sexta-feira, 25 de julho de 2014

Compensar hora é pesadelo na Caixa

Angústia, estresse, cansaço. Estes são apenas alguns dos muitos problemas de saúde relatados pelos empregados da Caixa. Há relatos até de bancários que têm de tomar remédio controlado para agüentar a pressão. O motivo é de conhecimento geral e muito bem definido. A compensação de horas extras.
 
Para aumentar o faturamento, o banco obriga o funcionário a tirar folga, ao invés de pagar pelas horas trabalhadas a mais. A medida intransigente reflete diretamente no trabalho. Isso porque o quadro de bancários, insuficiente para atender a demanda, reduz ainda mais.

O caos é maior entre os caixas, que fazem atendimento ao cliente. 
No horário de almoço, por exemplo, a espera ultrapassa 30 minutos. O dobro do previsto pela lei municipal que estabelece atendimento em até 15 minutos. O problema é geral e antigo.

As denúncias chegam das mais diversas agências de Salvador. O Sindicato, inclusive, já levou o assunto para a direção da Caixa, em Brasília. No entanto, a postura intransigente continua e o banco não mostra disposição em realizar negociação.
 
Mas, os bancários não desistem e vão levar o problema para as rodadas de negociações específicas da campanha salarial que se aproxima. “Esse é um dos principais assuntos relacionados à melhoria das condições de trabalho, principalmente para os caixas, os mais prejudicados por essa lógica perversa de compensação”, ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e membro da CEE (Comissão Executiva dos Empregados), Augusto Vasconcelos. 

Fonte: O Bancário

Ministério Público terá laboratório para combater crimes financeiros

A Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça assinaram quarta-feira (23) um acordo de cooperação para instalar, no Ministério Público Federal, o Laboratório Tecnológico contra a Lavagem de Dinheiro. O governo pretende dar maior agilidade e precisão às investigações sobre este tipo de crime.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o laboratório dará “mais agilidade, mais possibilidades de atuação e autonomia ao Ministério Público para que cumpra institucionalmente a competência que tem”.
Segundo o ministro, “é fundamental que os Poderes Executivo e Judiciário, além do Ministério Público, se alinhem para fazer com que as organizações criminosas e a lavagem de dinheiro sejam enfrentadas pelo Estado”.
Cardozo explicou que o programa de fornecimento dos laboratórios existe desde 2006 e usou, até agora, R$ 40 milhões. “Temos 41 laboratórios entregues a várias instituições do país. A ideia é que os órgãos disponham do software, que dá grande agilidade e precisão às investigações”, justificou.
Ao todo, 12 técnicos serão destacados para trabalhar no laboratório da procuradoria. Como resultado das investigações, que têm sido feitas com a ajuda dos softwares, foram bloqueados R$ 200 milhões em contas no exterior.
Fonte: Agência Brasil via Feeb-Ba-Se

Brasil sobe para 79º lugar em ranking de desenvolvimento humano da ONU

O Brasil subiu no ranking mundial de desenvolvimento humano em 2013. Segundo dados divulgados ontem, quinta-feira (24) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o país ficou em 79º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no ano passado, uma posição acima da registrada em 2012. Apesar da melhora, o Brasil continua abaixo de outros países latino-americanos como Chile, Argentina, Cuba e Uruguai.

Com IDH 0,744, o país registrou a mesma nota da Geórgia (república da região do Cáucaso) e de Granada (país do Caribe). Pela metodologia das Nações Unidas, o Brasil é considerado um país de alto desenvolvimento humano por ter registrado nota acima de 0,7. O IDH varia de 0 a 1, grau máximo de desenvolvimento. Em 2013, o indicador abrangeu 187 países.

A Noruega foi o país com maior IDH no ano passado, com índice de 0,944, seguida de Austrália (0,933), Suíça (0,917) e Holanda (0,915). Em relação aos países latino-americanos, os mais bem classificados foram Chile (41º lugar, com nota 0,822), Cuba (44º, com nota 0,815) e Argentina (49º, com nota 0,808), considerados com grau muito alto de desenvolvimento humano por terem obtido nota acima de 0,8.

Na América Latina e no Caribe, Uruguai (50º no ranking, com nota 0,790), Barbados (59º, nota 0,776), Antígua e Barbuda (61º, nota 0,774), Trinidad e Tobago (64º, nota 0,766), Panamá (65º, nota 0,765), Venezuela (67º, nota 0,764), Costa Rica (68º, nota 0,763), México (71º, nota 0,756) e São Cristóvão e Nevis (73º, nota 0,750) também registraram IDH mais alto que o Brasil.

Entre o Brics, grupo que reúne as cinco principais economias emergentes do mundo, o Brasil registrou o segundo melhor IDH, atrás da Rússia (57º lugar, nota 0,778). Com nota 0,719, a China ficou na 91ª posição. A África do Sul ficou em 118º no ranking (nota 0,658); e a Índia, em 135º (nota 0,586).

Apesar da melhoria de 2012 para 2013, o Brasil acumula queda de quatro posições em relação a 2008, quando estava em 75º na lista geral. De acordo com o Pnud, o IDH brasileiro melhorou em todos esses anos. No entanto, quatro países - Irã, Azerbaijão, Sri Lanka e Turquia - tiveram crescimento maior que o Brasil no período, resultando na perda de posições.

Criado em 1980, o IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: expectativa de vida, educação e renda. Em 2013, o Brasil registrou 73,9 anos de expectativa de vida, 7,2 anos de média de estudo, 15,2 anos de expectativa de estudo para as crianças que atualmente entram na escola e renda nacional bruta per capita de US$ 14.275 ajustada pelo poder de compra.

O IDH do Brasil em 2013 subiu 36,4% em relação a 1980. Naquele ano, a expectativa de vida correspondia a 62,7 anos, a média de estudo era de 2,6 anos, a expectativa de estudo somava 9,9 anos, e a renda per capita totalizava US$ 9.154. "O Brasil é um dos países que mais evoluíram no desenvolvimento humano nos últimos 30 anos", disse o representante residente do Pnud no Brasil, Jorge Chediek. Ele destacou que as mudanças são estruturais e têm ocorrido em todos os governos.

Por causa de mudanças na metodologia, a série histórica do IDH foi revista. Pelo critério anterior, o Brasil tinha ficado em 85º em 2012. Com a mudança de cálculo, o país subiu para a 80ª colocação no ano retrasado.
Fonte: Agência Brasil via Feeb-Ba-Se

Benefícios sociais deverão ser pagos preferencialmente à mulher

Foi sancionada na segunda-feira (21/7) a Lei 13.014/2014, que estabelece o pagamento preferencial à "mulher responsável pela unidade familiar" de benefícios previstos na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e de programas de apoio ao pequeno agricultor.
A lei, que entra em vigor em 90 dias, tem origem em projeto apresentado pelo senador Paulo Bauer (PSDB-SC). O PLS 44/2012 chegou a ser alterado na Câmara, mas os senadores rejeitaram o substitutivo e mantiveram o texto original, enviado à sanção presidencial.
De acordo com a lei, a mulher receberá preferencialmente, pela família, valores referentes a benefícios eventuais, ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e a projetos de enfrentamento da pobreza, previstos na Loas. Essa preferência já é aplicada no pagamento da Bolsa Família.
A nova lei também estabelece o pagamento à mulher dos recursos do Programa de Apoio à Conservação Ambiental e do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, instituídos pela Lei 12.512/2011.(Fonte: Ultima Instancia)
Dilma sanciona lei que limita recursos na Justiça trabalhistaNova regra facilita rejeição dos chamados 'recursos protelatórios' de acordo com a jurisprudência do TST e dos TRTsAgência Câmara - 22/07/2014 - 19h28  
Nesta terça-feira (22/7), o Diário Oficial da União publicou a lei 13.015/14, que torna mais rápida a tramitação de processos na Justiça do Trabalho. A nova regra já foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff, e entrará em vigor dentro de 60 dias.
De autoria do deputado Valtenir Pereira (Pros-MT), o texto dificulta os chamados recursos protelatórios, propostos com a intenção de atrasar o andamento dos processos e adiar o cumprimento das decisões judiciais. Com a nova lei, os ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho) poderão rejeitar recursos quando contrariarem a jurisprudência do tribunal.
Fonte: Última Instância via Feeb-Ba-Se

CTB distribui nota pública em manifestação parabenizando Itabuna

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB/Regional Sul da Bahia realiza nesta sexta-feira, dia 25 de julho, manifestação com distribuição de nota pública parabenizando os 104 de emancipação política de Itabuna. O ato acontece na Praça Adami a partir das 10 horas.
Itabuna foi elevada à categoria de cidade pela Lei estadual n.º 807, de 28 de julho de 1910.

Leia a nota da CTB na íntegra:

Itabuna 104 anos de luta

Na passagem dos 104 anos de emancipação política do nosso município, a CTB/Regional Sul da Bahia parabeniza a todos os trabalhadores que lutaram e lutam pela construção de uma cidade desenvolvida e sustentável, humana e inclusiva socialmente e ecologicamente equilibrada.
Diante dos desafios acreditamos que, a disposição do trabalhador somada ao espírito empreendedor, que tanto nos caracteriza, e o apoio governamental, materializado em políticas públicas que propiciem o crescimento econômico com a valorização do trabalho, aliados à busca da competência e eficiência administrativa, podem resultar em qualidade de vida para todos nós.
Convictos de que o maior patrimônio da classe trabalhadora é a consciência de classe, entendemos que ao mesmo tempo em que lutamos por melhores salários e condições dignas de trabalho, precisamos nos posicionar politicamente. Portanto, é necessária a participação dos trabalhadores no debate eleitoral em curso quando na prática, efetivamente, duas opções se apresentam: manter o projeto em curso, que tem garantido emprego, valorização dos salários, direitos, programas de inclusão social, além de uma posição firme e soberana do Brasil no plano internacional, representado pela candidatura da presidenta Dilma ou apostar mais uma vez no projeto neoliberal esboçado na candidatura conservadora de Aécio Neves que tem como fundamento o combate às políticas sociais atuais, sobretudo a de valorização do salário mínimo e a uma posição subalterna do Brasil frente aos Estados Unidos e a União Europeia, vide governo FHC.
Outro ponto que requer a nossa ação é quanto a nossa participação na eleição de deputados federais. Hoje na Câmara que debate e aprova as leis em nosso país, de 513 nós contamos apenas com 91 deputados aliados. Enquanto que o empresariado conta com 273. Precisamos alterar esse quadro.
Parabéns Itabuna. Sigamos em frente com coragem, paz e justiça social!


CTB- Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sancionado projeto que dá celeridade aos processos trabalhistas

Projeto de Lei da Câmara 63/2013 foi sancionado ontem pela presidenta da República, Dilma Rousseff, e transformado na Lei 13.015/2014, publicada no Diário Oficial desta terça-feira (22). O projeto, de autoria do Deputado Valtenir Pereira (PROS-MT), proporciona maior celeridade aos processos na Justiça do Trabalho, e seu texto tem como base a Resolução 1451/2011 do Tribunal Superior do Trabalho.
As alterações promovidas fortalecem a uniformização da jurisprudência no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho, sem qualquer prejuízo da interposição de recurso de revista por divergência, e positiva os parâmetros hoje fixados pela jurisprudência do TST para o recurso de revista. O texto ainda inclui dispositivo na CLT que estende, para o processo do trabalho, a experiência do processo civil quanto ao julgamento dos recursos de matérias repetitivas. Quanto aos embargos declaratórios, a proposição positiva requisitos construídos pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho para acolhimento da medida recursal e abrevia seu processamento.
Histórico do projeto
A proposição, protocolada na Câmara dos Deputados como Projeto de Lei 2214/2011, foi analisada por duas comissões temáticas. Na Comissão de Trabalho, Administração e de Serviço Público (CTASP), a matéria foi aprovada, em 2012, sob a relatoria do deputado Roberto Santiago (PSD/SP), após algumas alterações promovidas em razão de negociações entre o TST e diversas confederações, federações, associações e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), a matéria foi objeto de debate em audiência pública e, após novas negociações, foi aprovada em 2013, tendo como relatora a deputada Sandra Rosado, à época líder do PSB.
O projeto deu entrada no Senado Federal em setembro de 2013, onde tramitou, também, por duas comissões. Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a aprovação se deu no mês seguinte, sob a relatoria do senador Paulo Paim (PT/RS), com uma emenda de redação que corrigiu erro formal de escrita. "O projeto torna efetivo o disposto no artigo 5º, inciso LXXVIII, da Constituição, ao contribuir para o alcance da tão almejada duração razoável do processo", afirmou Paim. "Entretanto, não se descura da segurança jurídica que deve nortear os pronunciamentos jurisdicionais emanados das cortes nacionais, ao mesmo tempo em que amplia as hipóteses de admissibilidade do recurso de revista e dos embargos no TST, reforçando seu papel uniformizador".
Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, recebeu parecer favorável do senador Romero Jucá (PMDB-RR), aprovado em 4 de junho por unanimidade e em caráter terminativo. Na ocasião, o relator ressaltou que "essa é uma matéria a favor do trabalhador e da agilidade da Justiça".
Regulamentação
O presidente do TST, ministro Barros Levenhagen, assinala que a nova lei só entra em vigor 60 dias após a publicação. Ele anunciou que, no reinício das atividades judiciárias, em 1º de agosto, o TST comporá comissão de ministros para elaborar proposta de regulamentação da nova sistemática recursal , a ser submetida ao Tribunal Pleno. A partir daí, ela será aplicada no âmbito de toda a Justiça do Trabalho.
Fonte: TST via Feeb-Ba-Se

TST reintegra empregado com deficiência em empresa que descumpriu cota

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a reintegração de um trabalhador que conseguiu provar que, ao ser demitido, sua empregadora desrespeitou a cota mínima prevista em lei para preenchimento de cargos com deficientes físicos ou reabilitados. O percentual está previsto no artigo 93 da Lei 8.213/1991 (Lei da Previdência Social)

O trabalhador foi contratado pela Tupy S.A. como técnico, na cota de deficientes. Ao informar aos superiores que dera entrada no pedido de aposentadoria, acabou demitido sem justa causa. Alegou que houve desrespeito à condição imposta no artigo 93, parágrafo 1º, da Lei 8.213/1991 porque, ao dispensá-lo, a empresa não respeitou o percentual mínimo de deficientes nem contratou, no mesmo momento, deficiente para substitui-lo, tornando sua dispensa ilegal. A empresa defendeu a validade da dispensa e afirmou que observou a legislação, pois contratou deficiente auditivo para a substituição.

A 3ª Vara do Trabalho de Joinville (SC) levou em conta laudo médico que provou que o segundo contratado tinha necessidades especiais e rejeitou o pedido de reintegração. O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) manteve a sentença por entender que, apesar de a empresa ter contratado o substituto um mês após a dispensa, a admissão teria cumprido a finalidade social prevista na lei.

Para a Oitava Turma do TST, porém, se a empresa não cumpre o percentual mínimo previsto na lei, não há como saber se a contratação de outro trabalhador com deficiência foi motivada pela cota legal ou pela dispensa de alguém nestas mesmas condições.

Como a Tupy não se desincumbiu do ônus de provar a contratação de trabalhadores em cumprimento à cota legal, o relator da matéria, ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, deu provimento ao recurso do empregado e deferiu a reintegração, com pagamento dos salários relativos ao período de afastamento.
Fonte: TST via Feeb-Ba-Se

Encontro da Mulher Trabalhadora da CTB Bahia será nesta sexta

Dirigentes sindicais de toda a Bahia estarão reunidas na próxima sexta-feira (25/7), no 3º Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora da CTB, que acontecerá no auditório do Sindicato dos Bancários, em Salvador. Na pauta, a ampliação da participação feminina na política e o fortalecimento da participação das mulheres no movimento sindical. A abertura será às 9h.
“O Encontro acontece em um momento especial para as mulheres sindicalistas, que é a campanha eleitoral, com muitas candidatas disputando vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Temos que ampliar o debate para garantir não apenas o cumprimento de cotas pelos partidos, mas o investimento efetivo em candidaturas femininas, para que elas possam concorrer em igualdade de condições com os homens e conquistar espaços no parlamento”, afirmou a secretária de Mulher da CTB Bahia, Marilene Betros.
Marilene ressalta ainda o significado da data escolhida para o encontro: 25 de julho, que é o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. Instituída no 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, em 1992, a data se tornou um marco internacional da luta e da resistência das mulheres negras, com o objetivo de tornar visível o racismo, a discriminação e o preconceito de que são vítimas as mulheres no Brasil. Estas são questões que têm tudo a ver com a luta da CTB.
O Encontro vai debater também a organização das mulheres cetebistas na capital e no interior, fortalecendo a participação mais efetiva de mulheres na direção dos sindicatos. “Esta é uma discussão muito importante para nós”, concluiu. 
CTB-BA via Feeb-Ba-Se

16ª Conferência Nacional dos Bancários começa nesta sexta em Atibaia (SP)

16-conferencia-bancarios-2014A 16ª Conferência Nacional dos Bancários começa nesta sexta-feira (25), no Hotel Bourbon Atibaia, em Atibaia (SP), com a participação de 696 delegados e observadores eleitos em todo o país. No encontro, serão aprovadas a estratégia e a pauta nacional de reivindicações da Campanha Salarial 2014.

Na Conferência, que será realizada até 27 de julho (domingo), acontecerá painéis sobre conjuntura, sistema financeiro e mundo do trabalho, bem como estarão em debate as propostas aprovadas nas conferências estaduais e interestaduais e encontros preparatórios em todo o país. Também acontecerá a apresentação dos resultados da consulta feita pelos sindicatos aos bancários para ouvir as prioridades de cada colega para a campanha deste ano.
Os quatro grandes eixos temáticos são: emprego (corte/demissões, rotatividade e terceirização); reestruturação produtiva no sistema financeiro (banco de futuro, correspondentes bancários e bancos pelo celular); remuneração (aumento real, piso salarial e PCS); e condições de trabalho (metas e segurança bancária). Os trabalhos em grupos serão também permeados pela discussão da estratégia da campanha. Veja abaixo a programação do evento:
25 de julho (sexta-feira)
8h30 às 18h: Credenciamento
9h30 às 11h: Painel sobre Condições de Trabalho e Remuneração
11h às 12h30: Painel sobre emprego e reestruturação produtiva
12h30 às 14h30: Almoço e "check in" no hotel
14h30 às 16h: Painel "Em defesa da democracia - Ditadura Nunca Mais"
16h às 18h: Painel do Plebiscito sobre a Reforma Política
19h: Abertura solene
21h: Jantar

26 de julho (sábado)
8h30 às 13h: Credenciamento
9h às 9h30: Votação do regimento interno
9h30 às 10h: Apresentação dos resultados da consulta 2014
10h30 às 12h30: Análise de conjuntura
12h30 às 14h: Almoço
14h às 18h: Trabalho em grupos - emprego (1), reestruturação produtiva no sistema financeiro (2), remuneração (3) e condições de trabalho (4)
19h: Jantar

27 de julho (domingo)
9h30 às 9h45: Apresentação da campanha de mídia
9h45 às 13h: Plenária final
Fonte: Feeb-Ba-Se

A tentativa de retorno da velha direita brasileira ao poder

 A tentativa de retorno da velha direita brasileira ao poderExiste no Brasil uma estratégia muito bem articulada com os setores conservadores da sociedade que contam com o apoio da grande imprensa para preparar o retorno dos neoliberais ao poder. Entretanto, o discurso utilizado contra a presidenta Dilma Rousseff e seu partido, o PT, parece não encontrar o eco necessário junto à maioria da população, hoje muito mais politizada e menos manipulável.

Por Marilza de Melo Foucher*, no Correio do Brasil

O desespero se ampara nos conservadores brasileiros, que esperavam a derrota da seleção brasileira e apostavam no fracasso total da Copa do Mundo de futebol. O movimento Não Vai Ter Copa saiu de campo com a bola furada! A campanha orquestrada no plano internacional para desacreditar o Brasil foi logo desmascarada. O principal motor do aquecimento da campanha presidencial da oposição falhou. Todavia, ela não desarmou sua fortaleza, e tudo já está preparado para a guerra política. No momento em que se aproxima a data da abertura oficial da campanha presidencial, o debate político vai se intensificar, todavia, a tendência é de se denegrir a política.



Pelo visto, esta campanha anuncia-se como a mais violenta da história da política brasileira. Possuídos pelo sentimento de ódio, os representantes da direita, da elite conservadora perderam a capacidade do raciocínio político. Dificilmente forjarão argumentos para entender porque perderam três eleições presidenciais. Dificilmente esta ala reacionária da direita entenderá porque um partido político como o PT chega ao poder liderado por um operário metalúrgico que, sem maioria para governar, chega a compor com partidos ditos de direita e do centro e cria uma aliança estratégica com o poder econômico e financeiro simplesmente para salvar o país da bancarrota. Patriotismo econômico? Diriam alguns… Como este pequeno operário e sua equipe conseguiram governar um país de dimensão continental dentro das normas republicanas, sem grandes conflitos que pudessem paralisar o funcionamento da democracia?

Como negar que o Brasil saiu da periferia para ser um ator influente na cena internacional graças aos governos de Lula e Dilma? Na certa, os artesãos de um mundo para todos estão conscientes do papel que o Brasil pode jogar diante de um planeta multipolar. Todos esses avanços perturbam a estratégia política dos conservadores de direita no Brasil.

Dar respostas coerentes com instrumentos pertinentes de análises política e econômica será quase impossível para aqueles que não se renovaram politicamente. Isto é fácil de observar, tendo em vista que no plano ideológico o discurso dos adversários de direita é retrógrado e não corresponde mais à evolução do pensamento político face ao desafio de um mundo multipolar.

Talvez, o melhor fosse dizer que existem hoje, no Brasil, velhas direitas e esquerdas inovadoras que buscam alternativas num modo de governar face à predominância do modelo neoliberal mundial. Esse tipo de “esquerda tropical”, por exemplo, a que governa o Brasil nesses últimos 10 anos foge de todos os critérios de enquadramento ideológico que lhe quer impor o campo da velha direita herdeira da Casa Grande e Senzala. Os reacionários desta direita rançosa que defendeu a ditadura no Brasil contra o ‘perigo vermelho’, até hoje continua a promover um anticomunismo primário que integram suas mentes afetadas por uma visão simplista, reducionista que eles têm do Bem e do Mal.

A esquerda na América Latina com rara exceção, é uma esquerda que renunciou a transformar a sociedade pela via revolucionária, preferindo transformá-la pela via democrática que incentiva a participação social. Ao mesmo tempo em que tenta conciliar um modelo de desenvolvimento mais igualitário respeitoso dos direitos humanos. Trata-se de uma esquerda que não é contra a economia de mercado, todavia, tenta criar uma economia mais solidaria. Incentiva as empresas privadas a investir em obras publica optando por parcerias com o Estado.

O Estado sob os governos de Lula e Dilma se definiu como um Estado regulador e promotor da inclusão social. Vale ressaltar que apesar da maioria de brasileiros ter dado preferência aos candidatos do PT nesses, últimos anos, isto não quer dizer que as forças reacionárias e conservadoras tenham diminuído no Brasil. Ao contrário, a ala conservadora se revigora e surge, hoje, muito mais articulada e muito mais perigosa. Eles serão capazes de investir todos os meios necessários para impedir um novo mandato para a presidenta Dilma. Hoje a direita busca aliados até no campo da esquerda da esquerda, nos extremos. Uma direita que sem argumentos e sem proposta alternativa aposta no desgaste dos 10 anos de governos do Partido dos Trabalhadores. Repetem em bloco que o PT e Dilma são responsáveis por tudo de mal que aconteceu no Brasil, inclusive do vírus da corrupção que contaminou todas as instâncias do poder e que persiste há séculos no Brasil!

Dotados de amnésia política, esquecem que eles estiveram ocupando todos os poderes durante varias décadas, eles não somente compraram votos para a reeleição do FHC, mas assaltaram as riquezas nacionais vendendo as grandes empresas públicas, privatizando as riquezas do solo e subsolo a preços abaixo do mercado. Eles praticaram uma política de depreciação do patrimônio nacional. Se eles tivessem permanecido por mais um mandato a Petrobras seria privatizada como foi a Vale do Rio Doce!

Apesar do bombardeamento mediático vai ser difícil suprimir da memória de um povo a crise econômica, a agravação das desigualdades sociais, da miséria urbana e rural vivida por milhões de brasileiro nos períodos faustos da ideologia neoliberal defendida pelo PSDB e aliados.

Levar uma discussão a fundo sobre os resultados dos programas tanto econômico como social dos governos do PT e aliados é uma tarefa difícil para uma oposição rancorosa e movida pelo ódio.

A direita no Brasil tem um magro balanço apesar de quase um século controlando as rédeas de todos os poderes no Brasil. Esta nunca se deu conta que uma sociedade desigual engendra violência e acumula problemas sociais. Daí o descaso que sempre tiveram no tratamento da exclusão social. Basta ler e escutar o que diziam a respeito da Bolsa Família…

Para eles o Bolsa família era a “Bolsa Esmola”, era um programa puramente clientelista. Depois que a ONU considerou o programa como o melhor exemplo a ser seguido de política pública de distribuição de renda no mundo, eles passaram o formatar um novo discurso.

Nesse contexto, parece oportuno destacar a importância de políticas públicas voltadas ao combate à pobreza e às iniquidades durante os governos de Lula e Dilma. Apesar de todos os investimentos, o atraso acumulado durante séculos fazem com que os índices de desigualdades no Brasil ainda continuem elevados Sabe-se que as desigualdades geram uma sociedade enferma, sem auto-estima, inclusive depressiva. Um dos indicadores do sucesso dos programas de inclusão social realizados pelos governos de Lula e Dilma é justamente o aumento da auto-estima nas camadas pobres.

O dilema da velha direita será de argumentar com velhas receitas que o neoliberalismo continua sendo a melhor via para governar o Brasil.

A presidenta Dilma, mesmo sendo criticada pela oposição de esquerda, talvez tenha mais capacidade para propor mudanças para seu segundo mandato do que a velha direita e seus aliados. Estes conservadores têm um passado e um presente comprometido com a filosofia e ideologia neoliberal.

Para os adeptos do neoliberalismo o Estado deveria ser privatizado perdendo seu papel de regulador econômico e social. Como denunciar a falta de serviços públicos quando eles sempre defenderam a privatização?

O que está em jogo hoje é um projeto de sociedade baseado numa nova concepção de desenvolvimento que leve em conta a dimensão humana e os desafios ambientais. A crise econômica relegitimou o papel do Estado, todavia, urge agora uma redefinição no modo de intervir no desenvolvimento territorial brasileiro levando em conta o potencial sócio-econômico-cultural e a diversidade de nossos ecossistemas. A referência “desenvolvimentista” baseada numa concepção puramente economicista não é suficiente para reduzir os desequilíbrios regionais, diminuir as desigualdades no meio rural, ou melhorar as condições de vida em nossas cidades.

*Marilza de Melo Foucher é economista, jornalista e correspondente do Correio do Brasil em Paris

Fonte: Vermelho.

Morre o escritor Ariano Suassuna aos 87 anos em Recife

O escritor Ariano Suassuna morreu na tarde desta quarta-feira (23). Ele passou mal em casa, na noite de segunda-feira (21), e foi levado ao Real Hospital Português, em Recife (PE), após ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Infelizmente, assim como João Ubaldo Ribeiro e Rubem Alves, Suassuna foi mais um, dos principais escritores brasileiros que faleceu neste julho de 2014. 


Suassuna, que tinha 87 anos, morreu às 17h15, de parada cardíaca, provocada pela hipertensão intracraniana.


A deputada federal pelo PCdoB de Pernambuco, Luciana Santos, disse ao PortalVermelho que enquanto Prefeita de Olinda (PE) e Ariano secretário de cultura do Estado, "teve a chance, a honra e a oportunidade de vivenciar bons momentos ao lado do escritor". 

A deputada comunista ressaltou que Suassuna "tinha uma identidade de pensamento conosco, seja no universo cultural ou na luta política. Ele era um grande nacionalista e patriota", disse.

Como pernambucana Luciana contou que esteve com Ariano em muitas situações e que ele sempre foi cordial e gentil no trato com as pessoas. "No nosso último contato direto, em ato da campanha, insistiu para me ceder o lugar em que estava sentado. Esse gesto de cavalheirismo, de preocupação e cuidado com o outro me vem com muita força nesse momento de despedida. Excelente contador de histórias, pessoa de agradável convívio, homem lúcido e íntegro, ícone da nossa cultura".

A deputada salientou ainda que o escritor deixará marcas no imaginário popular. "De certa maneira, ele conseguiu entender a alma do povo", ressaltou Luciana Santos.

O jornalista, escritor pernambucano e colunista do Vermelho, Urariano Mota,falou à Rádio Vermelho sobre Suassuna. "Um nacionalista sem trégua. Amante do povo brasileiro, amante incurável, sem remédio ou subserviência". 

Para Urariano, "o mais importante é destacar que ele era um humanista, um conhecedor de humanismo clássico, um homem cultíssimo, um erudito que se disfarçava bem na fala de sertanejo, no sotaque pernambucano, nordestino entranhado. No seu amor pelo povo, no nacionalismo que busca o melhor da civilização brasileira, era um exemplo a ser seguido por todos os escritores brasileiros", disse.

Em vida

Nascido em João Pessoa, quando a capital paraibana ainda se chamava Nossa Senhora das Neves, em 1927, ainda adolescente, Ariano Vilar Suassuna foi morar no Recife, onde terminou os estudos secundários e deixou seu nome marcado na cultura literatura brasileira, especialmente no teatro e na literatura.

Em 1946, na capital pernambucana, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco, junto com o amigo Hermilo Borba Filho. No ano seguinte, escreveu sua primeira peça teatral, Uma Mulher Vestida de Sol, seguida de Cantam as Harpas de Sião e Os Homens de Barro. Em 1955, escreveu sua obra mais popular, Auto da Compadecida, que conta as aventuras de dois amigos, Chicó e João Grilo, no Nordeste brasileiro. A peça foi adaptada duas vezes para o cinema, em 1969 e 2000.

Suassuna continuou criando, escrevendo peças de teatro, romances e poesias. O Santo e a Porca, Farsa da Boa Preguiça e Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta são algumas das dezenas de obras dele. A maioria delas foi traduzida para outros idiomas, como francês, alemão, espanhol, inglês e holandês. Em 1989, passou a ocupar a Cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras.

Carismático, Suassuna esbanjou simpatia por onde passou. Mais recentemente, apresentou sua “aula-espetáculo” por todo o Brasil, onde ensinou formas de arte para o público e mostrou a riqueza da cultura do país, contando histórias, “causos” e piadas. Suassuna mostrou ao povo brasileiro como ele é inventivo, engraçado, esperto e interessante e provou que não existe nada do lado de lá das fronteiras que possamos invejar.

Em uma de suas últimas passagens por Brasília, Suassuna encerrou a aula-espetáculo valorizando, não sua obra, mas a de outro brasileiro. O escritor citou o filósofo Matias Aires como exemplo da qualidade nacional, mas também como um resumo da sua própria trajetória, "e da de todos nós", neste mundo.

“Quem são os homens mais do que a aparência de teatro? A vaidade e a fortuna governam a farsa desta vida. Ninguém escolhe o seu papel, cada um recebe o que lhe dão. Aquele que sai sem fausto, nem cortejo, e que logo no rosto indica que é sujeito à dor, à aflição, à miséria, esse é o que representa o papel de homem. A morte, que está de sentinela, em uma das mãos segura o relógio do tempo. Na outra, a foice fatal. E, com esta, em um só golpe, certeiro e inevitável, dá fim à tragédia, fecha a cortina e desaparece”, disse, então, Ariano Suassuna.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Agência Brasil

Brasil convoca embaixador e Israel se diz “decepcionado” com a medida

Parentes de quatro crianças mortas por um bombardeio israelense na praia da Faixa de Gaza, todas da família Bakr, em 16 de julho, participam do funeral.

Mohammed Abed / Maan / AFP
Parentes de quatro crianças mortas por um bombardeio israelense na praia da Faixa de Gaza, todas da família Bakr, em 16 de julho, participam do funeral.

O Ministério brasileiro de Relações Exteriores (Itamaraty) divulgou nota, ontem quarta-feira (23), informando a chamada ao embaixador do Brasil em Israel para consultas, em Brasília. O texto condena a escalada da violência que, em quase três semanas, já resultou em 660 mortes entre os palestinos, com “elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças”. A Chancelaria israelense reagiu, nesta quinta (24), indicando que a medida “dá vantagem ao terrorismo”.


“O governo brasileiro reitera seu chamado a um imediato cessar-fogo entre as partes”, afirma a nota do Itamaraty, que informa ainda o voto favorável do Brasil, enquanto membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, pela criação de uma comissão de investigação das denúncias de crimes de guerra.

A resolução, esboçada pelos representantes palestinos na reunião, foi aprovada por 29 votos favoráveis entre os 47 membros do Conselho. Os Estados Unidos apresentaram o único voto negativo, na sequência das posições declaradamente favoráveis à ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza palestina e da aliança sustentada com o governo agressor de Israel. As potências europeias, por sua vez, abstiveram-se.

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O chanceler israelense Avigdor Lieberman, citado pelo jornal Jerusalem Post, acusou o conselho de ter se “tornado há muito um conselho de direitos de terroristas” – mencionando Cuba e Venezuela – e também de antissemitismo, reação usual contra qualquer crítica às políticas racistas e agressoras do governo. Lieberman defendeu repetidamente que a ofensiva só deve terminar quando o exército de Israel retomar o controle da Faixa de Gaza, de onde milhares de colonos israelenses foram retirados em 2005, embora a medida tenha sido sucedida pelo bloqueio completo do território litorâneo.

O Ministério israelense das Relações Exteriores também emitiu nota através da sua página oficial, nesta quinta-feira (24), afirmando “decepção” com a decisão brasileira, que “não contribui para promover a calma e a estabilidade”, mas “oferece vantagem ao terrorismo”. No dia anterior, o Equador também havia decidido convocar o seu embaixador em Israel.

Ofensiva contra os palestinos

Nos 16 dias desde que a operação “Margem Protetora” foi lançada contra Gaza, mais de 660 palestinos já foram mortos, principalmente civis e cerca de 180 crianças, de acordo com a ONU, em episódios brutais e de flagrante violação do direito internacional humanitário, que pretende proteger a população civil em tempos de conflito armado. Ainda assim, é importante enfatizar o caráter unidirecional da agressão contra um território sitiado há sete anos por Israel, o que resulta em constante emergência humanitária, enquanto a reação às ofensivas, inclusive através da resistência armada, é deslegitimada como “atos terroristas”.

Em carta aos principais órgãos da ONU (Conselho de Segurança, Assembleia Geral e Secretaria Geral), o embaixador do Estado da Palestina, Ryiad Mansour, apelou, ainda na quarta-feira, por medidas concretas relativas às denúncias reiteradas sobre crimes de guerra perpetrados pelas forças israelenses. A carta, divulgada pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), é a 510ª enviada à ONU desde 2000, instando a comunidade internacional a cumprir seu compromisso de proteção dos direitos dos palestinos. O texto reitera o apelo:

“Ainda que a comunidade internacional tenha instado Israel repetidamente a encerrar esta agressão sangrenta contra o povo palestino, Israel, como em tantas outras vezes antes, escolhe deliberadamente ignorar esses apelos e continua, ao invés disso, a sua campanha de devastação e destruição contra a Faixa de Gaza e a sua população civil. A comunidade internacional precisa continuar a exigir que a potência ocupante encerre imediatamente essa agressão, sua grave punição coletiva e todos os outros crimes e violações que está perpetrando contra o povo palestino em todo o Estado ocupado da Palestina, inclusive em Jerusalém Oriental.”


Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho, Com informações do Itamaraty e da OLP

MPT quer M. Officer banida de São Paulo por prática de trabalho escravo sistemático

Grife é acusada de se beneficiar de escravidão de maneira sistemática e praticar dumping social. Com base em lei paulista, procuradores pedem cassação de ICMS

O Ministério Público do Trabalho ajuizou Ação Civil Pública cobrando a responsabilização da M5, empresa detentora da marca M. Officer, pelo emprego sistemático de trabalho escravo em sua cadeia produtiva. Os procuradores Christiane Vieira Nogueira, Tatiana Leal Bivar Simonetti e Tiago Cavalcanti Muniz, que assinam a peça, pedem que a empresa seja condenada a pagar R$ 10 milhões, sendo R$ 7 milhões como danos morais coletivos por submeter pessoas a condições degradantes e jornadas exaustivas, e R$ 3 milhões pela prática do que classificam como dumping social, ou seja, a subtração constante de direitos trabalhistas como forma de se obter vantagens em relação a concorrentes. A ação pede que o valor total seja revertido para o “Fundo de Amparo ao Trabalhador ou seja convertido em bens ou serviços para reconstituição dos bens lesados”.

Além do pagamento, os procuradores pedem também a aplicação da Lei Paulista de Combate à Escravidão (a lei nº 14.946/2013, também conhecida como Lei Bezerra), que prevê que as empresas condenas pelo emprego de trabalho escravo tenham o registro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cassado e seus proprietários fiquem impedidos por dez anos de exercer o mesmo ramo de atividade econômica ou abrir nova firma no setor no Estado de São Paulo. A Repórter Brasil procurou a assessoria de imprensa da empresa, que, em nota, informou que “a M5 ainda não foi notificada da ação judicial ora noticiada, pelo que está impossibilitada de se manifestar a respeito do seu teor”.

Por conta das longas jornadas prolongadas, um dos oito costureiros resgatados costurando para a M. Officer improvisou um assento mais macio colocando uma toalha como apoio.

A ação se baseia não apenas nos dois casos em que houve libertações de oito pessoas (dois e seis trabalhadores, respectivamente), mas também em outras diligências feitas pelos procuradores em meio a inquérito para apurar infrações trabalhistas na cadeia produtiva da grife. “Fomos em outras oficinas e verificamos que a situação se repetia. E nossa conclusão é que, se visitássemos outras dez oficinas que produzem para a M. Officer, a situação seria a mesma. Nosso objetivo é mostrar ao judiciário de forma bastante clara que a escravidão não é algo excepcional na produção, mas sim parte de um sistema estabelecido”, explica a procuradora Tatiana Leal Bivar Simonetti.

Os procuradores afirmam que antes de entrar com essa ação na Justiça tentaram por diversas vezes negociar um Termo de Ajustamento de Conduta com a grife, sem sucesso. “Em momento algum eles reconheceram a situação e se esforçaram para manter um diálogo conosco. Fizemos um apelo para que, até por uma questão de solidariedade humana, mesmo sem reconhecer a responsabilidade, eles regularizassem a situação dos costureiros como outras marcas já fizeram,  mas eles se recusaram a dialogar”, afirma a procuradora. “Ignoraram completamente todas as tentativas de solucionar o problema”, completa.

CPI do Trabalho Escravo - Não é a primeira ação do MPT contra a M. Officer. Após o primeiro flagrante, no qual dois trabalhadores foram resgatados, o órgão acionou a Justiça e conseguiu o bloqueio, em caráter liminar, de R$ 1 milhão para assegurar os direitos dos dois costureiros. A decisão, porém, foi cassada pelo desembargador Salvador Franco de Lima Laurino, da Seção Especializada em Dissídios Individuais 6º do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

Após o segundo flagrante, no qual mais seis trabalhadores foram resgatados, representantes da empresa foram convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo a prestar esclarecimentos. No plenário, os parlamentares fizeram um apelo para que a empresa pagasse as verbas rescisórias dos oito costureiros. A diretora de compras da M5, Rosicler Fernandes Gomes, presente na audiência, ficou de encaminhar o pedido ao presidente da empresa,Carlos Henrique Miele, mas, segundo os procuradores, nem isso deu resultado.

Frente à resistência da empresa, para tentar garantir os direitos dos trabalhadores resgatados, a Defensoria Pública da União também acionou a Justiça, em procedimento separado do MPT.

Terceirização irregular - A resistência da M. Officer em assistir os costureiros está relacionada ao fato de a empresa não reconhecê-los como empregados. Todo o sistema produtivo da grife M. Officer é baseado em terceirizações e até quarteirizações, em uma cadeia de subcontratações em série considerada irregular pelo MPT e pelo Ministério do Trabalho e Emprego, cujos auditores estiveram presentes nas duas fiscalizações em que trabalhadores foram resgatados.

A ação aponta que a terceirização é irregular devido à tentativa de “desvirtuar, impedir ou fraudar uma autêntica relação de emprego e, por conseguinte, a aplicação dos direitos trabalhistas fundamentais”, e destaca que apesar de não haver a relação formal de contrato direto, a M. Officer tem o total controle da produção e do pagamento dos costureiros. “Embora os trabalhadores flagrados em situação degradante e análoga a de escravo não tenham sido diretamente contratados pela M5, estão inseridos em sua cadeia produtiva, eis que costuram peças seguindo ‘peça-piloto’ idealizada pela equipe de criação da Ré e utilizando-se de materiais (tecido, adornos, etc) fornecidos por esta”, diz o documento (baixe a Ação Civil Pública na íntegra em arquivo PDF).

“Ainda que não haja um controlador direto no ambiente produtivo, é certo que a ré promove um ‘controle de qualidade’ sobre as peças produzidas. Este controle de qualidade pode ser encarado como espécie de poder diretivo, uma vez que peça não aprovada significa peça não paga. Percebe-se, pois, a total transferência do risco do empreendimento ao trabalhador”, afirma os autores da ação.

R$ 4 por peça - Para as oficinas intermediárias, a M. Officer pagava, em média, R$ 4, valor que era então repassado com descontos às oficinas subcontratadas, que, por sua vez, reduziam ainda mais o pagamento aos costureiros. Como eram pagos por produção, os empregados acabavam cumprindo jornadas exaustivas. A ação destaca que o costureiro subcontratado “trabalha até o limite de suas forças, em jornadas subumanas, como se máquinas fossem” e que “os trabalhadores, embora jovens, relataram sentir dores nas costas, coluna, olhos e juntas”.

Segundo a ação, em depoimento ao MPT a diretora Rosicler Gomes afirmou que alguns dos fornecedores contratados “chegam a quarteirizar a produção para cerca de quarenta subcontratados” e que a M. Officer acaba “priorizando os fornecedores que subcontratam, por representar custos mais baixos de produção”. Com isso, os procuradores concluem que a empresa “fechou seus olhos de forma proposital e deliberada” e ignorou “os evidentes riscos de seus produtos estarem sendo produzidos com mão de obra escrava, tudo com o fito precípuo de reduzir custos, aumentar os lucros, às custas da sonegação de direitos sociais sagrados”.

Sweating system - A procuradora  Christiane Vieira Nogueira, que faz parte da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) do MPT e também assina a ação proposta agora, destaca que a preocupação do órgão desta vez é em demonstrar que a M. Officer é responsável por empregar trabalho escravo de maneira sistemática e não apenas em episódios pontuais.

“A discussão na ação gira em torno da questão da responsabilidade por toda a cadeia produtiva e, diferentemente da maioria dos casos já conduzidos pelo MPT, não trata de pagamento de verbas rescisórias ou da situação específica dos trabalhadores resgatados das oficinas, mas aborda o modelo de produção mesmo, então, especialmente tendo em conta as dimensões do estado de São Paulo, acreditamos que poderá configurar um novo paradigma para o setor”, afirma, destacando que no chamado “sistema de suor” (do termo “sweating system, em inglês), são comuns as jornadas exaustivas, condições degradantes e exploração de trabalhadores imigrantes.

“O caso da M. Officer expõe muito bem as entranhas dessa estrutura: como as grifes têm total controle sobre a produção, determinando o modo de fazer, os modelos, realizando controle de qualidade etc., mas como buscam se afastar da responsabilidade com os trabalhadores, ou seja, o que interessa é que as peças sejam produzidas, não importando como, nem por quem”, explica, ressaltando que os procuradores tentarão utilizar a nova legislação paulista em outras ações futuras. “A Lei Bezerra é recente e esse é um dos primeiros casos posteriores à sua regulamentação. O MPT procura utilizar todos os meios disponíveis para a erradicação do trabalho escravo e essa lei, no âmbito do estado de São Paulo, é mais um desses instrumentos. Então, é intenção da instituição sim incluir pedidos relativos à Lei nas nossas ações e exigir a sua aplicação pelos órgãos competentes”.

Segundo a procuradora Tatiana Leal Bivar Simonetti, ao pedir o banimento da M. Officer de São Paulo, o MPT pretende modificar o setor têxtil como um todo. “Sabemos que a empresa não é a única que se beneficia de trabalho escravo e isso tem que acabar”, afirma. Ela acredita que a exposição do sistema em que as roupas são produzidas, com uso sistemático de escravidão, provocará também um impacto no mercado consumidor. “Hoje as pessoas têm uma consciência social maior, buscam qualidade de vida e respeito ao meio ambiente e às pessoas. A gente escolhe uma marca por acreditar que as peças são produzidas por profissionais capacitados e bem remunerados. Explorar trabalhadores em completa vulnerabilidade social não condiz com uma grife”, defende.

Procurada pela Repórter Brasil, em nota, a  M. Officer emitiu o seguinte posicionamento sobre a ação e as acusações do MPT: “A M5 ainda não foi notificada da ação judicial ora noticiada, pelo que está impossibilitada de se manifestar a respeito do seu teor. Ainda assim, ratifica seu posicionamento no sentido de que cumpre integralmente todas as obrigações trabalhistas que incidem sobre o exercício de suas atividades empresariais, nos exatos termos e em respeito à legislação em vigor, bem como de que não possui qualquer responsabilidade sobre os fatos ora noticiados, consoante será oportunamente demonstrado perante o Poder Judiciário.”

Fonte: Repórter Brasil via Seeb-SP

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Análise da pesquisa Datafolha desmoraliza hipótese de 2º turno

 A pesquisa do Instituto Datafolha foi desmoralizada em uma análise bem humorada
A pesquisa do Instituto Datafolha foi desmoralizada em uma análise bem humorada

Menos de 24 horas após a divulgação da pesquisa de opinião do Instituto Datafolha sobre as eleições deste ano, uma análise divulgada nas redes sociais desmoraliza os números do estudo promovido pelas Organizações Globo, em parceria com o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo. 


O parecer, em tom bem humorado, consta no site do jornalista Paulo Henrique Amorim, sob o título Dilma pode ganhar já no 1º turno, mas se não ganhar, pode dar Aécio no 2º turno ou Eduardo Campos ou até Dilma mesmo.


“Se essa conclusão é meio, digamos assim, ​aloprada​, é porque a pesquisa Globo-Datafolha (quinta-feira, 17) para as eleições presidenciais traz uma contradição em si. E um hiato não explicado entre os gráficos de inte​n​ção de votos do primeiro e do segundo turno que acaba por descrever a situação proposta acima”, diz o texto, assinado pelo leitor Sérgio Saraiva, publicado originariamente no blog do Nassif.

“Já de algum tempo percebe-se uma estabilização – ​no Datafalha – ​nas intenções de voto para as eleições presidenciais de 2014. Dilma com algo em torno de 37%, Aécio 20%, Eduardo Campos próximo de 10% e Pastor Everaldo consistentemente em torno de 4%. Isso daria a vitória a Dilma já no primeiro turno das eleições. O empate técnico – Dilma 36% X Todos os outros 36% – é na verdade um ruído estatístico provocado pela presença de 7 candidatos nanicos, com 5 deles pontuando. Na campanha eleitoral não serão sequer notados, dado o tempo exíguo de televisão que terão”, acrescentou.

“Há aqui um dado relevante. Existem três estratos diferentes nesses dados. O percentual de Dilma é praticamente 60% maior do que o de Aécio, o de Aécio é mais que o dobro do de Eduardo Campos. De Eduardo Campos para baixo, os valores são pequenos demais para serem distintos. Logo, caso houvesse segundo turno, a polarização se daria entre Dilma e Aécio, mas não é isso ​o ​que os gráficos abaixo irão mostrar. Quando se analisa​m​ os gráficos de intenção de votos no segundo turno, ​segundo o Datafolha, ​o que se nota é uma contínua queda de Dilma com seus votos perdidos sendo consistentemente ganhos por Aécio e Eduardo Campos indistintamente.


Basta reparar no ângulo da reta que resolve os pontos

Esses dados são incoerentes com a estabilização e com a situação estratificada mostradas nos gráficos do primeiro turno. ​Se ela é estavel no primeiro turno, porque desabaria no segundo?​ O eleitor, na hipótese de um segundo turno, parece não distinguir Aécio de Eduardo Campos, mas há uma enorme diferença entre eles no primeiro turno.

Além disso, Aécio e Eduardo Campos dão saltos no segundo turno que são inconsistentes com as preferências eleitorais do primeiro turno e com o total de indecisos que é de 14%. Aécio obtém um acréscimo de 20 pontos percentuais e Eduardo Campos aumenta fantásticos 30 pontos. “Dilma acrescenta apenas 8 pontos percentuais aos que já possui”, acrescentou.
Leia, adiante, a análise de Sérgio Saraiva:

Então, qual é a explicação para tal diferença? A Folha tenta:

“A oscilação negativa de Dilma no primeiro turno e a aproximação de seus rivais em simulações de segundo turno são coerentes​ (sic)​ com o aumento do percentual de eleitores que julgam o atual governo como ruim ou péssimo”.

​”Coerentes”, como, cara pálida?

Isso não dá conta de explicar a discrepância entre as intenções de votos do primeiro e do segundo turno. Mesmo porque, aqui também o quadro é próximo da estabilidade.

A única explicação possível seria na base do “everybory hates Dilma”.

Ou seja, como uma segunda opção, todos os eleitores de Eduardo Campos votam com Aécio e todos os eleitores de Aécio votam com Eduardo Campos. Ambos são “adversários-aliados” há muito pouco tempo para já terem formado tal grau de identificação. E ainda tem-se que parte dos eleitores de Eduardo o são, na realidade, de Marina Silva. Vê-los votando no PSDB seria muito interessante. Além do mais, deveriam chamar para si todos os votos dos indecisos.

Fácil? Então, lembremos da pesquisa de 15 dias atrás, quem está positivamente na cabeça do eleitor é Dilma e não seus adversários.

Continua a questão​;​ se nada muda, por que tudo muda do primeiro para o segundo turno?
Enfim, é aguardar a próxima pesquisa.

Se os dados desta se mantiverem, então, Dilma continuará vencendo no primeiro turno, mas será ultrapassada por ambos, Aécio e Eduardo Campos, no segundo. E aí, ou dormiremos com um barulho desse ou a Globo-Folha nos trarão uma explicação.

Fonte: Correio do Brasil via Vermelho

Pesquisa Ibope indica vitória de Dilma no 1º turno

 Pesquisa Ibope indica vitória de Dilma no 1º turno
Reprodução
 Pesquisa Ibope indica vitória de Dilma no 1º turno

Pesquisa do Ibope, encomendada pela Rede Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra a candidata Dilma Rousseff com 38% das intenções de voto. Em seguida, aparecem o candidato Aécio Neves (PSDB), com 22%; e Eduardo Campos (PSB), com 8%.



O nível de confiança da pesquisa é 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O candidato Pastor Everaldo (PSC) aparece com 3%. Eduardo Jorge (PV), Zé Maria (PSTU), Luciana Genro (PSOL) tiveram 1%, cada um. Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) têm juntos 1%. Votos brancos e nulos somam 16% e não responderam ou não sabem, 9%.

O Ibope também fez simulações de segundo turno. Na eventual disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, Dilma aparece com 41% das intenções de voto e o tucano aparece com 33%. Brancos e nulos somam 18%. Não souberam ou não responderam, 8%. Na simulação entre Dilma e Eduardo Campos, a candidata à reeleição aparece com 41% das intenções de voto e Campos com 29%. Brancos e nulos, 20%. Não souberam ou não responderam, 10%.

O instituto também divulgou avaliação do governo. Os que avaliaram o governo como ótimo ou bom somaram 31% em julho; o mesmo percentual em junho; eram 35%, em maio; e 34%, em abril. Aqueles que avaliaram como regular somaram 36% em julho, 33% em junho, o mesmo percentual em maio e 30% em abril. Aqueles que avaliaram como ruim ou péssimo foram 33% em julho, junho e maio e eram 30% em abril.

Não souberam ou não responderam 1% em julho e junho e 2% em maio e abril.
O instituto ouviu 2.002 pessoas entre sexta-feira (18) e ontem (22). A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-00235/2014.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Aécio ataca política externa e propõe submissão à União Europeia

O candidato neoliberal e conservador do PSDB, Aécio Neves, a cada pronunciamento que faz dá mostras do seu reacionarismo e entreguismo. Na semana passada, atacou durante sabatina do Site UOL e do canal de televisão SBT, o programa Mais Médicos, revelando ao mesmo tempo sua hostilidade a Cuba. Agora, Aécio fez declarações explícitas de subserviência às potências imperialistas.


Em encontro na terça-feira (22) com José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, órgão diretivo da União Europeia, conglomerado que exerce papel imperialista no mundo atual, Aécio atacou o governo da presidenta Dilma Rousseff pela política externa independente que realiza. O tucano afirmou, ao sair da reunião com o representante das potências imperialistas do velho continente que a política externa brasileira “prioriza o alinhamento ideológico e promove alianças apenas com os países vizinhos”.


Aécio promete submissão à União Europeia 


Já é notória a ojeriza que o candidato do PSDB tem à integração latino-americana. Capacho do imperialismo estadunidense, Aécio sabe que o Mercosul, a Unasul, a Celac, a Alba e todos os mecanismos de integração vigentes sob a égide dos governos progressistas da região contrariam os interesses dos senhores imperialistas aos quais paga vassalagem. Por isso, em várias ocasiões Aécio e outros dirigentes do PSDB propuseram acabar o Mercosul. Informa o jornal O Estado de S.Paulo, em sua edição da última terça-feira (22), que o senador mineiro defendeu a ideia de acabar o bloco e transformá-lo em área de livre comércio em duas ocasiões – em entrevista ao jornal argentino La Nación, em junho, e em palestra em Porto Alegre no Fórum da Liberdade, no mês de abril.

Agora, o candidato tucano diz que a ligação do Mercosul com a União Europeia seria uma das suas prioridades, caso vencesse as eleições.


Tucano quer acabar o Mercosul...
 
Ao desdenhar a integração latino-americana e agora sinalizar prioridade para as relações com os potentados imperialistas da União Europeia, numa aliança que teria caráter neocolonialista, o candidato do PSDB indica que a política externa por ele preconizada é a mesma diplomacia de pés descalços praticada pelo governo do seu guru, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tentou transformar o Brasil num Porto Rico de 8,5 milhões de quilômetros quadrados – um Estado associado aos seus patrões de Washington.

Mas as declarações de Aécio Neves, como sempre um politiqueiro superficial e despreparado para o posto a que se candidata, contêm uma rematada mentira, ao dizer que a diplomacia brasileira se restringe aos vizinhos.

O governo da presidenta Dilma Rousseff dá continuidade e aprofunda o caráter universalista, multilateralista, ativo, altivo, soberano, pacifista da política externa inaugurada pelo governo do ex-presidente Lula. E com brilhantismo pessoal de estadista. O mundo já assistiu com admiração aos pronunciamentos da presidenta Dilma na Assembleia Geral das Nações Unidas e aplaudiu a sua atitude corajosa de cancelar um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pois o governo deste último foi pilhado cometendo delito de espionagem contra chefes de Estado , entre estes a líder brasileira.

Alheado da realidade nacional e mundial, Aécio desconhece que foi o Brasil, sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff que liderou na semana passada o mais importante acontecimento geopolítico do ano – a Cúpula do Brics, em Fortaleza.

A 6ª Cúpula do Brics – agrupamento que engloba Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - foi um evento marcante, o que pode ser atestado pela Declaração de Fortaleza, em que o perfil do grupo ficou muito bem delineado. O Brics firmou-se não apenas como uma associação de economias de grandes países emergentes. Se se restringisse a isto, já seria uma grande construção. Afinal, estamos falando de 26,8% da área do planeta, 42,8% da população total do mundo, 21% do PIB mundial e 15% do comércio internacional. São dados reveladores de uma nova ordem econômica, ainda no nascedouro, que gradualmente encontra meios e modos de contornar as relações de dominação neocolonialista exercidas pelos grandes potentados econômicos internacionais, por meio de seus organismos financeiros.

O Brics, com as resoluções que tomou de criar o Novo Banco de Desenvolvimento e um fundo comum de reserva de contingência, deu um passo decisivo para se firmar como novo polo econômico-financeiro. Igualmente, afirmou-se como ponderável fator geopolítico em favor da paz, das soluções políticas para os conflitos internacionais por meio do diálogo, da defesa do direito internacional e do multilateralismo e pela democratização das relações internacionais. Ambos os aspectos da consolidação do Brics – como polo econômico e geopolítico – terão importante impacto sobre o desenvolvimento da situação internacional. O mundo não pode mais ficar à mercê do poder dos monopólios da oligarquia financeira nem do ditame das potências imperialistas, como querem Aécio e seus aliados internacionais.


... E ignora cúpula do Brics
 

O candidato do PSDB quer ignorar esta realidade e obscurecer que foi a nova política externa brasileira, da qual Dilma é atualmente a principal protagonista, que contribuiu decisivamente para configurar a nova correlação de forças no mundo e abrir caminho nos esforços pela paz e a cooperação internacional.

Que Aécio fique com suas mentiras e sem sapatos, como o ex-chanceler de FHC diante de meganhas estadunidenses. O povo brasileiro não vai querer recuar das grandes conquistas que a política externa brasileira alcançou.

José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho