vi nos últimos dias nas redes sociais contra o povo nordestino, do qual faço parte como baiano radicado no Rio, mais ainda me horrorizam!
Por isso, avançando um pouco em relação à posição da direção nacional do PSOL, que declarou “Nenhum voto em Aécio”, eu declaro que, nesse segundo turno das eleições, eu voto em Dilma e a apóio, mesmo assegurando a vocês, desde já, que farei oposição à esquerda ao seu governo (logo, uma oposição pautada na justiça, na ética, nas minhas convicções e no republicanismo), apoiando aquilo que é coerente com as bandeiras que defendo e me opondo ao que considero contrário aos interesses da população em geral e daqueles que eu represento no Congresso, como sempre fiz.
Hoje, antes de dividir estas palavras com vocês, entrei em contato com a coordenação de campanha da presidenta Dilma para antecipar minha posição e cobrar, dela, um compromisso claro com agendas mínimas que são muito caras a mim e a tod@s @s que me confiaram seu voto.
E a presidenta Dilma, após argumentar que pouco avançou na garantia de direitos humanos de minorias porque, no primeiro mandato, teve de levar em conta o equilíbrio de forças em sua base e priorizar as políticas sociais mais urgentes, garantiu que, dessa vez, vai:
1. fazer todos os esforços que lhe cabem como presidenta para convencer sua base a criminalizar a homofobia em consonância com a defesa de um estado penal mínimo;
2. fazer todos os esforços que lhe cabem como presidenta para mobilizar sua base no Legislativo para legalizar algo que já é uma realidade jurídica: o casamento CIVIL igualitário. (Ela ressaltou, contudo, que vai tranquilizar os religiosos de que jamais fará qualquer ação no sentido de constranger igrejas a realizarem cerimônias de casamento; a presidenta deixou claro que seu compromisso é com a legalização do CASAMENTO CIVIL – aquele que pode ser dissolvido pelo divórcio – entre pessoas do mesmo sexo);
3. fazer maior investimento de recursos nas políticas de prevenção e tratamento das DSTs/AIDS, levando em conta as populações mais vulneráveis à doença;
4. dar maior atenção às reivindicações dos povos indígenas, conciliando o atendimento a essas reivindicações com o desenvolvimento sustentável;
5. e implementar o PNE – Plano Nacional de Educação – de modo a assegurar a todos e todas uma educação inclusiva de qualidade, sem discriminações às pessoas com deficiências físicas e cognitivas, LGBTs e adeptos de religiões minoritárias, como as religiões de matriz africana.
Por tudo isso, sobretudo por causa desse compromisso, eu voto em Dilma e apoio sua reeleição. Se ela não cumprir, serei o primeiro a cobrar junto a vocês!
Fonte: Brasil 247

O passado que o PSDB quer esconder


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

FHC estimulou ataques a Nordestinos

"A notícia de que eleitores tucanos do Sul e do Sudeste estão insultando os eleitores petistas do Norte e Nordeste se espalhou como fogo pela imprensa destas duas regiões", escreve Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania; ele ressalta que mensagens ofendendo eleitores de Dilma no Nordeste vieram à tona depois da entrevista de FHC na qual acusou os eleitores da presidente de serem "mal-informados" e residentes "nos grotões".

Por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania


De domingo para cá, tal qual ocorreu em 2010 uma onda de racismo começou a se insinuar na internet. E, mais uma vez, o alvo foi o povo nordestino, responsável por parte expressiva dos votos que Dilma Rousseff recebeu na eleição de domingo passado.


Na manhã de segunda-feira, ocorreu um fato que pode explicar o aumento daquela onda racista: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma entrevista ao portal UOL na qual acusou os eleitores da presidente de serem "mal-informados" e residentes "nos grotões".



Pouco após a entrevista do tucano ao portal de internet do Grupo Folha, colunista do jornal mineiro O Tempo posta no Twitter proposta de separar o Sul e o Sudeste do Norte e do Nordeste por conta de o povo destas duas últimas regiões ter votado maciçamente em Dilma.

Já no domingo, quando os votos começaram a ser apurados, aqui e ali já se viam manifestações de racismo no Twitter, mas esse fenômeno só começou a tomar corpo após a entrevista de FHC. Na tarde de segunda, a onda racista já se espalhara como uma praga.
Fonte: Blogdacidadania