quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Maílson quer privatização da Petrobras, mas admite: Povo não aceitaria

Maílson aderiu ao lobby dos cartéis do petróleo e defende que as riquezas do pré-sal devem ser concedidas à exploração de empresas internacionais

Maílson aderiu ao lobby dos cartéis do petróleo e defende que as riquezas
do pré-sal devem ser concedidas à exploração de empresas internacionais

Em palestra realizada em São Paulo, o ex-ministro da Fazenda no governo Sarney (período de hiperinflação), Maílson da Nóbrega defendeu a privatização da Petrobras, mas admitiu que a população na iria aceitar.


“Cada sociedade tem os seus símbolos, como a BBC no Reino Unido, que também é de controle do governo. Pode demorar para que haja privatização da petrolífera, ou que isso nunca aconteça”, disse.


Segundo ele, antes da descoberta do esquema de corrupção deflagrado pela Polícia Federal, estatal já sofria “diversos problemas” principalmente, disse ele, após o Brasil ter abandonado o regime de concessões e ir para o regime de partilhas no pré-sal. Maílson aderiu ao lobby dos cartéis do petróleo e defende a tese de que as riquezas do pré-sal devem ser concedidas à exploração de empresas internacionais, como Exxon, Shell, Chevron e BP.

“A Petrobras foi vítima de um assalto sistêmico e lhe vai custar muito recuperar o prestígio que desfrutou no mercado de capitais”, disse.

A contradição - para não dizer entreguismo - de Maílson é tão grande que mesmo defendendo a privatização da Petrobras, ele afirma acreditar plenamente na recuperação da Petrobras porque "a estatal tem um quadro de funcionários com engenheiros muito qualificados e também por conta das reservas petrolíferas".

Da redação do Portal Vermelho
Com informações da Agência Estado

Altamiro: Sociedade e governo devem se unir pela reforma da mídia

 
Foto: Richard Silva / PCdoB na Câmara

No final do mês de janeiro, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) voltou a debater as reformas estruturais e democrátricas (política, urbana, mídia, educação, saúde, tributária e agrária) destacando a centralidade e o porquê delas serem tão importantes para o avanço da democracia e o desenvolvimento do país.

Iberê Lopes e Joanne Mota, da Rádio Vermelho


Dentre as reformas, a da mídia está no centro do debate. O jornalista Liderança do PCdoB na Câmara e colaborador daRádio Vermelho, Iberê Lopes, falou com Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, que fez breve reflexão sobre em que pé está essa luta.

Ao falar sobre a guerra midiática contra as forças populares e progressistas, Altamiro Borges lembrou do papel jogado pela mídia conservadora durante as eleições em 2014. "A mídia monopolista, controlada por sete famílias, exacerbou nas eleições. Ela jogou tudo para tentar derrubar a Dilma, mas foi ela quem saiu derrotada".

Ele acrescenta que esse movimento acabou impulsionando uma resposta da presidenta Dilma que, pela primeira vez, falou em regulação econômica para o setor. "Aparentemente, a presidenta Dilma, finalmente, resolveu enfrentar esse debate na sociedade. Então, ela tem falado, insistentemente, na ideia de uma regulação econômica da mídia, isso abre caminho para discutirmos os monopólios. Ela indicou um ministro que está comprometido com essa bandeira há algum tempo", ponderou Altamiro Borges, que também é secretário de Mídia do PCdoB.

Altamiro Borges ainda destacou que o momento se mostra mais favorável para os movimentos que lutam pela regulamentação do setor, já que a presidenta deu sinais que favorecem a luta pela reforma dos meios de comunicação. No entanto, destacou que sem a mobilização e pressão da sociedade, essa pauta não conseguirá avançar.



Ouça a íntegra da entrevista na Rádio Vermelho...

Grécia investigará grandes fortunas depositadas no exterior

 
Reuters

O departamento de polícia de delitos econômicos e a Secretaria Geral de Rendimentos Públicos da Grécia anunciaram, ontem, terça-feira (3), o início de uma investigação sobre as remessas enviadas ao exterior por pessoas individuais e jurídicas residentes no país.

A vice-ministra de Finanças, Nadia Valavani, pediu aos organismos encarregados de investigar fraudes fiscais que examinem os contribuintes que durante os últimos anos realizaram grandes depósitos no exterior e que não estejam estejam justificados de acordo com suas declarações de impostos.

Os estudos preliminares detectaram 54 mil contribuintes gregos que de 2009 a 2011 transferiram aos bancos estrangeiros depósitos de mais de 22 bilhões de euros, aos que se somaram aqueles que nos últimos dois meses tenham realizado remessas superiores a um milhão.

Segundo os dados do Ministério de Finanças, entre 9 de dezembro de 2014 e 23 de janeiro passado, dois dias antes do partido esquerdista Syriza ganhar as eleições legislativas, a fuga de capitais atingiu a cifra de 15 bilhões de euros.

Além disso, a Secretaria-Geral de Rendimentos Públicos informou sobre a realização de controles nos movimentos bancários dos altos funcionários que abandonaram seus postos depois da mudança de governo ocorrido na semana passada.

Esta verificação detectou também que durante os últimos anos 5.260 servidores públicos enviaram a contas nas estrangeiro quantidades maiores de 100 mil euros, um total acumulado de 1,45 bilhão de euros.

Daqueles, 4.845 permanecem sob controle do organismo auditor enquanto os 415 restantes já foram investigados e em breve os resultados serão divulgados.

Por outra parte, o ministro de Economia alemão, Sigmar Gabriel, assegurou que a União Europeia poderia ajudar a Grécia em sua luta contra a evasão fiscal através do congelamento de ativos dos sonegadores que vivem em países comunitários.

Fonte: Prensa Latina via Vermelho

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Bradesco é condenado a indenizar por demitir empregado com câncer

O Bradesco deverá pagar indenização de R$ 150 mil, por danos morais, aos herdeiros de um gerente que foi demitido de forma discriminatória após ser diagnosticado com câncer no intestino, e que veio a morrer durante o trâmite do processo judicial. A decisão é da 3ª Turma de desembargadores do TRT-PR, da qual cabe recurso.
O empregado foi contratado em 1986 para exercer a função de escriturário. Em 2010, já ocupando a função de gerente geral, foi transferido para uma agência de Londrina, último município em que trabalhou. Em 2012, recebeu o diagnóstico de câncer no intestino. Seis meses depois, foi dispensado pelo banco.
Acionada judicialmente, a instituição bancária alegou que não sabia que o autor sofria da doença e ressaltou que o câncer não tinha relação com o trabalho. Defendeu ainda o direito "potestativo" do empregador, que dá à empresa autonomia de dispensar um empregado, com o pagamento das respectivas verbas rescisórias.
O juiz Alexandre Augusto Campana Pinheiro, da 5ª Vara do Trabalho de Londrina, ouviu das testemunhas que os funcionários do banco não entendiam o porquê da demissão depois de três décadas de contrato de trabalho. O magistrado verificou não ser crível que o banco ignorasse a doença, já que havia muitos comentários sobre o grave estado de saúde do gerente, que começou a apresentar mudanças fisiológicas causadas pelo câncer, como a perda de cerca de 60 quilos (passou a pesar 65 quilos), além de alterações psíquicas causadas pela moléstia.
Ainda que não haja norma específica que impeça o empregador de despedir o funcionário doente, o juiz considerou que houve dispensa discriminatória, com base nos princípios da dignidade da pessoa humana e da função social do contrato, previstos na Constituição Federal.
O juiz determinou a reintegração do trabalhador, após a alta médica, e condenou a empresa a indenização por danos morais no valor de R$150 mil. A instituição bancária contestou a decisão. Poucos dias após o recurso ser encaminhado à segunda instância, o trabalhador faleceu.
O processo foi submetido à 3ª Turma do TRT-PR, que manteve a decisão de primeiro grau.
A reintegração foi convertida em indenização referente aos salários do período compreendido entre a data da dispensa e a morte. O pagamento das indenizações será revertido aos herdeiros do trabalhador.
A relatora do acórdão, desembargadora Thereza Cristina Gosdal, disse que o direito potestativo do empregador deve ser relativizado, uma vez que a garantia de manutenção do emprego não está ligada meramente às hipóteses de estabilidade previstas em lei, mas sim à preservação da dignidade do trabalhador, em concretização "aos princípios constitucionais que regem o ordenamento jurídico vigente".
Em sua fundamentação, a desembargadora citou a Declaração da OIT Relativa aos Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, de 1998. A Declaração "reafirma a importância de algumas de suas Convenções como sendo indispensáveis na concretização do trabalho decente, dentre as quais está a que trata da eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação".
"A discriminação do empregado que adoece, mesmo quando a doença não está relacionada ao trabalho, não é compatível com o trabalho decente", afirmou.
Fonte: TRT-PR via Feeb-Ba-Se

Petrobras: Sair da crise com forças revitalizadas

Haroldo Lima *

No ambiente embaçado que nessas horas se forma, correntes procuram aproveitar a oportunidade para agitar bandeiras enfraquecedoras da Petrobras, como o fim da partilha da produção no pré-sal e, "se couber", a própria privatização da companhia.


Foi muito positivo a Petrobras ter encerrado o ano de 2014 com dois feitos retumbantes: no dia 16 de dezembro, na província do pré-sal, chegou a extrair 700 mil bep, um recorde e, cinco dias depois, em 21 de dezembro, outro recorde, o da produção diária de 2,3 milhões de bep. A grande estatal mostrava, pela ação de seus 80 mil petroleiros, que não se deixou alquebrar pela sanha das quadrilhas que a saqueavam.

O desmonte do esquema corrupto que operava na Petrobras deve ser completo, identificando responsáveis e punindo, de forma exemplar, os que agiam dentro da Petrobras e fora dela, nas 23 empresas apontadas como vinculadas ao esquema. Segundo um dos delatores, o esquema desbaratado funcionava há quinze anos, por isso que tem de ser vasculhado em profundidade.

No ambiente embaçado que nessas horas se forma, correntes procuram aproveitar a oportunidade para agitar bandeiras enfraquecedoras da Petrobras, como o fim da partilha da produção no pré-sal e, "se couber", a própria privatização da companhia. São posições que nada têm a ver com a crise atual e tocam em pontos que devem permanecer inalterados na estatal.

Contudo, quadrilhas se estruturaram na Petrobras e seguramente criaram hábitos, costumes e conceitos a serviço do saque, que funcionaram, "dentro das normas", anos a fio, sem despertar suspeita. É provável que tenha sido criada uma "legalidade da fraude", nas entranhas da empresa. A governança revelou-se permeável à corrupção e por isso deve ser submetida à mais rigorosa devassa. A Petrobras, as estatais brasileiras e todo o esquema oficial que contrata o setor privado podem sair dessa crise devidamente revitalizados e mais preparados para cumprir suas atribuições. Os recordes apontados acima mostram que a Petrobras, livrando-se das quadrilhas de falsários, pode dar monumental volta por cima.

O processo de investigar crimes, punir culpados e impermeabilizar estruturas vulneráveis ao furto correspondem ao interesse nacional, pois que a Nação precisa de empresas fortes e saudáveis, públicas e privadas, para se desenvolver.

No momento, organismos jurídicos e políticos discutem procedimentos aplicáveis à situação. Dependendo do que for feito, resultados diferentes ocorreriam. Isto nos permite examinar cenários díspares que podem advir de caminhos legais em debate.

Um cenário é o das 23 grandes empresas brasileiras, citadas na fase investigatória, serem declaradas "inidôneas" e, por força de legislação existente, ficarem impossibilitadas de firmar contratos com o poder público. Aí, de uma só tacada, todas, ou quase todas as grandes empresas brasileiras de construção pesada ficariam fora das grandes obras a serem feitas no Brasil, praticamente todas contratadas pelo poder público. Em consequência, essas grandes obras brasileiras seriam "entregues" às empresas estrangeiras do ramo, enquanto as brasileiras, mesmo com o prestígio internacional que têm, caminhariam para o cadafalso. A desindustrialização precoce da economia brasileira cresceria e com ela sua desnacionalização.

Nesse cenário, a batalha contra a corrupção na Petrobras, mesmo que exitosa, teria dado um fruto desastroso – o fim da indústria nacional de construção pesada, ou sua transformação em um grupo de importância residual.

Apesar de frequentemente essas grandes empreiteiras abusarem do poder que têm no Brasil, sua liquidação seria um prejuízo para o país. Nisso ficamos de pleno acordo com a posição expressa da presidenta Dilma. Seria uma "ingênua" forma de combate à corrupção, que não levaria em conta as repercussões para a Nação. Veríamos, constrangidos, o entusiasmo das empresas estrangeiras assumindo sozinhas nossos maiores projetos. Passaríamos a impressão de termos concluído que, pelo menos na construção pesada, os empresários brasileiros são corruptos, e os estrangeiros, vestais impolutos.

O outro cenário partiria da convicção de que país algum se desenvolveu sem contar com indústrias nacionais sólidas e reafirmaria a disposição de não abrir mão do desenvolvimento como objetivo maior da nossa política. Repudiaria, como balela, a ideia de que a Petrobras foi envolvida em corrupção por ser estatal, como se, há pouco, fraudes monumentais não tivessem posto abaixo a gigante americana de energia, a Enron, que não era estatal, e que faliu em meio a escândalos, numerosos e graves, que levaram de roldão outras tantas companhias. Defenderia, finalmente, que a punição em pauta deve ser rigorosa com diretores e funcionários corruptos, da estatal e das empresas privadas onde agiam, mas não poderia sacrificar as forças produtivas empresariais, seu acúmulo, sua tecnologia e sua força de trabalho.

A devastação a que se chegaria no primeiro cenário, lembra-nos as palavras do oficial norte-americano William Haley, após a destruição da aldeia My Lai no Vietnam: "foi necessário destruí-la para salvá-la". A situação a que se chegaria no segundo cenário recorda-nos o adágio chinês que diz ser "necessário tratar a doença para salvar o doente".

O esquema corrupto que vai sendo desmascarado mostrou tentáculos, ainda a serem comprovados, com diretores de empresas, funcionários graduados, políticos. Delegados, promotores e juízes têm dado as cartas até aqui. Quando interesses nacionais começam a ser tocados, é hora de entrar em ação outras esferas de Poder, para encontrar as fórmulas que garantam que a impunidade não prevaleça, mas que tampouco os interesses nacionais sejam desrespeitados.


* Haroldo Lima é ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e membro do Comitê Central do PCdoB

Rússia, Índia e China querem mudanças na gestão econômica

 

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, declarou na segunda-feira (2), durante um encontro com o seu colega russo Serguei Lavrov e a indiana Sushma Swaraj, que Pequim, Moscou e Nova Deli defendem fortemente uma participação mais significativa dos países em desenvolvimento na gerência da economia mundial e a reforma urgente do Fundo Monetário Internacional, prometida há mais de quatro anos.


Segundo o chanceler chinês, os mercados emergentes desempenham um papel muito importante no cenário internacional, e, por esse motivo, eles também devem ter direito a tomar decisões sobre o rumo da economia global.


Em novembro de 2010, na 5ª reunião de cúpula do G-20, em Seul, os líderes das principais economias mundiais concordaram em rever as políticas de cotas do FMI, a fim de dar mais espaço aos países em desenvolvimento. 

Para ser implementada, no entanto, a mudança ainda depende de uma aprovação do Congresso dos Estados Unidos, país que tem quase 17% de poder de voto no FMI, enquanto a China, por exemplo, tem menos de 4%. Apesar das pressões internacionais para que os parlamentares dos EUA aprovem a reforma, inclusive da própria diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, a oposição dos republicanos, que têm maioria na Câmara dos Deputados, tem impedido qualquer chance de negociação.

Terrorismo
Os chanceleres da China, Rússia e da Índia realizaram divulgaram um comunicado conjunto após a reunião realizada, em Pequim, nesta segunda-feira. No documento, as três partes pediram que seja concluído o mais rápido possível as negociações sobre o Pacto contra o Terrorismo.

Os chanceleres reafirmaram que a consciência, religião, política, raça, e etnia ou quaisquer outros fatores não podem ser razões de execução de atividades terroristas. Todas as partes apontaram que os terroristas, financiadores e seus apoiadores devem ser sancionados pela lei.

China e Índia
O presidente chinês, Xi Jinping, se encontrou nesta segunda-feira em Pequim com a ministra das Relações Exteriores da Índia, Sushsma Swaraj.

Na ocasião, Xi Jinping salientou que os avanços constantes das relações sino-indianas dependem do reforço de confiança mútua e dos consensos alcançados nas grandes questões entre os dois países. “Os líderes devem manter contatos estreitos e impulsionar a cooperação estratégica nos projetos do parque industrial e de ferrovias. Além disso, é necessário encontrar uma solução adequada para as divergências. O governo chinês quer fortalecer coordenações com a Índia nos assuntos regionais e internacionais, de forma a defender os interesses dos países em desenvolvimento”.

Swaraj, por sua vez, declarou que a visita do presidente Xi Jinping à Índia no ano passado foi de grande importância para o povo indiano e elevou os laços bilaterais para um novo patamar. “A Índia espera que o governo chinês possa continuar aumentando investimento para aliviar o desequilíbrio comercial entre os dois países. Ambos os lados também precisam aumentar o diálogo para resolver de maneira adequada o problema da região fronteiriça”, acrescentou.

Com informações da Rádio China Internacional e da Voz da Rússia via Vermelh
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Prioridade do PCdoB é garantir direitos e avançar na reforma política

Líder do PCdoB, a deputada Jandira Feghali concedeu entrevista à TV Câmara

Agência Câmara
Líder do PCdoB, a deputada Jandira Feghali concedeu entrevista à TV Câmara

Em entrevista à TV Câmara, a líder do PCdoB, a deputada Jandira Feghali disse que é prioridade do partido garantir os direitos trabalhistas. Sobre as perspectivas para 2015, a deputada afirmou: “Será um ano difícil, com a renovação do Congresso em torno de 40% e uma perspectiva até mais conservadora por parte de algumas bancadas. O país está ainda vivendo quase que o terceiro turno das eleições: a oposição menos preocupada com o Brasil e mais preocupada com o seu próprio protagonismo”.


A parlamentar espera ainda que avance a análise da reforma política e da regulamentação da mídia. “A reforma política, porque o Congresso não representa a pluralidade brasileira”, e o marco regulatório da mídia “para garantir outras opiniões”.


Jandira também afirmou na entrevista que do ponto de vista econômico teremos dificuldades. “Nós precisamos garantir a governabilidade, os direitos sociais e dos trabalhadores, garantir um projeto de desenvolvimento econômico para ter a sustentação do país e da renda do povo brasileiro. Ao mesmo tempo, precisamos avançar em duas reformas macroestruturais: a reforma política e a da comunicação, ou seja, o marco regulatório da comunicação, sem o que a democracia fica ameaçada. A reforma política, porque o Congresso não representa a pluralidade brasileira e há financiamento privado das empresas nas campanhas, o que é um fator de corrupção. E o marco regulatório da mídia não para tirar ninguém do ar, mas para garantir outras opiniões, mais canais e a pluralidade das opiniões brasileiras”, salientou.

Medidas Provisórias

Questionada sobre a posição do partido em relação às medidas provisórias que mexem em direitos previdenciários, Jandira foi enfática: “O PCdoB não concordará com a retirada de nenhum direito social. Dentro dessas medidas, algumas são absorvíveis. Mas tem uma que não tem como mexer em razão da crise de rotatividade do mundo do trabalho, que é a ampliação do prazo de acesso ao seguro-desemprego. Com essa nós não concordamos e vamos atuar para retirar da medida provisória a alteração do seguro-desemprego”.

Outro compromisso do partido está relacionado com o salário mínimo. “Nós já temos tanto na Câmara como no Senado, de iniciativa do PCdoB, a extensão da atual política do salário mínimo até 2019. Nós vamos intensificar essa questão”, disse.

Jandira destacou também outros projetos que estão na lista de prioridades da bancada na Câmara e no Senado. “Os projetos em relação a direito de resposta, marco da comunicação e a reforma política. Há também, no campo da educação e da cultura, o orçamento da cultura, onde precisamos avançar. E, na Lei Maria da Penha, nós precisamos enfrentar o problema da violência contra a mulher no campo dos direitos humanos. Essa é uma área em que precisamos e queremos avançar, inclusive no campo de gênero”, finalizou.

Fonte: Agência Câmara via Vermelho

Mídia comemora, FHC prega golpe e Noblat aparece de Batman

A eleição, por ampla margem de votos, de Eduardo Cunha (PMDB/RJ) para a presidência da Câmara, desencadeou uma efusiva comemoração na mídia hegemônica. A causa de tanta alegria é a esperança da retomada do poder pelas forças conservadoras em curto ou médio prazo.


Reparem no tom eufórico das manchetes: “Cunha derrota Planalto e se elege presidente na Câmara” (O Globo), “Câmara elege Cunha e derrota Dilma” (Folha de S. Paulo), “Eduardo Cunha derrota governo e é eleito presidente da Câmara” (O Estado de S. Paulo), “Dilma sofre grave derrota e PT perde poder na Câmara” (Valor Econômico). Já no domingo (01), em artigo publicado em O Estado de S. Paulo, FHC clamou por um golpe usando o judiciário como instrumento (veja matéria do Vermelho). Nesta segunda (02) o mais importante garoto de recados da famiglia Marinho, Ricardo Noblat, em sua coluna, deixa claro o porquê de tanta esperança e acaba relevando sua identidade secreta. Leia na nota abaixo.

Noblat é o Batman

No domingo (01) foi notícia a aparição em frente ao Planalto de um sujeito fantasiado de Batman, portando um cartaz com os seguintes dizeres: “Dilma seu tempo está acabando, a lava jato está chegando”. Hoje foi descoberta a identidade do misterioso golpista: trata-se do jornalista Ricardo Noblat. Quem duvida é só ler a sua coluna desta segunda (02) em O Globo onde ele repete exatamente o conteúdo do cartaz. Não pode ser só coincidência. Embora nem Lula, nem Dilma tenham sido alvos de investigação ou denúncia na operação Lava a Jato diz Noblat/Batman, sabedor que o juiz Sérgio Moro lê O Globo de joelhos: “o que mais apavora o governo: é a atribuição do presidente da Câmara de receber ou ignorar pedidos de impeachment do presidente da República”. Para Noblat os que fazem “delação premiada” na operação lava jato “só têm uma saída: em troca de penas menores, contar tudo o que sabem sobre o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras”, o que para o colunista amestrado significa que o “caso deverá chegar a Lula. E em Dilma”. A coluna termina com um cínico: “Bom dia, Eduardo”, o que na linguagem cifrada do Batman de fancaria quer dizer: “Cunha, conte conosco para blindá-lo desde que faça o serviço”. Mais claro só se ele acrescentasse: "Leu tudo direitinho, Dr. Moro?".

Enfrentando o golpe

As edições de hoje dos jornalões mostram claramente que a nova correlação de forças na Câmara deu impulso aos planos golpistas do sistema oposicionista. Seria risível ver o sustentáculo do que há de mais corrupto no Brasil (a mídia hegemônica) travestindo-se de campeão da moral e da ética. Só não é engraçado porque engana muita gente e movimenta com isso força política real. O editorial do Vermelho foi preciso. Avaliando a eleição de Cunha, diz que “a governabilidade depende da mobilização popular”.

Petrobrax

Nesta luta devemos também lembrar constantemente certas informações que a mídia oculta. Por exemplo: a prática de autorizar a Petrobras a contratar sem licitação foi iniciativa de FHC, através de um decreto de 1998, decreto este confirmado pelo STF. Apenas entre 2001 e 2002 foram R$ 25 bilhões de compras da Petrobras sem licitação, o que significa R$ 12,5 bilhões por ano. Isso permite concluir que entre a edição do decreto e o fim do governo FHC foram gastos cerca de R$ 50 bilhões em compras sem licitação e estamos falando de valores de 13 anos atrás sem atualização. Foi a época daPetrobrax, quando chegou a ser anunciada com pompa e circunstância que a estatal iria mudar de nome, o que não conseguiram fazer graças à resistência do povo. Mas só a feitura da logo, trocando o “bras” por “brax”, custou, no ano 2.000, a bagatela de R$ 700 mil, o que em valores corrigidos significa mais de R$ 2 milhões, só para fazer uma logo! Mas a mídia na época não fazia editoriais pedindo apuração drástica. O MP dormia em berço esplêndido e quando a oposição denunciava os jornalões logo acusavam os opositores de “objetivos políticos”.

A Globo democrata?

Sob pretexto de combater o terror, EUA e Reino Unido ameaçam privacidade na internet”. Parece um texto da esquerda certo? Nada mais errado. É a chamada de uma matéria em O Globo (de 02/1), que ainda reproduz a declaração do sociólogo Sérgio Amadeu: “existe um movimento de militarização do mundo cibernético, com governos usando técnicas de big data e mineração de dados para levantar informações sobre todos os internautas. É um grande risco para a democracia”. O que explica este pequeno surto de discurso em favor da democracia em uma organização (Sistema Globo) conhecida por sua vocação golpista? Talvez o fato de que em janeiro de 2015 tenha alcançado índices tão baixos de audiência na TV aberta de sua propriedade que foi o pior janeiro de sua história. E aí ao diversificar sua plataforma de mídias o sistema Globo teme que o controle da internet pelo centro do imperialismo venha junto com o favorecimento por parte deste imperialismo às gigantes da comunicação mundial, que a Globo nem sonha em encarar, e daí esta lembrança extemporânea de se transmutar em defensora da internet livre. Pensa que engana quem?

Ponto sem nó

Aliás, a Globo não dá ponto sem nó. Os que gostam de esporte devem ter estranhado a quantidade inédita de matérias nos veículos do sistema Globo promovendo o Futebol Americano, tendo como gancho a realização do Super Bowl deste domingo (01). O site globoesporte.com vibra: “No Brasil, foram enviados mais de 817 mil tweets sobre o jogo. Mais do que o dobro de menções com termos relacionados à final da Copa do Brasil do ano passado, entre Atlético-MG e Cruzeiro”. O programa da CBN (Sistema Globo) chamado “Hora de expediente” dedicou seus longos (para o ouvinte) oito minutos a exaltar o futebol americano, a dizer que o Brasil não consegue fazer um espetáculo igual ao Super Bowl, e um dos comentaristas afirmou que no Rio de Janeiro hoje para uma criança é mais atrativa uma camisa de futebol americano do que uma camisa do seu time de “futebol soccer” (ele falou assim mesmo: “futebol soccer”, pois deve achar que hoje quando se fala em futebol no Brasil todos pensam logo no futebol americano). Não se espantem se em breve surgir a notícia de que a Globo comprou os direitos de transmissão dos jogos da liga profissional de futebol americano para o Brasil.

“A burguesia não tem charme nem é discreta”

Cazuza é que estava certo. A coluna Gente Boa, publicada em O Globo de 02/1, informa que “a onda agora nos casamentos moderninhos do Rio é aparecer na igreja de Kombi. Mas não pode ser qualquer uma, tem que ser antiguinha. Vintage”. Sem comentários.


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Eleição na Câmara: governabilidade depende da mobilização popular

A eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados impacta o quadro político nacional e torna ainda mais turvo o horizonte do desenvolvimento político do país.

Cunha venceu em primeiro turno, com 267 votos, quase o dobro dos 136 sufrágios colhidos pelo petista Arlindo Chinaglia. Chama a atenção que o deputado petista obteve menos votos do que o número de integrantes do bloco que liderava. Uma derrota do governo e das forças progressistas que o apoiam, principalmente do PT. A refletir sobre as causas e, sobretudo, agir para impedir que a instabilidade política que este fato gera dificulte a governabilidade da presidenta Dilma desde o início do segundo mandato.

A eleição de Cunha é um dos reflexos do feixe de contradições da situação política brasileira, cada vez mais complexa, instável e ameaçadora à democracia e ao progresso social. O deputado fluminense, embora seja membro do PMDB, partido do vice-presidente da República e principal aliado do governo e do PT no Congresso Nacional, é um ativo opositor do governo da presidenta Dilma Rousseff, o que ficou patente em sua atuação como deputado singular e, no último período, como líder do PMDB na Câmara. 

O novo presidente da Câmara se elegeu à frente de uma coalizão de deputados oriundos de diferentes partidos, entre estes siglas que formalmente integram a base do governo e inclusive ocupam ministérios, com uma plataforma conservadora, e de aberta oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff. 

O discurso improvisado que fez logo após a proclamação do resultado, em que, empregando tom conciliatório, tentou encobrir seus reais propósitos, é apenas a primeira revelação, no exercício da presidência da Câmara, do seu método de ação política, que a sabedoria popular chama de “morde e assopra”. Nega que vá fazer oposição ao governo, mas acentua que não será “submisso”, expressão que contém severa e falsa acusação ao governo sobre o seu relacionamento com o Legislativo. Acentua, em tom ameaçador, sua prerrogativa de organizar a pauta de votações, começando com projetos sobre os quais o governo já expressou preocupação. 

Soma-se a tudo isso a pregação golpista dos principais caciques do PSDB e da mídia, e o uso político da Operação Lava Jato, com a preparação de mais uma CPI da Petrobras proposta com o exclusivo fim de incriminar o governo e a mandatária. Não foi à toa que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo (1º/2) cifrou a mensagem do golpe por meio do Judiciário, e o senador José Serra, também uma autoridade do PSDB, vaticinou que Dilma não completará seu mandato. 

Diante de tais ameaças, urge ao governo e às forças progressistas assumir a iniciativa política e mobilizar o povo brasileiro, reunir forças para percorrer o caminho indicado na campanha eleitoral – mudanças e reformas – proclamado e reiterado pela presidenta Dilma em seus últimos pronunciamentos. O esforço pela recomposição da base política no Congresso é urgente e necessário, mas seria uma ilusão supor que a governabilidade depende apenas disso. A unidade das forças progressistas e a mobilização do povo são indispensáveis para impedir a interrupção do ciclo político iniciado em 2003 e assegurar o avanço da luta pela democracia, a soberania e o progresso social. 


Fonte: Vermelho