sexta-feira, 13 de maio de 2016

Letícia Sabatella é agredida; perdemos o direito de expressar?


Foto: Reprodução/AE
Letícia Sabatella é alvo constante de internautas.Letícia Sabatella é alvo constante de internautas.
Nesta quinta-feira (12), após o pedido de impeachment da presidenta ser aprovado no Senado Federal, há pelo menos três notícias circulando de que a atriz Letícia Sabatella teria ofendido os que aceitam o governo (ilegítimo) de Temer, chamando-os de "tolos" e "ignorantes".

Ora, se ignorante signifique "não está a par de alguma coisa", "desconhecedor de algo", "inocente", "tolo", "rude", o que a atriz faz, como qualquer outro cidadão não é um xingamento (ofensa ou expressar opinião odiosa) e tem todo o direito de expressar sua opinião ou seu posicionamento, sem que isso caracterize incitar ódio. Ou será que com a quebra do direito constitucional do voto, que foi tirado dos 54 milhões de brasileiros nesta quarta-feira (11), atinge também esse direito?

Sabemos que a democracia no Brasil, restabelecida com a Constituição de 1988, prevê o impedimento de um governante que cometer crime de responsabilidade, mas como nem os deputados nem os senadores conseguiram comprovar que a presidenta Dilma Rousseff tenha cometido tal crime, o chamamos de “golpe”, “golpe institucionalizado”, ou “golpe branco”, podemos chamar do que quiser, ainda temos esse direito ou não?

Temos ainda o direito de nos indignar com as injustiças, como a atriz fez, porque nos tiraram o direito de escolher um projeto de governo, nos tiraram o direito de ter uma presidente que a maioria escolheu para um mandato de quatro anos. E o que a atriz faz é justamente defender esse direito fundamental. Mas é sabotada por mal intencionados.

Aqui a mensagem “odiosa” da atriz ao responder um internauta na sua página pessoal sobre o não reconhecimento dela do governo ilegítimo de Temer noFacebook:

​Tentam insuflar um argumento sólido e sensato de uma cidadã que tem o direito de pensar e expressar sua opinião, como qualquer outro cidadão que diariamente são xingados e agredidos verbalmente, sem que nada seja feito ou cobrado deles.

O que mais impressiona neste caso é que ao contrário do que estão falando da atriz hoje, é que ela não só sempre foi respeitosa nos seus comentários, como carinhosa, paciente e prestativa, como na postagem publicada nesta quinta-feira (12):

As palavras doces da atriz apenas nos propaga um sentimento de paz, de amor pela luta, de união, de força! E qual o mal nisso? Resistir, não é um direito, mas resistiremos! 

Do Portal Vermelho

Luciana Santos: O povo contra o governo Temer

  

Ouça:

Luciana Santos

Fonte: Rádio Agência PCdoB na Câmara via Vermelho

Vitória do golpe no Senado inicia governo ilegítimo e impostor

A votação que terminou na madrugada desta quinta-feira (12) no Senado, foi mais um passo na pantomina golpista que ocorre no Brasil. Por 55 votos contra 22, o golpe perpetrado contra a democracia e a Constituição colocou entre parênteses os 54,5 milhões de votos dados a Dilma Rousseff em 2014. E suspendeu o mandato legítimo da presidenta que agora vai responder ao processo instalado naquela casa legislativa.
 
A votação no Senado dá origem ao mandato interino e ilegítimo de um usurpador, o vice-presidente da República Michel Temer, que conduzirá um governo para o qual não recebeu um único voto popular, mas apenas os votos de 367 deputados federais e 55 senadores que aceitaram a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta legitimamente eleita.
 
A ilegitimidade do ocupante do mais alto cargo da nação aponta para uma nova etapa da resistência contra o golpe da direita neoliberal. A oposição manterá as duas faces fundamentais do movimento democrático que ocorre desde o acatamento do pedido de impeachment pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, o notório punguista Eduardo Cunha. 
 
Estas dimensões são formadas pela mobilização popular, que deverá crescer, e a ação institucional, que se acentuará. Agora com o objetivo de derrotar o golpe ao longo do processo, que poderá durar até 180 dias. Derrotar o golpe principalmente no julgamento que será feito pelo Senado, conduzido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
 
Julgamento aliás prenhe de dificuldades para a direita golpista, que precisará demonstrar objetivamente a existência de crime de responsabilidade que a presidenta Dilma Rousseff tenha cometido. Como provar um crime que não existe? O julgamento traz essa dificuldade para a direita – não há crime! 
 
Esta conjectura frágil gera um governo Michel Temer fraco e combalido, que não encontrará solução para a profunda crise criada pela direita que negou no parlamento votos para iniciativas fundamentais promovidas por Dilma Rousseff. 
 
Foram essa negação do voto e as chamadas “pautas bomba” que ajudaram a cimentara o caminho do golpe. 
 
A ilegitimidade de um governo Temer vai enfrentar a oposição organizada dos trabalhadores, dos movimentos sociais, dos democratas e progressistas de todo o país. 
 
A normalidade democrática poderá ser recuperada apenas pela derrota do golpe e pelo restabelecimento do governo Dilma Rousseff, com o reforço de sua base social. Ou pela consulta à única fonte da soberania e poder na República – a vontade do eleitor, a única capaz de deslindar a dúvida sobre a legitimidade do governante. O povo deve ser chamado a falar através de um plebiscito onde poderá manifestar sua vontade sobre os rumos do Brasil.

Fonte: Vermelho

Temer exclui do governo agenda de políticas para mulheres


Marcello Casal Jr
Mulheres protestam contra o golpista Temer em frente ao Senado na quarta-feira (11) durante votação do impeachment Mulheres protestam contra o golpista Temer em frente ao Senado na quarta-feira (11) durante votação do impeachment 
A pesquisadora e autora de publicações sobre desigualdade de gênero, Flávia Biroli, afirmou que o descaso do presidente golpista não pensou nem em “manter as aparências”. Para ela, a opção é um recado que diz que “não estamos dispostos a qualquer tipo de aceno às mulheres como sujeitos políticos, como sujeitos de direitos”.

A baixa representatividade das mulheres na política brasileira levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a realizar uma campanha que aumente a participação das mulheres nos parlamentos. 

Mesmo representando mais da metade da população, elas representam 16% da composição do Senado, 10% da Câmara dos Deputados e 11% nas Assembleias Legislativas, de acordo com informações publicados nos respectivos sites.

“No governo Temer, as mulheres voltarão ao lugar que o patriarcado nos reserva: nem presidência, nem ministérios. Retrocesso lamentável”, escreveu no twitter a deputada federal Angela Albino (PCdoB-SC). O PCdoB é proporcionalmente considerado o partido que tem o maior número de deputadas no Congresso Nacional.

Políticas de gênero perdem força

A assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Masra de Abreu, disse que não se surpreendeu com a ausência de mulheres no ministério. “Hoje nem tem ministério. Esse processo da conferência está anulado junto à sociedade civil, tampouco entrará na agenda ou haverá alguma política executada”, enfatizou.

Ela se referiu à 4ª Conferência Nacional de Mulheres, que se encerra nesta quinta-feira (12) e encaminha ao governo as resoluções que servirão de parâmetro para as políticas para mulheres dos próximos anos. “Não vai ter ninguém pra brigar por ele no governo”, completou Masra. Ela informou que a entidade deverá se reunir nesta semana para avaliar os impactos das medidas iniciais do governo.

Disposição extra para a luta

“Temos certeza que com este governo patriarcal, conservador e fundamentalista teremos que ter uma disposição de luta ainda maior naqueles espaços que ainda podemos conquistar e tornar realidade o que conquistamos”, avaliou Lúcia Rincón, presidenta da União Brasileira de Mulheres e integrante do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres.
 
O descompromisso com as políticas para mulheres era previsível no governo ilegítimo de Temer, disse Lúcia. “Não houve nenhuma surpresa porque era exatamente o que se esperava dessa articulação de traidores, formada por ricos, brancos, héteros e que coloca em prática toda uma tradição de negar a diversidade do povo, que um projeto popular vinha buscando atender e resgatar para a cidadania e a emancipação”.

Ministério do passado

“O que se pode esperar de um ministério que tem como ministro o ex-secretário de segurança pública do Alckmin e que também foi advogado do PCC”, questionou Masra. A secretaria das mulheres deverá ser incorporada ao Ministério da Justiça e Cidadania, recuperando o nome utilizado no período do governo de Fernando Henrique Cardoso. O titular é o tucano Alexandre Moraes.
 
Ele autorizou o ataque da Polícia Militar de São Paulo a manifestantes do passe livre em janeiro desde ano na avenida paulista. Considerado pelos manifestantes“um banho de sangue”, a ação da PM resultou em pelo menos 28 pessoas com ferimentos graves. Em coletiva no dia seguinte, Alexandre Moraes disse que a ação “só teve elogio”.
 


Do Portal Vermelho

Depois de dividir o país, Temer agora pede união e prega menos estado


  
Após empossar seus auxiliares, Temer ressaltou a necessidade de recuperar da economia. De acordo com ele, é “urgente” fazer um governo de “salvação nacional”. Diferente do governo de “notáveis” que havia anunciado, o ministério do peemedebista reúnehomens brancos, ricos, em sua maioria políticos, e indiciados na Lava Jato. 

Alçado ao poder em um processo qualificado como um golpe por grande parte de população brasileira e mesmo pela mídia estrangeira, Temer destacou a “vitalidade da democracia” no país. E pediu confiança aos brasileiros.

"Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente, na vitalidade de nossa democracia, na recuperação da economia, nos potenciais do nosso país, nas instituições sociais e políticas e na capacidade de que, unidos, poderemos enfrentar os desafios deste momento que é de grande dificuldade", disse.

Embora a plataforma discutida até então para seu governo penalize a maior parte da população brasileira, o presidente ilegítimo quer a contribuição do povo para “tirar” o país da recessão. “O povo brasileiro há de prestar sua colaboração para tirar o país dessa grave crise em que nos encontramos. O diálogo é o primeiro passo para enfrentarmos desafios para avançar e garantir retomada do crescimento", afirmou.

Temer então procurou afastar a ideia, registrada no documento Ponte para o Futuro – apresentado por seu partido - de que promoverá a retirada de direitos sociais. "Tenho compromisso com reformas, mas quero fazer uma observação. Nenhuma das reformas alterará os direitos adquiridos pelos cidadãos brasileiros”, declarou, diante das câmeras.

Contraditoriamente, citou as reformas trabalhista e previdenciária como “fundamentais” para o país. Reconhecendo que trata-se de uma pauta “controvertida”, disse que o processo de debate será “balizado de um lado pelo diálogo e do outro pela conjugação de esforços”. Para viabilizar tais projetos, em tramitação no Congresso Nacional, Temer pregou que Executivo e Legislativo precisam trabalhar em harmonia.

O peemedebista também se comprometeu a manter programas sociais criados durante as gestões do PT –, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. E recomendou que "empresários dos setores industriais, serviços de agronegócio, trabalhadores, enfim, todas as áreas produtivas se entusiasmem e retomem com segurança seus investimentos".

Ainda falando sobre “entusiasmo”, Temer comentou a animação de seus auxiliares, escolhidos em uma “escandalosa feira de cargos”, nas palavras da senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

"Eu pretendia que essa cerimônia fosse extremamente sóbria e discreta, como convém para o momento. Entretanto, eu vejo entusiasmo dos colegas parlamentares, dos senhores governadores e tenho absoluta convicção que esse entusiasmo deriva da longa convivência que tivemos ao longo do tempo", disse.

Acusado de querer barrar o combate à corrupção e com sete ministros citados na Lava Jato, ele destacou que a operação "tornou-se referência e, como tal, deve ter prosseguimento".

Temer ainda declarou seu "absoluto respeito institucional à senhora Dilma Rousseff", mas o fez destacando que queria "servir de exemplo" e quis demarcar espaço em relação à presidenta, ao afirmar que "não podemos olhar para o presente com os olhos de ontem". Temer não entrou no mérito da recente votação no Senado que a afastou da Presidência da República, sem que ela tenha cometido crime de responsabilidade, mas falou em "importância do respeito às instituições e a observância à liturgia no trato das questões instiuicionais", para ele uma coisa que é preciso recuperar no país.

Menos estado e mais ajuste
O peemedebista também defendeu "equilíbrio das contas públicas". "A primeira medida já está aqui representada, já eliminando vários ministérios da máquina pública", destacou, informando ainda que uma das suas prioridades será cortar gastos e recuperar as finanças do governo – traduzindo: mais ajuste.

Ele apontou ainda para o incentivo às parcerias público-privadas e para a redução do papel do estado na economia. “Sabemos que o estado não pode tudo fazer”, discursou. De acordo com Temer, o governo deverá focar-se apenas em segurança, saúde e educação. "O restante terá de ser compartilhado com a iniciativa privada, aqui entendida como a conjugação de trabalhadores e empresários", disse Temer. O peemedebista também propôs uma revisão do pacto federativo, que dê maior autonomia a estados e municípios.

Em um país em que o estado é laico, ele encerrou seu discurso afirmando que, "fundado num critério de alta religiosidade", quer fazer no Brasil um "ato religioso", no que foi acompanhado por um coro de "Amém" dos que o cercavam.


Do Portal Vermelho, com agências

quinta-feira, 12 de maio de 2016

DILMA SE MANIFESTA NO FACEBOOK: É GOLPE!

“Quanto mais uma palavra se aproxima da realidade que se quer esconder, maior o incomodo que seu uso traz”; com esta frase, a presidente Dilma Rousseff se manifestou pelo Facebook contra o golpe votado pela Senado na manhã desta quinta-feira; “o ministro José Eduardo Cardozo, da AGU Advocacia-Geral da União, lembrou que se está usando pretextos jurídicos para tirar do poder uma presidente legitimamente eleita do poder em uma injustiça histórica”, postou ela; 'ele destacou que se está cometendo uma injustiça histórica, em que procedimentos, como o direito de defesa, são usados para oferecer legitimidade a um processo que rasga a Constituição', destacou em outra postagem

247 - “Quanto mais uma palavra se aproxima da realidade que se quer esconder, maior o incomodo que seu uso traz”. Com esta frase, presidente Dilma Rousseff se manifestou pelo Facebook contra o golpe votado pela Senado na manhã desta quinta-feira.
“O ministro José Eduardo Cardozo, da AGU Advocacia-Geral da União, lembrou que se está usando pretextos jurídicos para tirar do poder uma presidente legitimamente eleita do poder em uma injustiça histórica”, acrescentou ela.
"Sem conseguir apontar o crime cometido, o Senado Federal decidiu afastar a presidenta Dilma e prosseguir com o impeachment. O ministro José Eduardo Cardozo, da AGU Advocacia-Geral da União, destacou que se está cometendo uma injustiça histórica, em que procedimentos, como o direito de defesa, são usados para oferecer legitimidade a um processo que rasga a Constituição", apontou mais uma publicação da pagina da presidente na rede social (leia aqui).
Por 55 votos a 22, Dilma foi afastada por 180 dias e o vice Michel Temer ocupou a presidência.
Fonte: Brasil 247

Chico Lopes: Senado golpeou o Brasil e a democracia


Roberto Stuckert
  
A avaliação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), que vivenciou o golpe de 1964 e registra o lamento de voltar a ver um golpe no Brasil, em pleno ano de 2016, com a Constituição sendo ignorada e com uma decisão política, mesmo diante da total inconsistência jurídica do processo levado a termo para legitimar a tomada do poder de forma golpista.

"Não há crime de responsabilidade, e o que foi feito tem nome: golpe! O povo sabe que Dilma é uma mulher honesta, que não responde a nenhum crime, que está sendo penalizada por ter perdido a maioria no Congresso. Como se vivêssemos em um regime parlamentarista, e não no presidencialismo, em que os votos de 54 milhões de brasileiros deveriam ser respeitados", aponta Chico Lopes.

"Ficou muito claro que o que o Senado fez às 6h33 desta triste quinta-feira, 12/5, após quase 24 horas de uma sessão que varou a madrugada e amanheceu o dia para obedecer ao calendário do golpe, foi rasgar a Constituição, admitir que não importa o Direito, não importa a razão, não importa a justiça: basta ter um pretexto - e um pretexto ruim, que o povo rejeita totalmente - para que as forças conservadoras interessadas em tomar o poder consigam afastar uma presidenta democraticamente eleita e cassar os votos do povo brasileiro", destaca o deputado.

"Estamos diante de um golpe, que já passou à história como uma comprovação da fragilidade da democracia brasileira e de que vivemos em um país conservador, em que a elite, quando vê que pode tomar o poder, não espera por eleição, não respeita voto popular, desconhece Justiça, lei, Constituição, regimento da Câmara e do Senado. Desconhece limites para a desfaçatez, o cinismo, a falta de vergonha na cara de quem não tem coragem de assumir o nome da coisa, assumir que, apoiando esse processo, estão cometendo um golpe. E quem comete ou apoia golpe tem nome: golpista!".

O deputado destaca que em 1964 e 1968 também houve tentativas de dar aparência de legalidade ao golpe que iniciou a ditadura civil-militar e ao endurecimento do regime, o "golpe dentro do golpe". "Também naquela época se tentou dar um verniz de legalidade ao golpe, dizer que era para o bem do povo, para preservar a lei e a ordem, para restituir rapidamente a democracia. Sabemos como essa história terminou: com mortes, assassinatos, tortura, desaparecimentos, regime policialesco, perseguição, com 21 anos de atraso e vergonha para o Brasil".

Resistência popular

Para Chico Lopes, o momento é de seguir lutando pelo respeito ao voto popular, pela defesa dos 54 milhões de brasileiros que saíram de casa para votar expressando sua vontade, contra os avanços das forças conservadoras.

"Precisamos estar ainda mais atentos na luta pelo restabelecimento da democracia. Temos um período de até 180 dias em que as forças progressistas seguirão denunciando o golpe, denunciando a ilegitimidade do governo do conspirador Michel Temer. E temos condições de reverter essa quebra institucional, com 28 votos no Senado na votação final, para que nosso País não venha a ser definitivamente conhecido no mundo como cenário de um golpe em pleno 2016, como república que não respeita seus cidadãos, suas instituições, sua Constituição. É hora de consciência e luta". 


 De Fortaleza - Vermelho - Dalwton Moura

Dilma discursará contra o "golpe" antes de deixar o Planalto


 Dilma deixará o Palácio do Planalto reafirmando que é vítima de um golpe Dilma deixará o Palácio do Planalto reafirmando que é vítima de um golpe
O Palácio do Planalto realizará uma cerimônia no gabinete presidencial, no terceiro andar do prédio, onde a presidenta Dilma receberá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, autoridades e personalidades aliadas para assinar a notificação, que será entregue pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, senador Vicentinho Alves (PR-TO).

Do lado de fora do palácio, movimentos sociais que apoiam o governo farão nova manifestação contra o impeachment.

Antes de deixar o Palácio do Planalto, seu local de trabalho, Dilma fará uma declaração à imprensa, prevista para as 10h. No mesmo horário, um vídeo gravado pela presidenta será divulgado nas redes sociais da Presidência da República.

Em seguida, Dilma sairá do Palácio do Planalto pela porta principal do prédio, no térreo, sem usar a rampa. Fora do edifício, a presidenta fará um discurso reafirmando que tem sido vítima de um golpe, como tem feito nas últimas semanas. Neste momento, Dilma poderá se aproximar das grades que cercam o prédio para ser acolhida e abraçada pelos manifestantes que forem ao local prestar apoio a ela.

Após os atos, a presidenta seguirá, de carro, até o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, a poucos quilômetros do Planalto, onde vai permanecer durante os 180 dias em que deve ficar afastada.


Fonte: Agência Brasil via Vermelho

Ilegítimas, reformas da agenda Temer aprofundam recessão


"Altrerar um pacto social sem a sociedade é muito problemático e vai ter reflexos políticos, evidentemente. E vai ter resistência social e vai aprofundar a crise que a gente está vivendo", opina. Confira no vídeo abaixo:




Do Portal Vermelho

Belluzzo: Governo Temer é ilegítimo e retrocesso custará caro


  
“Estamos entrando em período no qual vamos ser governados por um governo ilegítimo. Para mim, não tem legitimidade nenhuma. Acho até que se os cidadãos quisessem, se não concordassem, param de pagar imposto, porque o governo não é legítimo, ele é usurpado”, disse o economista, em entrevista por telefone ao Portal Vermelho, nesta quarta-feira (11).

No dia em que o Senado vota a admissibilidade do pedido de impeachment, Belluzzo pediu desculpas à reportagem pela “dureza” das declarações. E reforçou: “Se aqui houvesse coragem para a desobediência civil... Eu, por exemplo, não vou mais pagar imposto, porque acho que o governo é ilegítimo, não tem a chancela da soberania popular. Não é possível, é ilegítimo”, afirmou.

Questionado sobre os impactos dessa ruptura na economia, ele declarou que ainda é cedo para fazer análises, uma vez que nem o próprio Temer saberia ainda que medidas tomar – “Uma hora diz uma coisa, outra hora diz outra”, opina. Belluzzo, contudo, previu um período de grandes dificuldades para o país.

“Isso é uma trapalhada. (...) Pode ter um período de graça, que vai ser seguido de uma sucessão de períodos de turbulência, de inquietação. Essa interrupção de um governo democrático é muito grave. Como você acha que a economia vai ficar bem se as pessoas estarão inquietas? O negócio da legitimidade é seríssimo”, defendeu.

De acordo com o professor, Michel Temer deverá implementar uma série de reformas “desagradáveis” e antipopulares, como a trabalhista, a previdenciária e tributária. “Vejo período de enorme confusão no futuro (...). Ele vai ter que passar as reformas e vai ter muita oposição, não falo nem do Congresso, mas de uma parte da população que será atingida. Isso é muito grave”, avalia.

O economista destacou que as “medidas dolorosas” a serem implementadas vão prejudicar o povo. “Sempre que eles falam que vão ter que tomar medidas duras são contra quem? A sociedade é formada de interesses contrapostos, que precisam ser mediados, negociados e o que eles estão fazendo é romper com as regras. Essa é a questão central. O efeito sobre a economia pode ser até favorável no início, mas depois vai começar a aparecer essa insuperável realidade, que é a da não convergência dos interesses”, disse, defendendo que tal convergência só é possível na “negociação democrática e através de instituições legítimas”.

Segundo Belluzzo, “a reputação do Brasil está muito rebaixada” diante do atropelo à democracia. “Não é bom o que isso que está acontecendo. Vai nos custar muito caro. É um retrocesso grave. A gente achou que a democracia estava consolidada que ia avançar, mas é uma ilusão, como disse um amigo meu. Não está”, lamentou.

Prevendo um cenário de “agudização da luta social”, ele teceu críticas ainda à proposta de desvinculação dos gastos constitucionais com Saúde e Educação – algo que integra a plataforma do PMDB, Ponte para o Futuro, e tem sido apontado como uma das ações para um provável governo Temer.

“O que vai acontecer? Conhecendo o Congresso como ele é, isso vai virar emenda parlamentar. Vão passar a mão no dinheiro [da desvinculação]. Só um bobo acha que vão desvincular para melhorar a qualidade do gasto. Até porque não tem mais dinheiro para campanha eleitoral. Vai ser uma ponte aqui, um buraco ali, tudo com o dinheiro da Saúde e da Educação”, condenou.


 Do Portal Vermelho

Vanessa Grazziotin: "Povo não aceitará presidente biônico"


  
De acordo com a parlamentar, o Senado, que teria por obrigação defender a democracia, transforma-se em “um colégio eleitoral de exceção, cujo objetivo é retirar a presidente legitimamente eleita e colocar em seu lugar um presidente sem voto”.

Ao apontar que não há argumentos que justifiquem o afastamento da presidenta, Vanessa destacou que está em curso, sim, um “golpe de Estado”, tão grave quanto o de 1964. “Fala-se de tudo, da crise econômica, corrupção, mas não falam do crime. Por quê? Porque crime não há”, disse.

“Caso este plenário aprove a instauração do processo, estaremos diante de uma das maiores afrontas perpetradas à Constituição Brasileira, uma das maiores fraudes ao Estado Democrático de Direito, um verdadeiro golpe parlamentar, destinado a atender a interesses pouco republicanos de uma elite inconformada com o resultado das urnas em 2014”, declarou.

Vanessa destacou outro momento histórico em que o Senado se posicionou de forma equivocada. “Temos viva em nossa memória a figura do senador Auro de Moura Andrade, que declarou vaga a cadeira de Presidente da República, enquanto tínhamos o presidente João Goulart em território nacional”, resgatou.

De acordo com ela, “muitos acreditam que o sabor da aprovação popular momentânea pode suplantar o império da lei, mas saibam que jamais suplantará o julgamento da história (...) Fora do princípio do Estado Democrático de Direito nos restará somente o arbítrio, a intolerância e a insegurança institucional”, advertiu.

Segundo ela, o impeachment é apenas um pretexto para que o Estado brasileiro abandone as políticas sociais e volte “aos tempos do neoliberalismo onde o patrimônio público e as empresas públicas eram vendidas a preços imorais, onde os direitos dos trabalhadores eram subtraídos e usurpados”.

A deputada avaliou ainda que trata-se de um artifício para que se “restabeleçam as políticas de apartheid social tão bem descritas no documento Ponte para o Futuro. Uma versão contemporânea do Ame-o ou Deixe-o, que contempla as propostas de Governo de Michel Temer”.

Para a parlamentar, os que não ganharam no voto, nas eleições de 2014, tentam tomar o poder a qualquer custo, “aproveitando-se do momento de fragilidade do país, da dificuldade na economia, das revelações de atos de corrupção”. Mas, para Vanessa, “que eles querem é também acabar com a Lava Jato”.

Pedindo uma reflexão dos senadores antes da votação, a parlamentar lembrou que os colegas deveriam se posicionar não por questões políticas, mas com base na análise dos fatos apontados na denúncia contra Dilma, que qualifica como “frágil e ilegítima”. E defendeu a rejeição do processo.

“Há em curso a tentativa espúria de retirada de uma presidenta honesta, proba, legitimamente eleita, por questiúnculas contábeis que sequer caracterizam ilícitos fiscais, ou seja, está em curso não um processo de impeachment, mas um GOLPE”, concluiu.

De acordo com Vanessa, cassar um mandato dado pelo povo, "outorgando a um vice-presidente por meio de um processo ilegítimo e repleto de vícios, certamente vai provocar uma fratura na democracia e na sociedade brasileira".

A senadora disse ainda que ela e seu partido enfrentarão “de cabeça erguida todas as dificuldades vindouras. Não temos receio. Temos a certeza de que estamos do lado certo da história”.

Leia abaixo a íntegra:

Senhor Presidente,

Senhoras Senadoras e Senhores Senadores,

A falta de Justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo o nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.

Esta frase, que acabo de reproduzir, foi dita por Rui Barbosa nesta casa em 1914 e permanece atual até os nossos dias.

O Senado da República, cujo patrono tanto nos orgulha, está prestes a cometer nesta noite uma grande injustiça com a história e principalmente com o povo brasileiro!

Não podemos ser justos sem trilharmos o caminho da verdade. E a verdade que se avizinha, é a aventura política, o personalismo em excesso, a ambição partidária desmedida e sem limites, que subverte a nobreza da própria política.

Hoje a nação inteira aguarda a manifestação desta Casa sobre o afastamento ou não da Presidenta da República, cuja denúncia, frágil e manifestamente ilegítima, acusa-a de práticas de ilícitos de natureza administrativo-penal, práticas essas adotadas pelos ex-presidentes Lula e FHC, assim como grande por parte dos governadores, sem que nenhum tivesse recebido qualquer reprimenda dos Tribunais de Contas.

Dilma Vana Rousseff, torturada, julgada e condenada por um tribunal de exceção ditatorial. Quis o destino que os ventos da democracia a transformasse na primeira mulher Presidente da República do Brasil.

Hoje, esta destemida e combativa Presidenta Dilma Rousseff é novamente submetida a julgamento, desta vez em um colegiado que teria por obrigação defender o substrato da sua própria existência – a democracia -, mas que se revela a um só tempo, desprovido da necessária serenidade e tomado por uma maioria de ocasião, transformando-se , portanto, num colégio eleitoral de excessão, cujo objetivo é retirar a presidente legitimamente eleita e colocar em seu lugar um presidente sem voto.

Vimos e ouvimos, aqui no desfile dos pronunciamentos que se seguem, Senhoras e Senhores Senadores tentando justificar suas posições a favor do afastamento da presidenta da República. Fala-se de tudo, da crise econômica, corrupção, mas não falam do crime. Por quê? Porque crime não há.

Pois bem, é essa peça, contaminada pelo ódio e desprovida dos mais elementares fundamentos jurídicos, o que analisamos esta noite.

E digo, Senhoras e Senhores Senadores, que após extenuantes reuniões de mais de 10 horas, sai da comissão do impeachment mais convencida do que entrei: o impeachment, sem a fundamentação jurídica que lhe dá legitimidade, É GOLPE!

Valho-me de um saudoso tribuno, de suas sábias palavras em um momento igualmente trágico de nossa história republicana:

“É a própria debilidade da tese, é o próprio absurdo da pretensão que lhes anula os argumentos, lhes minimiza a presunção que lhes condicionam a formulação jurídica”.

Estas foram as palavras do então deputado Mário Covas ao defender que a Câmara dos Deputados não se dobrasse ao peso e à força do arbítrio em 12 de dezembro de 1968, na véspera da decretação do famigerado AI-5

Covas, então líder da oposição, sabia que a recusa ao irrefreável apetite autoritário do governo militar traria consequências políticas a ele e ao país. Mas ele corajosamente teve brios para enfrentar a sanha daqueles insaciáveis de poder, que sepultavam a esperança de um país livre e democrático.

Muitos acreditam que o sabor da aprovação popular momentânea pode suplantar o império da lei, mas saibam que jamais suplantará o julgamento da história.

Senhoras e Senhores Senadores, fora o princípio do Estado Democrático de Direito nos restará somente o arbítrio, a intolerância e a insegurança institucional.

Como bem destacou o professor Geraldo Luiz Prado, ao citar o importante pensador brasileiro Nilo Batista, “nesse tipo de situação em que o processo é mero ritual, em que questões podem estar previamente definidas, a acusação é só pretexto”.

Senão vejamos: a denúncia que resultou na autorização da Câmara dos Deputados para processar e julgar a Presidenta da República por impeachment é um corolário de impressões, convicções e opiniões políticas.

Tanto ali quanto no relatório do senador Anastasia, falta a subsunção dos fatos aos elementos jurídicos, de que resultem, sem qualquer dúvida, a ocorrência de crimes de responsabilidade, na forma descrita na Constituição de 1988 e na lei 1079/50.
Caso este plenário aprove a instauração do processo, estaremos diante de uma das maiores afrontas perpetradas à Constituição Brasileira, uma das maiores fraudes ao Estado Democrático de Direito, um verdadeiro golpe parlamentar, destinado a atender a interesses pouco republicanos de uma elite inconformada com o resultado das urnas em 2014.

Temos viva em nossa memória a figura do senador Auro de Moura Andrade, que declarou vaga a cadeira de Presidente da República, enquanto tínhamos o presidente João Goulart em território nacional.

Sua atuação naquela triste noite de 1º de abril de 1964, não só ofendeu sua memória como manchou a história deste Senado, redundando em 21 anos de ditadura.

A nossa responsabilidade é avaliar se as denúncias elencadas se lastreiam ou não na realidade e no nosso ordenamento jurídico.

Temos que decidir se este parecer, oriundo de um processo viciado desde a origem, nascido a partir de uma denúncia encomendada pelo PSDB, que pagou 45 mil reais, assinado por advogados e membros do PSDB e aqui no Senado relatado por um senador do mesmo partido, o PSDB. Portanto, além da ilegitimidade que é patente, não há os indícios mínimos do cometimento de crimes de responsabilidade pela Presidenta da República.

Após me debruçar com atenção e afinco sobre a denúncia, a defesa e o relatório, não tenho dúvidas: NÃO HÁ CRIME DE RESPONSABILIDADE.


Senão vejamos:

1. Pedaladas Fiscais (Plano Safra, Lei 1992, MF e MA sem participação da PR.

• nova figura jurídica – contrato de prestação de serviço = operação de crédito.

2. 4 Decretos de suplementação orçamentária

• não alteraram metas

• nova figura jurídica - metas não são anuais, são bimestrais ou quadrimestrais.

Um relatório tão frágil e inconsistente, que os próprios juristas citados vieram a público contestar seu conteúdo, destacando que o relator publicou de forma deturpada as suas citações aos comentários ao art. 85 da Constituição.

Os juristas Lenio Streck, Marcelo Cattoni de Oliveira e Alexandre Bahia destacam: “O que se faz, ao fim e ao cabo, revela, justamente o que nós, e os demais autores aqui citados, temos dito desde o início: trata-se de uma flagrante inconstitucionalidade que sacrifica o caráter jurídico-político, portanto, constitucional, do instituto do impeachment para reduzi-lo apenas à vontade de uma maioria tardiamente formada”.
Avançar nesse processo, com a evidente falta de respaldo jurídico é sem dúvida alguma, um golpe de Estado, tão grave quanto aquele experimentado em 1964.

E para a realização desse objetivo pouco importam os argumentos e se eles encontram respaldo na realidade. Este arremedo de processo que começa nesta noite é um mero ritual.

É um pretexto para que o Estado brasileiro abandone as políticas sociais e volte aos tempos do neoliberalismo onde o patrimônio público e as empresas públicas eram vendidas a preços imorais, onde os direitos dos trabalhadores eram subtraídos e usurpados.

Um pretexto para que se restabeleçam as políticas de apartheid social tão bem descritas no documento “Ponte para o Futuro”. Uma versão contemporânea do Ame-o ou Deixe-o, que contempla as propostas de Governo de Michel Temer.

Apesar do incômodo que causa a tantos aqui presentes, não há outro nome a denominar o que pode ser feito esta noite. Tentar escamotear ou mudar o nome, não muda a ação.

A imprensa internacional já percebeu do que se trata.

Há em curso a tentativa espúria de retirada de uma Presidenta honesta, proba, legitimamente eleita, por questiúnculas contábeis que sequer caracterizam ilícitos fiscais, ou seja, está em curso não um processo de impeachment, mas um GOLPE.

Tentativa essa em curso desde o fim das eleições de 2014. Não ganharam no voto mas seguiram seu propósito de tomar o poder a qualquer custo, aproveitando-se do momento de fragilidade do país, da dificuldade na economia, das revelações de atos de corrupção para tirar a presidenta Dilma. Espalham mentiras e vendem ilusões de que tudo é culpa da presidenta e sua saída vai melhorar a situação do país.

Quanta hipocrisia, quanta mentira! O que eles querem é também acabar com a Lava Jato.

O Senado deve assumir, nesse momento extremamente delicado para a democracia, sua missão histórica de Casa Legislativa da moderação e do equilíbrio e se negar a admitir a tramitação da Denúncia nº 1, de 2016, evitando-se assim uma ruptura institucional e o desrespeito à soberania popular.

A aprovação deste relatório significará a abertura de precedente gravíssimo.

Cassar um mandato dado pelo povo, outorgando a um Vice-Presidente por meio de um processo ilegítimo e repleto de vícios, certamente vai provocar uma fratura na democracia e na sociedade brasileira.

O povo não aceitará um presidente ilegítimo, um presidente biônico. Temo que haverá uma ampla resistência popular e a inconcebível divisão do país.

Gostaria de fazer um último apelo aos Senhores e Senhoras Senadores e Senadoras. Nestas horas que nos separam da votação, recolham-se alguns minutos, reflitam em silêncio e busquem olhar para além dessa disputa fraticida em que estamos envolvidos.

É possível que o dia de hoje seja o mais importante da trajetória política de todos os que estão aqui.

Ele estará nos livros de história de nossos netos e bisnetos. Pensem bem: de que lado vossas excelências irão ficar? Ao lado dos que defendem a soberania popular ou ao lado dos que menosprezam o voto e o sufrágio!

Senhoras e Senhores Senadores, reafirmo meu compromisso inalienável com a democracia e com a defesa intransigente dos direitos de nosso povo.

Não voto apenas por lealdade a um governo que ajudamos a construir, com todos os seus acertos e seus erros, mas que sem dúvida é um governo que sempre procurou colocar os direitos do povo no centro das políticas públicas.

Voto por compromisso com o novo projeto de Brasil que construímos ao longo dos últimos 13 anos, a favor dos mais pobres, das regiões menos desenvolvidas, a favor da Zona Franca de Manaus, da nossa Amazônia, do meu Amazonas.

Antes dos governos Lula e Dilma a situação econômica no nosso Estado era de penúria. A mão-de-obra nas indústrias locais chegava ao patamar mais baixo: apenas 30 mil empregos contra a média atual de 100 mil. Os incentivos fiscais eram reduzidos periodicamente e apesar do apelo de todos não conseguimos prorrogar nosso modelo e que só veio com Lula e Dilma quando garantiram a prorrogação por mais 50 anos da Zona Franca. Avançamos na exploração do gás natural, em programas importantes como o Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todos, Bolsa Família, Mais Médicos, a melhoria da qualidade de vida dos ribeirinhos, dos extrativistas, o respeito aos povos indígenas.

A Universidade Pública e os Institutos Tecnológicos avançam cada vez mais para o interior do meu Amazonas: Coari, Parintins, Itacoatiara, Benjamin Constant, Humaitá, Eirunepé, Maués, Tabatinga, Tefé, Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira, entre tantos outros.

Tudo isso está em risco, pois existe a disposição desses que se arvoram ao poder de cassar todas essas conquistas.

Iremos enfrentar de cabeça erguida todas as dificuldades vindouras. Não temos receio. Temos a certeza de que estamos do lado certo da história.

As palavras do hino do Amazonas nos servem para ilustrar nossa disposição e nossa capacidade de luta:
“Amazonas de bravos que doam
Sem orgulho, nem falsa nobreza
Aos que sonham, teu canto de lenda
Aos que lutam, mais vida e riqueza!”.

E por fim, quero aqui ler uma mensagem que recebi hoje do Orlando Silva que sei não é só para mim, mas serve para todos nós, parlamentares e militantes do PCdoB que estão nas ruas defendendo a democracia, dizendo não ao retrocesso ao lado do povo brasileiro:

"Camarada Vanessa Grazziotin,

Hoje será um dia duro, difícil.

Você foi brava nos embates contra o golpe. Você encheu de orgulho o nosso Partido, e honrou nossa história.

A sua voz no Plenário do Senado Federal será a de milhões de brasileiros que defendem a democracia. A sua voz será de Renato Rabelo, João Amazonas, Luís Carlos Prestes, Astrojildo Pereira.

Você chegará à Tribuna conduzida pela energia dos nossos jovens que ocupam escolas nesse momento, com a força dos trabalhadores da cidade e do campo que constroem o Brasil, com o heroísmo de Mauricio Grabois, Helenira Rezende, Osvaldão e tantos que tombaram no Araguaia.

A história haverá de manter os comunistas no lugar de honra, e devemos isso a militantes como você.
Bom combate, camarada!

Deputado Orlando Silva"

Por Joana Rozowykwiat, do Portal Vermelho

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Protesto em Itabuna contra o golpe


Mobilizados pela Frente Brasil Popular, o dia nacional de mobilizações e paralisações começou a partir das 5 horas da manhã de terça-feira (10), com bloqueio de manifestantes nas principais rodovias de pelo menos nove estados e o Distrito Federal. O protesto contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff será marcado por atos em todo o Brasil, incluindo passeatas, atividades, ocupações de escolas e universidades.

Em Itabuna, os manifestantes paralisaram a BR 101, na altura do km 502, no sentido Porto Seguro, por três horas. Com faixas, cartazes e grito de guerra, os manifestantes protestavam não só contra o processo de impeachment como também denunciavam as propostas conservadoras de Michel Temer que agride diretamente os direitos dos trabalhadores.

Após os manifestos, os trabalhadores liberaram a pista e seguiram em caminhada até a Avenida Manoel Chaves, onde houve o encerramento das atividades.

Fonte: Lingua de Fogo

Ao vivo: Assista a sessão do Senado sobre processo de impeachment


  

Mulheres contra o golpe: "Golpistas, machistas, não passarão!"


  

Xico Sá: Tudo a Temer no Brasil


Foto: Evaristo SA/AFP
O vice-presidente Michel Temer de olho na cadeira da presidenta.O vice-presidente Michel Temer de olho na cadeira da presidenta.
O cara, em termos de linguagem, está mais para as doideiras do Maradona e do Carlito Tévez do que para as estatísticas vitoriosas do Messi. Um portenho de uma Buenos Aires periférica, longe da velha ideia europeia que compramos como fetiche borgiano e metalinguístico de los hermanos.

Encontrei com o Cucurto, ainda nesse longo dia que narraremos adiante, vestido em uma camiseta vintage do Sport Club do Recife, no café da manhã —no seu país ele é torcedor do Independiente— e logo o comuniquei que o seu novo time em Pernambuco perdera na noite anterior para o Santa Cruz. Uma moça bonita, conhecedora da sua obra, me confessou: “Culpa minha, sou rubro-negra mais que tudo nessa vida”.

Cucurto, autor do genial Cosa de negros , entre outros livros, esteve aqui com a gente para participar do Clisertão, um congresso literário que acontece anualmente em Petrolina. Fez uma mesa de bate-papo genial com o escritor Marcelino Freire, mediada pela professora de literatura Paula Santana, sobre o lugar da fala, o batismo das coisas e travessias culturais.

É golpe ou não é?
No que agora indagamos, todo mundo junto, com o auxílio genial de outro nordestino que se achega, falo do paraibano Bráulio Tavares (Campina Grande), um cara que consegue nos contar de tudo nesta noite. Das suas traduções do romance noir de Raymond Chandler —meu autor predileto— aos enredos dos cordéis clássicos e às parcerias com Lenine, nosso amigo comum de comunismos d'antanho.

Pelos meus 30 e tantos anos de jornalismo e de traumas históricos, chamo declaradamente de golpe

Agorinha mesmo na beira do São Francisco, o grande rio da unidade nacional brasileira, tomando uma cerva depois de atravessar de Petrolina a Juazeiro, a grande dúvida é uma só: como nomear o que está acontecendo no país. Pelos meus 30 e tantos anos de jornalismo e de traumas históricos, chamo declaradamente de golpe. Que me desculpem, quem sabe não passo de um paranoico benjaminiano.

Não consigo encontrar os atenuantes semânticos, tampouco eufemismos que justifiquem alguma ideia de processo democrático. A maioria dos amigos me acompanham neste batismo de fogo; outros, educadamente, mesmo trabalhando em fábricas de salsicha, dizem que não é bem assim etc.

Creio, e nisso não vejo nenhuma lenda do Curupira, que a ordem democrática foi quebrada pelo tripé tendencioso constituído, sem se ligar na Constituição, por:

1) Avexamentos de juízes de primeiras instâncias e pela demora exagerada dos ministros das instâncias derradeiras, vulgo STF...

Jamais esquecerei o dia em que um repórter entrou de Curitiba, meio sem saber o que tinha de fato nas mãos, para ler o relatório de um grampo fornecido pelo juiz Moro sobre uma conversa de Lula/Dilma. O grampo ao vivo. O grampo sessão da tarde. O primeiro grampo ao vivo da história da TV brasileira. No justo momento em que havia um certo esmorecimento da direitona... Falo do ritmo do noticiário bipolar que temos vivido.

2) Repare no relato de uma mídia que deixou tudo límpido nos seus editoriais clamorosos e repletos de mesóclises... E, óbvio ululante, pelo Cunha delinquente-mor da Câmara, o grifo é do procurador-geral da República, que comandou todo circo de horrores.

As mesóclises, como todo beletrismo —marca das cartas e poemas do próprio Temer— denunciam, amigo Lacan, a repetição da linguagem golpista. Dar-te-ei... Os editoriais e o vice que versa falavam a mesma língua e tramavam a mesma redundante trama. Só a linguagem denuncia e escancara os sentidos. Lacan vale por mil Janôs ou esperas dos Godôs do STF que deixaram o impeachment chegar antes de qualquer crime de responsabilidade da presidenta. Isso é um escândalo? Nada. É apenas o óbvio ignorado.

3) A mídia dos grandes veículos brasileiros chegou tão longe na sua narrativa de tirar Dilma, mulher, do seu posto, que não pode mais voltar atrás. Todo mundo avançou muitas casas, negociatas foram feitas, os patinhos quem-quéns da Fiesp, nada bossa nova, se instalaram de vez na paisagem, o golpe foi dado como consumado. O Brasil mantém seu histórico de rupturas democráticas a todo custo. Dias temerários virão.


*Xico Sá, escritor e jornalista.
Fonte: Vermelho

O golpe, a resistência e o risco de isolamento da esquerda


Foto: Antônio Cruz/ABr
Governo ilegítimo de TemerGoverno ilegítimo de Temer
Esse plano provocará desarranjo social, instabilidade, fragilizará os trabalhadores e os mais pobres. Já sabemos disso. Mas o povo que assiste a tudo, desconfiado, ainda não se deu conta.

Ouço algumas pessoas, ligadas aos movimentos sociais e a partidos de esquerda, dizendo que esse quadro favorece uma reação imediata nas ruas – para deslegitimar Temer. Minha impressão é de que, bem ao contrário, Temer conta com essas ações (fechamento de ruas e estradas, ocupações de prédios públicos e propriedades privadas) para construir a legitimidade de que necessita.

O que quero dizer? Que a narrativa buscada pelo governo Temer será a de que “baderneiros” ligados ao PT buscam obstaculizar a nova “unidade nacional”. As ações de rua da esquerda, quanto mais virulentas forem, mais fornecerão a Temer o álibi de que necessita: “temos um inimigo, uma quadrilha que foi desalojada do poder e que se recusa a aceitar a derrota”. Essa será a narrativa. A Globo e suas sócias minoritárias no oligopólio midiático saberão construir essa narrativa. Já começaram, aliás.

No Judiciário e no aparato de Estado, veremos ações de repressão, intimidação, perseguição. Caminhamos para uma semi-democracia. Ou uma quase-ditadura – no estilo colombiano: as instituições funcionam, mas a esquerda e os movimentos populares organizados são expurgados.

Reparem que o secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Morais, cotado para ser Ministro da Justiça do governo golpista, dá a senha: chamou de “ações guerrilheiras” os protestos desse dia 11 de maio.

Outros exemplos: a Policia Federal deteve um grupo de mulheres pró-Dilma que se dirigia a Brasília porque elas se manifestaram dentro do avião na viagem; e grupos fascistas invadiram escolas ocupadas no Rio para expurgar a esquerda que ousa protestar contra o descalabro da educação fluminense.

Isso é o que nos espera nos próximos meses. Um “choque de ordem”, baseado em abusos de autoridade e fascismo social.

Risco de isolamento
Pensei muito se deveria escrever este texto, porque poderia parecer uma nota de desânimo no momento em que é preciso resistir. Mas sinto-me na obrigação de dizer o que vejo: nos próximos meses, a esquerda e os democratas em geral ficarão minoritários. O maior risco que corremos é o de isolamento social.

A mesma máquina midiática que criou a narrativa (vitoriosa, pelo que vemos) de que uma organização criminosa tomou de assalto o país passará, a partir de agora, a operar em outro diapasão: a “quadrilha” de desordeiros não quer deixar o Brasil seguir seu curso.

Percebam que o 17 de abril (com a infame votação do “em nome da minha família”, “em nome de deus”) foi o dia em que se mostrou – sem véu – a ideologia hoje vitoriosa no Brasil. A ideologia da ordem. E essa narrativa foi meticulosamente construída…

Em março de 2015, no estouro da boiada da direita, vocês se lembram qual era a frase pronta repetida pelos repórteres da Globo ao cobrir as manifestações: “milhares de famílias, em ordem, protestam contra o governo do PT e contra a corrupção.”

Famílias em ordem x corrupção petista. Esse é o resumo da ópera.

O próprio lulismo, como já ressaltado por André Singer, opera dentro da ordem. Amplos setores que votaram em Lula e Dilma são conservadores. Queriam (e querem) melhorias dentro da ordem, até porque a liderança da classe trabalhadora lhes ofereceu esse programa.

Reparem que são relativamente pequenos os grupos que saíram às ruas nos últimos dias (em atos que considero heróicos e necessários) para denunciar o golpe Temer/Cunha/Globo/PSDB. Não há muita gente disposta a enfrentar o golpe na rua em ações “radicais”. Por enquanto, esse é o quadro.

Há setores na esquerda que apostam nessa estratégia: atos fortes, ainda que pequenos, para logo atrair as massas à resistência. Temo que esse tipo de ação esteja em completo desajuste com tudo que significou o lulismo nos últimos 15 anos. E temo que esse tipo de ação possa aprofundar o isolamento social da esquerda e dos movimentos sociais.

Será que a massa trabalhadora compreende essa sintaxe dos pneus queimados e das estradas fechadas?

Estou longe de ter a resposta definitiva.

O que percebo é que MST, CUT e demais centrais sindicais, ao lado de PT e PCdoB, são tudo que Temer e seus operadores da lei e da ordem querem ver nas ruas nos próximos meses. Será fácil carimbar essas manifestações como “desordens”, lançando esse povo no gueto dos “desesperados” e desalojados do poder.

O que não quer dizer, evidentemente, que devam se ausentar das ruas…

O melhor caminho para enfrentar o governo golpista, imagino eu, é apostar em ações descentralizadas, criativas, comandadas por jovens e mulheres. Ações que obriguem Temer e as PMs nos estados a botar seus dentes de fora. Ações pautadas em temas concretos, e que mostrem o que significará na vida prática de cada um esse golpe à democracia.

Teremos que fazer isso e ao mesmo tempo ter energia e muita solidariedade para enfrentar a onda de perseguições, difamações e violência que se abaterá sobre todo o campo popular e democrático.

Serão dias difíceis, como sabemos.

E talvez a maior de todas dificuldades seja: como defender o legado da (centro)esquerda que tivemos até aqui (o lulismo, com suas conquistas e sua sintaxe baseada nos acordos institucionais), ao mesmo tempo em que construímos uma nova esquerda – menos institucional, mais voltada às ruas, às redes e aos movimentos horizontais que pipocam Brasil afora?

Faremos isso tudo em meio a uma grave crise da democracia, com o discurso religioso e policialesco a dominar o cenário.

Qual papel de Dilma? E o de Lula?
Certamente são importantes, assim como o da Frente Brasil Popular e dos partidos e sindicatos. Mas isso tudo Temer e a Globo já botaram na conta. Vão partir pra cima dessa turma já conhecida.

O curinga na manga será a construção de novos movimentos sociais. Populares e de esquerda, mas não necessariamente “petistas”. É daí que poder vir a novidade mais consistente. Contra ela, toda a força e a virulência de Temer e das PM pode se transformar em fraqueza.

Esse é o cenário que vejo.

O Brasil entra num novo ciclo. Temer parece hoje ter pouca força pra se consolidar. Se errarmos muito, ele pode construir sua legitimidade a partir de nossos erros. Mas se o surpreendermos, toda força midiática e judicial não será capaz de evitar a construção (em 6 meses, 2 anos ou 10 anos) de um novo ciclo de esquerda no Brasil.

Haverá resistência! Agora e sempre. De muitas formas.

P.S.: Os golpistas que nos atacam nas ruas e nas redes dizem que estamos desesperados porque “perdemos a boquinha”. Deixem que pensem assim. Não sabem que a maioria dos que lutam do lado de cá está acostumada a travar longas batalhas, com persistência e confiança num futuro mais justo para o Brasil e o Mundo. Esse não é o primeiro governo golpista que vamos enfrentar e derrotar.

*Rodrigo Vianna é jornalista, blogueiro, trabalhou na Rede Globo e atualmente está na Rede Record.

OEA vai consultar Corte Interamericana sobre impeachment


  
Entre as incertezas, o secretário-geral citou o fato de a presidenta Dilma ser acusada de crime ao autorizar decretos que foram corriqueiros em outros governos. “Há argumentações de que [os decretos] haviam sido feito por antecessores por menos dinheiro e tempo. Esta gradualidade não existe em direito, em direito existe a tipificação. Não há gradualidade em roubo, não há uma diferença se é um ou cem. Isso vale para agravante ou atenuante, não quanto à tipificação de delitos”.

Almagro também viu como “problema estrutural” a alta porcentagem de parlamentares envolvidos em investigações de corrupção que estão julgando o processo de impeachment. “Isso gera um problema estrutural de cinismo quanto às decisões que tem que tomar quanto ao impeachment, o que foi visto no caso do presidente da Câmara dos Deputados”.
 

 Fonte: Portal Brasil via Vermelho

Cardozo: Para restaurar direitos, judicializaremos até o fim


  
“Não posso dizer que esta [mandado de segurança protocolado nesta terça] seja a bala de prata, porque há outras questões que podem ser judicializadas a qualquer momento […] Seja hoje, amanhã ou mesmo após a decisão do Senado”, ressaltou o advogado-geral da União.

Nesta terça-feira (10), o governo ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com mandado de segurança, com pedido de liminar, para que seja suspensa, até o julgamento pelo plenário da Corte, a validade da autorização concedida pela Câmara dos Deputados para instauração do processo de impeachment.

"Até onde você vai? Até que eu consiga fazer com que meu direito seja restaurado, que a Constituição seja repeitada, que uma lesão deixe de existir", reafirmou. Segundo ele, a ação ajuizada nesta terça no Supremo não é a última chance do governo de barrar o golpe.

De acordo com o ministro, ainda é possível questionar se houve "justa causa", ou seja, se a presidenta cometeu ou não crime de responsabilidade. Ele também não afastou a possibilidade de parlamentares recorrerem à Corte Interamericana, para reverter a situação.

"O fator que chama mais a atenção é a falta do crime de responsabilidade. Vamos judicializar no momento em que julgarmos oportuno”, reiterou.

Ação

O mandado de segurança impetrado pela AGU nesta terça alega que houve "notório desvio de poder" do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no processo de impeachment.

Cardozo disse que o objetivo do mandado de segurança apresentado ao Supremo é invalidar a autorização dada pela Câmara, por causa dos desvios praticados por Cunha. "O STF, quando acolheu a medida cautelar proposta pelo Ministério Público Federal e afastou Eduardo Cunha do exercício de suas funções, apontou que ele agia com desvio de poder em seu favor. E nós entendemos que todo o processo de impeachment tem essa mesma característica em relação ao senhor Eduardo Cunha", afirmou.

A argumentação de Cardozo é a de que diversos atos foram praticados por Cunha antes e depois da ação cautelar apresentada pelo Procuradoria-Geral da República (PGR) e acolhida pelo STF determinando o afastamento do chefe da Câmara. “Se o presidente Cunha não tivesse agido com desvio de poder, nós não teríamos esse processo [de impeachment]”, disse.

Cardozo defendeu também que ao levar em consideração o fato de o STF ter afastado o ex-presidente da Câmara por todo um modus operandi, o processo de impeachment conduzido pelo parlamentar se encaixaria na mesma situação. "As razões que levaram ao STF a afastá-lo são as mesmas para impetrarmos o mandado de segurança", avaliou.

O ministro-chefe da AGU avaliou que no caso de confirmação do afastamento da presidenta “por pretextos”, a imagem do Brasil será abalada no cenário internacional devido à “fragilidade institucional” do processo.

“Eu confio muito nas instituições do meu País. Mas não posso deixar de reconhecer que, nesse caso, eu tenho um visível processo feito em desconformidade com a Constituição e com o Estado de Direito. E que, caso seja consumado, terei uma ruptura que trará ao Brasil uma visão muito ruim no resto do mundo”, observou.


Fonte: Vermelho