sexta-feira, 26 de setembro de 2014

7,7 milhões participam do plebiscito e 97% querem reforma política

Apesar de ignorado pelos grandes meios de comunicação, a campanha do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político conseguiu arrecadar exatos 7.7754.436 milhões de votos em urnas fixas espalhadas por todo o país e por meio da internet. Desses, 97,05% (7.525.680) foram favoráveis à convocação da consulta.

O balanço foi divulgado em coletiva na sede do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, nesta tarde de quarta-feira (24), e representa 95% das urnas apuradas. A expectativa é que o número total seja apresentado até o próximo mês.

Os estados de São Paulo (2.617.703 votos), Minas Gerais (1.354.399) e Bahia (774.218) lideraram a participação, que contou também com eleitores em outros países, quesito em que a França lidera (4.621). Os votos brancos e nulos somam 0,37% (28.691).

As organizações que integram a campanha entregarão o resultado das urnas para a Presidência da República, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) nos dias 14 e 15 de outubro, quando as 477 entidades envolvidas na ação promoverão um ato unificado em Brasília.

Expectativa e mídia

Membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues acredita que, mesmo mudando alguns nomes, o Congresso na próxima legislatura permanecerá definido por "oito ou 10 empresas que montam sua bancada de acordo com seus interesses."

"O resultado do plebiscito demonstra que há apoio popular para a Constituinte Exclusiva e devemos aproveitar para envolver a juventude no debate sobre os rumos do país", defendeu.

Representante da Consulta Popular, Paola Strada também lembrou que a mobilização nos estados conseguiu superar a ausência da mobilização na mídia, que não repercutiu as ações nem mesmo quando os candidatos à presidência da República, Luciana Genro (PSOL), Marina Silva (PSB) e Pastor Everaldo (PSC) participaram ou quando a presidenta Dilma Rousseff declarou apoio à iniciativa.

"O silêncio da mídia foi avassalador, ainda que tenhamos tido muita luta nas ruas e atuação nas redes sociais. O que prova que ela não é tão democrática. E nossa bandeira é justamente aprofundar a democracia brasileira", disse.

Histórico

A proposta de construção do plebiscito para debater o sistema político é um dos resultados das manifestações de junho e julho do ano passado, que sacudiram o Brasil.

O tema do Plebiscito apresenta questões relacionadas ao sistema político, como o financiamento público de campanhas, a subrepresentação das mulheres, indígenas e negros no parlamento e a importância do fortalecimento de mecanismos de democracia, como a participação em conselhos e a construção de referendos e plebiscitos, que permitam ao povo participar das decisões políticas de forma efetiva.
Fonte: Luiz Carvalho e Vanessa Ramos - CUT

Bloqueio econômico dos EUA tenta render povo cubano por fome

O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba pretende há mais de meio século que sua população se renda por fome, com o objetivo de interromper o projeto social humanista que começou em 1959 na ilha caribenha.


Bloqueio afeta todas as áreas da economia cubana, inclusive a Saúde
Os alimentos não deveriam ser usados como instrumento de pressão política e econômica, destaca o relatório cubano chamado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".

A política de Estado exercida pela Casa Branca viola o direito à alimentação do povo cubano, pois se propõe a impedir o acesso regular aos mercados internacionais, incluídos os produtores estadunidenses.

Este setor, por sua natureza, continua sendo um dos mais sensíveis afetados pelo bloqueio, enfatiza o documento.

A procura de mercados para a importação de insumos para a indústria alimentar, alguns bastante distantes; o consequente encarecimento dos custos e despesas adicionais de transporte marítimo; os tipos de câmbio mais caros devido à proibição de usar o dólar estadunidense nas transações, entre outras, são algumas das principais consequências que o setor sofre.

À União Nacional Avícola – o texto usa como exemplo – foi negado acesso à tecnologia de criação norte-americana e de outros países que utilizem componentes ou patentes estadunidenses.

Uma situação parecida enfrenta o Grupo Empresarial Porcino com tecnologias de ponta para criação.

Estes fatores tecnológicos mencionados incidem na baixa viabilidade, excessos de mortes por doenças evitáveis e curáveis, perda de animais por doenças e crescimento de animais com transtornos em seu desenvolvimento normal.

Por sua vez, a empresa mista Coracan S.A. viu o encarecimento de sua produção devido a custos e despesas adicionais por transporte marítimo da matéria prima de importação, já que não pode ser comprada diretamente de mercados próximos, como o próprio norte-americano.

Tal é o caso do Neotame, adoçante hipocalórico artificial (não nutritivo). A fabricação e comercialização desse produto estão monopolizadas pela estadunidense The Nutrasweet Company, com filiais no mundo inteiro.

O Grupo Agroindustrial de Grãos se vê impossibilitado de atualizar com novas tecnologias sua indústria de arroz, em funcionamento há mais de 50 anos, porque provêm dos EUA.

Maquinarias, peças e repostos devem ser adquiridos em um mercado ao qual a maior das Antilhas não tem acesso.

Esta limitação afeta entre seis e oito porcento a qualidade da arroz produzido para o consumo, diminuindo o rendimento industrial.

Nessas circunstâncias, deixa-se de produzir ao ano entre três e quatro mil toneladas de arroz para o consumo.

Em Cuba, foi estabelecido um dos programas de proteção social mais integrais do mundo, que permitiu erradicar a fome.

A segurança alimentar da população, estreitamente interrelacionada às dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento, é uma prioridade estratégica do país.

A vontade política do governo cubano e suas conquistas destacadas na luta por erradicar completamente a fome no país foram premiadas pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Fonte: Prensa Latina via Vermelho

Renda do trabalhador aumenta; taxa de desemprego é a menor da história

 IBGE: Rendimento do trabalhador aumenta, desemprego segue estável
IBGE: Rendimento do trabalhador aumenta, desemprego segue estável

O rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro ficou em R$ 2.055,50 em agosto deste ano e a taxa de desemprego ficou em 5%, ou seja, o maior nível de emprego para o mês da série histórica. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada ontem, quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação de 5% é o menor índice para meses de agosto desde o início da série histórica, em 2002. Em agosto do ano passado, a taxa havia sido de 5,3%.


O rendimento é 1,7% superior ao verificado em julho (R$ 2.022,04). Se comparado com agosto de 2013, o índice é 2,5% maior, quando o rendimento médio real foi R$ 2.005,72.

Nos empregados com Carteira de Trabalho assinada, o rendimento ficou em R$ 1.876,60, 1,2% maior do que julho deste ano e 1,1% superior a agosto do ano passado. Já nos empregados sem carteira assinada, o rendimento foi R$ 1.499,30, ou seja, maior do que julho deste ano (0,9%) e do que em agosto do ano passado (1%).

Entre os grupamentos de atividade, na comparação com julho deste ano, seis dos sete segmentos tiveram crescimento, com destaque para a educação, saúde e administração pública (3,2%). Apenas a indústria teve rendimento estável.

Na comparação com agosto do ano passado, cinco das sete atividades tiveram crescimento no rendimento. O destaque ficou com a construção (6,5%). Duas atividades tiveram queda: serviços prestados à empresa (-1,6%) e outros serviços (-0,7%).

Agosto tem maior nível de emprego da série histórica
A taxa de desemprego em agosto deste ano ficou em 5%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. É o menor índice para meses de agosto desde o início da série histórica, em 2002.

A taxa de desocupação de 5% é o menor índice para meses de agosto desde o início da série histórica, em 2002. Em agosto do ano passado, a taxa havia sido de 5,3%. Em agosto deste ano, a população desocupada - 1,2 milhão de pessoas, ficou estável nas comparações com julho deste ano e com agosto do ano passado. Já o contingente de ocupados - 23,1 milhões, cresceu 0,8% em relação a julho e manteve-se estável na comparação com agosto de 2013.

A entidade também divulgou as taxas médias completas de julho (4,9%), junho (4,8%) e maio (4,9%), que haviam sido informadas anteriormente sem os dados de todas as regiões metropolitanas, devido à greve dos servidores do instituto, que terminou em agosto.

Normalmente, a PME é feita em seis regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. No entanto, devido paralisação, os números divulgados em maio, junho e julho não incluíam as taxas de Salvador e Porto Alegre. Sem os dados das seis capitais, o IBGE não pôde divulgar uma média nacional.

O número de trabalhadores com carteira assinada (11,8 milhões) ficou estável em ambas as comparações.

Entre os grupamentos de atividades, na comparação com julho, apenas o ramo da construção teve aumento da população ocupada (5,1%). Os serviços domésticos tiveram queda (-3,9%) e as demais atividades mantiveram-se estáveis. Já na comparação com agosto do ano passado, os serviços domésticos tiveram queda de 7,2%, enquanto as demais atividades mantiveram-se estáveis.

Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Dados mostram: bancos podem valorizar categoria

Seja qual for o indicador, todos apontam ganhos para o setor: lucro, receita com prestação de serviço, carteira de crédito, tudo cresce graças ao trabalho do bancário que quer sua parte nesse imenso resultado

Os bancos levaram no dia 19, dentro da Campanha 2014, proposta global para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. Apresentaram 7% de reajuste para os salários e, para o piso, 7,5%.

O Comando Nacional dos Bancários informou, em mesa, que considerava a proposta insuficiente. Em assembleia, a categoria confirmou a rejeição e deflagrou greve a partir de 30 de setembro.

Bancários em greve a partir de 30 de setembro

A categoria exige valorização do setor que mais lucra no país e os dados mostram que eles podem pagar. Isso fica claro quando se utiliza comparativos que levam em conta o primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 para os cinco maiores do país (BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander).

> Bancos mantêm os maiores bilionários do Brasil
> "PIB" dos bancos subiu 2,6% em um ano

Lucro – O lucro líquido para esses bancos cresceu 16,5%. A variação, por empregado, foi de 17,7%. Isso 
significa que a atuação de cada empregado nesses bancos incrementou em mais de 17% o lucro entre um ano e outro.

Tarifas – A receita com prestação de serviços e tarifas, exclusivamente originada no trabalho do bancário, cresceu 10,02% no semestre. E a variação por empregado, foi ainda maior, 11,1%.

Crédito – A expansão das carteiras de crédito entre 2013 e 2014 foi da ordem de 13,3%. Cada bancário teve responsabilidade em 14,4% desse crescimento.

Retorno – Enquanto ganham tanto com o trabalho duro dos seus empregados, os bancos demitem: cortaram juntos 18.990 postos de trabalho (exceto a Caixa) desde janeiro de 2012. Foram 5.512 só nos últimos 12 meses. Isso faz com que a pressão e a sobrecarga aumentem, já que houve redução de 2,2% no número de empregados por agência e aumento de 5% no número de contas correntes que cada funcionário tem de cuidar.

A categoria lembra que 93% das campanhas salariais do primeiro semestre conquistaram reajustes acima da inflação (análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos/ Dieese para 340 categorias). A maioria resultou em ganhos reais médios de até 1,54%.

Fonte: Seeb-SP

Bancários aprovam greve a partir do dia 30

A partir de terça-feira (30/09), os bancários de todo o Brasil entram em greve por tempo indeterminado. A decisão, unânime, foi tomada nas assembleias ocorridas até ontem (25/9) em todo o país.
Com data-base em setembro, a categoria já teve sete rodadas de negociação com a Fenaban e praticamente não houve qualquer avanço em nenhuma das cláusulas em discussão, como saúde e sociais. Na financeira, os bancos oferecem reajuste salarial de 7%, mas os trabalhadores querem 12,5%, o que inclui 5,4% de aumento real de salário.

Em Salvador, entidades negras manifestam apoio a Dilma Rousseff

Mais de 25 entidades do movimento negro declararam apoio à Dilma Rousseff na Bahia
Reprodução
Mais de 25 entidades do movimento negro declararam apoio à Dilma Rousseff na Bahia

Representantes de pelo menos 25 entidades do movimento negro se reuniram, na última quarta-feira (24), na sede do bloco Ilê Aiyê, em Salvador, para anunciar apoio à candidatura da presidenta Dilma Rousseff. Além do Ilê, estão outras entidades de destaque, como a Unegro (União de Negros pela Igualdade), o Movimento Negro Unificado (MNU), os fóruns de Jovens e de Mulheres Negras, o Olodum e o Conen (Coletivo Nacional de Entidades Negras).


Raimundo Bujão, que integra o MNU, esteve no encontro e explicou ao Portal Vermelho que a decisão do movimento negro de se posicionar sobre as eleições deste ano é uma necessidade e responsabilidade política. Segundo ele, as pautas da população negra, historicamente defendidas pelas entidades, só tiveram uma atenção a partir da Era Lula, iniciada em 2003. Portanto, manifestar apoio a Dilma é “externar o reconhecimento por tudo que tem sido feito para o segmento”.


“Ao nosso olhar, o nosso segmento começa a ser incluído a partir de 2003. Muitas das políticas públicas que estão em curso sempre foram defendidas pelo movimento negro, mas eram rejeitadas pelos governantes. Políticas como o Pronatec [Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego], as cotas [nas universidades e em concursos públicos], Água para todos, Luz para Todos, atingem, principalmente, o povo negro. Todos nós sabemos”, defendeu Bujão.

O militante também criticou a candidatura de Marina Silva, do PSB. Para ele, Marina pode representar a interrupção do ciclo de mudanças que a população negra brasileira tem experimentado, na última década. “Temos muito o que conquistar, mas não vamos nos aventurar em nome de uma ação midiática”, completou.

O encontro das entidades aconteceu logo após a reunião que Marina Silva fez, no último sábado (20), também em Salvador, com lideranças do movimento negro da cidade. A tentativa de candidata do PSB de se aproximar do segmento, porém, não foi exitosa, pela pouca adesão dos militantes ao evento.

De Salvador, Erikson Walla, para o Portal Vermelho

Dilma afirma na Bahia que Marina é neoliberal e conservadora

“Sei no meu coração que a Bahia vai fazer diferença na minha eleição, como fez em 2010″, disse Dilma.
“Sei no meu coração que a Bahia vai fazer diferença na minha eleição, como fez em 2010″, disse Dilma.

Na manhã de ontem, quinta-feira (25), a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff deu uma coletiva em Feira de Santana, na Bahia, antes da caminhada com o candidato ao governo do estado, Rui Costa e do candidato ao Senado, Otto Alencar. "Das 36 milhões de pessoas que deixaram a pobreza extrema nos últimos 12 anos, 20 milhões e 300 mil pessoas foram aqui do nordeste", ressaltou. Dilma explicou ainda Marina apresenta um modelo de política econômica extremamente conservador e neoliberal..


Dilma iniciou a coletiva dizendo que está muito feliz com que o governo dela fez no nordeste, região que passou por uma das maiores secas dos últimos tempos. Como disse a presidenta "a oferta de água se tornou uma oferta para nós. Nós conseguimos passar essa seca, nos baseando em duas coisas: primeiro, as políticas de proteção social foram capazes de garantir renda e hoje não se vê aquelas cenas terríveis do passado, quandp se via pessoas invandindo supermercados, invadindo feiras em busca de alimentação que não tinham por conta da falta de água. Em segundo lugar, nós também providenciamos uma ação emergencial". 

"Na ação emergencial, nós fizemos 1 milhão de cisternas. Aqui na Bahia, foi o local onde mais se fez cisternas. Além disso, nós fizemos uma medida muito importante, que foi o seguro garantia Safra".

Dilma disse ainda que se orgulha muito dos programas sociais que ela fez em parceria com o governo da Bahia, mas principalmente em parceria com a população da Bahia, por exemplo "Os 1360 médicos do programa Mais Médicos, que dão cobertura para mais de 4 milhões e 700 mil baianos, sendo que 27% desses médicos, estão aqui, em Feira de Santana".

Propostas macroeconômicas
A presidenta aproveitou para criticar as propostas macroeconômicas do programa de governo de Marina e para alfinetar seus assessores. "O grande problema da candidata (Marina) é que um dia eles (integrantes de sua campanha) dizem uma coisa, outro dia dizem outra", ironizou. "Mas ela apresenta um modelo de política econômica extremamente conservador e neoliberal. Ela pretende atender prioritariamente aos bancos, como deixou claro no programa dela sobre a independência do Banco Central. No Brasil, independentes só são os Poderes da República, Legislativo, Executivo e Judiciário. Ela já falou em flexibilizar salários, em reduzir o papel dos bancos públicos. Se reduz o papel dos bancos públicos, não tem Minha Casa, Minha Vida, não tem programa de Agricultura Familiar, não tem programa de incentivo à indústria, não tem emprego."

Ajuste fiscal
Dilma disse também que não acredita em choque fiscal. "Não é necessário da forma que a candidata (Marina) diz que fará, pois o Brasil não está desequilibrado, não tem crise cambial. O Brasil passa, como o resto do mundo, por um processo de crise que nós não combatemos igual a eles (outros países) e sim garantindo emprego e investimento", afirmou a presidenta.

Segundo ela, se alguém propõe um ajuste fiscal tem que mostrar onde vai cortar. "Vai cortar o quê, os programas sociais, o bolsa família? Choque fiscal é o quê? Um baita ajuste que se corta tudo para pagar juros dos bancos? Não é necessário. O Brasil tem uma das menores dívidas líquidas sobre o Produto Interno Bruto do mundo, 34%. Todo o resto do mundo tirando uns seis países, tem dívida líquida acima de 100% ou perto de 100%. Focar falando de choque fiscal é uma forma perigosa e eleitoreira".

Programas sociais
Num dos momentos mais emocionantes da coletiva, a presidenta Dilma disse se orgulhar muito do fato de o Pronatec ter matriculado mais de 500 mil de pessoas e do governo ter levado cinco universidades federais para a Bahia, além dos 18 novos campos universitários e as mais de 21 novas escolas técnicas.

Dilma encerrou a coletiva com um dado muito importante para todos nós, que estamos comemorando a saída do Brasil do Mapa da Fome mundial: "Das 36 milhões de pessoas que deixaram a pobreza extrema nos últimos 12 anos, 20 milhões e 300 mil pessoas foram aqui do nordeste".

Na sequência Dilma saiu pra caminhada pelas ruas de Feira de Santana e finalizou sua estada na cidade, com um mini comício onde repetiu estar muito orgulhosa de estar na cidade e que espera ganhar essas eleições pra poder ir de avião, inaugurar a ampliação e modernização do Aeroporto de Feira de Santana.

"Um dos meus maiores compromissos com um programa chamado Juventude Viva. Que tem como objetivo [também] de impedir a morte de nossa juventude negra. Acabar com autos de resistência. Serei sempre uma pessoa comprometida com grandes valores morais, como é o caso da garantia de oportunidades iguais pra cada brasileiro e cada brasileira", disse.

“Feira de Santana vai se transformar cada vez mais num centro logístico para a Bahia e todo o Nordeste”, afirmou Dilma. No município baiano, com recursos federais, estão sendo duplicadas as BRs 101 e 116, que ligam Feria de Santana a Sergipe e Pernambuco, respectivamente; além das obras de melhoria do aeroporto da cidade.

Campanha estadual
Jaques Wagner, governador da Bahia, pediu voto para a presidenta pois o estado e o Brasil melhoraram no governo dela e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já Rui Costa afirmou que o povo de Feira de Santana não quer voltar atrás. “A Bahia quer mais, Feira quer mais, quer mais saneamento, mais aeroporto, e por isso vota 13!”, exclamou Rui.

Com informações do Portal Dilma via Vermelho

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ECONOMIA SE MANTÉM EM PLENO EMPREGO NO BRASIL

Taxa de desemprego em agosto ficou em 5%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), anunciada pelo IBGE nesta quinta-feira 25; taxas completas de julho, junho e maio, que não haviam sido divulgadas anteriormente devido à greve dos servidores do instituto, são de 4,9%, 4,8% e 4,9%, respectivamente; presidente Dilma comemorou ontem, em discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, que o Brasil resistiu à crise internacional gerando milhões de empregos e estimulando a renda; "Enquanto o mundo desempregava centenas de milhões de trabalhadores, o Brasil gerou 12 milhões de empregos formais", disse

247 – A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada nesta quinta-feira 25 pelo IBGE corrobora o discurso da presidente Dilma Rousseff de que o Brasil vive uma situação de pleno emprego. Ontem, em discurso na abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, ela voltou a comemorar a criação de vagas formais nos últimos anos, especialmente diante da crise internacional.
"No período da crise, enquanto o mundo desempregava centena de milhões de trabalhadores, o Brasil gerou 12 milhões de empregos formais", disse a presidente. "Continuamos a distribuir renda, estimulando o crescimento e o emprego, mantendo investimentos em infraestrutura", acrescentou, lembrando também em seu discurso que nesse período a renda cresceu e a desigualdade caiu.
No último dia 11, ao comemorar os dados do Caged, que registrou a criação de 101.425 empregos formais em agosto, Dilma afirmou que "o emprego no Brasil tem se mantido, apesar de todas as flutuações". A presidente se disse "extremamente satisfeita" com o dado, segundo ela, "bastante razoável" para a época do ano e para o quadro de crise de emprego das maiores economias do mundo.
Leia abaixo reportagem da Agência Brasil sobre a PME:
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
A taxa de desemprego em agosto deste ano ficou em 5%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), anunciada hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A entidade também divulgou hoje as taxas médias completas de julho (4,9%), junho (4,8%) e maio (4,9%), que haviam sido informadas anteriormente sem os dados de todas as regiões metropolitanas, devido à greve dos servidores do instituto, que terminou em agosto.
Normalmente, a PME é feita em seis regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
No entanto, devido paralisação, os números divulgados em maio, junho e julho não incluíam as taxas de Salvador e Porto Alegre. Sem os dados das seis capitais, o IBGE não pôde divulgar uma média nacional.
Fonte: Brasil 247

Imagens exclusivas do ato de artistas e intelectuais em apoio a Dilma

Fonte: Vermelho


A TV Vermelho compareceu ao ato de artistas e intelectuais em apoio a reeleição da presidenta Dilma Rousseff realizado na capital do Rio de Janeiro. Confira as imagens exclusivas da TV Vermelho.


 

Obama retoma discurso militarista para defender sua política na ONU

 
Pool/Reuters

Depois da presidenta Dilma Rousseff, que abriu os debates da Assembleia Geral da ONU ontem, quarta-feira (24), o presidente Barack Obama podou um pouco da empáfia com que discursou no ano passado, até mesmo baixando o queixo, que manteve inclinado naquela sessão, quando afirmou que os EUA se outorgavam o direito de intervir em todo o mundo. Mas, apesar de amenizar o tom, os preceitos do imperialismo estadunidense continuaram demarcados.

Por Moara Crivelente*, para o Vermelho


O destino manifesto dos Estados Unidos para levar a sua “moral” e seus “valores” a todo o mundo é um conceito batido, cunhado há mais de um século - variando entre o isolamento da "virtuosa América" e o messianismo que se enraizou. O conceito foi empregado das mais variadas formas para justificar e promover o intervencionismo, às vezes às escuras, através dos golpes de Estado apoiados por seus serviços secretos, às vezes por meio dos mercados e da imposição institucional do liberalismo, ou, como ficou mais cru em uns governos do que em outros, através das “botas no terreno”, as invasões militares.

Obama flertou com todas as formas, cada uma em seu grau. Mas o tema desta 69ª sessão da Assembleia Geral foi definido como a agenda para o desenvolvimento global após 2015 – o prazo estabelecido para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – e por isso ele teve de conectar os tópicos da agenda estadunidense nesta linguagem e apresentá-la como interesse global.

Leia também:
Na ONU, Dilma pede maior participação dos países em desenvolvimento Obama defende na ONU uso da força contra extremistas na Síria“Proteger a América”: Obama fantasia os ataques aéreos na Síria
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Dois pontos específicos do discurso da presidenta Dilma devem ter retumbado para Obama: a questão da espionagem e da proteção aos direitos civis, da privacidade e da democratização da Internet, e o retrógrado uso da força que, pontuou ela, “é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos.” Dilma sublinhou: “Isso está claro na persistência da Questão Palestina; no massacre sistemático do povo sírio; na trágica desestruturação nacional do Iraque; na grave insegurança na Líbia; nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia. A cada intervenção militar não caminhamos para a paz, mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos”.

À primeira vista, o discurso de Obama poderia até parecer conciliador, não fossem os picos atingidos em temas como a Ucrânia – mais especificamente, as acusações à Rússia – e o terrorismo no Oriente Médio, matérias em que ele chegou a se descontrolar. Obama vinha num crescendo sobre a necessidade de os membros da chamada “comunidade internacional” comprometerem-se na prática com o Direito Internacional e os princípios fundadores da Organização das Nações Unidas no pós-Segunda Guerra Mundial, sobretudo para a proteção e a promoção da paz e do desenvolvimento global.

Ora, quem se ativer à lista das violações do Direito Internacional e desses mesmos princípios pelos Estados Unidos empregará nisso todo o seu tempo de discurso, que costuma durar em média 40 minutos, mas é extrapolado pelas “potências”, como os próprios EUA, que têm mais coisas importantes a dizer. Porém, Obama esqueceu-se de enfatizar o tema proposto à sessão que se inaugurou na semana passada: o desenvolvimento, o que revela sua concepção militarista da segurança internacional e da paz. Na segunda-feira (22), uma sessão especial da Assembleia lidou especificamente com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, mas é nos debates gerais, inaugurados nesta quarta, onde os chefes de Estado e Governo expõem suas posições sobre o contexto atual.

Militarismo Obama no Oriente Médio

Tópicos previsíveis do discurso do presidente foram o sistema internacional, o combate ao Ebola na África Central e a ênfase na situação no Iraque e na Síria, através do extremismo – com a ponderação atrasada no tempo, mas interessante devido à fonte, é preciso dizer, sobre a recusa de um “Choque de Civilizações”, referindo-se à teoria simplista e tergiversada de Samuel Huntington e as identidades culturais e religiosas como grande causa dos conflitos pós-Guerra Fria.

Obama discorreu sobre o Islã enquanto religião que ensina a paz e a vida em comunidade para dizer que a luta não é contra os islâmicos, mas contra os fundamentalistas, que por acaso são “islamitas”. Mas sobre a perspectiva esboçada pelo presidente acerca da religião, será preciso mais análise sociológica. Para começar: por que reforçar um preconceito para supostamente negá-lo em seguida? Afinal, não se falou dos fundamentalistas protestantes – como seria o caso de grande parte dos arquitetos da política externa norte-americana na história e na contemporaneidade – nem dos sionistas, que também instrumentalizam a religião, no caso a judaica, para promover ideais políticos e elitistas, no caso de Israel, de colonização da Palestina.

O terrorismo continua sendo, como durante o governo de George W. Bush, o principal pretexto dos Estados Unidos para a sua atuação, inerentemente belicosa, no cenário internacional. Após deixar o Estado iraquiano destroçado – enquanto sua academia classificava-o de “Estado falido”, quase ao lado dos “Estados pária” – como resultado de mais uma guerra, os EUA voltaram a impor aos iraquianos sua ação militar, desta vez para combater o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). Diversos grupos extremistas, inclusive ligados à rede Al-Qaeda, já vinham avançando com brutalidade pela Síria, mas o governo do presidente Bashar al-Assad é um dos que os EUA classificam de “párias” e que buscam derrubar.

Nada como um projeto que inclua vários objetivos duradouros da política estadunidense: “eliminar o EIIL” e ainda derrubar Assad pareceu bastar para convencer parte suficiente da oposição política doméstica a lançar ataques aéreos contra a Síria, ainda que isso tenha sido feito de maneira ilegal até mesmo internamente e que signifique violar a soberania síria, recorrendo pela enésima vez à força, ao invés de apoiar um processo político.

Sobre a questão palestina, este talvez tenha sido o ponto valioso do discurso de Obama, embora a sua prática seja contraditória e seus limites, devido à aliança inquebrantável com Israel, bem definidos. O presidente mencionou que manter o “estado das coisas” na Faixa de Gaza é “insustentável”. (Ponto). Ele poderia ter se referido à mais recente das três ofensivas militares em cinco anos lançadas por Israel contra o estreito território palestino que mantém bloqueado há quase oito anos, e que matou cerca de 2.150 pessoas e deixou Gaza mais uma vez devastada após 50 dias de bombardeios.

“Reconhecemos que será necessária liderança para resolver o conflito”, disse Obama, garantindo que os EUA continuarão “investindo na diplomacia,” ainda que seu papel de pseudo-mediador, representado há décadas, já tenha evidenciado que se trata de um aliado israelense que procura conduzir a situação como convém. Entretanto, Obama alfinetou: “Muitos israelenses estão prontos para abandonar o trabalho duro pela paz. Isso é matéria para reflexão dentro de Israel.”

O presidente disse considerar que “a região e mundo serão mais justos e estáveis quando houver dois Estados vivendo lado a lado em paz e segurança.” E este foi o máximo que conseguiu esticar, provavelmente a ser reprimido pelo lobby sionista nos EUA, através do poderoso e onipresente Comitê Americano de Relações Públicas de Israel (Aipac). Haveria uma avalanche se ele conectasse a este trecho o início do seu discurso, aquele sobre a impunidade ou o compromisso com o Direito Internacional, já que os crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos por Israel ao longo das décadas são tão flagrantes e condenados pela maior parte do planeta, inclusive a ONU. Nem um pio a respeito.

"Excepcionalismo da América"

Já sobre a Rússia, sobrou hipocrisia nas acusações pela suposta violação da integridade territorial da Ucrânia com a “anexação” da Crimeia – território russo cedido de forma controvertida à Ucrânia na década de 1950 e cuja população votou através de um referendo pela reintegração à Rússia – e a movimentação de tropas pelas fronteiras. Obama quase deixou escapar que a sua Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não só tem movimentado tropas, tanques, caças e navios de guerra pela região como tem aliciado os vizinhos da Rússia a juntarem-se à aliança belicosa. Acaso esta conduta deveria ser entendida como o impulso à diplomacia defendido retoricamente por Obama? E o apoio explícito e direto a grupos fascistas, à operação militar que o governo ucraniano pós-golpe de fevereiro lançou contra civis no leste?

A defesa da supremacia dos EUA para policiar e governar o mundo foi garantida – muitas vezes, não tanto em nuances, mas em ataques diretos – inclusive convocando os restantes membros da ONU a juntarem-se pela “salvação” do mundo que os EUA já estariam empreendendo – através do “melhor Exército que o mundo já conheceu”, foi o que disse Obama na terça-feira (23) à imprensa no quintal da Casa Branca.

Ficou faltando voltar ao tema proposto e expor o que é que os EUA têm feito nos últimos anos para contribuir com o desenvolvimento global, principalmente após a eclosão da crise financeira na qual seus bancos tiveram papel preponderante, com a promoção dos direitos humanos e a redução da pobreza extrema. Estes temas foram pincelados, enquanto sobraram ameaças, mesmo que em tom menos ufanista do que na sessão anterior, e o apelo por uma atuação de concepção retrógrada sobre a segurança, em contornos militaristas.

Já sobre o fortalecimento do Direito Internacional e do sistema ONU, que Obama leve esta reflexão como exercício nacional, porque insustentável também é a política externa da coerção imperialista, da “excepcionalidade” outorgada aos EUA inclusive no seu discurso do ano passado, da incessante luta tresloucada para manter a hegemonia estadunidense no globo e do emprego distorcido e manipulados dos princípios de uma ONU que também precisa ser reformada, correndo o risco de cair na obsolescência. A representatividade, a democracia e a transparência também devem ser garantidas nesta organização para que se supere uma configuração em que as grandes potências definiam o quadro de normas e ação internacional e escolhiam, à sua conveniência, quando respeitá-lo.

*Moara Crivelente é cientista política e membro do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) assessorando a presidência do Conselho Mundial da Paz


Fonte: Vermelho

Na ONU, Dilma pede maior participação dos países em desenvolvimento

Discurso da presidenta Dilma na ONU.A presidenta Dilma Rousseff abriu a 69ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã de ontem, quarta-feira (24), em Nova York, e destacou as ações promovidas pelo governo brasileiro nos últimos anos como na redução da desigualdade, na retirada do país do Mapa da Fome pela FAO, entre outros avanços. Dilma abriu o discurso celebrando a democracia brasileira e informou ainda que o Brasil está às vésperas das eleições.


Seguindo a tradição de o primeiro orador na Assembleia Geral ser um brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff fez o discurso de abertura esclarecendo a importância das eleições de outubro no Brasil e que “essas eleições são a celebração de uma democracia que conquistamos há quase 30 anos, depois de duas décadas de governos ditatoriais”.

A presidenta apontou que nos últimos 12 anos, os governos progressistas têm construído “uma sociedade mais inclusiva baseada na igualdade de oportunidades”. Dilma disse ainda que a “grande transformação em que estamos empenhados produziu uma economia moderna e uma sociedade mais igualitária. Exigiu, ao mesmo tempo, forte participação popular, respeito aos direitos humanos e uma visão sustentável de nosso desenvolvimento. Exigiu, finalmente, uma ação na cena global marcada pelo multilateralismo, pelo respeito ao Direito Internacional, pela busca da paz e pela prática da solidariedade”.

Recentemente, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) informou que o Brasil saiu do Mapa da Fome. “Essa mudança foi resultado de uma política econômica que criou 21 milhões empregos, valorizou o salário básico, aumentando em 71% seu poder de compra. Com isso, reduziu a desigualdade. Trinta e seis milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003; 22 milhões somente em meu governo. Para esse resultado contribuíram também políticas sociais e de transferência de renda reunidas no Plano Brasil Sem Miséria”, acrescentou a presidenta.

Crise internacional
Dilma destacou ainda as superações do Brasil diante da crise do sistema financeiro internacional, iniciada após a quebra do Lehman Brothers e, em seguida, transformada em muitos países em crise de dívidas gigantescas. “Resistimos às suas piores consequências: o desemprego, a redução de salários, a perda de direitos sociais e a paralisia do investimento. Continuamos a distribuir renda, estimulando o crescimento e o emprego, mantendo investimentos em infraestrutura. O Brasil saltou da 13ª para 7ª maior economia do mundo e a renda per capita mais que triplicou. A desigualdade caiu”, comemorou.

Segundo a presidenta do Brasil, ”é indispensável e urgente retomar o dinamismo da economia global. Ela deve funcionar como instrumento de indução do investimento, do comércio internacional e da diminuição das desigualdades entre países”.

A presidenta voltou a criticar a participação dos países em desenvolvimento nos encontros decisórios da economia mundial. “É imperioso pôr fim ao descompasso entre a crescente importância dos países em desenvolvimento na economia mundial e sua insuficiente participação nos processos decisórios das instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. É inaceitável a demora na ampliação do poder de voto dos países em desenvolvimento nessas instituições. O risco que estas instituições correm é perder sua legitimidade e eficiência”, declarou.

Brics

A presidenta falou da grande satisfação de receber no Brasil a 6º Cúpula dos Brics. “Recebemos os líderes da China, da Índia, da Rússia e da África do Sul num encontro fraterno, proveitoso que aponta para importantes perspectivas para o futuro. Assinamos os acordos de constituição do Novo Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas. O Banco atenderá às necessidades de financiamento de infraestrutura dos Brics e dos países em desenvolvimento”, informou Dilma.

Contra o uso da força


“O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. Isso está claro na persistência da Questão Palestina; no massacre sistemático do povo sírio; na trágica desestruturação nacional do Iraque; na grave insegurança na Líbia; nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia. A cada intervenção militar não caminhamos para a paz, mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos.”

Assista abaixo a íntegra do discurso da presidenta na ONU:



Da redação do Portal Vermelho

Marina & Bornhausen: “nova política” é pura fraude

Florianópolis, 23 setembro. Marina Silva, em estado de felicidade, de mãos dadas com a família Bornhausen. Ela pediu votos para Bornhausen (filho), candidato a senador que, hoje, pasmem, é o presidente do PSB em Santa Catarina. Em 2005, Bornhausen (pai), arrogantemente, expressou o ódio das alas mais conservadoras das classes dominantes ao ex-presidente Lula, ao PT, à esquerda: “Estaremos livres dessa raça por 30 anos”, sentenciou. 

Por Adalberto Monteiro*


Marina à época era ministra de Lula, pertencia, então, “a essa raça” a que Bornhausen tem a obsessão de banir do país. Depois de pactuar com os banqueiros, Marina Silva se junta a essa família, símbolo genuíno do que há de mais reacionário no país.

Jorge Bornhausen foi governador biônico de Santa Catarina na época da ditadura militar. Ex-Arena foi um dos fundadores do PFL, legenda da qual também foi presidente. Em decadência, tal e qual a família Sarney no Maranhão, os Bornhausen buscam de modo desesperado uma sobrevida no cenário político. Agarram-se na candidatura de Paulo Bornhausen ao Senado federal que, pelas últimas pesquisas, se encontra em empate técnico com Dário Berger, do PMDB.

Diante desta escancarada contradição com sua propalada “nova política”, Marina ainda tenta tapar o sol com a peneira. Ela, se referindo ao sobrenome de Paulo, advoga que “uma pessoa, por ter laço de parentesco, (não) deve ser punida ideologicamente por isto.” E arremata: “ele (Paulo) tem um posicionamento com a agenda que nós defendemos.”

Marina tenta erguer uma cordilheira entre o pai e o filho. Semeia desavença no seio dessa tradicional família catarinense. Mas essa desavença não existe. Em recente entrevista à imprensa de Santa Catarina, Paulo Bornhausen assim se refere a JKB, Jorge Konder Bornhausen, seu pai: “O papel de meu pai é o mais importante para mim nesta campanha: é o papel de pai, amigo e conselheiro nessa jornada desafiadora.”

Ontem, como hoje, os Bornhausen se mantêm na trincheira onde sempre estiveram. No passado, servindo à ditadura militar; no presente, engrossando as fileiras da oposição conservadora que a qualquer custo busca reaver o governo federal. No âmbito dessa oposição, a dita família pertence àquela ala mais furiosa, mais retrógrada, apesar das mutações por que passou. Permanecem coerentes com o sobrenome e a trajetória de linha de frente do campo político reacionário.

O mesmo não se pode dizer de Marina. Fez a travessia. Foi para a outra margem: antagônica às suas origens. Traiçoeiramente se faz instrumento daqueles que querem livrar o país da “raça” à qual um dia ela pertenceu.

*Adalberto Monteiro é presidente da Fundação Maurício Grabois e editor da revista Princípios

Fonte: Vermelho

É triste assistir Marina jogar no lixo o que representa o PSB

Moniz: É triste assistir Marina jogar na lixeira o que representa o PSBO renomado cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira escreve uma carta ao presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Roberto Amaral, expondo o que simboliza a candidatura de Marina Silva, representante da sigla, na disputa à Presidência da República. Segue abaixo a íntegra:


Moniz: É triste assistir Marina jogar na lixeira o que representa o PSB
Carta do Prof. Dr. Moniz Bandeira ao Partido Socialista Brasileiro
"Estimado colega, Prof. Dr. Roberto Amaral
Presidente do PSB,

A Srª Marina Silva tinha um percentual de intenções de voto bem maior do que o do governador Eduardo Campos, mas não conseguiu registrar seu partido – Rede Sustentabilidade – e sair com sua própria candidatura à presidência da República.

O governador Eduardo Campos permitiu que ela entrasse no PSB e se tornasse candidata a vice na sua chapa. Imaginou que seu percentual de intenções de voto lhe seria transferido.

Nada lhe transferiu e ele não saiu de um percentual entre 8% e 10%. Trágico equívoco.

Para mim era evidente que Sra. Marina Silva não entrou no PSB, com maior percentual de intenções de voto que o candidato à presidência, para ser apenas vice.

A cabeça de chapa teria de ser ela própria. Era certamente seu objetivo e dos interesses que representa, como o demonstram as declarações que fez, contrárias às diretrizes ideológicas do PSB e às linhas da soberana política exterior do Brasil.

Agourei que algum revés poderia ocorrer e levá-la à cabeça da chapa, como candidata do PSB à Presidência.

Antes de que ela fosse admitida no PSB e se tornasse a candidata a vice, comentei essa premonição com grande advogado Durval de Noronha Goyos, meu querido amigo, e ele transmitiu ao governador Eduardo Campos minha advertência.

Seria um perigo se a Sra. Marina Silva, com percentual de intenções de voto bem maior do que o dele, fosse candidata a vice. Ela jamais se conformaria, nem os interesses que a produziram e lhe promoveram o nome, através da mídia, com uma posição subalterna, secundária, na chapa de um candidato com menor peso nas pesquisas.

O governador Eduardo Campos não acreditou. Mas infelizmente minha premonição se realizou, sob a forma de um desastre de avião. Pode, por favor, confirmar o que escrevo com o Dr. Durval de Noronha Goyos, que era amigo do governador Eduardo Campos.

Uma vez que há muitos anos estou a pesquisar sobre as shadow wars e seus métodos e técnicas de regime change, de nada duvido. E o fato foi que conveio um acidente e apagou a vida do governador Eduardo Campos. E assim se abriu o caminho para a Sra. Marina Silva tornar-se a candidata à presidência do Brasil.

Afigura-me bastante estranho que ela se recuse a revelar, como noticiou a Folha de S.Paulo, o nome das entidades que pagaram conferências, num total (que foi, declarado) de R$1,6 milhão (um milhão e seiscentos mil reais), desde 2011, durante três anos em que não trabalhou. Alegou a exigência de confidencialidade. Por que a confidencialidade? É compreensível porque talvez sejam fontes escusas. O segredo pode significar confirmação.

Fui membro do PSB, antes de 1964, ao tempo do notável jurista João Mangabeira. Porém, agora, é triste assistir que a Sra. Marina Silva joga e afunda na lixeira a tradicional sigla, cuja história escrevi tanto em um prólogo à 8ª edição do meu livro O Governo João Goulart, publicado pela Editora UNESP, quanto em O Ano Vermelho, a ser reeditado (4a edição), pela Civilização Brasileira, no próximo ano.

As declarações da Sra. Marina Silva contra o Mercosul, a favor do subordinação e alinhamento com os Estados Unidos, contra o direito de Cuba à autodeterminação, e outras, feitas em vários lugares e na entrevista ao Latin Post, de 18 de setembro, enxovalham ainda mais a sigla do PSB, um respeitado partido que foi, mas do qual, desastrosamente, agora ela é candidata à presidência do Brasil.

Lamento muitíssimo expressar-lhe, aberta e francamente, o que sinto e penso a respeito da posição do PSB, ao aceitar e manter a Sra. Marina Silva como candidata à Presidência do Brasil.

Aos 78 anos, não estou filiado ao PSB nem a qualquer outro partido. Sou apenas cientista político e historiador, um livre pensador, independente. Mas por ser o senhor um homem digno e honrado, e em função do respeito que lhe tenho, permita-me recomendar-lhe que renuncie à presidência do PSB, antes da reunião da Executiva, convocada para sexta-feira, 27 de setembro. Se não o fizer - mais uma vez, por favor, me perdoe dizer-lhe - estará imolando seu próprio nome juntamente com a sigla.

As declarações da Sra. Marina Silva são radicalmente incompatíveis com as linhas tradicionais do PSB. Revelam, desde já, que ela pretende voltar aos tempos da ditadura do general Humberto Castelo Branco e proclamar a dependência do Brasil, como o general Juracy Magalhães, embaixador em Washington, que declarou: "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil."

Cordialmente,

Prof. Dr. Dres. h.c. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira"

Foto: Che Guevara se reúne com Jânio Quadros; Moniz Bandeira acompanha a reunião de pé, ao fundo.

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, mais conhecido como Moniz Bandeira é professor universitário, cientista político e historiador, especialista em política exterior do Brasil e suas relações internacionais, principalmente com a Argentina e os Estados Unidos, sendo autor de várias obras.

No tempo da ditadura militar no Brasil, Moniz Bandeira foi filiado ao PSB, dentro do qual foi um dos organizadores da corrente denominada Política Operária (Polop), asilou-se no Uruguai, acompanhando o presidente João Goulart, em conseqüência do golpe militar no Brasil, em 1964.

Algum tempo depois, voltou clandestinamente ao Brasil e esteve dois anos (1969-1970 e 1973) como preso político, por ordem do Cenimar (Centro de Informações da Marinha). Mesmo perseguido pelo regime militar e na clandestinidade, Moniz Bandeira não cessou suas atividades literárias e de pesquisa. (Wikipédia)


Fonte: Vermelho

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Marina engavetou projeto Amazônia Sustentável quando era ministra

Em entrevista exclusiva para a Rádio Vermelho, o secretário do Meio Ambiente do PCdoB, Aldo Arantes, falou da importância da questão ambiental nas eleições deste ano. Arantes abordou a queda no desmatamento da Amazônia e o investimento em energias renováveis graças aos governos de Lula e Dilma, comparando com as ações de FHC quando era presidente. Sobre Marina Silva, Aldo disse que ela defende o que antes lutava contra e que engavetou o projeto Amazônia Sustentável quando foi ministra.


Por Ramon de Castro, para a Rádio Vermelho

“Desde o governo de Lula houve um crescimento de mais de 1000% em investimentos e geração de energia por fontes renováveis, como a energia eólica e solar”, falou Aldo. “Também houve queda de mais de 70% em relação à quantidade de áreas desmatadas por ano na Amazônia desde FHC”, completou.

“Nós do PCdoB defendemos a retomada do projeto Amazônia Sustentável que visa gerar um plano de metas e ações para levar desenvolvimento até a Amazônia, mas de forma sustentável. Esse projeto foi criado quando Lula era presidente, mas a Marina Silva, ministra do Meio Ambiente na época, engavetou o projeto”, contou Arantes.

Ouça a entrevista na íntegra na Rádio Vermelho:


 OUVIR


A Petrobras, a Pnad e o coro da insignificância nacional

 Mídia manipuladora
 Mídia manipuladora

Imagine-se que o México, por exemplo, do novo herói de Wall Street, Enrique Peña Nieto; ou a Espanha, do imperturbável ‘austericida’, Mariano Rajoy; ou mesmo os EUA, do flácido Barack Obama, reunisse, em uma única semana, essa que passou, as seguintes conquistas no portfólio do seu governo.

Por Saul Leblon, na Carta Maior*


1. O país fosse declarado pela FAO um território livre da fome, praticamente erradicada nos últimos 11 anos;

2. Tivesse a notícia de que a miséria extrema fora igualmente reduzida em 75%, no mesmo período;

3. Constatasse que após seis anos de uma interminável crise mundial, a renda média mensal das famílias continuasse a crescer, tendo se elevado em 3,4% acima da inflação em 2013 (dado da Pnad já corrigida);

4. E que o rendimento médio dos trabalhadores assalariados, no mesmo período, registrou um aumento de 3,8% acima da inflação e acima do PIB, de 2,5%;

5. Ainda: que enquanto a renda dos 10% mais ricos cresceu 2,1%, a dos lares mais pobres, incluindo-se os benefícios das políticas sociais, avançou 2,9%, o que contribuiu para um pequeno, mas persistente recuo da desigualdade, em declínio desde 2004;

6. Mais: que o trabalho infantil em 2013 caíra 12,3%; a matrícula na pré-escola atingira 81% das crianças e o trabalho com carteira assinada já englobaria 76% dos assalariados;

7. Não só; a consolidação dos indicadores sociais dos últimos 11 anos, embora não tenha quebrado os alicerces de uma das construções capitalistas mais desiguais do mundo, mexeu em placas tectônicas. A renda média da sociedade aumentou 35% acima da inflação entre 2004 a 2013. Mas a dos 10% mais pobres cresceu o dobro disso (cerca de 73%); e entre os 50% mais pobres, avançou mais de 60%, com repercussões óbvias no padrão da produção e da demanda, no conforto doméstico e nas expectativas em relação ao futuro;

8. A mesma semana generosa incluiria ainda a informação de que as novas reservas de petróleo desse país, responsável por 40% das descobertas mundiais nos últimos cinco anos, já representam 24% da produção nacional; 9. E, por fim, que o investimento em infraestrutura, depois de três décadas de declínio sistemático --repita-se, três décadas de recuos sucessivos-- registrou uma inflexão e passou a crescer o equivalente a 2,4% do PIB, em média, de 2011 a 2013.

Qual seria a reação do glorioso jornalismo de economia diante desse leque de vento bom, se a mão que o abanasse fosse a dos titãs dos mercados?

Não seríamos poupados de manchetes faiscantes, a alardear a eficácia das boas práticas do ramo.

Mas as boas notícias tem como moldura o Brasil.

Presidido pela ‘intervencionista’ Dilma Rousseff, candidata petista à reeleição e detentora de teimosa liderança nas pesquisas do 1º turno.

Isso muda tudo.

Muda a ponto de um acervo desse calibre ser martelado como evidência de retrocesso social no imaginário brasileiro.

Muda a ponto de Marina valer-se dessa ocultação da realidade para decretar que Dilma entregará um país ‘pior do que o que recebeu'.

O padrão ‘Willian Bonner’, como se vê, faz escola.

A indigência do debate impede não apenas que o Brasil se enxergue como o país menos desigual de toda a sua história, mas, sobretudo, interdita a autoconfiança da sociedade nos seus trunfos para avançar um novo passo nessa direção.

Não se subestime aqui a persistência de gargalos significativos nessa trajetória. Juros descabidos, por exemplo. E uma paridade cambial fora de lugar há duas décadas. Com toda a guarnição de perdas e danos que esse desajuste de dois preços essenciais pode acarretar.

Embora sejam apresentados como prova do genuíno fracasso petista, a verdade é que desarranjos macroeconômicos não constituem exceção na história econômica do país.

Será necessário recordar, à nova cristã do tripé, que sob o comando de Armínio Fraga, virtual ministro dela ou de Aécio , o BC elevou a taxa de juro a 45%, em março de 1999?

Que a dívida pública explodiu sob a gestão do festejado herói dos mercados?

E que a defasagem cambial sob FHC exigiu uma maxidesvalorização de 30% em janeiro de 1999, escalpelando o poder de compra das famílias assalariadas?

Ou que as perspectivas da inflação então oscilavam entre 20% e 50% ao ano; maiores que as da enxovalhada Argentina hoje?

O banco de dados do glorioso jornalismo de economia dispõe desses dados.

Que ali hibernam a salvo da memória nacional.

O fato é que se alguns desequilíbrios se repetem –em escala muito menor, caso do juro de 11% e da paridade cambial de R$ 2,25-- os trunfos, ao contrário, caracterizam uma auspiciosa singularidade.

E não avançam apenas da esfera social para o mercado, mas vice versa.

A economia brasileira dispõe agora de reservas em moeda estrangeira da ordem de US$ 400 bi, com um fiador estratégico de peso muito superior a esse.

Uma poupança de petróleo e gás, que pode chegar a 100 bilhões de barris, avaliada em cerca de R$ 5 trilhões, revestida de domínio de tecnológico e escala para traduzir-se em soberania, autossuficiência e receitas, pavimenta o futuro do crescimento nacional.

Não só.

Em plena crise mundial, o país alicerçou um dos mercados de massa mais cobiçados do planeta e um mercado de trabalho que flerta com o pleno emprego.

A sociedade brasileira é uma das poucas em todo o planeta a desfrutar de uma combinação vital ao futuro humanidade: autossuficiência alimentar e fontes abundantes de energia limpa.

Sua dívida pública é estável, proporcionalmente baixa em relação ao PIB (37%) e aos padrões mundiais.

A planta industrial embora esgarçada, carente de competitividade, preserva escala e encadeamentos que ainda distinguem o país em relação às demais nações em desenvolvimento. Ainda que setores respirem por aparelhos, não está morta.

As empresas estão líquidas, são lucrativas, têm caixa suficiente –hoje alocado no rentismo-- para deflagrar um novo ciclo de expansão.

O país conta, ademais, com uma invejável rede de bancos públicos e possui um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo (o BNDES é maior que o Banco Mundial); o nível de endividamento das famílias é proporcionalmente baixo em relação à média internacional e o sistema de crédito é sólido.

Não é pouco, mesmo considerando-se as novas condições de mobilidade de capitais que restringem o poder dos governantes para ordenar o desenvolvimento.

Com muito menos que isso, Getúlio Vargas afrontou o cerco conservador nos anos 50.

Se dependesse das restrições da época, e do imediatismo das elites, ele não teria criado a Petrobrás, por exemplo.

Tampouco insistido na industrialização.

Assim como Juscelino não teria feito Brasília.

Ou Celso Furtado –desdenhado pela assessoria ‘moderna’ de Marina-- teimado em erradicar o apartheid nacional, que tinha no Nordeste um quê de bantustão avant la lettre.

A determinação de viabilizar cada uma dessas agendas extraiu do engajamento popular e dos fundos públicos a viabilidade sonegada pelas elites, seus sócios estrangeiros e seu aparato emissor.

A seta do tempo não se quebrou: hoje a Petrobrás é a empresa que tem a maior carteira de investimento do mundo; o Nordeste é a região que lidera o crescimento do poder de compra popular; o Centro-Oeste é um dos polos agrícolas mais dinâmicos do país.

Operadores de Marina e Aécio fazem gestos nervosos na lateral de campo da disputa eleitoral.

Apontam o relógio para dizer que o tempo do jogo da soberania com justiça social esgotou.

Exigem que o eleitor encerre a disputa e aceite a derrota definitiva desse capítulo na história nacional.

O jogral tem experiência no ramo dos vereditos incontrastáveis.

O desdém pelo Brasil mais justo que progressivamente emerge das Pnads é uma prova.

O diabo é a Petrobras. E as arrancadas do pré-sal.

A dupla adiciona uma dissonância não negligenciável ao discurso da insignificância brasileira na coordenação do futuro do seu desenvolvimento.

Tem peso e medida para representar um indutor de crescimento mais consistente e duradouro que o ciclo recente de valorização das commodities, ao qual o discurso conservador atribui toda a extensão dos avanços sociais registrados nos últimos anos.

Nesse sentido, a simbologia da Petrobrás ficou até maior do que foi nos anos 50.

Hoje ela deixou de significar apenas petróleo nacional. Para se tornar o espelho de uma dissidência poderosa aos interditos dos mercados no século XXI.

Fortemente imbricada nas encomendas cativas de toda a cadeia da extração, refino e usos sofisticados da petroquímica, a regulação soberana do pré-sal facultou ao país um novo berçário industrializante.

Não é o canto do cisne da luta pelo desenvolvimento, como querem alguns.

Pode ser o aggiornamento de um modelo.

A integração entre compras direcionadas à indústria brasileira e o investimento em cadeias produtivas relevantes, já funciona, de forma similar, e com sucesso, nas aquisições de medicamentos para o SUS, com fomento da rede de laboratórios nacionais pelo BNDES.

Se esse modelo entrar em voo de cruzeiro, o discurso da insignificância brasileira na definição do passo seguinte do seu crescimento entrará em coma.

O pré-sal é o ponteiro decisivo da corrida contra o ultimato conservador dos operadores de Marina e Aécio.

É coerente que tenha merecido apenas uma única e mísera linha no pr0grama de 242 páginas de Marina Silva ; assim: “Destinar ao orçamento da educação os royalties do petróleo em áreas do pré-sal já concedidas”. Ponto.

É mais que isso o que está em jogo.

No ciclo do próximo governo –e por isso é crucial ele seja progressista-- o pré-sal, mantida a regulação soberana do regime de partilha, avançará exponencialmente para responder por 50% da produção brasileira em 2018.

O país estará, então, no limiar de dispor de 4,2 milhões de barris/dia, o dobro da oferta atual, com excedentes exportáveis robustos e crescentes.

Não são apenas negócios.

Cerca de 75% dos royalties do pré-sal vão para a educação; 25% para a saúde.

Mais de 300 mil jovens brasileiros serão treinados diretamente nos próximos anos pelo Promimp, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural.

Um parque tecnológico de ponta em pesquisa de energia, com adesão de inúmeras multinacionais, está nascendo no Fundão, junto à Universidade Federal do Rio de Janeiro, colado à agenda do pré-sal.

A indústria naval brasileira que havia desaparecido nos anos 90 agora é a quarta maior do mundo e emprega 100 mil pessoas.

As receitas do refino –filé da indústria do petróleo—ficarão em boa parte no país, graças a um esforço hercúleo da Petrobrás de investir em uma rede de refinarias, heresia sepultada pelo PSDB e a turma da Petrobrax nos anos 90.

Desqualificar a estatal criada por Getúlio –‘o PT colocou um diretor lá por 12 anos par assaltar os cofres da empresa’, diz a doce Marina-- significa para o conservadorismo uma vacina de vida ou morte contra um perigo maior.

Aquele que pode levar o discernimento nacional a enxergar no épico contrapelo do pré-sal, sob o guarda-chuva de uma estatal poderosa, a inspiração para um modelo capaz de destravar o arranque de um novo ciclo de expansão em outras áreas.

Não se trata de uma gincana acadêmica.

Trata-se de ter ou não a soberania sobre o crescimento e a produtividade indispensáveis aos bons indicadores de futuras Pnads.

Que reúnam avanços iguais, ou maiores, que esses que o glorioso jornalismo de economia se esmerou em desqualificar na semana passada. Mas para os quais não oferece nenhuma alternativa, exceto o coro mórbido da insignificância nacional na construção do futuro.

*Editorial

Fonte: Vermelho

Renato Rabelo: Desabrocha e cresce a campanha da reeleição de Dilma

Desabrocha e cresce a campanha da reeleição de DilmaO curso tumultuado e de acontecimentos abruptos da eleição presidencial vai adquirindo uma tendência de certa previsibilidade. Qual o centro da contradição em evolução? A luta entre dois projetos para o Brasil nas condições atuais, que se expressa em acirrado embate político e de ideias do campo democrático, popular e progressista em contraposição ao campo conservador, liberal-financeiro. Esta é a síntese da disputa política eleitoral da campanha pela presidência da República.

Por Renato Rabelo*


O bloco conservador que compõe, na sua aliança, os grandes grupos de mídia do país, atingindo milhões de pessoas, já desde o ano passado concentrou o gume de seu ataque em fazer desacreditar a presidenta Dilma, numa feroz e ostensiva campanha antagônica. De modo explícito, seu objetivo eleitoral principal é impedir a reeleição da presidenta, abrindo caminho para a predominância dos seus desígnios. É impossível para essas forças conservadoras e oligárquicas, pró-imperialistas, como tem sido na nossa história, aceitar a continuidade do ciclo político aberto por Lula em 2002, que é expressão de correntes democráticas e de esquerda. Desse modo, por óbvio, para eles, o seu recurso confiável foi a escolha da candidatura de Aécio Neves, originário das hostes em defesa de seus grandes interesses, com o aval do grão-tucano Fernando Henrique Cardoso.

Marina, instrumento do bloco conservador
Mas, diante do imprevisto – a morte trágica de Eduardo Campos, a súbita ascensão de Marina Silva e o declínio de Aécio Neves –, a aliança conservadora no seu desiderato obsessivo de truncar o ciclo político aberto em 2003 buscou sua alternativa em face do inesperado, encontrando receptividade mútua na candidatura de Marina Silva. Outro pacto conservador se estabeleceu.

Como já tínhamos afirmado, o “mercado financeiro” – oligarquia financeira e forças conservadoras –, através de Marina, encontrou alguém capaz de topar o que exigem, com uma vantagem: ela poderia até ser exposta nesta eleição como uma espécie de adereço simbólico, representando um “Lula de saias”. Essa nova situação se desenrolou, num verdadeiro recomeço da campanha presidencial.

A chamada onda Marina, com as garantias dadas por ela ao “mercado”, com tudo de emoção e apelação simbólica, entusiasmou a santa aliança antiDilma, refletindo no disparo da Bolsa de Valores. A festa chegou ao cume nesse arraial. Seus festeiros passaram a vaticinar a decisão do pleito, ganho por Marina, já no primeiro turno.

Nem tudo que reluz é ouro
Mas, nem tudo que brilha é luz. A candidatura de Marina em pouco tempo foi demonstrando sua fragilidade, inconsistência, contradições, seu verdadeiro compromisso e opção. Ela foi se adaptando a cada passagem da campanha, imprimindo erratas sucessivas em posições importantes de seu improvisado programa. Em verdade, vem sendo uma candidatura de duas faces, num verdadeiro molejo de afirmação e negação do mesmo tema. É inevitável, então, por todos imaginar Marina na condição de presidente da República, sujeita assim a enormes pressões e disputas. Crescentes contingentes do povo vão se dando conta de ser uma fraude o que ela representa na sua apelação messiânica e forçadamente emocional.

Assim, o projeto que vem sendo pactuado por Marina e seus cortesões, fundamentalmente, é o mesmo de Aécio Neves, comprometido com o campo conservador, liberal-financeiro. Não há nenhuma terceira via! Marina fez sua opção, completou sua travessia para o outro lado, extrapolando até o receituário neoliberal aplicado por Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990. Como os convertidos, para dar demonstração de sua nova crença, Marina topou “assegurar o mais rapidamente possível a independência do Banco Central, de forma institucional”, ou seja, dar ao Banco Central o caráter de um poder de Estado, independente do Executivo. Nem os tucanos tinham ainda chegado a tanto.

O “mercado” não festeja sem garantias certificadas. E ainda correu atrás do chamado agronegócio, contrariando o que defendia, prometendo juras de compromisso para ter a sua confiança. A “nova política” como o seu prato de resistência, pregação da negação dos partidos, tornou-se claro ardil político. “Hóspede” do Partido Socialista Brasileiro (PSB), a candidata ao Planalto transforma essa legenda em instrumento dos seus compromissos e objetivos. Através de seu vice, Beto Albuquerque, reconhece que “não se pode governar sem o PMDB”, não se afastando da “velha política” tanto quanto quer aparentar. O PSB, seu Partido hospedeiro, mantém-se como linha auxiliar do PSDB nos importantes estados de São Paulo e Paraná. A candidata ao Planalto esconde zelosamente as fontes de seus altos rendimentos. A transparência vale para os outros, não para ela. Marina passou a negar o papel fundamental do pré-sal para o futuro do país; propôs modificar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), flexibilizar o conceito de trabalho escravo, tudo indicando uma ameaça regressiva.

Essa visão mesclada com as propostas econômicas de cunho neoliberal e sobre o desenvolvimento nacional, defendidas por seus expoentes ideólogos, demonstra uma concepção antagônica à linha de continuar o aprofundamento das mudanças através da realização das reformas democráticas estruturais, progresso social e afirmação da soberania nacional e integração solidária com nossos vizinhos.

Em tempo a verdade vai se impondo. Neste momento, os analistas de plantão do próprio campo oposicionista são forçados a reconhecer que Marina perde terreno no seu súbito favoritismo e que já “esteja em curso uma corrosão política da postulação marinista” (Editorial da FSP, 20-09-2014). As sondagens de opinião, em grande parte submetidas aos monopólios de comunicação, pela aproximação do pleito são forçadas a diminuir sua margem de manipulação. Começa se esboçar a tendência de queda gradativa de Marina, subida progressiva da candidatura da presidenta Dilma. Apesar da força de vontade oposicionista em fazer inflar o seu campo, tentando ressuscitar a candidatura de Aécio, pode-se constatar desde agora que a tendência principal que vai se firmando é de crescimento da candidatura à reeleição de Dilma Rousseff.

A aliança oposicionista tem a mídia monopolista – TV, radio, jornais e revistas – como sua grande divulgadora, dado que, verdadeiramente, é de longe o maior tempo de propaganda política contra a candidatura de Dilma e de sua base de aliança. Nesta fase de agudeza da campanha, suas manifestações oposicionistas não se resumem aos inúmeros articulistas escolhidos e pagos ao seu dispor, seus editoriais intolerantes ao governo, mas, ainda mais grave, entram no terreno das notícias, para “informar”, seguindo o padrão de distorcer, ou encobrir os 80% da conquista alcançada, destacando apenas os 20% que faltam, para arrematar como resultados de um governo desastroso. Os exemplos são múltiplos e variados. Podem-se citar as suas manifestações recentes diante da conquista histórica na qual o Brasil pela primeira vez sai do mapa estrutural da fome, fato destacado e reconhecido pelos organismos pertinentes da ONU e omitido por eles, ou a sua parcialidade ostensiva diante de grandes conquistas desses últimos anos reveladas nos dados do Pnad, malgrado que dados ainda mais positivos não foram devidamente apresentados, reconhecidos agora por erros na sua compilação.

Intricado dilema da oposição conservadora
A luta política e de ideias em torno das convicções de temas relevantes, assumidos diretamente pela presidenta Dilma, e seus aliados, no embate explícito com Marina e demais candidatos, tem sido reveladora e necessária para a decisão do povo. No entanto, na ótica da grande mídia oposicionista, esse embate esclarecedor é concertado por essa, com a denominação de “ataques” e “campanha do medo”, num claro viés de sua posição antiDilma. Entretanto, o verdadeiro ataque partiu de Marina, quando deixou o plano da própria política, para se insurgir arrogantemente contra o PT, acusando-o levianamente de ter colocado um diretor na Petrobras para “assaltar” (sic) essa estatal. Esse Partido teve que apelar em sua justa defesa no plano judiciário, impetrando uma ação contra a agressão rasteira de Marina Silva.

A tendência que vai se esboçando de retomada e avanço da candidatura democrática e mudancista de Dilma Rousseff incomoda acerbamente o bloco oposicionista. Sua aliança odienta e desesperada, antiDilma, antiPT, antiesquerda, contrária ao avanço democrático e popular, leva esse consórcio oposicionista ao desespero e provocação. Nessa situação, saem, como sempre, do terreno próprio da política para engrossar o ataque no âmbito de uma farisaica moral contra a base política do governo democrático e progressista, no uso recorrente dos meios tradicionais da direita udenista-lacerdista, na tentativa de confundir para virar o jogo. Fernando Henrique Cardoso clama a Aécio para que “dramatize sobre suspeitas da Petrobras”.

A esta altura, próximo do final do primeiro turno, a aliança oposicionista conservadora passou a viver intricado dilema. As suas duas candidaturas: a de Aécio não manifesta sinal de uma recuperação maior, enquanto a de Marina vai esboçando indicações de estagnação e certo declínio. Mas o que pesa mais para os oposicionistas é a demonstração incessante que tem revelado grande fragilidade e inconsistência dessa candidatura. Para eles, uma aposta de premissa exitosa no início, contando com a adesão satisfatória dessa candidata às suas exigências fundamentais, mas que, por sua própria vulnerabilidade cada vez mais exposta, condicionou uma situação de insegurança no sucesso do empreendimento marinista. Esta é uma situação objetiva que amedronta os círculos oposicionistas conservadores, financeiros, pró-imperialistas, tornando-os mais temerosos acerca do resultado que almejam alcançar.

A luta política e ideológica se estende na campanha
O campo democrático e mudancista tem avançado e se impõe na luta de ideias, na luta política; a posição e postura firmes e coerentes da presidenta Dilma em procurar esclarecer a trajetória de seu governo, que optou em seguir o caminho de garantir no bojo da crise internacional do sistema elevado nível de emprego e da renda do trabalho; a motivação e mobilização crescente da militância do nosso campo. Tudo isso contribuiu para se ir desnudando a verdadeira face da candidatura de Marina Silva e os intentos das forças conservadoras. A inconsistência da candidatura de Marina veio sendo exposta à luz do dia. A sua coerência foi posta à prova – ela pode se tornar uma errata de si mesma. A candidatura de Aécio Neves já vinha sendo desmascarada no curso do embate político eleitoral, isto já acontecendo no seu próprio estado de origem, onde assumiu o governo por duas vezes.

Posições nodais entre os dois campos políticos em luta são vincados explicitamente permitindo o esclarecimento mais amplo da população. Marina à medida que passou inteiramente para o outro lado se confundiu com as concepções conservadoras, liberal-financeiras e de alinhamento e dependência com as grandes potências capitalistas. O mesmo campo dos grandes interesses dos grupos financeiros globalizados representados por Aécio. Vai se tornando patente mais amplamente que, em suma, a “mudança” defendida por Marina e Aécio é a mudança de volta às bases do projeto da década de 1990, encabeçado por Fernando Henrique Cardoso, ancorado nos paradigmas neoliberais, cujos ideólogos e autores que instruem hoje as duas campanhas oposicionistas são os mesmos componentes da escola neoliberal desse período. A mudança defendida por Dilma é mudança para ir adiante, ou seja, se abre uma nova etapa, um “novo ciclo histórico” de crescimento – resultante das mudanças alcançadas até hoje –, que avança e aprofunda as transformações.

O debate que evolui se torna de conhecimento mais amplo, estando expresso em temas relevantes.

A visão do desenvolvimento nacional na qual despontou dois temas divisores de água: Banco Central Independente de forma institucional, portanto conformado em lei como uma instituição fora do poder Executivo, responsável pela condução macroeconômica à parte do governo federal; o papel dos bancos públicos – fortalecidos nesse último período – passaria a um plano auxiliar dos bancos privados, abrindo caminho para a própria privatização daqueles.

O papel fundamental do pré-sal e seu modelo de exploração que garante a soberania do Estado nacional sobre essa imensa riqueza, destinada em grande parte para a educação, saúde e tecnologia e inovação – outra grande conquista desse último período –, é colocado por eles à margem da prioridade para o desenvolvimento, mudando seu modelo de exploração e abrindo caminho para um modelo privatizante.

A visão do papel do desenvolvimento com distribuição de renda e inclusão social maior é conquista desse recente período Lula/Dilma. Marina ao defender a “atualização”, leia-se flexibilização da CLT, mais uma rendição da sua conversão, abriu caminho para esse debate. Na visão do campo conservador liberal, o argumento essencial é de que a criação de riqueza depende de incentivos de renda. Desse modo, a desigualdade seria funcional, necessária para o crescimento e pode ser “corrigida” pelo próprio mercado. Ao contrário do que defendemos. Em linguagem simples, a premissa deles é primeiro crescer o bolo para depois dividi-lo... A história demonstra como é essa “divisão” depois. Por isso, a campanha tangível para o povo, e que vai ganhando grande dimensão, no dizer da presidenta Dilma é: “Voltar à época de vacas magras para o trabalhador? Nem que a vaca tussa”. Ou o slogan agora das Centrais sindicais: “Mexer nos meus direitos? Nem que a vaca tussa”.

A luta política e ideológica vai ganhando as ruas e a consciência do povo. Assim, as nossas ideias se transformam em força material, sendo o passo decisivo para o povo compreender o que está realmente em jogo, reelegendo a presidenta Dilma em outubro – caminho imprescindível para o aprofundamento das mudanças!

* Presidente do Partido Comunista do Brasil – PCdoB.