sábado, 31 de agosto de 2013

Final do Campeonato 2013 e festa marcam encerramento às comemorações ao Dia do Bancário em Itabuna


Com uma grande festa no Clube dos Bancários neste sábado, dia 31 de agosto, o Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região encerrou as atividades em comemoração ao Dia do Bancário – 28 de Agosto.
Uma grande participação de bancários e amigos, o evento se tornou uma grande festa animada pela banda Operários do Samba num dia ensolarado e cheio de emoções durante as partidas ocorridas no gramado do Clube.
Para Jorge Barbosa, presidente do Sindicato, os atletas e a diretoria de Esportes, Cultura e Lazer da entidade, na pessoa do diretor da área, Ronaldo Meneses estão de parabéns por realizar um grande campeonato este ano que foi coroado de êxito hoje com a grande final no qual sagrou-se vencedora a equipe do HSBC tendo como vice o time da Caixa Econômica.
Ronaldo Meneses, o terceiro da esquerda para a direita, diretor de Esporte, Cultura e Lazer do Sindicato foi o organizador do Campeonato dos Bancários 2013
O diretor de Esportes, Cultura e Lazer do Sindicato, Ronaldo Meneses, expressou sua emoção durante  a entrega dos troféus e destacou o empenho do time do banco Mercantil que encontrou dificuldades no inicio da competição mas deu a volta por cima e conseguiu a terceira colocação do certame.
Para animar a criançada foi reservado um grande espaço para brincadeiras e recreação onde não faltou irreverência típica dos filhos e filhas dos bancários, bancários e de amigos que prestigiaram a atividade esportiva e cultural do Sindicato.
A banda Operários do Samba deu um show à parte interpretando grande sambas da música popular brasileira animando todos que reconhecem o esforço do Sindicato em realizar atividades culturais, esportivas e de confraternização para a categoria.
Equipe Itabuna da categoria Master sagrou-se campeã
Participaram da parte esportiva as equipes Itabuna, Barcelona, UFC e Baba da Tarde que disputaram o segundo e terceiro lugares e o troféu de campeão da competição.
Nesta categoria ficou com o terceiro  lugar a equipe UFC e a vice-campeã foi a equipe do Barcelona. O troféu de campeão foi para o time do Itabuna. O artilheiro desta categoria foi o atleta Cafezinho e o melhor goleiro Frank.
Na disputa pela terceira colocação do Campeonato dos Bancários saiu vencedor o time do Mercantil, sendo que o troféu de vice-campeão foi para o time da Caixa Econômica.
A equipe do HSBC sagrou-se bi-campeã da competição quando venceu o time da Caixa por 1 a zero.
O artilheiro do campeonato foi o atleta Gabriel Severo com o feito de dez gols durante toda a competição. Já o atleta Frank foi o goleiro menos vazado do campeonato.
Equipe da Caixa foi a vice-campeã do Campeonato dos Bancários 2013
Confira os resultados dos jogos do Campeonato dos Bancários 2013:
UFC   3 x 4 Baba da Tarde
Itabuna  1 x 0 Barcelona
Mercantil 7 x 0 Banco do Brasil
HSBC  1 x 0 Caixa Econômica
O Sindicato dos Bancários agradece a todos e a todas pelo empenho, esforço e dedicação empreendidos para o êxito de mais esta atividade sindical esportiva, cultural e de confraternização dos bancários, bancárias e amigos da categoria.

Frente Parlamentar colhe assinaturas para projeto da mídia democrática

O projeto de iniciativa popular conhecido como Lei da Mídia Democrática vai ser prioridade da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Comunicação com Participação Popular neste semestre. A frente parlamentar se reuniu, nesta quinta-feira (29), com o objetivo de discutir a estratégia para ajudar na coleta das 1,3 milhão de assinaturas necessárias para a proposta a ser analisada pelo Congresso. 


A coordenadora da frente, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), explica que a frente é composta de parlamentares e de mais de 100 entidades nacionais. “Essas entidades estão espalhadas pelo País inteiro. Nós queremos fazer encontros, reuniões e eventos de lançamento do projeto de lei de iniciativa popular a pretexto de coletar as assinaturas e de dialogar com a sociedade a respeito do conteúdo do projeto."

Na semana passada, a proposta, que pretende regulamentar o funcionamento dos meios de comunicação no País, foi lançada na Câmara dos Deputados pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, composto de 42 entidades da sociedade civil. 

O movimento criou a campanha "Para Expressar a Liberdade", com o objetivo de colher o número exigido de assinaturas para o início da tramitação da proposta.

O texto propõe uma série de mudanças na legislação atual, que tem mais de 50 anos. Entre os principais pontos, está a proibição da concessão de meios de comunicação a pessoas com cargo eletivo - como deputados e senadores - e a grupos ligados a igrejas. Também seria vedado o controle de mais de cinco canais de comunicação por uma mesma empresa.

Quem estiver interessado em conhecer e assinar o projeto pode acessar aqui. Basta imprimir o formulário e enviar pelos Correios para o endereço indicado.

Da Redação do Vermelho em Brasília
Com Agência Câmara


Farsa: a médica da Folha e a semana de 128 horas

É difícil saber se essa polêmica do Mais Médicos está fazendo mais estragos na reputação dos médicos ou na dos jornalões brasileiros. Nesta sexta (30), dois jornalões (Folha e O Globo) dão destaque à triste história da Dra. Junice Maria Moreira, médica do programa Saúde da Família, que teria sido demitida para "dar lugar a um cubano" em Murici, interior da Bahia. Para azar dos jornalões, uma repórter seguiu o princípio básico de dar voz ao outro lado. 
Por André Borges Lopes*, na Carta Maior


Nesta sexta-feira (30) – não por coincidência – dois jornalões (Folha e O Globo) dão destaque à triste história da Dra. Junice Maria Moreira, médica do programa Saúde da Família, que estaria sendo sumariamente demitida para "dar lugar a um cubano" em Murici, povoado da cidade de Sapeaçu, BA. A denúncia foi plantada na imprensa pelo CRM da Bahia.

As manchetes:

Folha: "Disseram que eu tinha que dar lugar a um cubano"

O Globo: Prefeituras substituem médicos por profissionais do programa do governo.

Muito bem. Aí a gente acessa o serviço CNESNet da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde e pede uma busca pelo nome da doutora Junice Maria Moreira.

Descobre-se que a essa médica tem quatro vínculos empregatícios ativos, dois deles de 40 horas no Programa de Saúde da Família e mais dois de 24 horas cada como médico clínico. Total de 128 horas semanais (improváveis 18 horas e meia por dia, de segunda a segunda). Com um detalhe: os vínculos públicos são com prefeituras de três cidades diferentes (Murici, Queimadas e Jiquiriçá no interior baiano) distantes 357 km entre si, 4h40 de viagem segundo o Google Maps.

Com essa carga de trabalho insana e atendendo em três municípios distantes é de se supor que a Dra. Junice encontrasse dificuldades para cumprir seus horários contatados. Pois foi exatamente isso que constatou a repórter Louise Lobato do jornal Correio ao seguir o princípio básico de dar voz ao outro lado (relegado ao mero registro de um desmentido formal nas matérias da Folha e d'O Globo).

Da matéria da Louise:

"O secretário de Saúde da cidade, Raul Molina, desmentiu as alegações. 'Ela disse que está sendo substituída por um médico estrangeiro, mas isso não é verdade. A demissão aconteceu não para economizar recursos da prefeitura, e sim porque esta médica não está cumprindo o contrato. Ela se recusa a cumprir a carga horária determinada, de 40 horas, e ao invés disto, trabalha somente durante um turno, duas vezes na semana. Ou seja, apenas 12 horas', afirmou. 'Há três meses, nós comunicamos para a cooperativa que ela não estava cumprindo a carga horária, e pedindo a substituição. Contudo, a cooperativa disse que não tinha nenhum outro médico disponível para substituí-la. Por causa disso, demos entrada no pedido para participar do Mais Médicos', relata o secretário Molina."

Bem, se a Dra. Junice é uma amostra do tipo de profissional da saúde pública que está sendo trocado pelos médicos cubanos, continuo achando que o Brasil está fazendo um excelente negócio em trazer los hermanos.

*André Borges Lopes é professor universitário e produtor gráfico. 
Texto publicado originalmente na página do Facebook do autor.

Fonte: Vermelho

EUA preparam forças para eventual ataque contra a Síria

Os Estados Unidos continuam nesta sexta-feira (30) os preparativos para uma eventual ação militar contra a Síria, com a localização de agrupamentos navais e equipamento aéreo em áreas próximas ao país árabe, no meio de uma ampla campanha midiática.


Com o pretexto do suposto uso de armas químicas por parte do Governo do presidente Bashar Al-Assad, a Casa Branca detalha as missões de seu exército que sustentariam a intervenção militar e tenta convencer o Congresso sobre a necessidade de uma ação desse tipo.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou nesta sexta-feira que Washington tem "todas as provas" necessárias sobre a suposta culpa do Governo sírio no uso das armas químicas. 

Kerry afirmou que os Estados Unidos estão preparados para realizar um ataque preventivo contra alvos na Síria, "porque os serviços de inteligência conhecem detalhes sobre os lugares de onde foram lançadas as substâncias tóxicas".

Por outra parte, funcionários públicos da Casa Branca tiveram uma conferência telefônica na quinta-feira à noite com os principais líderes do legislativo, com o objetivo de obter apoio político a qualquer decisão que adote o Executivo para uma ação militar.

Da reunião participaram representantes do Departamento de Estado, do Pentágono e das agências de inteligência estadunidenses, que garantiram a mais de vinte legisladores que existem evidências claras de que as forças do Governo de Damasco foram responsáveis pelo uso das substâncias tóxicas.

Os funcionários públicos garantiram que os EUA possuem as provas e a justificativa legal para realizar um ataque e evitar que os líderes sírios utilizem novamente as armas químicas, assegura nesta sexta-feira o diário The New York Times.

Nos últimos dias, a Armada estadunidense reforçou sua presença na região do Golfo Pérsico com a chegada dos porta-aviões Harry S. Truman, com dois cruzeiros lança míssil e igual número de destróieres como navios escolta, que relevarão o grupo similar do USS Nimitz, que se encontra na área desde março passado.

No entanto, foi ordenado ao Nimitz permanecer na região até novo aviso, decisão que o Pentágono qualificou de prudente, ainda que seus porta-vozes se negaram a confirmar que a presença do Nimitz seria vital na eventualidade de uma ação militar contra a Síria.

O Pentágono confirmou também o deslocamento de um quinto destruidor para o Mar Mediterrâneo oriental, como parte dos preparativos para uma operação militar contra esse país do Levante.

Cada um destes navios é capaz de portar várias dúzias de mísseis cruzeiro Tomahawk, que seriam a peça central dos primeiros golpes contra alvos militares e civis em território sírio.

A população estadunidense se opõe a uma ação militar de grande envergadura contra a Síria, mas se inclina a realização de golpes limitados para socavar as capacidades do exército sírio de realizar ataques com armas químicas, revelou nesta sexta-feira uma pesquisa da rede NBC.

Segundo essa pesquisa, a imensa maioria dos estadunidenses querem que Obama obtenha a aprovação do Capitólio antes de realizar qualquer ataque contra a nação árabe.

Especialistas e meios de imprensa afirmam que quanto à aviação militar, além da que está a bordo dos porta-aviões – cada um com capacidade para transportar ao redor de 80 aeronaves – Washington mantém uma forte presença aérea em suas bases na Itália, Turquia e vários países do Oriente Médio.

Além disso, os bombardeiros de longo alcance em território continental estadunidense podem atingir alvos em território sírio em uma viagem transatlântica e cumprir missões de ataque, caso seja tomada a decisão política.

Fonte: Prensa Latina via Vermelho

Alckmin renova mais de 5 mil assinaturas da revista Veja

Sem alarde da mídia, governador Alckmin renova 5,2 mil assinaturas da revista Veja para serem distribuídas em escolas da rede pública

Helena Stephanowitz, Rede Brasil Atual
alckmin renova revista veja
Sem alarde da mídia, Alckmin renova 5,2 mil assinaturas da Veja
No último dia 14 de junho, enquanto as atenções estavam voltadas para os protestos nas ruas de São Paulo, o Diário Oficial do Estado publicou a compra – sem licitação – de 5.200 assinaturas semestrais da revista Veja para serem distribuídas nas escolas da rede pública. O valor contratado foi de R$ 669.240,00, a ser desembolsado em nome da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, órgão do governo estadual.
Há anos os governos tucanos paulistas recebem duras críticas pela compra em grande volume destas revistas e jornais. As críticas começam pela dispensa de licitação, afinal há pelo menos outras três revistas semanais no Brasil que concorrem com a Veja.
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A linha editorial da publicação é, digamos assim, a mais simpática ao governo paulista e hostil à oposição dentro do estado. E isso atrai questionamentos aos governadores tucanos da vez, sobre haver mais interesse político próprio do que público nesta compra.
Outro ponto polêmico é se a revista é realmente adequada para ser direcionada ao ambiente escolar, tantas são as polêmicas em torno de suas reportagens. E não me refiro apenas aos diversos casos que ensejaram processos e condenações, seja de indenização por danos morais, seja de direitos de resposta.
Há também casos de reportagens contestadas e repelidas pelo meio acadêmico e científico, inclusive um caso de apologia ao consumo de remédios para emagrecer que haviam sido proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E lembremos que, no ano passado, a revista esteve envolvida com o escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, cujas interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça captaram diálogos que sugerem estreita proximidade entre o alto escalão da Veja, bem acima do recomendável e até hoje mal explicada.
alckmin revista veja
Veja já fez campanha para Alckmin (Reprodução)
Com esse perfil editorial, que não podemos chamar de educativo, seria melhor o governador Geraldo Alckmin deixar que quem a queira ler que a compre, em vez de fazer distribuição compulsória para escolas com dinheiro público.
Além disso, a revista sequer está direcionada para a faixa etária dos estudantes. A própria editora Abril publica, em seu perfil dos leitores que apenas 11% têm mais de dez e menos de 19 anos. A maior fatia de leitores tem mais de 50 anos.
Mesmo que não existisse nenhum dos argumentos anteriores, recente pesquisa da Fundação Perseu Abramo registrou que 37% dos entrevistados se informam pela internet, contra 24% por revistas impressas. A pesquisa ouviu 2,4 mil pessoas de todas as idades acima de 16 anos. Se fosse refeita só com a faixa etária de estudantes até o ensino médio, a diferença a favor da internet seria muito maior, pois as novas gerações usam intensamente as redes. Por isso, o mais provável é que grande parte dos exemplares comprados para as escolas fiquem encostados em vez de serem lidos pelos alunos, o que revela um mau gasto de dinheiro público.
Enfim, a decisão de continuar comprando estas assinaturas é muito boa para os interesses empresariais dos donos da revista, inclusive sustentando a tiragem artificialmente, o que segura o preço dos anúncios. Pode ser boa também para os interesses políticos do governador, mas é péssima para os cofres públicos paulistas e para os estudantes das escolas públicas.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Xenofobia, não!

Xenofobia, pelo dicionário Aurélio, é a aversão a pessoas estrangeiras, ódio ao estrangeiro. E foi exatamente esse o significado da manifestação de médicos brasileiros contra a presença dos médicos cubanos, ocorrida no dia 26 de agosto último, em Fortaleza.

Uma atitude repugnante de nossos médicos. Em defesa da manifestação, o diretor do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes, falou que as vaias eram para os representantes governamentais que viabilizaram a vinda de mais médicos para atender a enorme carência desses profissionais em nossas comunidades. Porém não foi isso que vimos e ouvimos.

Mesmo assim o referido médico cearense insistiu e disse que as palavras que gritavam “escravos” seriam contra a forma de contratação de trabalho dos profissionais de medicina. Mais uma vez, não foi essa a evidência. O que se viu foi: médicos brancos (na pele, não no jaleco) gritando a palavra “escravos” contra médicos negros.

Desde a formação histórica brasileira, de gênese na Casa Grande oprimindo a Senzala, a atitude de um branco gritando (como sinônimo de oprimindo) com os negros tem sido o comportamento das classes abastadas brasileiras – brancos em sua maioria – contra o povo, oriundo da senzala, e atualmente em processo de mistura, de amálgama – de maioria negra.

A imagem diz tudo – uma branca gritando contra um negro. O conteúdo – a formação histórica brasileira – confirma e explica a ação indigna.

Aos trabalhadores brasileiros resta denunciar esse ato de preconceito. Se na história fomos educados com atitudes com essa de nossas elites, devemos tomar outra atitude. Somos um povo mestiço, misturado. Estamos tentando superar ao longo da nossa história a segregação racial. No meio do povo trabalhador esse comportamento não se justifica mais.

Nossa revolta é pelo ato de extrema aversão ao estrangeiro manifestado por médicos brasileiros. Esse comportamento é das elites conservadoras, preconceituosas e reacionárias brasileiras. E não do povo brasileiro, da nossa mestiçagem.

Devemos superar esse atraso social exposto/oculto por parte de segmentos de trabalhadores assalariados brasileiros. Estamos em uma nova realidade social e ações de xenofobia não podem se manifestar entre os trabalhadores. Nós devemos sim, dizer: bem-vindos, bienvenidos, welcome.


oc rogerio nunes
Carlos Rogério de Carvalho Nunes é secretário de Políticas Sociais da CTB.

Privatização da BR 101 só interessa aos empresários do eucalipto, afirma Jorge Barbosa

CTB/Regional Sul da Bahia no Dia Nacional de Mobilização interditou a BR 415 no trecho entre Itabuna e Ilhéus denunciando também a concessão das rodovias e a cobrança de pedágios, em 30 de agosto de 2013. Foto: Ricardo Carvalho
 
Para o coordenador da CTB/Regional Sul da Bahia, Jorge Barbosa, a “concessão” (PRIVATIZAÇÃO) de rodovias, projeto gestado pelo neoliberal governo FHC (PSDB/DEM), num ato de total contradição do governo Dilma é uma iniciativa que só interessa à classe empresarial. Ganham os empresários que assumirão a cobrança dos pedágios, ganham também os governos que além de faturarem com o leilão ainda ficarão desobrigados da manutenção e modernização das rodovias, como se o contribuinte já não arcasse com a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e com o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Além disso, o pedágio é na prática mais um imposto indireto pago por todos, uma vez que ele será acrescentado ao preço das passagens e de todos os bens e serviços que circularem na via pedagiada. Sem falar que também significa um cerceamento ao direito e ir e vir.
Aqui na Bahia os beneficiados serão a Associação Brasileira de Empresas de Base Florestal (ABRAF), responsável pela produção de celulose e madeira (eucalipto), conhecidos degradadores da Mata Atlântica e do meio ambiente em nosso e em todo o Brasil. Além, lógico, o governo do Estado na pessoa de Otto Alencar, grande defensor da privatização das rodovias e infelizmente, do governador Jacques Wagner.

Privatização – incoerência total do governo Dilma: BR 101 irá a leilão em outubro

Por Jorge Barbosa*
Marcado inicialmente para acontecer o mês de março o leilão de privatização de 772 km da BR 101 foi marcado pelo governo para o dia 23 de outubro. O trecho fica entre os municípios de Feira de Santana e Mucuri, onde serão construídas nove praças de pedágios nas cidades de São Gonçalo dos Campos, Conceição do Almeida, Teolândia, Ubaitaba, Buerarema, Mascote, Itabela, Itamaraju e Caravelas. O preço total do percurso custará inicialmente no mínimo R$ 92,60 (noventa e dois reais e sessenta centavos) e cinquenta e dois municípios serão afetados.
A concessão será inicialmente de 30 anos. O volume de investimentos previstos no edital é de R$ 4,61 bilhões, com uma estimativa de receitas com o pedágio de R$ 17,23 bilhões, certamente um bom negócio para a empresa que vencer o leilão.
A concessionária arcará com a manutenção e a futura duplicação da rodovia. Contudo, dos 772 km, 221 km estarão sobre responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), “uma excelente transação”, mais uma vez o dinheiro público beneficiando a iniciativa. Um verdadeiro negócio da China – ou pilantragem à brasileira.
A maior beneficiária da privatização da BR 101 na Bahia será a Associação Brasileira das Empresas de Base Florestal (ABRAF), responsável pelo desmatamento da floresta atlântica no Sul e Extremo Sul da Bahia para a implantação da “praga” do eucalipto. É mais uma vez o público beneficiando o privado com recursos financeiros e infraestrutura. Enquanto isso quem paga a conta é o contribuinte que arca com uma pesada carga tributária, obtém geralmente serviços públicos de baixa qualidade haja a vista a saúde e a educação e ainda tem que pagar pedágio para terem direito a uma rodovia moderna e conservada.
O pedágio é na prática mais um imposto indireto que será pago por todos, uma vez que os bens e serviços que transitarem pela via pedagiada sofrerão a adição do valor do pedágio nos seus preços. Pagarão todos. Quem possui e quem não tem veículo automotor. Sem falar que é um verdadeiro cerceamento ao direito de ir e vir.
Cabe aos movimentos sociais a organização de manifestações de oposição a privatização de rodovias e também ao chamamento para um ato nacional de desobediência ao pedágio, tendo em vista que este instituto é extremamente impopular. Por outro lado, as eleições se aproximam e está na hora do eleitor cobrar uma posição dos políticos, dos vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais e senadores e denunciar o nome dos pilantras que estão a favor do pedágio. Vamos à luta.

Pedágio. Lute agora ou pague para sempre!

*Jorge Barbosa é presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região

CTB Sul da Bahia fecha rodovia Itabuna-Ilhéus denunciando o PL 4330


A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/Regional Sul da Bahia) juntamente com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e seus sindicatos filiados interditou por uma hora a BR 415 no trecho entre Itabuna e Ilhéus neste Dia Nacional de Mobilização.
Mais uma vez a manifestação da CTB serviu para denunciar a toda sociedade o perigo que ronda a classe trabalhadora do Brasil caso seja aprovado o PL 4330 de autoria do deputado pelo PMDB, Sandro Mabel.
Se o PL for aprovado, o Brasil terá uma lei que, ao invés de valorizar o trabalhador, vai beneficiar apenas as empresas, sem assegurar qualquer direito ao empregado. Um retrocesso. Vale lembrar, no entanto, que, de acordo com a Constituição Federal, o país constitui-se em um Estado Democrático de Direito que tem por fundamento os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, em iguais proporções.
O projeto contraria, inclusive, a Recomendação 198, da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que sugere maior proteção à relação de emprego. Além disso, enfraquece a responsabilidade solidária, ou seja, quando cabe a empresa principal arcar com as dívidas trabalhistas não pagas pela terceirizada ao funcionário.

Centrais nas ruas
O conjunto das centrais sindicais, em parceria com trabalhadores de diversas categorias realizou diversos atos e manifestações hoje, sexta-feira (30) – Dia Nacional de Paralisações e Mobilizações.
Trabalhadores de vários segmentos estão nas ruas de todo o Brasil diante da posição intransigente do governo federal, que não tem negociado as reivindicações que vêm sendo apresentadas pelas centrais.
Mais uma vez, os sindicalistas de todo o país levantam suas bandeiras, exigindo o fim do fator previdenciário, a regulamentação da terceirização, a redução da jornada de trabalho para 40h semanais, a reforma agrária, o fim dos leilões do petróleo, um reajuste digno para os aposentados, a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, transporte público de qualidade e maiores investimentos públicos na saúde e na educação.

Confira a agenda da mobilização:
Em São Paulo, foram agendados dois atos. O primeiro foi realizado às 10h, no Viaduto Santa Ifigênia, no centro da cidade. As 13h, uma passeata partiu da Praça da República convocando a a população para participar da manifestação e se juntar na luta por mais direitos.
No Rio de Janeiro, haverá um ato unificado das Centrais Sindicais, às 15h, na Central do Brasil. Os trabalhadores em Educação das redes municipal, estadual e técnica já estão em greve. Nas Universidades Federais, tanto professores quantos funcionários paralisaram as atividades. Trabalhadores do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) farão uma manifestação. Além do ato, apontam a perspectiva de paralisação para o dia todo. No Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (CENPES) e no Edifício Sede da Petrobras (Edise) haverá atraso na troca de turno. Há perspectivas de atrasos nos turnos de todas as unidades da Petrobrás.
Em Minas Gerais, as centrais realizarão um grande ato público na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, com concentração a partir das 16h. No local, será inaugurado um painel com os nomes dos parlamentares mineiros que integram a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara da Câmara dos Deputados, para que a população possa acompanhar o voto de cada um deles durante a votação do PL 4.330, previsto para ocorrer na próxima terça-feira, 3 de setembro.
A manifestação deverá contar com a participação de sindicalistas e trabalhadores de diversas categorias, como metalúrgicos, professores, trabalhadores rurais, servidores públicos, rodoviários, metroviários, entre outros.
Na Paraíba, os atos se dividirão por três regiões. Em João Pessoa, a concentração foi às 13h, na Praça dos Três Poderes, saindo em caminhada até o Parque Solon de Lucena (Lagoa), com realização de ato público. Em Campina Grande, concentração foi às 07h, em frente à Prefeitura Municipal, com caminhada no comércio local, tentando fechá-lo, terminando com ato público na Praça da Bandeira. Em Patos, a concentração começou às 08h da manhã na Associação Comercial, realização de assembleia geral com servidores públicos municipais e realização de ato público às 10h na frente da Prefeitura Municipal.

Na Bahia, as centrais sindicais e diversas organizações estão preparando paralisações e atos em diversas regiões: Salvador; Feira de Santa, Vitória da Conquista; Itabuna; Juazeiro e Alagoinhas.
A atividade principal será uma caminhada pelas ruas de Salvador, com concentração em Campo Grande a partir das 14h. De lá os manifestantes seguem para o centro histórico da cidade. Também serão realizados diversos protestos na saída de Salvador em direção à fábricas localizadas em Camaçari; e no aeroporto Luiz Eduardo Magalhães.
Diversas categorias devem promover paralisações. Os rodoviários de Salvador paralisaram as atividades por quatro horas no início da manhã desta sexta-feira (30). Trabalhadores do judiciário baiano também deve aderir ao protesto, que no caso da categoria inclui diversos problemas vivenciados pelos servidores como o quadro deficitário de servidores, sobrecarga de trabalho e o não pagamento de substituição, morosidade na realização de concurso público, sucateamento dos cartórios extrajudiciais, dentre outros.
No Rio Grande do Sul, as centrais sindicais, federações e seus sindicatos decidiram promover ações na Grande Porto Alegre e nas regiões Sul, Serra, Missões e Centro do Estado. Foram feitas paralisações em garagens de ônibus, buscando a adesão dos trabalhadores em transportes e em vários outros locais. Na região Metropolitana de Porto Alegre, entre as diversas manifestações, será feito um ato em frente ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio – onde está sendo realizada a Expointer – ocasião em que a presidenta Dilma Rousseff estará presente.
Em Tocatins, diversas categorias participam de um protesto, organizado pelas centrais sindicais, que promete fechar a ponte Teotônio Segurado, na avenida Juscelino Kubitschek. De lá, os trabalhadores seguem em carreata, que conta conta a adesão dos motoboys, em direção ao prédio da Prefeitura, em frente ao Banco do Brasil. Em adesão ao movimentos, outras setores devem paralisar as atividades como bancários, servidores de orgãos públicos e de universidades federais.
No Distrito Federal, as centrais sindicais, em parceria com o os trabalhadores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizaram uma caminhada, a partir das 7h da sede nacional do Incra até a Praça dos Três Poderes.
No Pará, a caminhada, organizada pelas centrais sindicais, começou às 8h, na Praça da República, em frente ao Bar do Parque, e segue até Centro Integrado de Governo, na avenida Nazaré.
No Piauí, o ato das centrais acontece a partir das 16h na Praça da Liberdade, no centro de Teresina.
No Maranhão, em São Luís, a mobilização acontece na parte da tarde do dia 30, a partir de uma concentração, às 15h, na Praça Deodoro, Centro.

Com informações Portal CTB
Fotos: Luis Carlos Júnior

quarta-feira, 28 de agosto de 2013


Bruno Barbosa Lobão: Mundo à beira da guerra


O recrudescimento da violência da Otan, EUA à frente, e de seus aliados nas relações internacionais revela que as elites destas nações começam a se aproximar da loucura total, e ameaçam o futuro da humanidade como nunca antes. Este fato coloca um desafio histórico ao povo brasileiro.

Por Bruno Barbosa (Lobão)*


No que se refere à inerente agressividade do imperialismo, cabe indagar: há conexão entre fatos da atualidade que sugerem preparação de confronto político militar de escala mundial entre blocos antagônicos? E, a depender da resposta: como lidarmos com esta eventual preparação e catalisarmos mudanças anti-imperialistas na correlação de forças?

As respostas, longe de serem conclusivas, podem surgir a partir da interpretação de fatos recentes como a renovação e reposicionamento das capacidades militares de alguns países ou agressões regionais promovidas pela Otan num claro movimento de pinça sobre a Eurásia.

A mensagem vem desde a guerra na Sérvia nos anos 1990 e, principalmente, a guerra da Geórgia em 2008, maquinada pelos EUA/Otan, para controle da Ossétia do Sul, região onde escoa gasoduto russo. EUA/Otan perseveram na doutrina de aumento contínuo do poder em relação a outros Estados, inclusive para anular as capacidades dissuasórias destes, aproveitando as oportunidades e vantagens estratégicas atuais para lutas futuras.

Convém relacionar outros fatos atuais: ação da Otan contra o atual regime sírio e fechamento do estratégico porto militar russo em Tartus/Síria; fomento a celeumas regionais por um novo realinhamento pró-EUA no sudeste/leste asiático e Oceano Índico para controle de rotas comerciais e contenção da China; incremento de espionagem virtual e ataques cibernéticos; financiamento de ONGs e grupos de mídia para desestabilizar Estados; cerco à América Latina e África pela ativação da Quarta Frota e Africom; controle de nações com posições geoestratégicas (Mali, Líbia, Egito, Colômbia, Honduras e Paraguai); busca do colapso da articulação Brics; militarização e engajamento crescentes da UE; emprego clandestino de drones e sabotagens; acirramento das disputas por recursos naturais, financeiros, mercados, rotas comerciais ou virtuais e satélites; uso das crises induzidas na Síria, Irã e Coreia para forçar queda de governos antagônicos e, principalmente, implantar escudos antimísseis de modo a anular o potencial de dissuasão nuclear de Rússia e China. Neste ambiente enfraquecem-se as normativas do pós-guerra e ONU e, ademais, dá às nações envolvidas a senha para confrontação total.

Como reação: russos, chineses e aliados regionais criaram a Organização de Cooperação de Xangai que articula seus interesses de desenvolvimento econômico e segurança; ampliação dos orçamentos militares chineses e russos e aquisição de tecnologias, equipamentos, veículos militares, incremento de guerra eletrônica e espacial, capacitação de pessoal e estabelecimentos de novas bases capazes de romper o cerco da Otan; desenvolvem-se escudos antimísseis na Rússia, China e Irã. Rússia e China participam de medidas políticas e econômicas como a criação do banco Brics, gradual substituição do dólar e compra de ouro em larga escala; russos associam-se a alemães para construção do óleo-gasoduto norte via Mar Báltico (afetando a correlação de forças na Otan) e visam ainda novos óleo-gasodutos direcionados à Europa, um pelo Mar Negro e outro pelo já mencionado Porto de Tartus/Síria (desafiando EUA, Catar, Turquia, Arábia Saudita, que ainda lutam pelo óleo-gasoduto Nabucco). A Rússia realiza obras para integração de infraestruturas de transportes para dar elo, a baixos custos, às trocas comerciais entre UE e leste/sudeste asiáticos; incorporação da China nos mercados africanos e latino-americanos. E nós nisso?

“... tendo toda essa riqueza natural, esse parque industrial e essa capacidade de produção que a gente tem, quem garante que, no futuro, um conflito até entre terceiros não poderá ter uma repercussão aqui? (...) do ponto de vista regional, na América do Sul, cooperação; do ponto de vista global, dissuasão”. Celso Amorim

O Brasil, com a condução soberana dada por Lula e Dilma, vai inexoravelmente sendo lançado ao centro dos acontecimentos: como global player fez a escolha de integrar-se aos vizinhos; opta pelo multilateralismo, expressado nos Brics e diversificação de mercados internacionais. Quanto à defesa, aprovou-se a inédita Estratégia Nacional de Defesa, focada na “teoria da dissuasão a eventual potência inimiga ao norte”; reforça sua indústria de defesa a partir de investimentos públicos em P&D, compra de material com transferência de tecnologia, modernização das Forças Armadas. Aposta no projeto de submarino nuclear nacional e renovação dos caças.

Mesmo com esforços do Planalto para situar melhor o país contra adversários potenciais, o que reflete nova correlação de forças no Brasil, há muitos desafios. Nossos problemas históricos não residem apenas na desídia imobilizante das elites que sempre apontaram vizinhos como inimigos. Essas elites, desalojadas do Planalto nas derrotas eleitorais dos tucanos, ainda conservam profunda influência, particularmente em setores militares específicos. A superação dessa influência é preliminar na estratégia contra potenciais agressões vindas do norte.

É necessária a crítica ao pacifismo despolitizado e estímulo à luta pela paz com sentido socialista, internacionalista e anti-imperialista. O tema deve ser democratizado, ganhar os trabalhadores brasileiros e o povo em geral, ser organizado no seio das lutas populares. Para tal, é necessário apreender experiências anteriores, reforçar politica e ideologicamente as lideranças populares, dar solidez organizativa aos movimentos sociais, combater o fenômeno do rebaixamento político pelo pragmatismo; construir capacidades para desenvolver as variadas formas de luta exigidas agora e adiante.

Dissuasão, o Brasil só poderá alcançar pelo engajamento dos trabalhadores e das camadas populares na discussão consciente do tema defesa, predispondo a mobilizarem-se em defesa do território, da infraestrutura, do modo de ser e se transformar; e conter o fascismo nacional em sua sanha contra instituições democráticas. Nossa estratégia de defesa deve ser coisa de todo o povo, e não somente dos servidores militares. Isso requer abertura e participação, afastando o velho enredo determinado pela traição das elites.

Mas aqui voltamos ao começo, o mundo está à beira da guerra, é preciso que os povos contenham a barbárie e impeçam, o quanto antes, os movimentos da Otan em direção à Síria.

*É militante do PCdoB em Santa Catarina

Alba e movimentos sociais repudiam "ações imperialistas" na Síria

Khalil Ashawi/Reuters
De acordo com a ONU, o conflito na Siria já deixou mais
 de 70 mil pessoas mortas e um milhão de refugiados

Diante do anúncio de um iminente ataque contra o regime sírio, os movimentos sociais da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) anunciaram, nesta terça-feira (27), o repúdio às ações “imperialistas” do governo dos Estados Unidos contra o povo deste país do Oriente Médio.


Um comunicado enviado a Agência Boliviana de Informação afirma que “os movimentos sociais de diferentes âmbitos repudiam energicamente as manobras imperialistas e os interesses econômicos do governo dos Estados Unidos, que mais uma vez está preparando uma invasão com a desculpa de querer ‘comunicar a paz’”.

A Alba, através do documento dos movimentos sociais, afirma que a história vem demonstrando que as invasões por parte dos EUA só geram mais mortes e miséria para os povos que sofrem os ataques, “tal como ocorreu no Vietnã, Afeganistão, Kuwait, Iraque e tantos outros países que tiveram que suportar a intervenção gringa”.

“Os povos da América Latina declaram estado de alerta e denunciam, assim como estão fazendo os cubanos, as ações dos EUA – país que é comandado por um Prêmio Nobel da Paz (Barack Obama). Os estadunidenses violam os órgãos relevantes da Organização das Nações Unidas (ONU), com a cumplicidade de países europeus brancos e imperiais (França, Reino Unido), impõe paz mundo com a força das armas", diz o documento.

Da redação do Vermelho - Com informações da ABI

Cubanos chegam e já diagnosticam a doença do Brasil

Eles desembarcaram há apenas quatro dias. Ainda nem começaram a trabalhar. Mas alguma coisa de essencial já foi diagnosticada entre nós, apenas com a sua presença.
Por Saul Leblon*, na Carta Maior



Manifestantes ligados ao Sindicato dos Médicos do Ceará vaiam médico cubano na saída do grupo de 79 médicos estrangeiros de aula inaugural (Foto: Jarbas Oliveira/Folhapress)

Uma foto estampada na Folha de S. Paulo desta terça-feira (27) sintetiza a radiografia que essa visita adicionou ao diagnóstico da doença brasileira.

Um médico negro avança altivo pelo corredor polonês que espreme a sua passagem na chegada a Fortaleza, na segunda-feira (26).

O funil do constrangimento é formado por jovens de jaleco da mesma cor alva da pele.

Uivam, vaiam, ofendem o recém-chegado.

Recitam um texto inoculado diuturnamente em sua mente pelas cantanhêdes, os gasparis e assemelhados.

Centuriões de um conservadorismo rasteiro, mas incessante.

É força de justiça creditar a esse pelotão a paternidade da linhagem, capaz de cometer o que a foto cristalizou para a memória destes tempos.

“Escravo!” “Escravo!” “Escravo!”.

Ecoa a falange cevada no pastejo da semi-informação, do preconceito e das tardes em shopping center.

Foi programada para cumprir esse papel, entre outros, de consequências até mais letais para a democracia e a civilização entre nós.

Um desembarque que em outros países seria motivo de festas, homenagens e bandas de música.

Aqui é emoldurado pelo espetáculo deprimente de uma classe média desprovida de discernimento sobre o país em que vive, o mundo que a cerca e as urgências da sociedade que lhe custeou o estudo.

Para que agora sabotasse a assistência cubana aos seus segmentos mais vulneráveis, aos quais ela se recusa a atender.

Os alvos da fúria deixaram família, rotinas e camaradagem para morar e socorrer habitantes de localidades das quais nunca ouviram falar.

Mas que a maioria dos brasileiros também sequer desconfia que existam.

Com o agravante de que ali talvez jamais pousem seus pés. Coisa que os cubanos farão. Por três anos.

E que graças a eles, agora saberemos que existem.

Se o governo for safo – espera-se que seja – fará do Mais Médico uma ponte de conexão de nós com nós mesmos.

O futuro da democracia agradecerá.

Os pilares dessa ponte, de qualquer forma, são os que transitam agora altivos diante da recepção que indigna o Brasil aos olhos do mundo.

Perfis médicos ainda improváveis entre nós, apesar do Prouni e das cotas satanizadas pela mesma cepa mental adestrada em compor corredores e funis.

Nem sempre físicos, como agora.

Mas permanentemente intolerantes, na defesa da exclusão e do privilégio.

Formados em uma ilha do Caribe desguarnecida de recursos, por uma escola de medicina que contorna a tecnologia cara, apurando a excelência do exame clínico – aquele em que o médico demora uma hora ou mais com o paciente, rastreando o seu metabolismo – eles passarão a cuidar da gente brasileira pobre e anônima. (Leia a excelente entrevista de Najla Passos com a doutora Ceramides Carbonell sobre a formação de um médico em Cuba).

Campos Alegres de Lourdes, Mansidão, Carinhanha, beira do São Francisco, Cocos, Sítio do Quinto, Souto Soares... Quem conhece esse Brasil?

É para lá que eles vão. E para mais 3.500 outras localidades.

Um Brasil esquecido, em muitos casos, mantido na soleira da porta, do lado de fora do mercado e da cidadania.

Que sempre esteve aí. Mas que agora, pasmem, terá um sujeito interessado em ouvir o que sua agente tem a dizer, esforçando-se por entender pronúncias que até nós, os locais, muitas vezes teríamos dificuldade de discernir.

O ‘doutor de Cuba’ de fala estrangeira e jeito parecido com a gente vai examinar, apalpar dores, curar vermes, prescrever cuidados, encaminhar cirurgias, ouvir e confortar.

Com remédios, atenção e esperança.

Houve um tempo em que essas expedições a um Brasil distante do mar eram feitas por brasileiros, e de classe média.

Protagonistas de um relato épico, de nacionalismo não raro ingênuo. Mas que aproximava e treinava o olhar do país sobre ele mesmo.

Coisa que a hiper-conexão disponível agora poderia fazer até melhor.

Não fosse a determinação superior de afastar e dissimular, o que muitas vezes se alcança destacando o pitoresco.

Em detrimento do principal: as questões do nosso tempo, do nosso desenvolvimento, as escolhas que elas nos cobram. E os interesses que as bloqueiam.

Tivemos a Coluna Prestes, nos anos 20.

Os irmãos Villas Boas, apoiados por malucos como Darcy Ribeiro e entusiastas como Antonio Calado, fizeram isso nos anos 1940-50 e início dos 60, quando foi criado o Parque Nacional do Xingu.

Trouxeram a boca do sertão para mais perto do olhar litorâneo e urbano.

Desbastavam distancias a facão.

Na raça, traziam horizontes, aproximavam rios, tribos, desafios e, de alguma forma, semeavam um espírito de pertencimento a algo maior que a linha do mar e a calçada de Copacabana.

A utopia geográfica, se por um lado borrava os conflitos de classe, ao mesmo tempo colidia com o país real que os esperava em cada socavão, de trincas sociais, fundiárias, étnicas e econômicas avessas à neblina da glamorização.

Paschoal Carlos Magno, a UNE e o CPC, o Centro Popular de Cultura, fariam o mesmo nos anos 1960, antes do golpe militar.

As famosas ‘Caravanas do CPC’ rasgaram o mapa do sertão, a exemplo do que fizeram as Caravanas da Cidadania, de Lula, nos anos 1980.

Desceriam o São Francisco nas gaiolas lendárias para garimpar e irradiar a cultura popular em lugares onde agora, possivelmente, um doutor cubano irá se instalar.

Caso de Carinhanha, um dos mais belos entardeceres do São Francisco.

Onde foi que a seta do tempo se quebrou?

Por que já não seduz a grande aventura de nossa própria construção terceirizada, por décadas, aos mercados autoregulados?

Uma leitora da Carta Maior, Odette Carvalho de Lima Seabra, resume em comentário enviado ao site o núcleo duro do problema.

“ A geração dos nossos jovens doutores”, escreve, “ jamais compreenderá de que se trata. Foram criados nos shopping centers. A escola secundária limitadíssima no seu alcance humanístico os fez também vítimas sem que o saibam que são. Uma revolução que durou vinte anos e cujo sentido era o de esvaziar de sentido a vida de todos nós deixou no seu rescaldo, esse bando de jovens, como são os nossos doutores, muito alienados. É tempo de aprender com os cubanos”, conclui Odette.

Colocado nos seus devidos termos, o impasse readquire a clareza histórica de que se ressente a busca de soluções.

Entre indignado e estupefato, o conservadorismo nega aos visitantes cubanos outra referência de exercício da medicina que não a dos valores argentários.

Ética médica, solidariedade, internacionalismo e humanismo formam uma constelação incompreensível a quem divide o mundo entre consumidores e escravos.

À esquerda, no entanto, cabe também evitar simplificações.

Se quiser enxergar a real abrangência das tarefas em curso, é preciso admitir que não estamos diante de uma batalha entre anjos e demônios.

Os médicos do Caribe não nascem bonzinhos. Tampouco endemoninhados, os dos trópicos.

Eles são formados assim. Por instituições.

A escola, por certo, mas a mídia, sem dúvida, que a completa pelo resto da vida.

É vital que o governo, lideranças sociais e os intelectuais compreendam o fundamental em jogo.

Se quisermos colher frutos duradouros com o ‘Mais Médicos’, o passo seguinte do programa terá que ser a reforma universitária brasileira.

Que reaproxime universidade e a juventude das grandes tarefas coletivas do nosso tempo.

As diferenças entre a formação do cubano hostilizado na chegada a Fortaleza, e aqueles que o ofendiam não são apenas de ordem técnica.

Mas, sobretudo, de discernimento diante do mundo.

A ponto de um não achar estranho sair de seu país para ajudar um outro.

Nem considerar despropositado que parte de seu ganho se transforme em fundo público de reinvestimento.

O oposto das convicções dos que o agraciavam com o corolário de sua própria servidão.

Esse talvez seja o aspecto mais chocante da visita que acaba de chegar.

E, sobretudo, o mais instrutivo.

Ela escancara a doença social que corrói o nosso metabolismo. E adverte para as limitações que irradia.

Na sociedade que estamos construindo.

Na mentalidade que vai se sedimentando. No risco que ela incide sobre o todo.

Para que o ‘Mais Médicos’ um dia possa ser dispensável, o Brasil precisa se tornar ele próprio um grande ‘Mais Solidariedade’.

Como faz Cuba desde 1959, com todos os seus erros, acertos e percalços.

* Saul Leblon é jornalista

Fonte: Vermelho

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O plebiscito da reforma política “está vivo”, anunciam deputados


Agência Câmara
Para Manuela, “o que nos interessa é que a população
 seja ouvida e a reforma não seja parcial".


“O plebiscito não está morto. Está vivo”, disse o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, no ato de apresentação do projeto de decreto legislativo de plebiscito sobre reforma política. Após o evento, na manhã desta quarta-feira (28), na Câmara dos Deputados, os líderes e presidentes dos quatro partidos (PCdoB, PT, PSB e PDT) foram para a audiência no Palácio do Planalto, convidados pela presidenta Dilma, para apresentar o projeto.


A líder do PCdoB na Câmara, Manuela D´Ávila (RS), disse que “aqui estão parlamentares que junto com grande parte da população brasileira não desistiram da reforma política. Acreditamos que era possível aquilo que muitos achavam que tinha nascido morto, que era o plebiscito”.

Ela disse ainda que os parlamentares optaram por três questões, incluindo a mais importante que é o enfrentamento da forma como o financiamento é feito nas campanhas eleitorais. “Vamos perguntar se eles querem que poucas empresas continuem financiando a política que governa todos e todas as brasileiras por longos e longos anos”.

O plebiscito vai ouvir a população sobre esse e outros dois assuntos. O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), que abriu o ato e atuou como mestre de cerimônia, disse que a proposta é sintetizada em três questões centrais – além do financiamento de campanha, a população será questionada sobre a participação popular e a coincidência de eleições.

Para Manuela, “o que nos interessa é que a população seja ouvida e a reforma não seja parcial. Mudar a política não é fatiar, é mudar de forma estrutural”, anunciando que o seu partido apoiou também a elaboração de um projeto de lei de iniciativa popular que está sendo elaborado pela união das entidades dos movimentos sociais.

Outros apoios

Guimarães disse que os partidos conseguiram assinatura de mais de 200 deputados para que a proposta comece a tramitar. E que a proposta recebeu apoio de parlamentares de outros partidos, além dos quatro que encabeçaram a iniciativa.

E disse ainda que “o momento é histórico para as quatro bancadas, que fizeram esforço coletivo e trabalho de bastidor para apresentar ao país, ao Congresso, à imprensa, à presidenta Dilma e ao presidente da Casa, o decreto legislativo que conforma e dá legitimidade jurídica a ideia de um plebiscito já”.

Ele explicou também que, após ser protocolado na Mesa Diretora da Câmara, o decreto vai obedecer a uma tramitação, sendo submetido a duas comissões – Tributação e Finanças e de Constituição e Justiça (CCJ), para depois ir à votação em Plenário.

Avanço na democracia

Renato Rabelo afirmou que o plebiscito teve apoio do PCdoB desde o primeiro momento, anunciando que o Partido também apoia, junto com os movimentos sociais, a elaboração de um projeto de lei de iniciativa popular “que vai enfrentar os problemas estruturais, como formas de financiamento, representatividade nas eleições e sistema de voto, que é outro problema fundamental”.

Segundo o dirigente partidário comunista, essas questões devem ser decididas ouvindo o povo. “É preciso enfrentar efetivamente as exigências de uma representatividade política a altura do que o povo reclama. É necessário o avanço na democracia representativa e na democracia participativa direta”, disse Rabelo. E, reafirmou as palavras da deputada Manuela D´Ávila, disse que a reforma política não admite fatiamentos.

O deputado Glauber Braga (PSB-RJ) disse que o seu Partido tem a preocupação de ampliar instrumentos de participação da sociedade e melhorar na representação política. Segundo ele, as instâncias de poder não devem apenas responder as demandas da sociedade, mas procurar construir com ela a pauta de discussão. Falando em nome do PSB, o deputado enfatizou que seu partido é contra qualquer proposta de reduzir a participação popular nas intervenções da sociedade nos espaços de poder.

Em nome do PDT, falou o deputado Andre Figueredo (CE), que, a exemplo dos demais oradores, destacou que “nós que fazemos parte desses quatro partidos, do campo de esquerda, temos compromisso de envolver a população”. Ele lembrou que o PDT sempre foi favorável que a reforma política fosse antecedida pelo plebiscito para que a população seja protagonista do seu destino. Segundo ele, é preciso uma reforma política que acabe com a mercantilização das eleições e que não sejam eleitos apenas os que representam grandes empresas e multinacionais.

Sensível à voz do povo

O presidente do PT, Rui Falcão, o último a falar, disse que todos os oradores que o antecederam foram fiéis a ideia dos quatro partidos de atender à voz do povo nas ruas ao apresentar a proposta de plebiscito sobre a reforma política.

“A proposta foi da presidenta Dilma, que está sensível a voz das ruas. E, diferente dos muitos críticos, no Congresso Nacional, esse grupo que apresenta esse requerimento, não está descolado da voz das ruas e honra seu mandato popular ao consultar população sobre esse assunto relevante”, resumiu.

Ao final do evento, os parlamentares comemoram o que consideraram o “nascimento” do plebiscito. Manuela havia dito que ao contrário dos que acreditavam que a proposta tinha nascido morta, o plebiscito estava vivo.

“O menino nasceu e nasceu forte”, brincou Guimarães, afirmando que, “quando alguns imaginavam impossível, nós conseguimos cumprir essa tarefa e antes do final de agosto vamos protocolar na Casa o projeto que representa um desejo importante que unificou esses partidos de esquerda de fazer uma reforma política, desde que seja ouvido o povo em primeira instância, para que seja uma reforma política transformadora e dê substância aos partidos e ao sistema eleitoral brasileiro”.

De Brasília - Vermelho  - Márcia Xavier

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Traição à classe trabalhadora: Ministro do Trabalho defende na CNI regulamentar terceirização

O movimento sindical considera uma traição um agente de um governo que se diz favorável aos direitos dos trabalhadores defender o Projeto de Lei 4330 que trata da liberar a terceirização sem limites nas empresas privadas e públicas. As centrais sindicais defendem o arquivamento do PL 4330 por considerá-lo prejudicial aos trabalhadores pois precariza a relação capital/trabalho, além de ser um incentivo ao fim do concurso público, além de ampliar a ‘quarteirização’, onde as empresas terceirizadas vão terceirizar a escolha dos empregados. Além disso, fere os encargos sociais e vai estimular o rodízio de trabalhadores, entre outros pontos ligados a aposentadoria, jornada de trabalho e defasagem salarial

Leia abaixo a matéria onde o ministro do trabalho defende o PL 4330:
Em reunião com dirigentes empresariais no Conselho de Relações do Trabalho, Manoel Dias diz que a falta de regulamentação do trabalho terceirizado gera instabilidade nas relações trabalhistas.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias (foto), defendeu nesta terça-feira (2) a regulamentação do trabalho terceirizado. Em encontro com dirigentes empresariais na reunião do Conselho de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Social da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF), ele disse que a falta de regulamentação da terceirização "gera instabilidade e dificuldades a toda hora".


Segundo Manoel Dias, a terceirização "é um fato que existe, não adianta negar, e temos de resolver". A CNI e outras cinco confederações - CNC (comércio e serviços), CNA (agricultura), CNT (transporte), Consif (instituições financeiras) e CNS (saúde) - apoiam e estão mobilizadas pela aprovação do Projeto de Lei 4330/2004, que regulamenta a terceirização. O projeto, que tramita há nove anos na Câmara dos Deputados, está previsto para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no próximo dia 9, em caráter terminativo. Se não houver recurso para que vá a plenário, seguirá direto ao exame do Senado.


Depois de receber 121 emendas, o PL 4330/2004, que tem um projeto substitutivo, estabelece, em resumo, que a terceirização é permitida em qualquer atividade das empresas, seja atividade-meio ou atividade-fim. A Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) proíbe a terceirização na atividade-fim sem definir o que é fim ou meio. O projeto determina que a responsabilidade da empresa contratante é em regra subsidiária (em que é acionada na Justiça do Trabalho somente quando a contratada não cumpre as obrigações trabalhistas) e também solidária (em que é acionada diretamente pelo trabalhador terceirizado quando não fiscaliza o cumprimento das obrigações trabalhistas da contratada).


RECURSOS - O ministro do Trabalho declarou ser também favorável a uma outra proposta defendida pela CNI, a criação de um conselho tripartite – com representantes do governo, do empresariado e dos trabalhadores – para julgar recursos de autos de infração feitos pelo Ministério do Trabalho. Existem conselhos semelhantes no Ministério da Previdência Social e na Receita Federal. A medida é uma das sugestões do documento da CNI 101 Propostas para Modernização Trabalhista, que aponta os gargalos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e lista as soluções para eliminá-los.


Manoel Dias revelou haver resistências no governo à criação do conselho, que classificou como "corporativistas", mas assegurou estar determinado a instalá-lo. "Vou fazer, sim, como existe em outros ministérios. É mais democrático e transparente", assinalou. O ministro do Trabalho enfatizou estar sempre aberto ao diálogo com o empresariado.
 

Fonte: Portal da Indústria