sábado, 21 de dezembro de 2013

Para Dilma, cobrar pedágio em estradas urbanas "não é correto"

A presidenta Dilma Rousseff disse na última sexta-feira (20), durante a inauguração da BR-448, no Rio Grande do Sul, que não é correto cobrar pedágio em estradas localizadas em áreas urbanas e metropolitanas, principalmente quando são estratégicas.


"Você não pode pedagiar o deslocamento dentro da sua casa, você não pode pedagiar o deslocamento dentro do seu bairro, o deslocamento entre o seu trabalho e a sua casa, entre sua faculdade e sua casa, entre os locais que você tem acesso até para exercer a condição mais elementar de vida", disse a presidenta durante a inauguração, em Canoas.

Inaugurada hoje, a BR-448, ou Rodovia do Parque, como é conhecida, liga o município de Sapucaia do Sul a Porto Alegre. Ela tem 22,3 quilômetros de extensão, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e custou R$ 1,3 bilhão. A expectativa do governo federal é que a BR-448 absorva 40% do fluxo de veículos que trafegam pela BR-116, estimado em 160 mil veículos por dia. Atualmente é a única rota para atravessar várias cidades na região metropolitana de Porto Alegre.

“Diminuindo o fluxo na BR-116 poderemos fazer intervenções, recuperar e investir em melhorias de segurança e de tráfego. Em pouco tempo, teremos as duas vias com uma capacidade muito melhor”, disse Dilma. Além disso, a presidenta assumiu o compromisso de dar continuidade à BR-448, com a construção de 32 quilômetros entre Sapucaia e Estância Velha e assinou Ordem de Serviço para dois trechos da BR-290.

A BR-448 deve melhorar a situação de vida de aproximadamente 160 mil estudantes de nove universidades que deverão usar a rodovia para se deslocar de carro para a faculdade. A rodovia tem dez viadutos, três pontes, sendo uma delas estaiada sobre o Rio Gravataí, com 268 metros de extensão e 63 metros de altura, ligando Canoas a Porto Alegre. De acordo com o governo, foram gerados 2,7 mil empregos diretos e indiretos desde o início das obras, em 2009.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Delegacias das mulheres receberão 12 milhões para melhorias

As delegacias especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) de 12 estados receberão recursos para melhorar o serviço de atendimento a mulheres vítimas de violência. O montante de R$ 12,8 milhões será aplicado pelo Ministério da Justiça em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), por meio do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.


Uma das metas do pacto determina que 10% dos municípios devem oferecer serviços especializados à mulher em situação de violência. Os recursos, destinados para aquisição de equipamentos, mobiliário e veículos, serão aplicados nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Tocantins. 

Para o Acre, estão destinados R$ 362 mil a fim de melhorar o funcionamento da unidade da Deam do município de Cruzeiro do Sul. Em Alagoas, os municípios de Arapiraca e Maceió receberão R$ 1,2 milhão. No Espírito Santo as delegacias terão investimentos de R$ 624 mil.

Em Goiás, serão alocados cerca de R$ 1,5 milhão. Mato Grosso receberá R$ 1,8 milhão, a ser distribuído nas Deams de Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Várzea Grande. Mato Grosso do Sul vai receber R$ 1,08 milhão para quatro municípios: Corumbá, Dourados, Naviraí e Três Lagoas.

Na Paraíba, R$ 1,3 milhão serão aplicados nas delegacias de seis municípios: Bayeux, Cabedelo, Campina Grande, João Pessoa, Patos e Santa Rita. No Paraná, R$ 667 mil serão destinados para aquisição de mobiliário e adequação à norma técnica de atendimento em sete cidades: Apucarana, Campo Largo, Colombo, Jacarezinho, Paranaguá, Pinhais e Piraquara.

A segurança pública do Rio Grande do Sul terá apoio de R$ 1,2 milhão, para fortalecer as Deams, prevenir e reduzir a criminalidade de gênero. Em Rondônia, R$ 465 mil serão aplicados no planejamento e execução de ações de enfrentamento à violência contra as mulheres, inclusive no campo e na floresta. Em Santa Catarina, os recursos somam R$ 1,8 milhão para o reforço na cobertura das Deams no estado. Tocantins receberá R$ 702 mil.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mensagem de fim de ano da CTB


Wagner Gomes: Valeu militância!

Foto manifestação CTB nacional

Madrugada de 6 março de 2013, Brasília, estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha. Começava ali a 7ª Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais, o maior evento do movimento sindical brasileiro deste ano que agora finda. As bandeiras unitárias definidas pelo conjunto das centrais sindicais envolvidas no eixo Desenvolvimento, Cidadania e Valorização do Trabalho levaram mais de 50 mil trabalhadores e trabalhadoras à capital federal.
A CTB sempre apostou na unidade de ação das centrais sindicais como fator catalisador e mobilizador na batalha em defesa das justas reinvindicações dos trabalhadores e trabalhadoras.
O ano estava apenas começando, e que ano seria este! A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) realizou seu 11º Congresso entre os dias 4 e 8 de março de 2013, em Brasília. A CTB atingiu suas expectativas, participou ativamente e de maneira organizada dos debates e exerceu papel protagonista na construção de uma chapa unitária, fortalecendo a unidade da Confederação e a defesa de suas bandeiras de luta pela reforma agrária e pelo Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário.
Ao final do terceiro trimestre de 2013 encerrava-se o processo de aferição de representatividade e a CTB chegara a um índice próximo do projetado. No entanto, a objetividade fria de um número não reflete, com precisão, a capilaridade e o trabalho de organização da CTB.
O 1º de Maio foi especial em 2013, a realização do exitoso evento unitário em São Paulo e vários outros pelo país espalharam as manifestações no Dia do Trabalhador. A CTB foi a Cuba e esteve presente no gigantesco ato na ilha caribenha. Foi uma manifestação impressionante de apoio à Revolução ao socialismo. Na oportunidade, a CTB participou também do Encontro de Solidariedade a Cuba.
Congresso da CTB
O 3º Congresso Nacional da CTB foi um capítulo a parte. Foi uma grande mobilização de nossa militância para a realização das 26 etapas estaduais do Congresso, esforço coroado pelo sucesso do Congresso Nacional. A solenidade de abertura contou com expressiva presença das demais centrais sindicais, entidades de movimentos sociais e representações oficiais. Mais de 1,2 mil delegados e delegadas participaram do congresso ocorrido em São Paulo em agosto. Com debates importantes e expressivos, o congresso contou com a participação animada de nossos delegados em um clima de alto-astral.
A significativa presença de delegações estrangeiras também foi um diferencial importante. Realizamos um seminário internacional, em conjunto com o Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES), para discussão do tema do BRICs e a Luta da Classe Trabalhadora em Todo o Mundo e fomo s prestigiados por delegações de 26 países. Experiência nova e exitosa planejada e executada pela CTB e pelo CES, que certamente servirá de referência para os próximos congressos.
A nova direção da CTB, eleita em seu 3º Congresso, iniciou seus trabalhos já em outubro com a realização Planejamento Estratégico Situacional 2013/2014. Com disposição e demonstrando amadurecimento político, a direção debateu por dois dias os problemas, analisou possibilidades e aprovou ações que serão executadas ao longo de 2014, em diversas áreas da Central. Uma rodada de avaliação e um novo planejamento estão previstos para Outubro do ano que vem.
A luta, marca registrada da nossa central, seguiu pelo segundo semestre. Por iniciativa da CTB, em conjunto com as centrais sindicais, realizamos atos nos estados no dia 12 de Novembro. Sob o lema O Brasil contra o fator foram mobilizadas centenas de trabalhadores e trabalhadoras na batalha contra o malfadado fator previdenciário, que surrupia parte do justo valor das aposentadorias daqueles que contribuíram por toda a vida e merecem desfrutá-la com mais dignidade e respeito.
A incessante disputa pela mudança na política econômica mobilizou a CTB em 26 de novembro. O ato realizado em Brasília em frente ao Banco Central levantou a bandeira Menos juros e mais desenvolvimento e contou a presença aguerrida de nossos companheiros e companheiras. Das ruas, mandamos nosso recado ao governo de que a resposta a mais uma elevação da taxa de juros - que alimenta um ciclo perverso e gera efeitos negativos sobre o crescimento da economia - será a mobilização e a pressão.
2014 será, certamente, um ano de significativos avanços políticos e organizativos para a CTB, seguindo o curso natural das instituições de aperfeiçoamento das ações, relações e processos. No entanto, só é possível aperfeiçoar o que já existe, o que já foi construído e alicerçado.
Os princípios sob os quais foi erguida a CTB: a defesa intransigente da unicidade sindical; da contribuição sindical; da democracia; da independência classista; da solidariedade com outros povos e o internacionalismo; da ética na política; da luta contra o preconceito, a intolerância e a discriminação de qualquer natureza; pela emancipação das mulheres; dos direitos sociais; da transparência; do meio ambiente; da educação e do socialismo constituem seu principal patrimônio e, principalmente, são o prumo pelo qual a nossa Central se guia.
 Vida longa à CTB!
Boas Festas e Feliz 2014!
Wagner Gomes
Secretário-Geral da CTB

Câmara aprova nome de Luiz Gonzaga para Canal da Transposição

A Comissão de Cultura da Câmara encerrou as reuniões de 2013 com uma homenagem a Luiz Gonzaga. Os parlamentares aprovaram o projeto de lei que dá o nome do “Rei do Baião” ao Canal da Transposição das águas do rio São Francisco.


 No horário da reunião a deputada Luciana Santos, relatora do projeto, voltava de Pernambuco na comitiva da presidenta Dilma Rousseff - que estava em Pernambuco para inaugurar uma plataforma e assinar convênios para mobilidade urbana - por isso o voto foi apresentado pelo deputado Stepan Nercessian (PPS/RJ). 

“Com seu canto e poesia, Luiz Gonzaga emprestou sua voz ao povo nordestino, fazendo com que todo o Brasil partilhasse de seu intenso sofrimento e pobreza, gravados pelas inúmeras secas que periodicamente assolam a Região”, diz o relatório lido com direito a interpretação do sotaque nordestino: “ É em homenagem a deputada Luciana”, brincou Nercessian.

O relatório foi aprovado por unanimidade, após registro da deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), presidenta da Comissão: “Não tem comissão mais criativa, alegre e humanizada nesta Casa. Vamos terminar a pauta deste ano homenageando Luiz Gonzaga, feliz coincidência”.

Da Redação em Brasília - Com informações da Ass. Dep. Luciana Santos

O assédio moral e a necessidade de defesa do trabalhador

O assédio moral é caracterizado pela exposição do trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, que atentam contra sua dignidade ou a integridade, ameaçando sua estabilidade funcional, de forma repetitiva e continuada durante a jornada de trabalho, no exercício das funções do empregado. 
É importante lembrar que o assédio moral é diferente do sexual, que ocorre quando o agente, utilizando-se de sua condição de superioridade hierárquica ou ascendência de cargo e função na empresa, procura obter vantagem sexual.
Muitas condutas podem exemplificar o assédio moral. São elas, entre outras: a reiteração de gritos, ironias, censuras, vigilância ostensiva, cronômetro de horários, inferiorização, amedrontamento, menosprezo, desprezo, difamação, ridicularização, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, estigmatização dos adoecidos, submissão a situações vexatórias, sugestão de que peçam demissão, designação de tarefas sem sentido e divulgação de algo íntimo do(a) subordinado(a).
Mais comum em relações hierárquicas, cometido pelo chefe e dirigida ao respectivo subordinado, ocorre tanto em instituições privadas quanto públicas, provocando a desestabilização da relação da vítima com o ambiente de trabalho, forçando-a a desistir de suas atividades, solicitar transferência de setor ou mesmo demissão.
O agressor percorre um caminho estratégico ao praticar o assédio moral. Primeiro, escolhe a vítima e a isola do grupo. Depois, a impede, sem motivo, de se expressar, fragiliza-a, ridiculariza-a, inferioriza-a e a menospreza em frente aos pares, permitindo que os comentários sobre a incapacidade invadam, inclusive, o espaço familiar. Desestabilizada emocional e profissionalmente, a vítima vai gradativamente perdendo a autoconfiança e o interesse pelo trabalho, sendo destruída por meio do aparecimento ou pelo agravamento de doenças pré-existentes. Acaba isolada da família e dos amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool. É, então, forçada a pedir demissão ou acaba demitida, desfecho que permite ao agressor impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
Fica claro que a humilhação repetitiva interfere diretamente na vida do trabalhador, gerando sérios distúrbios para a sua saúde física e mental, comprometendo sua identidade, dignidade, relações afetivas, sociais e até o senso crítico, até que a vítima perca a noção de quem tem realmente razão naquele contexto. Esse conjunto de circunstâncias pode acabar provocando depressão, palpitações, tremores, distúrbios digestivos e do sono, hipertensão, dores generalizadas, alteração da libido e, ainda, tentativas de suicídio. No caso dos adoecidos, estes ocultam a doença e trabalham com dores e sofrimento, enquanto os sadios, que ainda não apresentam dificuldades, incertos de virem a tê-las, reproduzem o discurso das chefias e passam a discriminar os adoecidos, com a falsa ideia de que, dessa maneira, estarão protegidos do assédio moral no futuro.
Desse modo, o ambiente de trabalho acaba contaminado, provocando a competição sistemática entre os trabalhadores e, conseqüentemente, comportamentos agressivos e de indiferença ao sofrimento do outro. Todas essas circunstâncias deixam clara a degradação das condições de trabalho nos dias de hoje, muitas vezes revestidas de exclusões, desigualdades e injustiças, que culminam no desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. Para chegar a esta conclusão, basta interpretar os dados divulgados pela Isma-BR (International Stress Management Association),  associação internacional sem fins lucrativos, voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de stress no mundo: 50% das pessoas que praticam o assédio moral também já foram vitimas desse tipo de ação nas relações de trabalho, aproximadamente 20% das pessoas que trabalham sofrem algum tipo de assédio moral e 25% das pessoas que são vítimas do assédio moral tendem a pedir demissão do trabalho.
É necessário que esse mal seja ostensivamente combatido. Para tanto, no plano individual, a vítima pode tomar inúmeras providências. Primeiramente, ao identificar o assédio, deve informar a outras pessoas da situação e, caso necessário, sair da empresa para não perder a saúde. Deve, então, reunir provas testemunhais (colegas que possam ter presenciado um dos episódios do assédio) ou documentais (e-mail enviados pelo agressor ou relatórios médicos), apresentar denúncia no Ministério do Trabalho e constituir advogado para acionar a Justiça do Trabalho, pedindo indenização por danos morais, fixados pelo juiz proporcionalmente à dor sofrida. 
Nesses casos, o dever de indenizar é, em um primeiro momento, do empregador, em razão de ter o assédio moral sido cometido por um de seus representantes. Por essa razão, além, obviamente, da inquestionável necessidade de preservação da dignidade no trabalho, cabe às empresas orientar seus empregados que exercem função de chefia para que esse tipo de ação seja coibido. Contudo, infelizmente, há, hoje, muita omissão dos empresários no que se refere à prevenção e à punição do assédio moral.
A legislação atual prevê apenas a lesão física contra o trabalhador – e desde que motivada por fato relacionado ao emprego – como hipótese de equiparação a acidente de trabalho. Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 7.202/2010, de autoria dos Deputados Ricardo Berzoini (PT/SP), Pepe Vargas (PT/RS), Jô Moraes (PCdoB/MG), Paulo Pereira da Silva (PDT/SP) e Roberto Santiago (PSD-SP), que equipara o assédio moral à categoria de acidente de trabalho, para efeito da concessão de benefícios da Previdência Social, com a justificativa da importância da ampliação da proteção aos trabalhadores contra qualquer tipo de agressão diante da informação de que, de 2006 a 2009, os auxílios-doença acidentários para trabalhadores com transtornos mentais e comportamentais dispararam e a concessão do benefício saltou de 612 para 13.478, levando os técnicos do Ministério da Previdência a considerar a atualização da lista de doenças classificadas como acidente de trabalho para incluir o assédio moral.
No que diz respeito ao combate a esse mal ponto de vista da sociedade como um todo, enquanto a proposição não é aprovada, o combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho requer a participação de sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assunto. Isso porque a batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a autoestima deve passar pelos representantes dos sindicatos, das CIPAs, das Organizações por Local de Trabalho (OLPs), das Comissões de Saúde, dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e Cerest), da Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho. 
Outro aspecto extremamente relevante para o assunto é a questão do Banco de Horas. Como sabido, o pagamento aos trabalhadores submetidos ao Banco de Horas é licitamente negado sob a promessa de folgas que só poderão ser gozadas de acordo com a conveniência para o empregador. Essa riqueza gerada pelas horas extras não pagas alimenta o lucro e usurpa a única riqueza que o trabalhador possui: sua força de trabalho. Por essa razão, podemos concluir que o Banco de Horas é uma forma de assediar materialmente o salário do empregado, subtraindo-lhe o pagamento das horas-extras, provocando queda na sua autoestima e caracterizando, consequentemente, o assédio moral.
Devemos lembrar que a nossa Constituição Federal tem como princípio basilar o da dignidade da pessoa humana, ferido quando ocorrem situações que caracterizam o assédio moral no trabalho, pois, além de ser este a fonte de renda do trabalhador, também é o berço de seus sonhos e realizações pessoais e profissionais. O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja vigilância constante, visando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ao outro, no incentivo à criatividade e na cooperação.

assis-melo
Assis Melo é dirigente da CTB e deputado federal pelo PCdoB-RS

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Mensagem de fim de ano do vereador Jairo Araújo


Como Cuba ajudou a derrotar o racismo na África do Sul

Nelson Mandela e Fidel Castro. Crédito: Cuba Debate
Talvez o império acreditasse que nosso povo não honraria sua palavra quando, em dias incertos do século passado, afirmamos que mesmo se a URSS desaparecesse Cuba seguiria lutando.

Por Fidel Castro


A Segunda Guerra Mundial eclodiu quando em 1º de setembro de 1939, o nazi-fascismo invadiu a Polônia e caiu como um raio sobre o povo heroico da URSS, que deu 27 milhões de vidas para preservar a humanidade daquela brutal matança que pôs fim à vida de mais de 50 milhões de pessoas.

A guerra é, por outro lado, a única atividade ao longo da história que o gênero humano nunca foi capaz de evitar, o que levou Einstein a responder que não sabia como seria a terceira Guerra Mundial, mas a quarta seria com paus e pedras.

Somados os meios disponíveis pelas duas mais poderosas potências, Estados Unidos e Rússia dispõem de mais de 20 mil ogivas nucleares. A humanidade deveria conhecer bem a informação de que, três dias depois da posse de John F. Kennedy na presidência de seu país, em 20 de janeiro de 1961, um bombardeiro B-52 dos Estados Unidos, em voo de rotina, que transportava duas bombas atômicas com uma capacidade destrutiva 260 vezes superior à utilizada em Hiroshima, sofreu um acidente e o avião caiu. 

Em tais casos, equipamentos automáticos sofisticados aplicam medidas que impedem a explosão das bombas. A primeira caiu na terra sem risco algum; a segunda, dos quatro mecanismos, três falharam, e apenas o quarto, em estado crítico, funcionou; a bomba por puro acaso não explodiu.

Nenhum acontecimento presente ou passado que eu recorde ou tenha ouvido mencionar, impactou tanto a opinião pública mundial como a morte de Mandela; e não por suas riquezas, mas pela qualidade humana e a nobreza de seus sentimentos e ideias.

Ao longo da história, até há apenas um século e meio e antes que as máquinas e robôs, a um custo mínimo de energia, se ocupassem de nossas modestas tarefas, não existia nenhum dos fenômenos que hoje comovem a humanidade e regem inexoravelmente cada uma das pessoas: homens ou mulheres, crianças e idosos, jovens e adultos, agricultores e operários fabris, manuais ou intelectuais. A tendência dominante é a de instalar-se nas cidades, onde a criação de empregos, o transporte e condições elementares de vida demandam enormes investimentos em detrimento da produção alimentar e outras formas de vida mais razoáveis.

Três potências fizeram pousar artefatos na Lua de nosso planeta. No mesmo dia em que Nelson Mandela, envolto na bandeira de sua pátria, foi sepultado no pátio da humilde casa onde nasceu há 95 anos, um módulo sofisticado da República Popular da China descia em um espaço iluminado de nossa Lua. A coincidência de ambos os fatos foi absolutamente casual.

Milhões de cientistas investigam matérias e radiações na Terra e no espaço; por eles se conhece que Titã, uma das luas de Saturno, acumulou 40 vezes mais petróleo do que o existente em nosso planeta quando começou a exploração deste há apenas 125 anos, e ao ritmo atual de consumo durará apenas mais um século.

Os fraternais sentimentos de irmandade profunda entre o povo cubano e a pátria de Nelson Mandela nasceram de um fato que nem sequer foi mencionado, e do qual não tínhamos dito uma palavra ao longo de muitos anos; Mandela, porque era um apóstolo da paz e não desejava prejudicar ninguém. Cuba, porque jamais realizou ação alguma em busca de glória ou prestígio.

Quando a Revolução triunfou em Cuba fomos solidários com as colônias portuguesas na África, desde os primeiros anos; os Movimentos de Libertação nesse continente punham em cheque o colonialismo e o imperialismo, depois da Segunda Guerra Mundial e a libertação da República Popular da China — o país mais povoado do mundo —, e depois do triunfo glorioso da Revolução Socialista Russa.

As revoluções sociais abalavam os cimentos da velha ordem. Os habitantes do planeta, em 1960, já atingiam o número de três bilhões. Paralelamente cresceu o poder das grandes empresas transnacionais, quase todas em mãos dos Estados Unidos, cuja moeda, apoiada no monopólio do ouro e da indústria intacta por estar longe das frentes de batalha, se tornou dona da economia mundial. Richard Nixon derrogou unilateralmente o respaldo de sua moeda em ouro, e as empresas de seu país se apoderaram dos principais recursos e matérias primas do planeta, que adquiriram com papéis.

Até aqui não há nada que são se saiba.

Mas, por que se pretende ocultar que o regime do Apartheid, que tanto fez a África sofrer e indignou a imensa maioria das nações do mundo, era fruto da Europa colonial e foi convertido em potência nuclear pelos Estados Unidos e Israel, regime que Cuba, um país que apoiava as colônias portuguesas na África que lutavam por sua independência, condenou abertamente?

Nosso povo, que tinha sido cedido pela Espanha aos Estados Unidos depois de heroica luta durante mais de 30 anos, nunca se resignou ao regime escravista que lhe impuseram durante quase 500 anos.

Da Namíbia, ocupada pela África do Sul, partiram em 1975 as tropas racistas apoiadas por tanques ligeiros com canhões de 90 milímetros que penetraram mais de mil quilômetros até as proximidades de Luanda, onde um Batalhão de Tropas Especiais cubanas — enviadas por via aérea — e várias tripulações também cubanas de tanques soviéticos que estavam ali sem pessoal, pôde contê-las. Isto ocorreu em novembro de 1975, 13 anos antes da Batalha de Cuito Cuanavale.

Já disse que nada fazíamos em busca de prestígio ou benefício algum. Mas constitui um fato muito real que Mandela foi um homem íntegro, revolucionário profundo e radicalmente socialista, que com grande estoicismo suportou 27 anos de encarceramento solitário. Eu não deixava de admirar sua honradez, sua modéstia e seu enorme mérito.

Cuba cumpria seus deveres internacionalistas rigorosamente. Defendia pontos chaves e treinava a cada ano milhares de combatentes angolanos no manejo das armas. A URSS fornecia o armamento. Contudo, naquela época não compartilhávamos a ideia do assessor principal dos fornecedores do equipamento militar. Milhares de angolanos jovens e saudáveis ingressavam constantemente nas unidades de seu incipiente exército. 

O assessor principal não era, porém, um Zhúkov, Rokossovski, Malinovsky ou outros muitos que encheram de glória a estratégia militar soviética. Sua ideia obsessiva era enviar brigadas angolanas com as melhores armas ao território onde supostamente residia o governo tribal de Savimbi, um mercenário a serviço dos Estados Unidos e da África do Sul, que equivalia a enviar as forças que combatiam em Stalingrado à fronteira da Espanha falangista que tinha mandado mais de 100 mil soldados para lutar contra a URSS. Naquele ano se estava produzindo uma operação desse tipo.

O inimigo avançava na retaguarda das forças de várias brigadas angolanas, golpeadas nas proximidades do objetivo para onde eram enviadas, a aproximadamente 1.500 quilômetros de Luanda. Dali vinham sendo perseguidas pelas forças sul-africanas em direção a Cuito Cuanavale, antiga base militar da Otan, a cerca de 100 quilômetros da primeira Brigada de Tanques cubana.

Naquele momento crítico o presidente de Angola solicitou o apoio das tropas cubanas. O chefe de nossas forças no sul, general Leopoldo Cintra Frías, nos comunicou a solicitação, algo que era habitual. Nossa firme resposta foi que prestaríamos esse apoio se todas as forças e equipamentos angolanos dessa frente se subordinassem ao comando cubano no sul de Angola. Todo mundo compreendia que nossa solicitação era um requisito para converter a antiga base no campo ideal para golpear as forças racistas da África do Sul.

Em menos de 24 horas chegou de Angola a resposta positiva.

Decidiu-se o envio imediato de uma Brigada de Tanques cubana para esse ponto. Várias outras estavam na mesma linha para o oeste. O obstáculo principal era a lama e a umidade da terra na época de chuva, que era necessário fazer a verificação metro a metro contra minas terrestres. A Cuito, foi enviado igualmente o pessoal para operar os tanques sem tripulação e os canhões que necessitavam delas.

A base era separada do território, que fica a leste pelo caudaloso e rápido rio Cuito, sobre o qual se erguia uma sólida ponte. O Exército racista atacou desesperadamente, conseguiu lançar um avião teleguiado cheio de explosivos e fazê-lo chocar sobre a ponte, inutilizando-a. Os tanques angolanos que podiam mover-se em retirada cruzaram um ponto mais ao norte. Aqueles que não estavam em condições adequadas eram enterrados com suas armas apontando para o leste; uma densa faixa de minas terrestres e antitanques converteu a linha em uma armadilha mortal através do rio. Quando as forças racistas retomaram o avanço e se chocaram contra aquela muralha, todas as peças de artilharia e os tanques das brigadas revolucionárias disparavam desde seus pontos de localização na zona de Cuito.

Um papel especial foi reservado aos caças Mig-23 que, a uma velocidade próxima de mil quilômetros por hora e a 100 metros de altura, eram capazes de distinguir se o pessoal de artilharia era negro ou branco, e disparavam incessantemente contra eles.

Quando o inimigo desgastado e imobilizado iniciou a retirada, as forças revolucionárias se prepararam para os combates finais.

Numerosas brigadas angolanas e cubanas se movimentaram a ritmo rápido e a distância adequada para o oeste, onde estavam as únicas vias amplas por onde sempre os sul-africanos iniciavam suas ações contra Angola. O aeroporto, contudo, situava-se a aproximadamente 300 quilômetros da fronteira com a Namíbia, ocupada totalmente pelo exército do Apartheid.

Enquanto as tropas se reorganizavam e reequipavam, decidiu-se com toda urgência construir uma pista de aterrissagem para os Mig-23. Nossos pilotos estavam utilizando os equipamentos aéreos entregues pela URSS a Angola, cujos pilotos não tinham disposto do tempo necessário para sua adequada instrução. Vários equipamentos aéreos sofreram baixas que às vezes eram ocasionadas por nossos próprios artilheiros ou operadores de meios antiaéreos. Os sul-africanos ainda ocupavam uma parte da principal estrada que conduz desde a borda do planalto angolano à Namíbia. 

Nas pontes sobre o caudaloso rio Cunene, entre o Sul de Angola e o Norte da Namíbia, começaram nesse lapso de tempo com o joguete de seus disparos com canhões de 140 milímetros que dava a seus projéteis um alcance próximo aos 40 quilômetros. O problema principal radicava no fato de que os racistas sul-africanos possuíam, segundo nossos cálculos, entre 10 e 12 armas nucleares. Eles tinham realizado provas inclusive nos mares ou nas áreas congeladas do sul. 

O presidente Ronald Reagan tinha autorizado isso, e entre os equipamentos entregues por Israel estava o dispositivo necessário para fazer explodir a carga nuclear. Nossa resposta foi organizar o pessoal em grupos de combate de não mais de mil homens, que deviam marchar de noite em uma ampla extensão de terreno e dotados de carros de combate antiaéreos.

As armas nucleares da África do Sul, segundo informes fidedignos, não podiam ser carregadas por aviões Mirage, necessitavam de bombardeiros pesados tipo Canberra. Mas em qualquer caso a defesa antiaérea de nossas forças dispunha de numerosos tipos de foguetes que podiam golpear e destruir objetivos aéreos a até dezenas de quilômetros de nossas tropas. Adicionalmente, uma represa de 80 milhões de metros cúbicos de água situada em território angolano tinha sido ocupada e minada por combatentes cubanos e angolanos. A explosão daquela represa seria equivalente a várias armas nucleares.

Não obstante, uma hidrelétrica que usava as fortes correntes do rio Cunene, antes de chegar à fronteira com a Namíbia, estava sendo utilizada por um destacamento do exército sul-africano.

Quando no novo teatro de operações os racistas começaram a disparar os canhões de 140 milímetros, os Mig-23 golpearam fortemente aquele destacamento de soldados brancos, e os sobreviventes abandonaram o lugar deixando inclusive alguns cartazes críticos contra seu próprio comando. Tal era a situação quando as forças cubanas e angolanas avançavam rumo às linhas inimigas.

Eu soube que Katiuska Blanco, autora de vários relatos históricos, junto a outros jornalistas e repórteres, estavam ali. A situação era tensa, mas ninguém perdeu a calma.

Foi então que chegaram notícias de que o inimigo estava disposto a negociar. Tinha-se conseguido pôr fim à aventura imperialista e racista; em um continente que em 30 anos terá uma população superior à da China e Índia juntas.

O papel da delegação de Cuba, por motivo do falecimento de nosso irmão e amigo Nelson Mandela, será inolvidável.

Felicito o companheiro Raúl por seu brilhante desempenho e, em especial, pela firmeza e dignidade quando com gesto amável, mas firme, cumprimentou o chefe do governo dos Estados Unidos e lhe disse em inglês: “Senhor presidente, eu sou Castro”.

Quando minha própria saúde pôs limites a minha capacidade física, não vacilei um minuto em expressar meu critério sobre quem a meu juízo poderia assumir a responsabilidade. Uma vida é um minuto na história dos povos, e penso que quem assuma hoje tal responsabilidade requer a experiência e a autoridade necessárias para optar diante de um número crescente, quase infinito, de variantes.

 
O imperialismo sempre reservará várias cartas para dobrar nossa ilha, embora tenha que despovoá-la, privando-a de homens e mulheres jovens, oferecendo-lhes migalhas dos bens e recursos naturais que saqueia ao mundo.

Que falem agora os porta-vozes do império sobre como e por que surgiu o Apartheid.

Fidel Castro Ruz, em 18 de dezembro de 2013, às 20h35

Fonte: Cubadebate / Blog da Resistência
Tradução de José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho

Mensagem de fim de ano da deputada Alice Portugal


Campanha busca redução total de IPI sobre bicicletas

Lançada no início de novembro, a campanha Bicicleta Para Todos busca a redução total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as bicicletas. Com o apoio de dezenas de associações e entidades ligadas à produção de bicicletas e mobilidade urbana, a iniciativa surgiu através de um estudo encomendado pela Aliança Bike – associação de fabricantes e importadores –, que mapeou economicamente o setor.


Yonhap/EFE
Bicicleta
Para cicloativistas, política do governo que estimula redução de IPI sobre carros é contraditória
O estudo, com mais de 80 páginas, identificou que mais de 70% do preço de uma bicicleta é composta por impostos. Para carros, o percentual fica em 32%. Além disso, os dados coletados no estudo apontam que, se o IPI das bicicletas, que hoje é de 10%, for totalmente reduzido, as vendas formais do produto teriam um acréscimo de 11,3%.

“O primeiro passo é refletirmos sobre um dos grandes problemas do nosso século, que é a mobilidade urbana. E um dos maiores causadores desse problema é o meio de transporte baseado em automóvel”, afirma Augusto Machado, um dos organizadores da campanha e integrante do site euvoudebike.com.

Para ele, é contraditório o governo federal adotar uma política de redução e isenção de IPI para automóveis – como vem sendo feito sucessivas vezes desde a crise econômica de 2008 – e não estimular, também, a venda de bicicletas através do mesmo mecanismo. “É um contrassenso, pois sabemos que a bicicleta é uma das ferramentas para melhorar a mobilidade urbana”, comenta.

Até agora, a campanha já obteve mais de 25 mil assinaturas para um abaixo assinado e cerca de 20 mil visualizações no YouTube. A intenção é se obter mais de 100 mil apoios para levar o pleito às instâncias de poder de Brasília.

O lançamento da pesquisa com os dados que motivam a campanha ocorreu na Capital federal e contou com a presença de líderes políticos. Augusto Machado informa que, entre várias casas legislativas pesquisadas no país, existem pelo menos 30 projetos de redução de impostos sobre bicicletas que não tramitam. No próprio Senado Federal, pelo menos dois textos – dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Inácio Arruda (PCdoB-CE) estão há mais de um ano parados na Comissão de Assuntos Econômicos.

Para o cicloativista e vereador de Porto Alegre Marcelo Sgarbossa (PT), a redução de IPI sobre as bicicletas é uma forma de atrair novos usuários e, também, de garantir que quem já adota esse meio de transporte o utilize com mais conforto e segurança. “Quem começa a usar bicicleta diariamente, começa a perceber o quanto é importante ter um equipamento minimamente razoável, com freio bom e pneu que não fure a todo momento. Para isso não existe milagre, custa dinheiro”, afirma.

Ele acredita que a redução de impostos pode permitir o acesso a bicicletas de qualidade que, hoje em dia, são mais caras. “Não é com uma bicicleta de R$ 150 vendida em supermercado que o usuário vai ter todo conforto e segurança necessários”, avalia.

Fonte: Rede Brasil Atual via Vermelho

Congresso devolve mandato de Jango: “A democracia venceu”

“Jango, a democracia venceu”, disse João Vicente Goulart em seu discurso de agradecimento na sessão solene que o Congresso Nacional realizou, na tarde desta quarta-feira (18), para a devolução simbólica do mandato presidencial de João Goulart.


Agência Câmara
Congresso devolve mandato de Jango: “A democracia venceu” 
A sessão reuniu a presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer, ministros de Estado, parlamentares e outras autoridades civis e militares.
Na presença da presidenta Dilma Rousseff, do vice-presidente Michel Temer, ministros de Estado, parlamentares e outras autoridades civis e militares, o filho de Jango declarou que “o golpe civil-militar de 1964 não foi contra Jango, mas contra as reformas de base sugeridas por ele em benefício das camadas menos favorecidas e de um desenvolvimento mais justo”. 

“Ainda hoje necessitamos dessas reformas estruturais, como a reforma agrária, a reforma tributária, educação de base de tempo integral e a destinação, como fez Jango, de 12% do orçamento da Nação para educação”, disse João Vicente, que recebeu, das mãos do presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o diploma de Presidente da República de João Goulart.

Reforma dos sonhos

Em seu discurso, o filho de Jango destacou ainda a necessidade atual do país de uma reforma política profunda, “que garanta a dignidade do exercício parlamentar”. E, dirigindo-se à presidenta Dilma, acrescentou que “precisamos, presidenta Dilma, daquele plebiscito para discutir a reforma política que o país precisa. A reforma dos sonhos dos brasileiros, do fim dos privilégios, jurídicos, econômicos e políticos”, afirmou, encerrando com palavras de respeito “aos que caíram no caminho da luta pela restauração da democracia”. 

Após os discursos, o presidente do Congresso, Renan Calheiros, promulgou a resolução que declara nula a sessão do Congresso Nacional de 2 de abril de 1964, que cassou o mandato de João Goulart. O ato foi seguido por fortes aplausos do público em pé. Em seguida, foi feita a entrega do diploma de presidente da República de Jango ao filho dele, João Vicente Goulart.

A plateia assistiu a um vídeo produzido pela TV Senado, que mostrou em imagens a trajetória política de Jango, que foi enaltecido pelos oradores, mostrando-o como Pai do Pobre, herdeiro do trabalhismo e que esteve sempre ao lado dos trabalhadores e dos mais pobres. A execução do Hino Nacional pela cantora Fafá de Belém deu um brilho especial à sessão (foto ao lado).

Pedido de desculpas

A fala de Renan Calheiro encerrou a sessão. Repetindo as palavras do presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), ele também pediu desculpas aos familiares e ao povo brasileiro em nome do Congresso Nacional. “O Congresso deve desculpas históricas pela inverdade patrocinada pela Nação brasileira com participação do Parlamento a um dos mais ilustres brasileiros”, disse.

“Não podemos revogar páginas pálidas da nossa história, mas devemos reformá-las para iluminar as próximas gerações, principalmente se foram forjadas na falsidade”, avalia Renan, para quem “a verdade é a essência da democracia”. E anunciou a entrega a João Vicente também dos termos de posse e compromissos prestados por João Goulart no Congresso e a réplica do diploma expedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O historiador e a testemunha

Os autores do projeto que anulou a sessão – o historiador e a testemunha dos acontecimentos, senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Pedro Simon (PMDB-RS) – foram os primeiros a discursar. 

Pedro Simon informou que estava com Jango  naquela noite de 1º de abril, na cidade de Porto Alegre (RS). E contou, com detalhes, todos os episódios que antecederam o golpe militar de 1964. 

Para ele, “o que estamos fazendo hoje aqui é determinando nula a reunião realizada pelo Congresso em 2 de abril de 1964, em que foi declarada vaga a Presidência da República, então ocupada por João Goulart. Uma página da história do Brasil será mudada e os meus bisnetos vão estudar na história o que de fato aconteceu, que não foi o que meus filhos estudaram”, afirmou. “Hoje se encerrou um ciclo e inicia um outro, que possamos caminhar adiante”, disse, encerrando seu discurso. 

Randolfe Rodrigues, que destacou serem o historiador e a testemunha da história os autores do projeto que restabelece a memória, a história e a justiça. “Quando se esquece dos erros cometidos no passado, os povos voltam a cometer o mesmo erro. Este é o primeiro grande significado dessa sessão”, afirmou, destacando ainda como de importante significado o pedido de desculpas ao presidente João Goulart e sua família. 

O senador acusou os militares e as forças que não queriam que esse país avançasse, que estavam contra o discurso das mudanças de base anunciadas por Jango no comício da Central do Brasil, pelo ato de força contra Jango. 

“As forças conservadoras, aliadas ao capital estrangeiro e aos interesses do imperialismo americano”, foram apontados como responsáveis pelo golpe militar pelo senador Randolfe Rodrigues, que, preocupado em recompor a verdade histórica, destacou que parte dos militares, precisamente sete mil militares, foram cassados pela ditadura. 

João Goulart morreu em 1976, durante exílio na Argentina. Os restos mortais foram exumados, em novembro último, por solicitação da família de Jango a partir de declaração de um ex-agente da repressão uruguaia de que ele havia sido envenenado. Depois de serem trazidos para Brasília para exames no Instituto Nacional de Criminalística (INC) do Departamento da Polícia Federal, onde foi recebido com honras de chefe de Estado, foram novamente sepultados em sua terra natal – São Borja (RS).

De Brasília - do Vermelho  - Márcia Xavier

Pesquisa mostra que houve tortura desde primeiros dias da ditadura militar


Uma pesquisa feita por alunos de mestrado em história e direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), a pedido da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade, mostrou que violações aos direitos humanos ocorreram desde os primeiros dias da ditadura militar instalada no país (1964-1985).

"Houve tortura desde o início do golpe e também prisões em massa, feitas a partir de listas previamente preparadas por delegacias. Eram levados para estádios de futebol, que pudessem guardar esse conjunto de detentos, que não cabiam mais nas delegacias", disse o professor da PUC Marcelo Jasmin, coordenador do levantamento cujos dados preliminares foram divulgados ontem, quarta-feira (18). 

A pesquisa foi feita ao longo de seis meses. Os alunos analisaram 1.114 processos de requerimento de reparação que fazem parte do acervo do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Rio de Janeiro.

O levantamento constatou que os estádios de futebol Caio Martins, em Niterói (38 casos relatados na pesquisa); e do Ypiranga Futebol Clube, em Macaé (21 casos), foram usados como prisão pelos agentes da ditadura. Segundo o professor, nos primeiros anos grande parte dos presos era formada por operários e integrantes do movimento sindical, muitos ligados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), e após 1968, com a publicação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), aumentou a prisão de profissionais liberais.

A integrante da Comissão Nacional da Verdade Rosa Cardoso disse que a pesquisa comprovou o uso intenso da violência desde os primeiros dias do golpe militar. "Queríamos descobrir na pesquisa se o golpe de 1964 foi feito com muita violência ou se essa grande violência acontece somente após um processo de militarização do Estado, em 1968. E não temos dúvida de que foi um golpe muito violento, a tal ponto que as prisões não puderam abrigar as pessoas presas, que foram levadas a estádios", disse.

Fonte: Agência Brasil via Contraf

Comissão da Câmara aprova 20% de vagas em concursos para negros

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara dos Deputados aprovou ontem, quarta-feira (18) o Projeto de Lei (PL) 6.738/13, que reserva aos negros e pardos 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais. Apresentado pelo Executivo, o projeto aplica a reserva de vagas aos órgãos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União.

A proposta foi apresentada pela presidenta Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, em caráter de urgência, no dia 5 de novembro. A urgência constitucional estabelece prazo de 45 dias para votação do projeto na Câmara e o mesmo período para o Senado, caso contrário, tranca a pauta da Casa e impede a votação de outras matérias. Na ocasião, a presidenta disse que o projeto será exemplo do que pode ser seguido também pelos Poderes Legislativo e Judiciário e por estados e municípios, além de entidades privadas.

Caso seja aprovada no Congresso, a lei terá vigência de dez anos e não será aplicada aos concursos com editais publicados antes de sua entrada em vigor.

O relator do projeto e presidente da comissão, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), disse, em seu parecer, que a proposta "apresenta condições necessárias para mitigar desigualdades raciais observadas no serviço público". Feliciano destacou também que o período de dez anos é fator fundamental das políticas de ações afirmativas.

"A proposta é mantermos, porque tenta trazer uma igualdade depois de 300 anos de escravidão", argumentou Feliciano, que incluiu no projeto uma emenda estendendo a reserva de 20% das vagas também para os cargos comissionados.

O único voto contrário foi do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que criticou a iniciativa, por ele chamada de "demagógica". "A partir da aprovação desse projeto, se alguém morrer, pedir demissão, vou ter que colocar no meu gabinete um assessor negro", disse Bolsonaro, demonstrando desconhecimento da proposta, que reserva as vagas no âmbito do Executivo.

A vice-líder do PT na Câmara, Benedita da Silva (RJ), esclareceu que o projeto não vai criar grandes distorções, pois a maioria da população é negra. "Isso não impedirá os 80% de estudar, de fazer uma belíssima prova e de passar no concurso", disse a deputada.

Pela proposta aprovada na CDH, poderão concorrer às vagas reservadas os candidatos que se declararem negros e pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Haverá cota racial sempre que o número de vagas oferecidas no concurso público for igual ou superior a três.

O projeto também prevê punições, caso seja constatada falsidade na declaração do candidato, indo da eliminação do concurso até a sujeição de anulação da admissão ao serviço ou emprego público do candidato que fraudar os dados.

Em caso de desistência de candidato negro aprovado em vaga reservada, o posto será preenchido pelo negro posteriormente classificado. Na hipótese de não haver número de negros aprovados suficiente para ocupar as vagas reservadas, as remanescentes serão revertidas para a ampla concorrência e preenchidas pelos demais classificados, observada a ordem de colocação deles no concurso.

Os candidatos negros aprovados dentro do número de vagas oferecido para ampla concorrência não serão computados para efeito do preenchimento das vagas reservadas. A nomeação aprovados respeitará os critérios de alternância e proporcionalidade, que consideram a relação entre o número total de vagas e o das reservadas a candidatos com deficiência e negros.

Antes de ir ao plenário da Câmara, o projeto será analisado pelas comissões do Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Brasil via Contraf

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Igrejas cristãs pedem lei que criminalize a homofobia

A fé não pode ser usada para incitar a violência; é o que diz a nota divulgada na manhã de ontem, terça-feira (17), pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) que pede a aprovação do projeto que combate a homofobia. “Urge uma lei que contribua para minimizar as consequências do preconceito homofóbico e transfóbico. A aprovação do PLC 122/06 pode significar um passo concreto nesta direção”, diz o texto. 


A nota do Conselho foi emitida em função dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher. “A violência contra mulheres e LGBTs é uma realidade que expõe uma face nada simpática de nosso país, conhecido como a terra da tolerância. É necessário falar abertamente sobre nossas limitações em conviver com o diferente”, destaca a nota. 

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Abaixo a íntegra da nota:


Desde o dia 25 de novembro se realizam os 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Organizações de mulheres, de direitos humanos, universidades e comunidades religiosas promovem debates, reflexões e outros tipos de ações com o objetivo de chamar atenção para os diferentes tipos de violência contra mulheres.

Como Igrejas não podemos nos calar! Segundo um estudo realizado entre 2001 e 2010, foram assassinadas 40 mil mulheres em nosso país. No ano de 2010, a média de assassinatos foi de 4,5 para cada 100 mil mulheres. Para o ano de 2013, a projeção é que 4.717 mulheres serão assassinadas. Mais do que números, estes índices revelam uma violência fundamentada em uma cultura que há muito naturalizou a violência contra a mulher.

Enquanto Igrejas, cabe-nos refletir sobre nossa tarefa diante desta realidade. A pergunta do profeta Miqueias “O que Deus exige de nós?” nos provoca a identificarmos as ações concretas com vistas a contribuirmos para a transformação das relações humanas violentas.

No contexto dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher, vale igualmente chamar a atenção para outra violência de gênero, que são as agressões sofridas pela população LGBT. Dados revelam que apenas no ano de 2012 foram cometidos 338 assassinatos por motivação homofóbica ou transfóbica.

A violência contra mulheres e LGBTs é uma realidade que expõe uma face nada simpática de nosso país, conhecido como a terra da tolerância. É necessário falar abertamente sobre nossas limitações em conviver com o diferente.

A Lei Maria da Penha é uma forma concreta de minimizar os impactos da violência contra a mulher. Agora, urge uma Lei que contribua para minimizar as consequências do preconceito homofóbico e transfóbico. A aprovação do PLC 122/06 pode significar um passo concreto nesta direção.

A violência é contrária ao Evangelho, portanto, todo o discurso, inclusive religioso, que legitima ou justifica estas formas de violência está em contradição com a Boa Nova. O que Deus exige de nós, cristãos e cristãs diante destes dados de violência? É a pergunta sobre a qual queremos refletir nestes 16 Dias de Ativismo.

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil

Da Redação do Vermelho em Brasília

Aécio Neves propõe que país retorne à era de FHC

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou ontem, terça-feira (17), na Câmara dos Deputados, propostas de plataforma política para a disputa presidencial.


O documento, intitulado “Para mudar de verdade o Brasil”, foi lançado depois que o ex-candidato derrotado José Serra publicou declaração desistindo da disputa que travava no interior do PSDB pela candidatura presidencial. 

O senador mineiro declarou-se “pronto para o debate” e exaltou a “unidade partidária”, assim como o “gesto de desprendimento” de Serra, numa tentativa de esconder o óbvio – que o PSDB é um partido dividido, politicamente isolado, com baixos índices nas pesquisas e desmoralizado por denúncias de corrupção em seu principal reduto – o governo do estado de São Paulo.

Quanto às propostas que apresentou no que chamou de “cartilha”, o senador mineiro retirou do seu arquivo mofado as ideias ultrapassadas de caráter neoliberal e conservador que, postas em prática durante o governo de FHC (1995-2002), infelicitaram a vida dos brasileiros. Ele não teve pejo em dizer que defenderá uma “reconciliação” do Brasil com o passado, sobretudo com os anos em que Fernando Henrique Cardoso governou o país.

“Subo na tribuna para propor uma mudança definitiva, que passe pela reconciliação dos brasileiros com a própria história. Não podemos ser passivos com a tentativa de alguns de reescrever a história, dizer que o Brasil começou em 2003”, afirmou, em referência ao ano em que Lula tomou posse na Presidência da República. E numa confissão da sua escala de valores, proclamou que FHC é o “maior estadista ainda vivo”. 

Manipulando dados e conceitos e mentindo, o tucano afirmou que a estabilidade econômica está em “risco”.

No restante do pronunciamento, Aécio disse platitudes sobre o “fortalecimento do Legislativo”, o pacto federativo, a ética e o meio ambiente.

Para não deixar dúvidas quanto ao seu caráter direitista, o senador tucano desferiu ataques gratuitos aos médicos cubanos que vieram prestar solidariedade ao povo brasileiro e ao sistema político revolucionário de Cuba. 

Da Redação do Vermelho

Lucro líquido dos bancos cresce 15%

Nem mesmo o desempenho tímido da economia brasileira, o PIB cresceu 2,2% no terceiro trimestre, faz o lucro dos bancos desacelerar. Pelo contrário. O ganho líquido cresceu 15% entre julho e setembro, na comparação com o mesmo período de 2012.
 
Em apenas três meses, a lucratividade chegou a R$ 13,730 bilhões, segundo dados do Banco Central. O aumento das tarifas bancárias, das taxas de juros, dos empréstimos, e a redução da inadimplência são responsáveis pelo resultado.
 
O spread bancário – diferença entre o que as empresas gastam na captação de recursos e o que ganham com os empréstimos – também cresceu. As receitas com a fórmula mágica chegaram a R$ 86,308 bilhões. 
 
Importante destacar que a taxa de juros cobrada pelas organizações financeiras, principalmente nas modalidades do cheque especial e do cartão rotativo, estão entre as mais altas do mundo. 
 
Os números comprovam mais uma vez que, pelo menos no Brasil, os bancos só pensam em sugar. Tiram dinheiro dos correntistas, pagam salários rebaixados aos funcionários, deixam a sociedade exposta à insegurança e, para completar, demitem milhares de trabalhadores, dificultando o crescimento do país.

Fonte: O Bancário

AI-5, ato mais cruel, completou 45 anos

Ir às ruas protestar pela ampliação das melhorias no país é uma ferramenta utilizada por muitos jovens, que têm na lei a garantia da liberdade de expressão e do direito de ir e vir. Essa nova geração está 45 anos à frente do período político mais sombrio do Brasil. Quando todas as vozes que gritavam por democracia foram brutalmente caladas.
 
Em 13 de dezembro de 1968, ou seja, há exatamente 45 anos, o governo militar do General Costa e Silva, colocava em prática o famigerado Ato Institucional nº 5 (AI-5), redigido pelo então Ministro da Justiça, Luis Antônio da Gama e Silva. 
 
Além de fechar o Congresso Nacional, foi conferido poder ilimitado ao Executivo, inclusive a suspensão de direitos políticos de qualquer brasileiro. Mas, o legado mais desonroso da ditadura e intensificado nos 10 anos do AI-5, foi a tortura cometida contra aqueles que lutavam por liberdade e justiça. 
 
O DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), criado em 1969, órgão de inteligência do Exercito brasileiro foi responsável por investigar e combater os “inimigos” da nação. Entre os investigados, destaca-se a presidenta Dilma Rousseff, torturada nas dependências do centro.  
 
Os números do terror

A estimativa é de que durante a ditadura militar (1964-1985) 50 mil pessoas tenham sido detidas e 10 mil exiladas. No período, houve quatro condenações à morte (não consumadas), 4.862 cassações de mandatos e direitos políticos, 6.592 militares foram punidos e 245 estudantes foram expulsos das universidades. Os dados são da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, da Secretaria Especial de Direitos Humanos. 
 
Não há números precisos sobre mortos durante o regime. Mas, de acordo com o Centro de Documentação Eremias Delizoicov e a Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos, existem cerca de 400 assassinatos confirmados ligados à repressão.

Fonte: O Bancário