sexta-feira, 17 de abril de 2015

Dia do Índio: Chico César canta no Congresso contra o agronegócio e a PEC 215

Em sessão na Câmara, cacique Raoni diz que os brancos estão acabando com as terras indígenas
Por Redação
Na manhã desta quinta-feira (16), o cantor e compositor Chico César participou da sessão em homenagem ao Dia do Índio, no plenário da Câmara dos Deputados. Com sua canção, ele criticou o agronegócio, o desmatamento e o uso indiscriminado de agrotóxicos. César ainda chama os ruralistas de “pinóquios velhos”.
Na semana do Dia do Índio (19 de Abril), os indígenas lutam contra a aprovação da PEC 215/00, que transfere do Executivo para o Legislativo a decisão sobre a demarcação de terras indígenas. Já a abancada ruralista quer a aprovação.
Os povos indígenas realizam uma semana de Mobilização Nacional Indígena em todo o país com atos e encontros contra a PEC 215. O Acampamento Terra Livre (ATL) reúne mais de 1,5 mil indígenas em Brasília.
Na sessão, alguns deputados se colocaram contra a aprovação da proposta. “É um escândalo, uma vergonha, é uma afronta ao que existe de mais sagrado, que são os direitos e garantias individuais dos primeiros habitantes deste País. Também fere a separação de Poderes, por retirar atribuições do presidente da República!”, disse o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).
A índia Sonia Guajajara, representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, disse que é uma ameaça “grave e letal” contra os índios.
O cacique Raoni, líder da etnia caiapó, afirmou que os brancos estão acabando com as terras indígenas. “Aqui moravam os nossos ancestrais. Essa terra era dos nossos ancestrais. O Brasil foi invadido, e os brancos chegaram aqui acabando com nossas riquezas, estão matando todos os animais e estão acabando com nossa terra. Isso eu não gostei”, disse.
A ex-senadora, ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à Presidência Marina Silva disse que, se a PEC 215/00 for aprovada, nunca mais se criará uma terra indígena no País. Segundo ela, é uma “falácia” dizer que é mais democrático transferir para o Congresso a decisão sobre a demarcação de terras indígenas.
Ouça a música e Chico César abaixo, cantada nesta quarta-feira (15), no Acampamento Terra Livre.
(Com informações da Câmara)

Com pressão popular, Câmara adia votação do PL da Terceirização para dia 22

Em um dia marcado por tensão, mas também por muitos acordos, a Câmara dos Deputados chamou a atenção por, pela primeira vez nesta legislatura, oposicionistas e deputados da base aliada se posicionarem juntos no pedido para retirada da pauta de apreciação em plenário do Projeto de Lei (PL) 4.330, que regulamenta a atividade de terceirização. O acordo levou ao adiamento da votação da matéria até a quarta-feira da semana que vem (22).

Na opinião da maior parte das lideranças partidárias que atuaram no sentido de mudar o teor do projeto, a mudança de comportamento dos deputados é reflexo da pressão feita nas ruas, pelas centrais sindicais e pelas mídias sociais.
O acordo entre os líderes partidários garantiu a aprovação simbólica da emenda que pediu o adiamento e o compromisso dos partidos de não obstruir as outras matérias pendentes na casa até esta data. Foi uma forma, também, de conter os ânimos acirrados de vários parlamentares que começaram a trocar acusações nas últimas horas e a substituir o discurso sobre o PL por comentários, em seus pronunciamentos, relacionados a outros temas.
O clima que perdurou ao longo do dia foi de confusão entre os deputados, muito mais do que a orientação das bancadas partidárias. No DEM, por exemplo, enquanto o líder, Mendonça Filho (PE), defendeu diretamente a aprovação do PL ainda na noite desta quarta-feira, mantendo a terceirização em todos os setores, vários deputados do mesmo partido disseram em reservado para colegas estarem dispostos a votar na emenda que muda o texto e permite a terceirização apenas na atividade-meio. O mesmo aconteceu em relação a deputados do PMDB.
Já no PSDB, a situação foi diferente porque a própria legenda garantiu, na última terça-feira, a retirada da atividade-fim das empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias.
"Prevaleceu o bom senso e provamos que o diálogo é sempre a melhor forma de resolver as questões dentro desta casa sobre determinadas matérias. Isto é fazer prevalecer a democracia. Pacificamos um ambiente tensionado que vai facilitar, pelo menos, melhor discussão da matéria na próxima semana, mesmo que permaneçam até lá divergências quanto ao mérito. Venceram o bom senso e o diálogo na discussão", disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE).
Comissão quadripartite
A partir de amanhã, será criada uma comissão quadripartite para voltar a discutir o teor da matéria, formada por representantes do governo, centrais sindicais, empresariado e deputados.
"Vamos trabalhar nesta comissão para buscar o melhor caminho a ser apresentado na próxima quarta-feira. A regulamentação é necessária, mas a terceirização não pode pender só para um lado. Temos que discutir um equilíbrio e esse equilíbrio não pode ser obtido tirando direitos dos trabalhadores", acrescentou o líder governista.
A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), também fez questão de se posicionar. Ela afirmou que o acordo representa "uma vitória" para todos os parlamentares que estão trabalhando há dias pela busca por um melhor texto para compor o PL 4.330.
Fonte: Rede Brasil Atual via Feeb-Ba-Se

19 de abril – Dia do Índio - Índios condenam proposta que muda as regras de demarcações de suas terras

Integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) e índios protestam em frente ao Congresso Nacional, nesta quarta-feira (15/4) Foto:http://www.correiobraziliense.com.br/
De autoria do ex-deputado Almir Sá, de Roraima, a proposta de emenda constitucional (PEC) 215 de 2000 é alvo de protesto de grupos indígenas. Isso porque a PEC 215 transfere a competência da União na demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional. A proposta também possibilita a revisão das terras já demarcadas. Outra mudança seria nos critérios e procedimentos para a demarcação destas áreas, que passariam a ser regulamentados por lei, e não por decreto com é atualmente.

No último dia 16/4, durante a sessão solene na Câmara dos Deputados, que homenageava o Dia do Índio, dezenas de indígenas dançaram e cantaram no plenário daquela Casa para protestar. A proposta retira do governo federal a autonomia para demarcar terras indígenas, de quilombolas e zonas de conservação ambiental. Pelo texto, caberá ao Congresso Nacional aprovar eventuais propostas de demarcação enviadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Atualmente, o Ministério da Justiça edita decretos de demarcação a partir de estudos feitos pela Funai.

Pelas regras atuais, cabe à Fundação Nacional do Índio (Funai), ao Ministério da Justiça e à Presidência da República a decisão sobre a demarcação das terras indígenas, conforme prevê o Decreto 1.775/1996. No entanto, todo o processo já deveria ter sido conlcuíd até 1993. O artigo 67 da Constituição de 1988, que neste mês completa 25 anos, diz que a União deveria ter concluído a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a partir da promulgação. 

A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), contrária a PEC 215, luta também pela agilidade na oficialização dos territórios indígenas. O movimento espera derrubar a PEC 215. Para os índios, a proposta é um retrocesso na luta pelo território. “A partir do momento em que o Legislativo decidir pela demarcação das terras indígenas, a gente sabe que não haverá mais demarcação”, afirmou um dos coordenadores da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Lindomar Ferreira.

Com informações do G1, Em,com.br e EBC

Aécio defende lei da terceirização e diz que PSDB fará de tudo para aprova-la

Presidente Nacional do PSDB disse nesta quinta-feira (16) que é a favor da lei da terceirização, e que "pelo bem dos trabalhadores" o PSDB irá fazer de tudo para aprova-la

Por Raphael Di Cunto - Valor

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta-feira que é a favor da versão original do Projeto de Lei (PL) 4.330/04, que autoriza a terceirização para todos os setores de uma empresa. Aécio sinalizou discordar da posição da bancada do partido na Câmara dos Deputados, que na noite de ontem se aliou ao PT para adiar a votação da proposta.


“Estou esperando que a bancada da Câmara dê uma solução, mas a minha posição pessoal era pela manutenção do entendimento anterior”, afirmou o tucano, que evitou, contudo, defender para a imprensa a terceirização de todos os setores das empresas, como propõe o relatório do deputado Arthur Maia (SD-BA). 


A bancada de deputados do PSDB apoiava a terceirização geral e irrestrita e votou favoravelmente ao texto-base, mas houve pressão de eleitores, em especial nas redes sociais, o que fez com que metade dos parlamentares tucanos mudassem de voto esta semana e passassem a apoiar a proibição de terceirizar a atividade-fim de uma empresa, tese defendida pelo PT e pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).


Tucanos favoráveis à terceirização da atividade-fim têm dito que perderam a “batalha da comunicação” diante da mobilização do PT nas redes sociais e de reportagens na TV com críticas ao projeto, o que fez a população se voltar contra o PL. 


Aécio evitou se aprofundar sobre a proposta e, ao ser questionado se concordava com a terceirização da atividade-fim, disse que é favorável “ao projeto que foi discutido anteriormente”. 


Para ele, houve pressão para que os deputados do PSDB mudassem de voto e o partido tentará construir uma posição consensual até quarta-feira, data marcada para a votação. “Foi um conjunto de informações contrárias, tentativas de influenciar alguns dos nossos deputados nas suas bases, de forma até artificial [que fez os deputados mudarem seu voto]”, disse.


Fonte: Portal da Metropole

Jean Wyllys: SomosTodasVerônica

Verônica Bolina, assim como qualquer outra pessoa, merece ser tratada com respeito e dignidade.
Verônica Bolina, assim como qualquer outra pessoa, merece ser
tratada com respeito e dignidade.

No último domingo (12), a modelo Verônica Bolina foi presa acusada de agredir uma vizinha. Após o ocorrido, a modelo teve seu cabelo raspado, foi espancada e fotografada com os seios completamente expostos e o rosto desfigurado. Apesar do quadro gravíssimo de humilhação e abuso de poder contra a modelo, a agressão policial não vem recebendo a devida indignação e revolta, uma vez que a Verônica Bolina é uma travesti. Sobre o caso, escreveu o deputado federal (Psol-RJ), Jean Wyllys. Segue abaixo:


Verônica Bolina, assim como qualquer outra pessoa, merece ser tratada com respeito e dignidade.



Leia abaixo a íntegra:

Quando foi aprovada a Lei do Feminicídio, a vitória saiu meio amarga. Uma parte importante das identidades femininas tinha ficado de fora: travestis e mulheres transexuais. Era o Congresso Nacional, com raríssimas exceções, dizendo a essas mulheres que não devem esperar nada deste país, nem o nome, nem a identidade, nem dignidade, nem proteção. Mas acima de tudo, nenhum reconhecimento.

O Brasil está no mapa dos assassinatos de pessoas LGBT em um lugar de destaque: o primeiro, disparado, deixando para trás, por cadáveres de distância, o segundo colocado México. E no topo desta lista estão as travestis e transexuais, que após sofrerem torturas tanto psicológicas quanto físicas; terem suas vidas roubadas com requintes de crueldade; ainda são vilipendiadas pela grande mídia que faz questão de chamá-las por nomes que não são os seus e de ignorar suas identidades femininas. São, em sua maioria, negras e pobres. Nem depois da morte, essas mulheres têm lugar no mundo.

Na Baixada Fluminense, no estado pelo qual fui eleito (RJ), os crimes de ódio motivados pela transfobia mata uma travesti ou transexual por dia. E foi exatamente essa transfobia que matou a travesti Piu, passista da Beija-Flor; que vitimou a travesti Indianara Siqueira na semana passada, quando foi atacada e agredida em um bar no bairro de Botafogo; e é também o que está vivendo Verônica Bolino, torturada, humilhada e exposta pela Polícia Civil de São Paulo, a mesma que deveria proteger seus direitos e sua vida. Quando duas discriminações se chocam, como é o caso de Piu e de Verônica, ambas trans negras, esse grupo é colocado em uma das mais vulneráveis situações da nossa pirâmide social! Uma pesquisa sobre os direitos das trans negras no Brasil, publicada pela ONG internacional Global Rights, corroba a realidade dessa população, impactada desproporcionalmente por diversas formas de violência física e sexual. Os dados da pesquisa foram apresentados durante uma audiência temática sobre os direitos das pessoas trans negra no Brasil diante na Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos. Na época, publiquei sobre este relatório e audiência na CIDH/OEA em minha coluna do iGay.

Verônica estava sob a tutela do Estado em uma carceragem de delegacia. O mesmo estado que assinou e ratificou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e a integralidade de seu 5º artigo, a Convenção Interamericana para prevenir e punir a tortura e a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes das Nações Unidas. Agentes do Estado não podem, em hipótese alguma, violar os direitos de quem está sob sua guarda. Mesmo que Verônica esteja sendo acusada por algum tipo de crime, ela deve ser submetida à Justiça, não à tortura. Tem direito ao devido processo, não à exposição covarde de seu corpo machucado através das fotografias tiradas sadicamente por policiais. Tem direito ao seu nome, sua identidade e à sua dignidade, até para que responda pelos atos que lhe são imputados.

O já medieval sistema carcerário brasileiro tem conseguido superar-se em violações aos direitos de travestis e transexuais privad@s de liberdade. Cabelos raspados, pronomes masculinos, negação de acesso ao tratamento hormonal, vulnerabilização de corpos femininos ao misturá-los à população masculina são apenas o começo. Violência e estupro são cotidianos para boa parte dessas pessoas.

Urge que o Congresso Nacional deixe de se omitir quanto a este assunto. Temos, aqui na Câmara dos Deputados, o PL 5002/2013, que apresentei com a minha amiga Erika Kokay (PT/DF) que garante o direito de toda pessoa ao reconhecimento de sua identidade de gênero, protegendo estas pessoas de diversas situações que criam constrangimento, problemas, negação de direitos fundamentais, constante e desnecessária humilhação, quando não de um ataque à suas integridades físicas.

Já coloquei a minha equipe à disposição da família de Verônica através de contato com sua mãe, e levarei a história de Verônica à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, à CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres, à Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher e também à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para averiguar se, de fato, houve ou não tortura no caso de Verônica e para garantir que o mesmo não aconteça com outras representantes desse segmento tão estigmatizado. Toda violência nos atinge. Nossa indignação pela violação de direitos tão básicos deve abranger a humanidade. Mas temos que prestar especial atenção às pessoas que, pela misoginia social e pela violência institucional, são relegadas a um lugar de abjeção e desumanização.

Somos, nós também, travestis e transexuais. Somos Piu e Indianara. Somos Todas Verônica!


Fonte: Vermelho

Governo propõe salário mínimo de R$ 854 para 2016

 

Wellington dos Santos

O salário mínimo no próximo ano deve chegar a R$ 854, valor que consta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, enviado nesta quarta-feira (15) pelo governo ao Congresso Nacional. Pela proposta, o salário mínimo terá aumento de 8,37% a partir de 1º de janeiro. Durante a entrevista, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, explicou que o reajuste foi calculado com base na fórmula adotada nos últimos anos.


Desde 2011, o salário mínimo é reajustado pela inflação do ano anterior, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) de dois anos antes. A fórmula, no entanto, só vale até este ano.

Em março, o governo editou uma medida provisória mantendo a fórmula para os reajustes do mínimo de 2016 a 2019, mas o texto precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional. Sem uma nova lei sobre o tema, o salário mínimo passa a ser definido exclusivamente pela LDO e pelo Orçamento Geral da União, mas os valores precisam ser negociados com os parlamentares ano a ano.

No início do ano, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, chegou a dizer que a política de reajustes para o salário mínimo precisava ser alterada a partir de 2016 para refletir as condições atuais da economia. No dia seguinte, no entanto, o ministério emitiu nota oficial e negou que o governo pretendia mudar a regra.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Senadora do PCdoB defende projeto de combate às fraudes trabalhistas

  

Em entrevista, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) comenta o Projeto de Lei do Senado 196 que cria o Grupo Nacional de Combate às Fraudes Contra o Seguro-Desemprego.

Da Rádio Vermelho, com informações do Senado


De acordo com a parlamentar comunista, a medida objetiva evitar fraudes contra o seguro-desemprego e ainda garante concessão de crédito com taxa de juros especial para a empresa que tiver pouca rotatividade de mão de obra.



Ouça comentário na Rádio Vermelho

Advocacia-Geral derruba blefe do PSDB sobre responsabilidade fiscal

Luiz Inácio Adams é o ministro-chefe da AGUO ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Luiz Inácio Adams, afirmou nesta quinta-feira (16) que o governo não violou a Lei de Responsabilidade Fiscal por conta do atraso no repasse de verbas para bancos oficiais.


Luiz Inácio Adams é o ministro-chefe da AGU
Adams destacou que não houve crime de responsabilidade e que o governo vai apresentar argumentos demonstrando ao Tribunal de Contas da União (TCU) que a sua conclusão foi "equivocada" ao afirmar que o governo fez empréstimos junto aos bancos oficiais.

A AGU rebate esse argumento dizendo que não se trata de empréstimos e que essa prática acontece, pelo menos, desde 2001, portanto durante o governo FHC. "Entendemos que em qualquer situação, de 2001 até agora não há violação à Lei de Responsabilidade Fiscal. De qualquer maneira, essa configuração não traduz também a hipótese de crime de responsabilidade ou outro crime qualquer", afirmou Adams.

Segundo ele, houve pagamentos a descoberto em 2001 e 2002. "Existem ainda processos de contas das instituições financeiras de 2001 e 2002 que não foram pagos. Em todos os casos, defendemos que não houve empréstimo (...) Todos as situações têm de ser olhadas para que possa ter uma situação objetiva uniforme", declarou

Estresse fiscal

Nesta quarta-feira (15), o TCU aprovou relatório que apontou como possível “crime de responsabilidade fiscal” os atrasos nos repasses e o pagamento dos programas sociais feito pelos bancos oficiais. Para o TCU, o governo deixou de repassar ao menos R$ 40 bilhões para o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES referentes ao pagamento de programas sociais e benefício como o Bolsa-Família, Seguro-Desemprego e Minha Casa Minha Vida.

Na conclusão do TCU, os bancos tiveram de desembolsar o valor com recursos próprios para só depois serem reembolsados pela União, o que configuraria como empréstimo de bancos ao governo, prática proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

"O que houve do caso de 2014, vivemos uma situação de estresse fiscal maior que obviamente também estressou essas dinâmicas da sistemática de pagamento, mas essa sistemática existe há 14 anos. Se ela existe há 14 anos, porque agora só? Por que não foi levantado lá atrás?", disse Adams após a cerimônia de posse do novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB).


Do Portal Vermelho, com informações de agências


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Trabalhadores de Ilhéus e Itabuna na luta contra o projeto da terceirização sem limites

Em assembléia ocorrida nesta terça-feira (14) à noite, na sede do Sindicato dos Bancários de Itabuna, a categoria aprovou retardar o atendimento nas agências hoje 15/4 – Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330  da Terceirização sem Limites. Os bancos ficarão paralisados até o meio dia com perspectivas de ficar sem funcionamento 24 horas, a depender do andamento das manifestações em outros locais do país.
Em Itabuna, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Núcleo Sul da Bahia – juntamente com os sindicatos filiados iniciou a mobilização já na madrugada desta quarta-feira em frente às garagens de transporte coletivo e nas fábricas da Trifil e Penalty além de visitar o canteiro de obras do Minha casa Minha Vida no bairro de Ferradas. O objetivo é tentar realizar paralisação nesses setores.
“Os trabalhadores e a sociedade brasileira precisam dar uma resposta contundente ao Congresso Nacional de que não tolerará retrocessos em seus direitos trabalhistas. Estaremos nas ruas em defesa da CLT e contra este famigerado projeto da terceirização sem limites que sem dúvida afetará a vida de todos os brasileiros”, destacou Jorge Barbosa, presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região.
Em Ilhéus, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Rodrigo Cardoso, os bancos terão seu funcionamento paralisado até o meio dia com perspectiva de para o dia todo a depender do crescimento do movimento no país. Além disso, os ônibus não circularão, o que inviabilizará o funcionamento do comércio local e o pólo de informática. “A terceirização sem limites rasga a Consolidação da Leis Trabalhistas, a CLT e acabará com o bancário, pois os bancos poderão terceirizar até a gerência. Além disso, este projeto reduz salários, precariza o trabalho, aumenta a rotatividade e não garante convenção nem acordo coletivo” denuncia Rodrigo Cardoso.
Estão participando deste Dia nacional de Luta em itabuna e Ilhéus contra o PL 4330 da Terceirzação sem Limites os trabalhadores dos transporte coletivo, texteis e calçadistas (Sintratec), bancários, comerciários, metalúrgicos, servidores públicos e estudantes ligados à União da Juventude Socialista (UJS).
Fonte: SEEB-Itabuna

Trabalhadores fazem paralisações em todo o Brasil contra terceirização

Servidores públicos, bancários e metalúrgicos já paralisaram as atividades logo cedo em diversos estadosEsta quarta-feira (15) marca o dia nacional de paralisações contra a lei que regulamenta a terceirização irrestrita do trabalho. Servidores, bancários, operários de indústria e comerciários estão mobilizados e fazem paralisações totais ou parciais em diversos estados.


CTB
Servidores públicos, bancários e metalúrgicos já paralisaram as atividades logo cedo em diversos estados
As paralisações começaram muito cedo, já às 6 horas os trabalhadores das refinarias e das fábricas do distrito industrial do Amazonas cruzaram os braços. Na Bahia aconteceram manifestações no aeroporto de Salvador pela manhã e todo o setor automobilístico de Camaçari parou durante a manhã.

No Espírito Santo os trabalhadores portuários conseguiram força o suficiente para fechar os portos e pontes e prometem permanecer até às 19 horas. E em Brasília o transporte público parou totalmente por mais de uma hora.

Em Belo Horizonte os metalúrgicos de Contagem e Betim, em parceria com a Fitmetal, CTB e CUT paralisaram a Cidade Industrial por volta das 5 horas para um grande ato político. Durante a tarde os trabalhadores fazem um novo ato, com concentração às 16h na Praça Afonso Arinos.

No Ceará, além de paralisações , aconteceu um grande na Praça do Carmo por volta das 8 horas. Já em Goiás o ponto de concentração é na Praça Bandeirantes, a manifestação começou às 10 horas e conta com a presença de representantes sindicais, movimentos sociais e entidades feministas.

No Maranhão os manifestantes estão concentrando forças em frente à Cohama e de lá devem partir para a BR 135, onde pretendem fechar todas as vias. A movimentação começou por volta das 10 horas.

A sede administrativa da Petrobras foi o ponto de encontro dos trabalhadores da CTB e dos petroleiros de Natal por volta das 9 horas para um ato político. Durante a tarde diversas categorias vão paralisar as atividades e fazer uma concentração unitária em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte.

No Pará as mobilizações também começaram cedo, por volta das 8 horas no Largo do Operário, de onde os trabalhadores partiram em direção à Assembleia Legislativa.

Já no Sergipe os trabalhadores aproveitaram a manhã para fazer panfletagem e passeata no centro de Aracaju, participaram servidores públicos municipais, estaduais e federais. Durante a tarde haverá uma nova manifestação com concentração na Praça da Cimenteira que deve seguir em passeata até o Palácio do Governo, esta atividade contará com a participação dos professores.

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a manifestação começou por volta das 11 horas em frente à Fecomércio, de onde os trabalhadores vão partir em direção à Assembleia Legislativa. Participam da paralisação os funcionários do transporte público (ônibus e metrô) da capital, escolas estaduais e hospitais.

Na capital paulista os trabalhadores fecharam três importantes vias: logo às 6h30 a Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro teve o tráfego bloqueado na altura de Guarulhos por quase uma hora; a Via Anchieta foi bloqueada na pista marginal no sentido litoral e a pista expressa da Rodovia Anhanguera, que liga a capital ao interior do estado, teve todas as faixas bloqueadas.

Alguns trabalhadores também aproveitam o horário de grande fluxo do metrô pra panfletar na porta de algumas estações, entre elas, Barra Funda, Itaquera e Jabaquara, a atividade acontece ao logo do dia. Às 15 horas as centrais sindicais CTB, CUT e Intersindical fazem uma manifestação na Avenida Paulista, em frente ao prédio da Fiesp. Já às 17 horas o ponto de mobilização é o Largo da Batata, um ato está previsto, organizado pelo MST, MTST e outros movimentos sociais.

Mais manifestações acontecem ao longo do dia em diversos estados. Na Paraíba haverá mobilizações em João Pessoa, Campina Grande e Patos, os servidores municipais, federais e bancários farão um ato em frente ao Banco do Brasil e ao prédio da prefeitura. A CTB, a CUT e os movimentos sociais também vão fazer uma caminhada para conversar com a população e esclarecer sobre os perigos da terceirização.

Durante a tarde diversas categorias se mobilizam na Praça Santo Andrade, em Curitiba, no Paraná, por volta das 14 horas.

No Rio de Janeiro o protesto promete reunir diversas categorias, a concentração é a partir das 16 horas na Cinelândia e deve partir em direção à Firjan.

Leia mais: 
Liberar a terceirização é o mais duro ataque aos direitos trabalhistasTerceirização precariza trabalho feminino, diz Maria do RosárioCentrais e movimentos sociais se mobilizam neste dia 15 de abril
Do Portal Vermelho,
Mariana Serafini


Animação explica impacto da terceirização no mundo do trabalho

Aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8), o projeto de lei que autoriza a terceirização do trabalho para todas as funções no Brasil ainda divide opiniões. Para quem quer uma explicação mais didática e bem humorada, a dica é assistir a um trecho de um episódio da 17ª temporada do seriado Os Simpsons, da Fox.


    Obama retira Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo

     Em mais um passo na direção da normalização das relações diplomáticas entre Cuba e EUA, o presidente Barack Obama anunciou na terça-feira (14) a retirada de Cuba da relação de países que apoiam e financiam o terrorismo. Uma relação onde "Cuba jamais deveria ter estado", conforme afirmou o presidente Raúl Castro.


    O presidente estadunidense enviou nesta terça-feira (14) ao Congresso um informe com as certificações exigidas que indicam a intenção de cancelar a designação de Cuba como SSOT, sigla em inglês que significa “Estado Patrocinador do Terrorismo”.
     


    O Congresso americano, dominado por republicanos, agora terá 45 dias para referendar a retirada de Cuba da lista, sem poder no entanto confrontar a decisão presidencial, a não ser com a aprovação de uma nova legislação, o que a Casa Branca considera pouco provável.

    O documento (fac-símile ao lado) expressa que o Governo de Cuba “não tem oferecido nenhum apoio ao terrorismo internacional” durante os seis meses precedentes. De igual maneira o texto afirma que Cuba “tem oferecido garantias de que não apoiará o terrorismo internacional no futuro”.

    A retirada da lista de países patrocinadores do terrorismo foi uma insistente exigência cubana para que as negociações sobre a normalização das relações diplomáticas avancem.

    Na recente 7ª Cúpula das Américas, Obama já havia sinalizado com a retirada do nome de Cuba da lista, o que mereceu do presidente Raúl Castro um registro em seu discurso: “Aprecio como um passo positivo sua recente declaração de que decidirá rapidamente sobre a presença de Cuba em uma lista de países patrocinadores do terrorismo, lista em que Cuba nunca devia ter estado e que foi imposta pelo governo do presidente Reagan”.

    A menção a Reagan no discurso do presidente cubano não foi gratuita. Após a queda do campo socialista, Reagan liderou uma feroz campanha que endureceu o bloqueio contra a ilha, aumentou em muito o financiamento a mercenários, traidores e sabotadores, visando obrigar o povo cubano à rendição. Segundo a profecia dos imperialistas, repercutida disciplinadamente pela mídia brasileira, a queda do regime socialista seria iminente. Passados mais de 25 anos da queda do muro, Cuba não se rendeu, superou os momentos mais difíceis e agora vem acumulando uma série de importantes conquistas diplomáticas.

    Duas outras reivindicações principais têm os cubanos, a devolução de Guantánamo, território de Cuba ocupado pelos EUA e o levantamento total do bloqueio econômico, financeiro e comercial.

    Na 7ª Cúpula, no discurso já mencionado, Raúl Castro elogiou Obama: “O presidente Obama é um homem honesto. Admiro sua origem humilde, e penso que sua forma de ser obedece a esta origem humilde”. Disse ainda que o atual presidente não tem culpa dos erros que os antecessores cometeram contra a ilha, e destacou que “temos expressado – e reitero agora – ao presidente Barack Obama, nossa disposição ao diálogo respeitoso e à convivência civilizada entre ambos os Estados dentro de nossas profundas diferenças”, reiterando que “Cuba seguirá defendendo as ideias pelas quais nosso povo tem assumido os maiores sacrifícios e riscos”.

    É nítida a vitória da resistência cubana, que obrigou o seu principal e mais poderoso adversário a adotar novas táticas, na tentativa de reconstruir sua influência sobre a América Latina e o Caribe.

    Da redação com jornal Granma

    Câmara aprova texto que impede estatais de contratar terceiros para atividade-fim

    A Câmara dos Deputados aceitou, nesta terça-feira (14), o destaque encaminhado pelo PSDB que impediu que empresas públicas, sociedades de economia mista e a suas subsidiárias controladas pela União, Estados e municípios pudessem contratar funcionários para as chamadas atividade-fim por meio de empresas terceirizadas. O destaque teve o apoio do arquirrival tucano, o PT. Na prática, empresas públicas como a Petrobras continuarão tendo que contratar funcionários de suas atividades-fim por meio de concurso público. O destaque foi aprovado por 360 votos contra 47.
    O projeto de lei 4330/04, cujo texto-base foi aprovado na semana passada, prevê a ampliação das regras para a contratação de empresas terceirizadas. Atualmente, empresas só podem contratar funcionários terceirizados para atividades consideradas "meio", como serviços de limpeza e vigilância, por exemplo.
    O texto aprovado na semana passada permitia que empresas privadas e empresas públicas, além das sociedades de economia mistas controladas pelo governo, pudessem contratar funcionários para atividades-fim a partir de empresas terceirizadas.
    Com a aprovação do destaque nesta terça, a ampliação das regras sobre terceirização, alvo de críticas de centrais sindicais, não recairá sobre empresas públicas. A Câmara dos Deputados recebeu 27 destaques (alterações) ao texto-base aprovado na última semana. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a dizer que a matéria deverá se votada completamente ainda nesta terça, mas às 19h10 encerrou a ordem do dia. A votação será retomada nesta quarta-feira (15).
    Fonte: UOL

    Vanessa: PL 4330 é uma medida ilegal, imoral e inconstitucional

    Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) durante pronunciamento, nesta terça-feira (14), ao criticar o projeto e apontar quis os perigos que ele representa para o mundo do trabalho.

    Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) durante pronunciamento,
     na terça-feira (14), ao criticar o projeto e apontar quis os perigos
    que ele representa para o mundo do trabalho.

    "Em uma análise fria e objetiva, o PL 4330/2004 é uma medida ilegal, imoral e inconstitucional", afirmou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), durante pronunciamento, nesta terça-feira (14), ao criticar o projeto e apontar quis os perigos que ele representa para o mundo do trabalho.

    Por Joanne Mota, na Rádio Vermelho


    Para a senadora "não há justificativa para a aprovação de uma medida de precarização e rebaixamento da força de trabalho, em um período histórico de avanços trabalhistas, representado pelo baixo índice de desemprego e pela constante valorização real do salário mínimo".


    Segundo ela, "a regulamentação da terceirização, da forma em que foi proposta, não busca o aumento da produtividade ou da competitividade. Busca tão somente um aumento nas taxas de lucro através do estrangulamento do trabalho".

    Precarização escancarada

    A precarização das condições de trabalho e de emprego associada à terceirização é evidenciada em diversas pesquisas, entre elas, em um amplo estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa destaca pelo menos três indicadores relevantes das condições de trabalho que reforçam que a estratégia de otimização dos lucros via terceirização que está, fortemente, baseada na precarização do trabalho.

    A pesquisa aponta o trabalhador terceirizado recebe 27,1% menos para o trabalhador direto. Para se ter uma ideia do impacto da terceirização. Outra brecha que se abre com a terceirização e o avanço da rotatividade, que vem aumentando ano após ano. Hoje, ela está em torno de 57%, mas alcança 76% no setor de serviços. O Projeto de Lei 4330 prevê a chamada "flexibilização global", um incentivo a essa rotatividade. A pesquisa do Dieese revela que a diferença de tempo de permanência no emprego é maior para os trabalhadores diretos que para os terceiros.

    E mais, quando analisamos as condições do ambiente de trabalho, o terceirizado lidera o ranking das doenças ocupacionais, dos acidentes de trabalho e até de óbitos. O estudo do Dieese revela que a cada dez acidentes de trabalho, oito acontecem entre os terceirizados. Outra questão apontada pela pesquisa é que com a proposta do PL 4330, a “responsabilidade solidária”, que transfere à empresa contratante a obrigação de cumprir com deveres trabalhistas desrespeitados pela contratada, será sufocada.

    Entre 2010 e 2013, nas 10 maiores operações de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão, quase 3.000 dos 3.553 casos envolviam terceirizados. Na construção de edifícios, foram 75 falecimentos de terceirizados num total de 135 mortes. Para Lilian Marques, estes números refletem a forma como os trabalhadores terceirizados são tratados pelos empregadores, em aspectos como segurança e treinamento.

    Mulheres são as mais afetadas

    Em artigo publicado do Brasil em Debate, pesquisadora da Unicamp, Juliane Furno, denunica  que “a regulamentação da terceirização esconde a sua verdadeira face, que é a retomada das taxas de lucro das grandes empresas com o estrangulamento do trabalho. Nesse processo, as mulheres, que já ganham menos e têm os empregos mais precários, serão ainda mais prejudicadas”.

    Ao citar estudo Dieese, a pesquisadora lembrou que “se o trabalhador terceirizado recebe 27,1% menos que o trabalhador direto e as mulheres ganham em geral somente 80% do salário dos homens, isso significa que seus rendimentos seriam ainda menores”. E completou: “As mulheres já são a maioria entre os trabalhadores terceirizados, por um agravante histórico da construção do patriarcado, o qual relega as mulheres – de forma naturalizada – uma posição subalterna no mercado e as reserva às posições com piores rendimentos e mais desvalorizadas socialmente”.

    Juliane Furno ainda externou que “com a aprovação do PL 4330, a prática da terceirização passa a ser legitimada e incentivada, e as mulheres são a categoria mais atingida por essas formas de contratação, em especial as mulheres negras”. Esta última, a categoria mais precarizada do mundo do trabalho, de acordo com dados do Dieese. 


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    Sessão Solene em homenagem aos 50 anos da Globo foi na medida

      

    A Câmara dos deputados realizou uma sessão solene nesta terça-feira (14) em homenagem à TV Globo, que no próximo dia 26 completará 50 anos de fundação. A sessão fez justiça à emissora fundada por Roberto Marinho: aconteceu sem povo, foi autoritária e medíocre. 


    As galerias estavam vazias e o plenário a meia bomba. Sessões solenes, em geral, são abertas ao público, desta vez a entrada só foi permitida para convidados. A Globo fez questão de manter o povo à distância. Na plateia, funcionários da empresa, incluindo antigos atores como Tônia Carrero, Milton Cunha e Juca Oliveira. Comandando a homenagem não poderia haver pessoa mais representativa do que significa o sistema Globo do que o atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Conhecido por sua forma republicana de fazer política, Eduardo Cunha em todos os terrenos (ética, compromisso com a democracia, etc.) tem realmente a cara da “vênus platinada”. Os discursos dos deputados foram uma sucessão de bajulações. Conhecidos parlamentares da bancada da Globo, como Miro Teixeira (PROS-RJ), não faltaram. Marcaram presença também representantes do PSDB, DEM, PPS, PSC, PSD, todos com os olhos brilhando de admiração em relação a Eduardo Cunha e buscando, com suas presenças e seus discursos, usufruir um pouco que seja da blindagem de que hoje desfruta o “capo di tutti i capi”. Mas o campeão entre todos os puxa-sacos foi sem dúvida o deputado federal pelo Piauí, Heráclito Fortes. Heráclito, no afã de ser mais capacho do que os capachos que o antecederam disse que a Globo apoiou o movimento “pelas diretas já” e agradeceu a Roberto Marinho pela volta da democracia. Tudo isso registrado para a posteridade pela TV Câmara. Entre tantas ignomínias que uma declaração como esta carrega, talvez uma das maiores seja em relação à memória de Miguel Arraes, pois Heráclito as fez representando o PSB.

    De repente, um vento soprou

    Mas de repente, vozes dignas romperam a mesmice, interrompendo o discurso laudatório. Três pessoas abriram uma faixa e gritaram palavras de ordem como: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. Foi o único momento em que, por segundos, soprou no plenário da câmara uma brisa de vento puro e digno, varrendo do ar, mesmo que por poucos instantes, o pesado fedor da hipocrisia e da mentira, que saia da boca e exalava dos gestos de cada orador que curvou sua coluna servil diante da poderosa Globo. Fortes, que se calou por um momento, assim que os manifestantes foram retirados do plenário pela polícia legislativa, recobrou a coragem, como aliás é comum em gente deste tipo, e falando em uma linguagem que a Globo adora, disse que “em Cuba isso não seria possível”. O “isso” a que se referiu o sabujo é que permanece um mistério. Isso o quê? A prisão dos manifestantes? O fato de uma empresa que sonega quase R$ 1 bilhão ser homenageada em plenário? Não se sabe. Logo após a liberdade de expressão ter sido cerceada, um dos irmãos Marinho, João Roberto Marinho, simbolicamente fez uso da palavra. Torcemos para que a TV Câmara passe repetidas vezes esta intervenção, que mostra com clareza os limites da nossa elite.

    A emoção do herdeiro

    Foi um discurso curto, vazio e medíocre. Como um quitandeiro fala da qualidade de suas frutas, João Roberto falou sobre a Rede Globo exaltando seu produto mas, ao contrário da maioria dos quitandeiros, mentiu o tempo todo. Por exemplo, elogiou a pluralidade de opiniões que a Globo expressa e o seu compromisso com a democracia. Em determinado momento se emocionou ao falar do pai, mas não foi uma emoção vinda da vergonha de ser filho do verdugo de toda uma geração de jovens, obrigados a viver sob o tacão de uma ditadura que matou muitos que se rebelaram e torturou outros tantos. Controlou-se (a emoção não era tanta assim) e prosseguiu. Quando seu discurso terminou os espectadores estavam perplexos. Mesmo um “big brother” faria um discurso com mais conteúdo. Eduardo Cunha, a cara da Globo e da sessão solene, fez mais uma da série de genuflexões de que esteve cheio o plenário na manhã desta terça-feira e reafirmou ao sorridente irmão Marinho o seu compromisso de barrar a regulação da mídia. O presidente da Câmara encerrou então a sessão, envolto pelos aplausos dos poucos presentes, cujas palmas ecoavam nas galerias vazias como talvez tenham ecoado nos salões do baile da Ilha Fiscal, na derradeira festa de uma monarquia prestes a acabar.

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    Renato Rabelo: PCdoB, contra a terceirização, em defesa do trabalho

    Renato Rabelo: PCdoB, contra a terceirização, em defesa do trabalho
    Eder Bruno
    Renato Rabelo: PCdoB, contra a terceirização, em defesa do trabalho

    Com sessão para debater e votar emendas ao PL 4330 que trata da terceirização, nesta terça-feira (14) e quarta (15), os partidos que são contra a matéria vão tentar no Plenário da Câmara alterar um dos pontos mais polêmicos do PL que é a questão da atividade-fim. As centrais e movimentos sociais estão convocando atos em todo o país nesta quarta (15) contra o projeto. Preocupado com o retrocesso nos direitos dos trabalhadores, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, se manifesta em nota.


    Leia abaixo a íntegra:

    Contra a terceirização, em defesa do trabalho!

    A onda reacionária em curso no país, além de empreender uma campanha golpista contra a democracia e o mandato da presidenta Dilma Rousseff, realiza uma investida para tentar cortar direitos históricos dos trabalhadores. É o caso do que aconteceu no último dia 8 na Câmara dos Deputados quando, a toque de caixa, foi aprovado o Projeto de Lei (PL) 4330 que generaliza a terceirização, estendendo-a aos trabalhadores da atividade fim.

    Se este projeto for aprovado definitivamente nestes termos, o resultado será a precarização das relações trabalhistas: menos salário, mais horas de trabalho e menor duração do vínculo do empregado com as empresas. Uma punhalada nos direitos dos trabalhadores!

    O PCdoB, coerente com sua trajetória resoluta de defesa dos direitos da classe trabalhadora, já em 2004 – quando este projeto foi apresentado – havia firmado posição pública contrária a ele. Posição essa agora reiterada, antes e durante a votação ocorrida no último dia 8, na Câmara. A Liderança de nossa bancada com firmeza denunciou o retrocesso que ele acarretará contra os direitos trabalhistas e o golpe que ele desfere contra a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

    Porém, a derrota sofrida pelos trabalhadores na Câmara dos Deputados pode ser revertida. A votação do último dia 8 foi apenas uma batalha de uma luta que prossegue. Luta que será travada no Congresso Nacional, nas ruas e através de um amplo e vigoroso debate a ser iniciado em todos os espaços possíveis. Primeiro, resta ainda a votação dos destaques na Câmara dos Deputados, programada para acontecer nesta semana. Depois, o Projeto tramitará no Senado Federal quando o seu teor poderá ser revisado. Importantes juristas e ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) já se proclamaram contrários ao que foi aprovado na Câmara e apresentam sugestões de mudança.

    O PCdoB conclama seu coletivo militante e, também, as demais forças progressistas para revigorarmos essa jornada contra a terceirização, em defesa do progresso social e da valorização do trabalho. O Partido deve, entre outras medidas, se empenhar pelo êxito das mobilizações contra o PL 4330, convocadas pelas centrais sindicais verdadeiramente comprometidas com os trabalhadores para o próximo dia 15.

    São Paulo, 14 de abril de 2015.
    Renato Rabelo
    Presidente do Partido Comunista do Brasil – PCdoB

    segunda-feira, 13 de abril de 2015

    Veja como PL 4330 prejudica os trabalhadores


    Em trâmite no Legislativo, o Projeto de Lei 4330, de 2004, é uma grande ameaça aos direitos da classe trabalhadora, especialmente da categoria bancária. Sob o pretexto de regulamentar a terceirização no país, acaba por legalizar a fraude e a precarização do emprego. Isso porque permite que as empresas terceirizem até mesmo sua atividade-fim, aquela que caracteriza o objetivo principal da empresa, seu empreendimento.
    Manifeste sua indignação contra o PL 4330 mandando e-mails para os deputados líderes de seus partidos ou para o partido inteiro.
    Atualmente, a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) considera ilegal a terceirização na atividade-fim do empregador, permitindo-a apenas nas atividades consideradas meio, ou seja, aquelas que, apesar de necessárias, não são inerentes ao objetivo principal da empresa. Se o PL 4330 foi aprovado pelo Congresso Nacional, o entendimento do TST não mais valerá e cairá a Súmula 331, hoje única defesa contra a terceirização sem limites (leia abaixo carta dos ministros do TST sobre o tema).

    Súmula 331 – Hoje os trabalhadores ainda conseguem vitórias na Justiça graças à Súmula 331, que entende a terceirização da atividade-fim como uma maneira de o empregador intermediar mão de obra de forma fraudulenta, visando barateá-la. Muitos terceirizados conseguem, assim, provar que exerciam funções similares aos contratados diretos e os juízes reconhecem seu vínculo com a empresa, determinando o pagamento de direitos, como, no caso dos bancários, os que estão na CCT. Isso não mais ocorrerá se os parlamentares aprovarem o PL 4330.
    “Há um forte lobby da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e da Fenaban (federação dos bancos) para que o PL seja aprovado, porque está de acordo com os interesses da classe empresarial”, ressalta a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
    No caso dos bancos, isso já acontece em muitos setores, mas se o PL 4330 for aprovado pode se agravar ainda mais. A secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria, lembra que na década de 1980 a categoria bancária reunia cerca de 1 milhão de trabalhadores. “Mas ao longo das últimas décadas, foi reduzida pela metade. E isso não aconteceu porque o setor financeiro diminuiu. Ao contrário, as instituições financeiras cresceram, seus lucros cresceram mais de 1.000% em termos reais desde 1994. Além disso, o volume de contas correntes mais que dobrou nos últimos anos, bem como a relação crédito/PIB.”
    Qual foi a “mágica” então? “Os banqueiros terceirizaram. Os postos de trabalho bancário diminuíram porque foram ocupados por funcionários de outras empresas que, apesar de realizarem os mesmos serviços, ganham em média 1/3 do salário, têm jornadas bem maiores e não usufruem dos direitos previstos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), como a PLR. Ou seja, muitos que eram bancários são hoje terceirizados e se o PL 4330 for aprovado, outros tantos podem perder seus empregos pois os bancos não terão mais nenhum impedimento legal para contratar terceiros.”

    Responsabilidade solidária – Além de liberar a terceirização nas atividades essenciais da empresa, o PL 4330 acaba com a responsabilidade solidária. Isso equivale a dizer que se a terceirizada não arcar com as obrigações trabalhistas, a tomadora de serviços (no nosso caso, o banco) pode não ter qualquer responsabilidade pelos trabalhadores que prestavam serviço a ela e nem ser cobrada na Justiça.
    Veja os pontos mais nocivos do projeto
    Empresas sem empregados – O projeto autoriza a contratação de serviços terceirizados desde que a empresa seja “especializada”. Assim, acaba por permitir que as empresas terceirizem até suas atividades-fim, o que hoje é proibido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Isso, segundo a CUT, seria o sonho dos empregadores: a possibilidade de uma empresa sem empregados.

    Responsabilidade subsidiária – No caso de a terceirizada não pagar suas obrigações trabalhistas, o projeto determina a responsabilidade subsidiária da contratante. Isso significa que ela só poderá ser acionada na Justiça após encerradas todas as possibilidades de cobrança da terceirizada. A CUT defende a responsabilidade solidária, de acordo com a qual, as duas empresas respondem pelas dívidas.
    Sem isonomia – O PL 4330 defende isonomia apenas no direito de terceirizados usarem os mesmos banheiros, refeitórios, ambulatórios e creches da empresa contratante. Mas a CUT quer isonomia de salários e direitos entre terceirizados e funcionários diretos.

    Quarteirização – O projeto também permite que a prestadora de serviços contrate outra empresa para tal. Isso se chama quarteirização e apresenta ainda mais riscos aos direitos dos trabalhadores.

    Correspondentes bancários – Determina que as prestadoras de serviço tenham um objeto social único, mas essa regra não se aplica ao setor financeiro, pois o projeto permite o funcionamento dos correspondentes bancários. Por exemplo, o objeto social de lojas de roupa é vender roupas, mas muitas lojas podem, além disso, realizar operações bancárias.

    Queda de qualidade – Com salários baixos, alta rotatividade, jornada extensa e pouco treinamento entre os empregados, os serviços prestados pelas terceirizadas em geral são de baixa qualidade. Com isso perdem também os consumidores.

    Mais acidente e adoecimento – De cada dez acidentes de trabalho, oito envolvem funcionários de terceiras. As condições precárias de trabalho vitimam os trabalhadores e resultam em gastos previdenciários e com saúde, ou seja, toda a sociedade paga o preço.
    Outras ameaças
    PLS 87 – O PL 4330 não é a única ameaça aos direitos dos trabalhadores. Tramita no Senado Federal um projeto similar, que assim como o 4330, libera a terceirização nas atividades-fim. Trata-se  do PLS 87/2010, de autoria do ex-senador tucano Eduardo Azeredo.
    Ameaça no STF – Além dos perigos no Congresso, os trabalhadores ainda enfrentam ameaças no Supremos Tribunal Federal (STF), onde tramitam três ações que querem a liberação da terceirização nas atividades-fim: a da Celulose Nipo Brasileira (Cenibra), da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e de empresas de call center. Todas querem que o STF julgue inconstitucional a Súmula 331.

    STF vai decidir sobre terceirização

    A CUT ingressou com pedido de amicus curiae – recurso pelo qual se manifesta parte interessada e pede para ser ouvida no processo – na ação da Cenibra e prepara intervenção junto à ação da Abag, por serem os casos mais próximos de decisão. Além disso, CUT, Força Sindical, Nova Central e CTB cobram do ministro Luiz Fux, relator da ação da Cenibra, a realização de uma audiência pública para discutir o tema.
    Leia íntegra de carta dos ministros do TST

    Brasília, 27 de agosto de 2013

    Excelentíssimo senhor deputado Décio Lima
    Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

    A sociedade civil, por meio de suas instituições, e os órgãos e instituições do Estado, especializados no exame das questões e matérias trabalhistas, foram chamados a opinar sobre o Projeto de Lei nº 4330/2004, que trata da terceirização no Direito brasileiro.

    Em vista desse chamamento, os Ministros do Tribunal Superior do Trabalho, infra-assinados, com a experiência de várias décadas na análise de milhares de processos relativos à terceirização trabalhista, vêm, respeitosamente, apresentar suas ponderações acerca do referido Projeto de Lei:

    I. O PL autoriza a generalização plena e irrefreável da terceirização na economia e na sociedade brasileiras, no âmbito privado e no âmbito público, podendo atingir quaisquer segmentos econômicos ou profissionais, quaisquer atividades ou funções, desde que a empresa terceirizada seja especializada.

    II. O PL negligencia e abandona os limites à terceirização já sedimentados no Direito brasileiro, que consagra a terceirização em quatro hipóteses:
    1- Contratação de trabalhadores por empresa de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.06.1974);
    2- Contratação de serviços de vigilância (Lei n 7.102, de 20.06.1983);
    3- Contratação de serviços de conservação e limpeza;
    4- Contratação de serviços especializados ligados a atividades-meio do tomador, desde que inexista a personalidade e a subordinação direta;

    III. A diretriz acolhida pelo PL nº 4.330-A/2004, ao permitir a generalização da terceirização para toda a economia e a sociedade, certamente provocará gravíssima lesão social de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários no País, com a potencialidade de provocar a migração massiva de milhões de trabalhadores hoje enquadrados como efetivos das empresas e instituições tomadoras de serviços em direção a um novo enquadramento, como trabalhadores terceirizados, deflagrando impressionante redução de valores, direitos e garantias trabalhistas e sociais.

    Neste sentido, o Projeto de Lei esvazia o conceito constitucional e legal de categoria, permitindo transformar a grande maioria de trabalhadores simplesmente em ´prestadores de serviços´ e não mais ´bancários´, ´metalúrgicos´, ´comerciários´ etc.

    Como se sabe que os direitos e garantias dos trabalhadores terceirizados são manifestamente inferiores aos dos empregados efetivos, principalmente pelos níveis de remuneração e contratação significativamente mais modestos, o resultado será o profundo e rápido rebaixamento do valor social do trabalho na vida econômica e social brasileira, envolvendo potencialmente milhões de pessoas.

    IV. O rebaixamento dramático da remuneração contratual de milhões de concidadãos, além de comprometer o bem estar individual e social de seres humanos e famílias brasileiras, afetará fortemente, de maneira negativa, o mercado interno de trabalho e de consumo, comprometendo um dos principais elementos de destaque no desenvolvimento do País. Com o decréscimo significativo da renda do trabalho ficará comprometida a pujança do mercado interno no Brasil.

    V. Essa redução geral e grave da renda do trabalhador brasileiro – injustificável, a todos os títulos – irá provocar também, obviamente, severo problema fiscal para o Estado, ao diminuir, de modo substantivo, a arrecadação previdenciária e tributária no Brasil.

    A repercussão fiscal negativa será acentuada pelo fato de o PL provocar o esvaziamento, via terceirização potencializada, das grandes empresas brasileiras, que irão transferir seus antigos empregados para milhares de pequenas e médias empresas – todas especializadas, naturalmente -, que serão as agentes do novo processo de terceirização generalizado.

    Esvaziadas de trabalhadores as grandes empresas – responsáveis por parte relevante da arrecadação tributária no Brasil –, o déficit fiscal tornar-se-á também incontrolável e dramático, já que se sabe que as micro, pequenas e médias empresas possuem muito mais proteções e incentivos fiscais do que as grandes empresas. A perda fiscal do Estado brasileiro será, consequentemente, por mais uma razão, também impressionante. Dessa maneira, a política trabalhista extremada proposta pelo PL 4330-A/2004, aprofundando, generalizando e descontrolando a terceirização no País, não apenas reduzirá acentuadamente a renda de dezenas de milhões de trabalhadores brasileiros, como também reduzirá, de maneira inapelável, a arrecadação previdenciária e fiscal da União no País.

    VI. A generalização e o aprofundamento da terceirização trabalhista, estimulados pelo Projeto de Lei, provocarão também sobrecarga adicional e significativa ao Sistema Único de Saúde (SUS), já fortemente sobrecarregado. É que os trabalhadores terceirizados são vítimas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais/profissionais em proporção muito superior aos empregados efetivos das empresas tomadoras de serviços. Com a explosão da terceirização – caso aprovado o PL nº 4330-A/2004 –, automaticamente irão se multiplicar as demandas perante o SUS e o INSS.

    São essas as ponderações que apresentamos a Vossa Excelência a respeito do Projeto de Lei nº 4.330-A/2004, que trata da ´Terceirização’

    Respeitosamente,

    Antonio José de Barros Levenhagen; João Oreste Dalazen; Emmanoel Pereira; Lelio Bentes Corrêas; Aloysio Silva Corrêa da Veiga; Luiz Philippe Vieira de Mello Filho; Alberto Luiz Bresciane de Fontan Pereira; Maria de Assis Calsing; Fernando Eizo Ono; Marcio Eurico Vitral Amaro; Walmir Oliveira da Costa; Maurício Godinho Delgado; Kátia Magalhães Arruda; Augusto Cesar Leite de Carvalho; José Roberto Freire Pimenta; Delaílde Alves Miranda Arantes; Hugo Carlos Sheurmann; Alexandre de Souza Agra Belmonte e Claudio Mascarenhas Brandão.

    Fonte: SP Bancários