quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Parlamentares querem união na luta por direitos das mulheres


O documento confirma as palavras dos discursos das parlamentares que defendem a união de todas as parlamentares do Brasil para unidas defenderem a reversão do quadro de sub-representação feminina no legislativo do país.

A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que o evento, que deve se repetir pelo menos uma vez ao ano, deve servir para que sejam definidas, coletivamente, as prioridades. Ela destacou ainda que as prioridades devem considerar que as mulheres são mais da metade da população e tem menos de 10% de representação nos legislativos.

As oradoras que se sucederam à senadora confirmaram a opinião dela de que empoderar as mulheres representa novas leis para garantir condições melhores às mulheres.

O senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, destacou a importância de eventos como esses para que se faça uma análise do fato do Brasil ainda figurar com um dos países do mundo com menor representação feminina nos parlamentos e na busca de soluções para a sub-representação feminina “Esse é um desafio que devemos vencer, homens e mulheres juntos”, disse Viana.

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS), presidenta da Comissão Permanente de Combate à Violência contra a Mulher, resumiu a fala das demais oradoras em uma frase: “Mais mulheres na política, menos mulheres violentadas.” E completou: “O Brasil precisa de nós e nós temos muito a contribuir com o desenvolvimento do país. Nós sabemos o que fazer e como fazer para ajudar o Brasil”, garantiu.

Carta de Brasília


A Carta de Brasília, aprovada ao fim do evento, defende a celeridade na tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Senado, que estabelece cota mínima de vagas para mulheres no Legislativo. A proposta foi aprovada pelo Senado em setembro e agora será analisada pela Câmara.

O documento também defende a criação de órgãos representativos dos interesses das mulheres em todas as casas legislativas do país - procuradorias, secretarias e ouvidorias voltadas para a formulação de políticas e ações para as mulheres.

Outro item aprovado no documento é o de juntar esforços pela aprovação de matérias relevantes para a garantia dos direitos das mulheres nas áreas de saúde, trabalho, educação e especialmente na luta pelo enfrentamento à violência e o reforço ao financiamento de políticas públicas dirigidas às mulheres.


Portal Vermelho - De Brasília
Márcia Xavier

Juazeiro é o 2º município com maior geração de empregos no Brasil


O município de Juazeiro, no Norte da Bahia, subiu no ranking nacional (era o 4º em junho) e agora é o segundo maior município do Brasil em geração de empregos com carteira assinada. A informação foi divulgada na última semana, pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Carlos Neiva, e é baseada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre janeiro e agosto de 2015.


De acordo com Neiva, os setores econômicos de administração, indústria de transformação e agropecuária registram as maiores admissões de empregados no período. “No ano já são quase 15 mil contratos formais. O saldo do município nesse segundo quadrimestre revela 4.268 vagas a mais que os desligamentos”, comemora o secretário, que integra a equipe do prefeito Isaac Carvalho, do PCdoB.

O secretário acredita que a pulverização dos empregos entre os segmentos comprova o fortalecimento da economia municipal. “Nossa matriz econômica gira em torno do agronegócio, mas os empregos também estão surgindo noutras áreas com as empresas que se instalaram na cidade”, defende.

Neiva citou a triplicação no número de empreendimentos do Distrito Industrial desde 2009, período que coincide com o início do primeiro governo de Isaac, que foi reeleito em 2012.


Portal Vermelho - Colaborou Ascom/Prefeitura de Juazeiro
 

Semana será marcada por luta pela democratização da comunicação


Uma coleta de assinaturas on-line está circulando para a aprovação Projeto de Lei da Mídia Democrática. O Fórum Nacional pela Democratização na Comunicação (FNDC), lançou um texto sobre o quadro de negação de direitos no campo da comunicação. Confira a íntegra abaixo:

A democracia no Brasil corre perigo enquanto o Estado não enfrentar o monopólio midiático e não construir políticas públicas para promover a pluralidade e a diversidade nos meios de comunicação.

Em 2015, comemoramos 30 anos do início da redemocratização do Brasil e 27 anos da promulgação da Constituição Cidadã. Nestes anos, temos buscado os caminhos para a construção de uma sociedade democrática, consolidando e aprimorando a democracia representativa, através das eleições, e lutando para avançar e ampliar os espaços de participação social.

Somos um país com duzentos milhões de pessoas, ainda marcado por profundas desigualdades econômicas, sociais e culturais. As políticas de inclusão social e cidadã adotadas nas últimas décadas tiraram mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras da miséria e as integraram ao mercado consumidor. Políticas de expansão e ingresso à educação básica e superior também melhoraram a escolaridade da população.

Nesse período, a evolução tecnológica promoveu a ampliação do acesso à internet, seja através de dispositivos móveis ou fixos. A televisão, que já na década de 1980 estava entre os itens eletrônicos de maior presença nos lares brasileiros, continua soberana não apenas nas salas, mas também nos quartos e cozinhas das casas, sendo ainda a principal fonte de informação e lazer.

No entanto, o Estado brasileiro não promoveu transformações estruturais necessárias para garantir que a livre circulação de ideias, informações e da produção cultural se desse no país, sem a qual a consolidação de uma sociedade democrática fica perigosamente comprometida.

A história dos meios de comunicação no Brasil é marcada pela concentração da propriedade em poucos grupos econômicos, que detêm o monopólio da palavra e do debate público. Um monopólio que está a serviço da elite econômica e não tem qualquer compromisso com o interesse público. A chamada grande mídia brasileira reproduz um pensamento único, e que nos últimos anos tem, em muitas ocasiões, disseminado preconceito, discriminação e veiculado um discurso de ódio social e político.

Na programação das emissoras de televisão não faltam exemplos disso: programas policialescos que incitam a violência e reforçam a criminalização da juventude que vive nas periferias, dos negros e das mulheres. No jornalismo, o compromisso com a notícia factual e com a possibilidade do contraditório com pluralidade de ideias tem sido cada vez mais raro de se observar. A diversidade cultural e social deste imenso país estão invisibilizadas.

A comunicação é um direito de todos e todas e a liberdade de expressão é condição indispensável para a garantia da democracia. O totalitarismo das ideias e opiniões compromete a possibilidade de se formar uma opinião crítica e referenciada em opostos.

Desta forma, o FNDC chama a atenção, nesta Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que a democracia no Brasil corre perigo enquanto o Estado não enfrentar o monopólio midiático e não construir políticas públicas para promover a pluralidade e a diversidade nos meios de comunicação.

Como esta agenda vem sendo historicamente negligenciada pelos governos brasileiros, vários são os desafios do país para democratizar o setor, entre eles, a regulamentação dos artigos da Constituição Federal que tratam da Comunicação Social. Neste sentido, reiteramos a necessidade de unir esforços em torno da coleta de assinatura para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, lançado em 2013 pela Campanha Para Expressar a Liberdade (www.paraexpressaraliberdade.org.br).

Enquanto se reúnem as assinaturas para levar a proposta ao Congresso Nacional, há outras ações tão importantes quanto esta e que podem, de imediato, enfrentar minimamente o cenário de exclusão da sociedade e negação de direitos no campo da comunicação.

Entre elas cobrar que o Ministério das Comunicações fortaleça a sua agenda regulatória, cumprindo o papel de fiscalizar e também de aplicar políticas que já estão ancoradas em legislações em vigor; cessar a criminalização das rádios comunitárias; fortalecer a comunicação pública; estabelecer canais de diálogo permanentes com o movimento social; adotar políticas para universalização da banda larga; garantir o cumprimento do Marco Civil da Internet no que diz respeito à neutralidade de rede e a outros direitos conquistados.

Durante a campanha eleitoral de 2014, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que seu novo governo faria a regulação econômica dos meios de comunicação, que nada mais é do que regulamentar o Capítulo V da Constituição Federal. É preciso exigir que a presidenta cumpra este compromisso de campanha, tendo como parâmetro as resoluções da I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O governo pode fazê-lo por meio de um processo organizado em diálogo com a sociedade civil, por meio de seminários, audiências públicas e da realização de uma II Confecom.

Mantemos firme a luta em torno da consigna definida no II Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC), realizado em abril de 2015 com mais de 800 participantes de todo o país: “Dilma, Regula Já!”. Está é a palavra de ordem que aglutina o movimento social brasileiro, seja em torno de demandas pontuais e específicas, seja em torno de uma agenda mais estruturante. Toda luta pela democratização da comunicação – a defesa da política de Classificação Indicativa, do direito de resposta, da constituição de um Conselho de Comunicação democrático, pelo fortalecimento do campo público de comunicação, pela universalização da banda larga e todas as outras que compõem um amplo leque de campanhas – é uma luta que visa uma mídia mais democrática e, portanto, uma sociedade mais democrática.


Do Portal Vermelho, com FNDC

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Câmara pode votar Proteção do Emprego com ameaça embutida à CLT


O relator da MP, deputado Daniel Vilela (PMDB-GO), incluiu a proposta de flexibilização trabalhista em seu parecer, que foi aprovado pela comissão mista que analisou a MP. A regra incluída no texto determina que a convenção ou o acordo coletivo de trabalho vão prevalecer sobre a lei.

Com a flexibilização, a forma de cumprir os direitos trabalhistas poderia ser diferente do previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 

Os sindicalistas e parlamentares que representam os trabalhadores tem se movimentado contrário à matéria e à forma como foi aprovada, sem discussão prévia do assunto. Na semana passada, os representantes das centrais sindicais estiveram em audiência com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que confirmou que colocará a matéria em votação no plenário.

Na ocasião, o presidente da CTB, Adilson Araújo, declarou que a MP foi enviada pelo governo federal com uma proposta de preservação dos empregos para superar a crise econômica. E foram surpreendidos com a manobra do relator que incluiu a prevalência do negociado sobre o legislado, que privilegia o patronato e prejudica os trabalhadores.

O PPE permite às empresas em dificuldade financeira reduzirem a remuneração e a jornada de trabalho de seus empregados em até 30%, contanto que não sejam demitidos sem justa causa.

De acordo com o programa, o governo federal pagará até metade da parcela do salário que o trabalhador deixar de receber, limitada a 65% (R$ 900,85) do teto do seguro-desemprego (atualmente em R$ 1.385,91).

Regime Diferenciado

Antes da MP 680, os deputados precisam concluir a votação da Medida Provisória 678, que autoriza o uso do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) em licitações e contratos realizados no âmbito da segurança pública. Assim, o regime poderá ser utilizado em licitações nas áreas de defesa civil e inteligência.

O RDC foi criado em 2011 para acelerar obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Posteriormente, outras leis estenderam as regras para obras e serviços do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Sistema Único de Saúde (SUS), para a construção e reforma de presídios, e para obras no setor de educação.

Os deputados precisam votar os destaques apresentados ao texto-base aprovado na última quinta-feira (8). Entre os pontos pendentes estão regras de funcionamento de tabelionatos de protesto e a prorrogação do prazo para as prefeituras trocarem os lixões a céu aberto pelos aterros sanitários, temas que foram incluídos na MP pelo relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO). 

(Portal Vermelho)

Liminar do STF suspende manobras golpistas da oposição



Pela decisão, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, não pode se valer do regimento interno e passar por cima da Lei 1.079/1950, que regulamenta os processos de impeachment. De acordo com a ação deferida pelo STF, a condução de um processo de destituição da presidenta com base no regimento interno caracteriza uma decisão “meramente política”, já que não necessita da comprovação do crime de responsabilidade, único argumento legal para o impedimento do exercício do mandato.

Além da ação do parlamentares, outras duas foram protocoladas nesta sexta (9) e sábado (10) e encaminhados, por sorteio, para os ministros Rosa Weber e Teori Zavascki.

Nos pedidos, os parlamentares questionam a recusa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em suspender o rito de tramitação dos pedidos de impeachment – definido por ele mesmo – numa resposta a uma questão de ordem (esclarecimento) formulada pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE), em setembro.

Os deputados apontam que um recurso contra a resposta de Cunha deveria suspender seus efeitos, ou seja, interromper a tramitação. Assim, alegam que ela é inválida e não pode servir como base os demais pedidos de impeachment na fila prestes a serem analisados pelo presidente da Câmara.

Na ação, eles enfatizam que somente uma lei poderia definir o rito de tramitação. "Está-se a assistir o Presidente da Câmara dos Deputados definindo, sozinho, mediante decisão da questão de ordem, o procedimento. E, para tanto, sequer respeita o regimento interno quanto à regulamentação das questões de ordem: a autoridade coatora não permite a participação de outros parlamentares na formulação atabalhoada do procedimento, de que fez prova o ato impugnado", diz.

Cunha já rejeitou seis pedidos de impeachment contra Dilma, mas ainda restam outros oito aguardando a sua análise prévia. A oposição se agarra nesses oito para apresentar recurso assim que Cunha rejeitar. A manobra é para votar a questão com maioria simples em plenário (257 dos 513 deputados) para que seja instalada uma comissão especial para analisar o pedido de impeachment. Essa comissão, formada 66 titulares e 66 suplentes, terá um prazo para dar um parecer sobre o pedido, recomendando ou não o afastamento da presidente.

Após a apreciação da comissão, a abertura do processo de impeachment voltaria para o plenário da Câmara e dependeria de quórum qualificando (342 dos 513 deputados) para aprovação.
  (Portal Vermelho)

Lei de Responsabilidade: Uma lei para garantir rentismo especulativo



Por José Carlos Ruy

A lei foi criada por Fernando Henrique Cardoso para atender às imposições do FMI. E Sérgio Miranda, que foi um dos maiores conhecedores das questões fiscais e orçamentárias no Congresso Nacional, denunciou incansavelmente o caráter neoliberal daquela lei cujo objetivo não declarado era garantir apenas o pagamento da montanha de juros para remunerar a ganância rentista e especulativa. 

Sergio Miranda escreveu, a respeito: “Na verdade, foi montada uma farsa pela equipe de FHC para cumprir à risca a agenda de compromissos com os credores internacionais e o capital financeiro.” A olhos atentos, acusou, era “uma perigosa peça que desvia a atenção do verdadeiro propósito de serviço irrestrito ao pagamento de juros e amortização da dívida e o decorrente congelamento dos gastos sociais”.

O julgamento das pelo TCU, para regozijo da oposição neoliberal, confirma em todas as letras aquela denúncia: afinal, acusa-se o governo de ter feito as tais “pedaladas fiscais” que serviram justamente para garantir o pagamento de compromissos sociais!

Este artigo, de Adriano Benayon, reforça a denúncia feita faz tanto tempo e ilustra, com dados atualizados, o caráter neoliberal e pró-rentista daquela lei.

Adriano Benayon: Cair na real – LRF e juros
O senador Cristovam Buarque divulgou mensagem em que manifesta preocupação com o risco de os gestores públicos, diante da crise e da queda da arrecadação, descumprirem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Referiu-se aos projetos de lei aprovados na Câmara e no Senado que acrescentavam despesas ao Orçamento da União. A presidente Dilma buscou impedir sua passagem, com 32 vetos, dos quais 26 foram mantidos pelo Congresso, mas seis foram rejeitados, o que elevará gastos.

Os que se preocupam com os déficits públicos alarmam-se com a situação, porquanto os déficits já vinham crescendo e, desse modo, tendem a aumentar ainda mais, também porque as receitas estão em baixa significativa.

Há que colocar os pingos nos is. A LRF não passa de instrumento destinado a acelerar o empobrecimento do Brasil, assegurando a perpetuação de sua condição de economia primarizada e de zona de extração de recursos naturais, para entregá-los a preço vil aos carteis transnacionais.

Trata-se de lei complementar, de maior hierarquia que as leis ordinárias, ditada pelo império angloamericano, via FMI. Data de 2000, quando FHC reinava na satrápia chamada Brasil.

Essa lei dá total prioridade ao pagamento dos juros da dívida pública, tanto no âmbito federal, como no dos Estados e municípios, os quais, com a federalização da dívida (lei 9.496/1997), se tornaram vassalos de absurdas taxas de juros e índices de correção monetária, que devem pagar à União. Esta ficou responsável pelo total das dívidas públicas.

As taxas de juros e os índices de correção monetária devidos pelos governos locais são semelhantes àqueles com os quais o governo federal provê estupenda acumulação de dinheiro em favor dos concentradores financeiros (banqueiros estrangeiros e locais, e demais rentistas, como as empresas transnacionais).

Desse modo, o Brasil tem perdido recursos que possibilitariam alçar sua taxa de investimentos produtivos (contando os do setor privado), a taxas de 35% do PIB, mesmo com proporcional crescimento do consumo.

Ora, se se endireitassem também as estruturas e infraestruturas, notadamente corrigindo a patológica desnacionalização da economia, não seria difícil progredir no ritmo observado na China dos últimos 30 anos.

Demonstremos, com base nas estatísticas do Tesouro Nacional, a quanto têm montado os recursos saqueados do Brasil, a título do “serviço da dívida pública”.

Somente de janeiro de 1995 — 1º ano após o plano Real, que proclamou a mentirosa estabilização monetária – até agosto de 2015, a dívida pública interna multiplicou-se 24 vezes, de R$ 135,9 bilhões (contando então as dívidas de estados e municípios) para R$ 3,83 trilhões. Isso significa que a dívida interna foi multiplicada por 28, no período.

Isso significa crescimento médio anual de 18,65% aa., decorrente da capitalização dos juros e da inflada correção monetária, ambos decretados pelo BACEN, para gáudio dos sistemas financeiros privados, mundial e local.

Desde a Constituição de 1988, os gastos com a dívida pública, atualizados monetariamente, superam em muito R$ 20 trilhões.

Se os gastos com a dívida interna, cujo montante passa de R$ 3,8 trilhões, continuarem crescendo com a taxa efetiva anual presente — aí nos 18% aa. – essa dívida subirá, em 30 anos, para 1/2 quatrilhão de reais. Um quatrilhão são mil trilhões: 1.000.000.000.000 x 1.000.

Na finança mundial, os derivativos voltaram a superar US$ 600 trilhões, como nas proximidades do colapso financeiro de 2007/2008. Agora já passam de US$ 1 quatrilhão.

Iludem-se grandemente os que acreditam nos bancos e em economistas das universidades famosas e das que as copiam, quando caem na conversa de que os juros são elevados para conter a inflação!

Ao contrário, o crescimento exponencial das dívidas, expressas em títulos, significa inflação ainda maior do que causaria a emissão de moeda, tão anatematizada pelos economistas “ortodoxos” (e pela opinião geral, por eles influenciada). Os títulos financeiros são dinheiro, como a moeda, e ainda turbinado pelos juros.

Um dia, a explosão da massa de títulos insuscetíveis de serem liquidados, leva a reformas monetárias. Então se consolida o poder absoluto dos concentradores, mesmo em relação aos cidadãos aparentemente abastados.

Imaginemos, num caso limite, que o patrimônio financeiro dos grandes concentradores atinja vários quatrilhões de dólares e que individualmente tenham, em média, ativos de 100 trilhões de dólares.

Ao acontecer o “saneamento”, a reforma monetária faz que um novo dólar valha um milhão dos antigos. Então, um oligarca que acumulou US$ 100 trilhões, ficará com 100.000.000 (cem milhões) de dólares novos. Já um empresário, dono de patrimônio de US$ 100 milhões, ficará reduzido a 100 dólares novos. Que chance tem alguém com 100 unidades de moeda, diante de quem tem 100 milhões delas?

A reforma mostrará como o empresário empobrece, enquanto a composição dos juros e as demais jogadas do mercado financeiro fazem expandir os ativos dos banqueiros e demais concentradores.

Torna-se, assim, abissal a diferença de poder econômico entre estes e os demais mortais, mesmo os ricos, cuja maioria, como também a classe média, é convertida às ideologias de interesse dos concentradores e, assim, julga normais as manipulações de juros, câmbio e outras, praticadas pelo sistema financeiro.

No Brasil, esse sistema é criminosamente privilegiado pela fraude no artigo 166, § 3º, II, b), e pela sacralização suicida dos gastos com juros injustificados, assegurada pelo art. 164. Esse confere exclusividade ao Banco Central (BACEN), para emitir moeda – somente para servir os bancos – colocando o Tesouro Nacional à mercê destes.

Por lei, o BACEN está subordinado ao governo federal. Portanto, os governantes que se têm sucedido, deveriam explicar por que o BACEN age em favor da finança dos concentradores privados estrangeiros e locais e, em detrimento da economia e da sociedade.

Criaram um círculo vicioso: a dívida pública cresce devido a despesas financeiras, priorizadas pela LRF. A perspectiva de déficits orçamentários serve de desculpa para elevarem mais os juros. Daí minguam os investimentos produtivos e sociais da União e dos entes federativos.

É, pois, incrível que a LRF seja defendida como sagrada por tanta gente, até com o primarismo flagrante na mensagem de Cristovam: “a revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal é o mesmo que revogar as quatro operações aritméticas, é dizer que dois mais dois é igual a cinco.”

Para o senador, o brasileiro está acostumado a querer receber aposentadoria jovem, e a crise estrutural exige reforma da Previdência. Traduzindo o jargão da “esquerda” reacionária: ”que assalariados e aposentados paguem a conta; não se toque nos trilhões de reais de juros para os bancos!” É de estarrecer.

Conquanto as despesas financeiras não sejam a causa única do subdesenvolvimento acelerado, o vulto delas comprova, de sobra, seu peso na ruína financeira do País. Acarretam também a miséria da estrutura produtiva e social, além de reforçarem a tirania dos oligarcas concentradores sobre o sistema político.

Há mais causas da degringolada. A principal delas, inclusive por ser a fonte da dívida, é a desnacionalização da economia, com os carteis transnacionais subsidiados pela política econômica, aplicando preços absurdos aos consumidores, privando o País de tecnologias próprias, e transferindo quantias estratosféricas ao exterior.

Os déficits nas transações correntes com o exterior — mesmo com o País a exportar quantidades brutais e crescentes, via agronegócio e mineração — cresceram para valor próximo a US$ 100 bilhões anuais, e não mostram sinais de cair muito, nem com a depressão e com o dólar a 4 reais.

*Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento. (Portal Vermelho)

Teori Zavascki concede liminar suspendendo rito de impeachment

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta terça-feira (13) liminar que impede o andamento de processos da presidente Dilma Rousseff na Câmara. 
O pedido havia sido protocolado pelo deputado Wadih Damous (PT-RJ) na sexta-feira (9) e se deveu ao fato de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter afirmado que o regimento interno da Casa seria a norma que conduziria o rito processual pretendido pela oposição, atropelando a lei nº 1.079/1950, que regulamenta processos de impeachment. A orientação expressada por Cunha foi manifestada na resposta à questão de ordem formulada pelo líder do DEM, Mendonça Filho (PE).
“Questionamos o rito imposto pelo presidente Eduardo Cunha, que estabeleceu o regimento interno como norma que vai reger um eventual processo de impeachment e isso é ilegal e nitidamente inconstitucional, pois o que deve regular é a lei 1079 de 1950. A partir dessa decisão de Cunha, apontamos uma série de ilegalidades contidas na resposta à questão de ordem feita pela oposição”, explicou Wadih Damous.
Antes da liminar, o argumento de Cunha e da oposição de utilizar o Regimento Interno da Casa como base para o processo de impedimento de mandato da presidente Dilma excluiria a necessidade de comprovação de crime de responsabilidade para dar prosseguimento à proposta. (Jornal do Brasil)

A greve continua!


Lucro dos Bancos