sábado, 14 de setembro de 2013

Ministro dos Transportes culpa bancada do ES por fracasso no leilão de rodovias

O ministro dos Transportes, César Borges, atribuiu o fracasso do leilão de concessão da rodovia BR-262/MG-ES à pressão exercida por parlamentares da bancada do Espírito Santo em empresas e no governo contra o pedágio na estrada.

Segundo ele, deputados e senadores do Estado ameaçaram as companhias com judicialização do processo caso houvesse a concretização do leilão. Borges afirmou que as reclamações da bancada começaram em agosto, após o início dos protestos nas ruas contra o governo.


No Espírito Santo, um dos principais alvos das manifestações foram as praças de pedágio na capital do Estado, Vitória. Borges afirmou que o processo de concessão começou em agosto do ano passado e, até o mês passado, nunca houve qualquer reclamação dos parlamentares capixabas.

"Acompanhei duas reuniões e havia um radicalismo da bancada pela não cobrança do pedágio", afirmou Borges dizendo que esse comportamento prejudicará o Estado. "É algo que se deplora."

Segundo Borges, o mesmo comportamento dos parlamentares não é encontrado em outros Estados em que também há estradas que serão concedidas à iniciativa privada.

"É uma questão muito de lá", afirmou o ministro dizendo que o governo vai estudar possíveis problemas apontados por empresas para que não houvesse interessados nesse trecho.

Segundo a Folha apurou, as companhias apontaram que havia risco na concessão porque parte das obras será feita pelo Dnit e, caso ele não entregasse, não haveria compensação pelo atraso. Além disso, as companhias apontaram que os estudos do governo superestimaram as receitas e subestimaram as despesas da concessão. Isso faria com que o desconto oferecido no pedágio-teto (cerca de R$ 12 por 100 km) fosse baixo, deixando alto o valor real a ser cobrado dos usuários, inviabilizando o negócio.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) classificou a declaração do ministro como surreal. Para ele, foram os problemas na modelagem que levaram ao fracasso do leilão.

"Soa esquisita, surreal, uma manifestação dessa. Todos sabem que o fracasso desse leilão é o conjunto de equívocos da modelagem. Reconhecer o erro não é demérito. O governo podia refletir e refazer o que está errado. Transferir para a bancada o problema é surreal", afirmou Ferraço.

Segundo ele, a obra da BR-262 no Espírito Santo está incluída no PAC desde 2009. Somente neste ano foi concluída a licitação de 52 quilômetros dos 192 quilômetros que são necessários duplicar no Estado. Mesmo assim, segundo ele, as obras sob responsabilidade do Dnit ainda não começaram.

Para Ferraço, parlamentares não teriam qualquer poder de evitar que o leilão se concretizasse, caso as empresas considerassem ser um bom negócio.
"Nós realmente cobramos porque as obras que estavam sendo previstas para serem feitas sem pedágio estavam sendo feitas com pedágio. Vários Estados do país como Pernambuco e Rio Grande do Norte têm estradas duplicadas sem a cobrança do pedágio. Mas o governo nos disse para ficarmos tranquilos que haveria um grande deságio. Que a rodovia era um filezinho", afirmou o senador dizendo que o ministro, por ter começado no cargo há pouco tempo, deve estar mal-informado.

Borges assumiu o comando do ministério em abril deste ano.

Fonte: UOL

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Bancos lucram 29,6 bilhões no primeiro semestre

Os bancos no Brasil continuam campeões em lucratividade. Segundo levantamento da Consultoria Economática, entre as 316 empresas brasileiras de capital aberto, que tiveram uma aumento no lucro líquido de 18,4% no segundo trimestre de 2013, o setor bancário, com 24 instituições, é o que teve a maior lucratividade no período (R$ 17,13 bilhões). Aumento de 46,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado, quando alcançou R$ 11,69 bi.
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Os resultados confirmam que os banqueiros têm todas as condições de atenderem as reivindicações dos bancários na campanha salarial, principalmente, de aumento real e de PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Os balanços dos seis maiores bancos no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Federal, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) no primeiro semestre demonstram que lucraram juntos R$ 29,6 bilhões, 18,21% a mais do que no mesmo período de 2012, quando seus resultados alcançaram R$ 25 bi. O aumento da receita com tarifas também foi significativo. Passou de R$ 41,5 bilhões em junho de 2012, para R$ 46,7 bilhões em junho deste ano, crescimento de 12,51%.

Veja abaixo os lucros dos seis maiores bancos do Brasil no primeiro semestre 2013:

BB – 10,03 bilhões
Itaú – 7,055 bilhões
Bradesco – 5,868 bilhões
Caixa – 3,1 bilhões
Santander – 2,929 bilhões
HSBC – 454,6 milhões


Fonte: Feeb/Ba-Se

Greve dos Bancários a partir do dia 19 de setembro em todo o país


Privatização da BR 101: incoerência total do governo Dilma

Marcado inicialmente para o mês de março o leilão de privatização de 772 km da BR 101 será realizado no dia 23 de outubro. O trecho fica entre os municípios de Feira de Santana e Mucuri, onde serão construídas nove praças de pedágios, uma a cada 85 km, nas cidades de São Gonçalo dos Campos, Conceição do Almeida, Teolândia, Ubaitaba, Buerarema, Mascote, Itabela, Itamaraju e Caravelas.
O preço total do percurso custará inicialmente no mínimo R$ 92,60 (noventa e dois reais e sessenta centavos) e cinquenta e dois municípios serão afetados.
Itabuna ficará cercada por duas praças. Uma em Ubaitaba e a outra em Buerarema. Cada uma cobrando o valor de R$ 11,50 (onze reais e cinquenta centavos). Noutras palavras, para resolver um problema em nessas cidades, o cidadão terá que desembolsar R$ 23,00 ao pedágio.
A concessão será inicialmente de 30 anos. O volume de investimentos previstos no edital é de R$ 4,61 bilhões, com uma estimativa de receitas com o pedágio de R$ 17,23 bilhões, certamente um bom negócio para a empresa que vencer o leilão.
A concessionária arcará com a manutenção e a futura duplicação da rodovia. Contudo, dos 772 km, 221 km estarão sob responsabilidade do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), “uma excelente transação”, mais uma vez o dinheiro público beneficiando a iniciativa privada. Um verdadeiro “negócio da China” – ou pilantragem à brasileira.
Aqui na Bahia os maiores beneficiados serão a Associação Brasileira de Empresas de Base Florestal (ABRAF), responsável pela produção de celulose e madeira (eucalipto), conhecidos degradadores da Mata Atlântica e do meio ambiente em nosso Estado e em todo o Brasil. Além, lógico, do governo do Estado na pessoa de Otto Alencar, grande defensor da privatização das rodovias e, infelizmente também do governador Jacques Wagner.
É mais uma vez o público beneficiando o privado (agroindústria) com recursos financeiros e infraestrutura. Enquanto isso quem paga a conta é o contribuinte que arca com uma pesada carga tributária, obtém geralmente serviços públicos de baixa qualidade, haja vista a saúde e a educação e ainda tem que pagar pedágio para ter direito a uma rodovia moderna e conservada. Para o governo é excelente: arrecada com a concessão e ainda desobriga-se da manutenção da rodovia.
O pedágio é na prática mais um imposto indireto que será pago por todos. Os bens e serviços que transitarem pela via pedagiada serão majorados, assim como as passagens de ônibus. Além disso, é um cerceamento ao direito de ir e vir.
Cabe aos movimentos sociais a organização de manifestações em oposição a privatização de rodovias. É necessário também o chamamento a um dia nacional de desobediência civil ao pedágio. Por outro lado, as eleições se aproximam e está na hora do eleitor cobrar uma posição dos políticos, dos vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais e senadores e denunciar o nome dos pilantras que estão a favor do pedágio.
Como já dizia Chico Buarque tem muitos “malandros” candidatos a “malandro federal”. Vamos à luta.

Pedágio. Lute agora ou pague para sempre!

*Jorge Barbosa é presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região

Centrais criticam interferência do MP na ação sindical

Reunidas na quarta-feira (11), em São Paulo, os dirigentes das principais centrais sindicais brasileiras, acertaram a elaboração de um documento unitário em defesa da contribuição assistencial, como mecanismo de sustentação financeira das entidades sindicais e definiram uma posição unitária contra a interferência do Ministério Público do Trabalho (MP) no movimento sindical.


No encontro, acompanhado pelo técnico do Dieese (Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), Clemente Ganz Lúcio, os representantes da CTB, CUT, Conlutas, CGTB, FS, NCST e UGT criticaram a ação do MP e listaram os diversos casos de ingerência do órgão público, que por vezes restringe a ação das entidades, chegando a interferir em eleições, acordos, convenções trabalhistas e deliberações de sindicatos.

Outra critica foi voltada para a postura do MP que tem dificultado a cobrança da contribuição confederativa, prevista na Constituição de 1988. Também chamada de taxa assistencial, a receita decorre das contribuições pagas pelos membros das categorias, filiados ou não à entidade sindical que os representa. É fixada por assembleia da categoria e vem prevista em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Para os sindicalistas a prática atual adotada pelo MPT promove um cerceamento das formas de mobilização política e financeira dos sindicatos, engessando a atuação sindical. “Há anos o movimento sindical vem sofrendo interferência por parte do Ministério Público do Trabalho quanto às contribuições sindicais. Os procuradores declaram nulas as cláusulas, propõem um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) e entram com Ação Civil Pública para devolução dos valores descontados”, revelaram dirigentes que participaram da reunião para expor a situação.

Wagner Gomes, secretário-geral da CTB, defende que a contribuição é necessária e estratégica para o movimento sindical. “As entidades carecem de sustentação financeira para fazer a luta. Algo que não dependa de um julgamento ou de uma suspenção. Porque quem defende o trabalhador são os sindicatos. E não podemos aceitar que ele fique vulnerável, à mercê de uma decisão judicial”, destacou o dirigente.

Opinião compartilhada pelo presidente da CTB, Adilson Araújo é fundamental que as centrais se posicionem contra essa atitude, que tem prejudicado a ação dos dirigentes.

Além da elaboração de um documento conjunto entre as centrais, ficou definido a realização de encontros com representantes do Ministério Público do Trabalho, e também com representantes do Legislativo e do governo para se chegar uma proposta que atenda as necessidades das entidades sindicais, afim de que possam manter uma estrutura para o enfrentamentos das lutas e ações em defesa de novas conquistas para a classe trabalhadora.

“Não podemos aceitar tamanha intervenção. A atitude é uma enorme agressão contra a autonomia e a liberdade sindical. Porque o que está em jogo é a autonomia do movimento sindical. Temos uma posição unitária de que um sindicato deve ser sustentado pelos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou o presidente da CTB.

Outros temas consensuais parte da pauta durante o encontro foram a suspensão do Leilão do Campo de Libra da Petrobrás, situado na Bacia de Santos, litoral sul paulista; e o apoio ao veto presidencial à derrubada dos 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que deve ser votado no próximo doa 17 pelo Plenário da Câmara.

Os sindicalistas definiram a construção de uma nota com o posicionamento unitário das centrais sindicais. "Diante da gravidade das denúncias documentadas pela imprensa brasileira sobre a ação ilegal por parte do governo dos Estados Unidos para obter informações estratégicas da Petrobrás através de espionagem feita por sua Agência de Segurança Nacional (NSA), fazemos um apelo ao governo brasileiro que suspenda imediatamente o leilão de Libra", destacou Wagner Gomes.

Fonte: Portal CTB via Vermelho

Horários de coleta de lixo são definidos em Itabuna

Atendendo a determinação da Prefeitura de Itabuna, a Biosanear, empresa vencedora da licitação da limpeza pública, começou a adotar as medidas exigidas em contrato para assegurar a melhoria na qualidade dos serviços de coleta de lixo da cidade. Entre os objetivos está o de evitar lixo espalhado nas ruas e a proliferação de doenças, como hanseníase. Ontem, quinta-feira, 12, a empresa iniciou uma campanha de conscientização para que os moradores coloquem o lixo em horário próximo ao da passagem dos caminhões.
            A campanha começa pelo Banco Raso, com distribuição de panfletos e envio de cartas, principalmente, para os moradores do Conjunto Habitacional BNH, um dos maiores condomínios da cidade. Nas proximidades do Centro Administrativo Firmino Alves, onde funciona a Prefeitura, também será intensificada a fiscalização pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano - Sedur.
            O diretor do Departamento de Limpeza Pública da Prefeitura de Itabuna, Vicente José da Silva, explica que outra medida importante é a substituição de caixas coletoras e distribuição de novas em pontos estratégicos da cidade. Os primeiros beneficiados com a colocação dos equipamentos foram os moradores dos bairros Nova Califórnia, Corbiniano Freire e Novo Horizonte.
            Além dos bairros, Vicente está preocupado com a limpeza no centro da cidade. Ele apela principalmente aos donos de restaurantes que não coloquem o lixo na rua depois que os caminhões passarem ou muito tempo antes. “Porque o tempo que o lixo fica sem ser recolhido pode ser remexido e se espalhar. Depois do horário, o lixo vai ficar na rua e isso prejudica o trabalho e, principalmente, a população”.

Horários definidos

De acordo com a gerente da Biosanear, Paula de Queiróz Leal, a distribuição das caixas coletoras facilita o lado da empresa e também o lado dos moradores e deixou a coleta de lixo mais eficiente. Já nas feiras-livres do São Caetano, Califórnia e Centro Comercial as caixas coletoras foram trocadas. “Mas é importante que as pessoas coloquem o lixo em horário próximo ao do recolhimento”, pede a gerente. Nesta quarta-feira, a empresa começou a divulgar os horários de coleta nos bairros e no centro da cidade. 
            Paula de Queiróz afirma que a tendência é a melhoria na qualidade dos serviços e avisa que às segundas-feiras, eventualmente, pode ocorrer um pequeno atraso no horário da passagem dos carros compactadores porque a quantidade de lixo produzido no final de semana é maior.
Segundo o diretor do Departamento de Limpeza Pública, Vicente José da Silva, a Prefeitura estará atenta para que a empresa mantenha e amplie a qualidade dos serviços. “O prefeito Claudevane Leite cobra diariamente a melhora no serviço e é isso o que estamos querendo da Biosanear, que vem cumprindo com o planejado. Em pouco tempo a população vai ver uma cidade bem mais limpa”, afirma.
Fonte: Prefeitura

Concentração da mídia sabota a democracia no Brasil, diz Venício Lima

Expressar, se manifestar contra os meios de alienação e construir outras formas de comunicação', esse é um trecho da canção "Antimperiomidiático", do grupo O Levante, mas também são as palavras de ordem que norteiam os movimentos que lutam pela democratização no Brasil. Uma das frentes dessa luta, é a busca pela regionalização dos conteúdos, que objetiva romper com a hegemonia, conveniente, do eixo Rio-São Paulo. Joanne Mota, da Rádio Vermelho com informações da EBC


Rádio Vermelho volta ao tema agora para cutucar o debate que diz que 'regular é censurar'. Em participação no programa O Público na TV, daEmpresa Brasil de Comunicação (EBC), Venício Lima, professor da Universidade de Brasília (UNB), reafirmou que a defesa desse argumento é falso e é defendido justamente pelos setores que, historicamente, se beneficiaram com o monopólio dos meios de comunicação no Brasil.

Segundo o pesquisador, o Brasil segue a cantoria do debate interditado, mesmo ocorrendo nas democracias liberais um movimento contrário. "No Brasil permanece interditado o debate público sobre o papel central que a mídia ocupa no processo democrático e a imperiosa necessidade de que jornais, revistas, rádio, televisão e internet se submetam a políticas públicas regulatórias garantidoras da universalidade da liberdade de expressão", lembrou Venício Lima.


Ele ainda advertiu que o marco legal que vigora no Brasil para o setor, o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) – lei básica de referencia para a radiodifusão –, completou meio século em 2012 e não dá conta da nova realidade vivida pelo país.

"Apesar da evolução tecnológica ocorrida nos últimos 50 anos, os que controlam o setor, não só se apegam às mesmas posições de quando a lei foi discutida e votada no Congresso Nacional no início da década de 60 do século passado, como se recusam a admitir a necessidade de sua substituição e, até mesmo, de debater publicamente a questão".

Venício Lima não tem dúvida de que não avançaremos democráticamente enquanto houver concentração dos meios de comunicação. Ou seja, para o pesquisador o desenvolvimento so Brasil passar pela mudança nesse setor, pois a concentração da mídia sabota a democracia.

Ouça opinião do pesquisador na Rádio Vermelho:


Destaques do Vermelho discute monopólio da mídia

Campanha de vacinação anti-rábica continua em Itabuna

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Secretaria da Saúde de Itabuna, prossegue com a Campanha de Vacinação Anti-Rábica até o dia 21, quando será realizado o dia D contra a doença. A campanha de vacinação de cães e gatos começou pela zona rural, tendo a equipe feito visitas in loco, especialmente, em criadouros que tenham mais de 15 animais. 
Para facilitar o acesso à vacina, o Centro de Controle de Zoonoses mantém um posto de vacinação no Centro de Saúde José Maria de Magalhães Neto – antiga Fundação Sesp, na Praça João Pessoa, no Centro da cidade. No dia 21 todas as Unidades de Saúde do município oferecerão a vacina, além de cinco unidades volantes que serão disponibilizadas para localidades mais distantes e distritos.
Fonte: Prefeitura

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Para CTB, PL 4330 é “um assalto à dignidade humana”

 

Conforme explica Joilson Antônio Cardoso, vice-presidente da CTB, que as centrais lutam para impedir a aprovação do PL (Projeto de Lei) 4330 desde o início de sua tramitação em 2004 e a CTB desde a sua fundação em 2007. “O PSB e o PCdoB fecharam questão contra o projeto da terceirização, atendendo a reivindicação da CTB”, afirma.

A pressão exercida pelos protestos das centrais sindicais como a ocupação de aeroportos feita pela CTB, as manifestações nos estados e a participação dos trabalhadores em todos os debates que ocorrem no país, apresentou resultados. “É a pressão das ruas, é a mobilização da CTB e das centrais sindicais que fará enterrar esse Frankenstein que é o PL 4330”, ressalta o vice-presidente da CTB.
Joilson Cardoso conta que na terça-feira (10) aconteceu uma reunião em Brasília onde as centrais prometeram realizar grandes manifestações para que o PL 4330 seja definitivamente arquivado. “Na semana passada, conseguimos impedir a votação do PL, que havia sido adiada para o dia 18. Agora haverá uma audiência pública nesse dia para discutir a terceirização”, sinaliza.

Ele ressalta que a atuação da CTB, juntamente com as demais centrais foi fundamental para impedir a votação do projeto na semana passada. Para o vice-presidente da CTB, a posição de 19, entre os 27 ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho) contrária à aprovação do PL 4330 e a posição da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) tem somado às atividades dos trabalhadores com intuito de barrar esse “Frankenstein sem coração, um verdadeiro ser sem alma e principalmente sem os princípios das relações do trabalho”, ataca.

Além de precarizar o trabalho, o projeto da terceirização “é um assalto aos direitos da classe trabalhadora. Assalto ao salário, porque os terceirizados recebem 27% a menos, à saúde, porque 8 em cada 10 mortes vitimam os terceirizados”, diz Joilson Cardoso. Para ele, o projeto de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) prejudica a sociedade brasileira. “Reduz a seguridade social e impacta o INSS com o grande número de acidentes do trabalho. A terceirização proposta por esse projeto beneficia a concentração de renda com a renúncia fiscal, onde o Estado passa a arrecadar menos”, explica o dirigente cetebista.

“Também é um assalto à estabilidade no emprego, onde gera uma rotatividade infinitamente maior do que entre os trabalhadores permanentes, enfim é um assalto à dignidade humana”, ressalta Joilson Cardoso. Ele diz que as centrais sindicais defendem a regulamentação da terceirização, mas não restrita às atividades meio. Assim mesmo, quando houver necessidade. “A proposta das centrais está na Casa Civil há anos”, denuncia. “Não apoiamos essa fraude generalizada que é o PL 4330. Nessa luta incluímos a pauta do trabalhador para regulamentar, não para escancarar a terceirização”, proclama.
ctbterceirizacaoPara Joilson Cardoso, a participação das centrais sindicais no Fórum Nacional de Combate à Terceirização tem ajudado a luta pelo arquivamento desse PL. ”O projeto preconiza que terceirização ‘é técnica moderna de administração do trabalho’, mas, concretamente, representa uma estratégia de destruição da classe trabalhadora, de inviabilização do antagonismo de classe, servindo ao aumento da exploração do trabalhador, que se vê reduzido à condição de coisa invisível, com relação à qual, segundo a trama engendrada, toda perversidade está perdoada”, determina o juiz do trabalho Jorge Luiz Souto Maior, integrante da Associação Juízes para a Democracia.

No dia 17, os sindicalistas desenvolverão atividades de articulação política para acompanhar a audiência pública marcada para a quarta-feira (18) e “junto com os partidos que fecharam questão contra esse projeto encaminhar os rumos da campanha contra a terceirização escancarada”, define o vice-presidente da CTB. Para ele, a instauração de um painel nas principais capitais do país com os nomes dos deputados favoráveis aos trabalhadores afixados pode conseguir mais uma vitória. “Os painéis devem indicar uma forma de os trabalhadores entrarem em contato com os deputados de seus estados para a derrubada desse PL tão pernicioso ao trabalho”, sinaliza.

Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

Lula e Nobel da Paz falam do papel das mulheres no combate à fome

 
Heinrich Aikawa/Instituto Lula
“Não se pode ignorar o papel das mulheres no
combate à fome”, afirma Nobel da Paz em mesa com Lula
Reconhecer a importância das mulheres, respeitar os conhecimentos locais e estabelecer uma relação de igual para igual. Estas são as características essenciais para desenvolver um efetivo combate à fome e à pobreza para Leymah Gbowee, Prêmio Nobel da Paz.
Gbowee participou nesta quarta (11), ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do encontro “Um mundo sem fome: estratégias de superação da miséria”, realizado pela revista Carta Capital. A mesa debateu “A democracia, a paz e a justiça social no Brasil e na África” e foi mediada pelo ex-ministro Franklin Martins.

Leymah Gbowee disse ser extremamente crítica às pessoas que vêm de fora e querer resolver problemas sem conhecer as realidades locais. Ela ressaltou que conhecer e aproveitar os conhecimentos e habilidades locais é muito importante para entender como o combate à fome pode acontecer na prática. O tratamento de igual para igual, em uma relação de aprendizado mútuo também é colocado por ela como básico para que a sociedade esteja envolvida no processo.

O ponto central da fala de Gbowee foi a importância das mulheres nas políticas de combate à fome por serem elas as mais afetadas por esse problema. Lula começou sua fala reforçando esta opinião e lembrou que o Brasil reconhece o papel das mulheres. Ele disse que este é o motivo de o Bolsa Família ser prioritariamente entregue às mulheres.

Para Lula, a questão da fome não pode ser tratada apenas como números e indicadores. “Eu sempre disse que para acabar com a fome era preciso transformá-la em um problema político”. Sobre a cooperação com o continente africano, o ex-presidente ressaltou que tem uma grande preocupação “que a gente não repita os erros dos colonizadores”. “Nós temos que mostrar como é possível fazer e deixar que eles façam com suas próprias experiências”, ressaltou. “A África sabe muito bem como cuidar do seu nariz. Precisamos dar a eles a oportunidade de resolver seus próprios problemas.”

A democracia também é parte essencial da equação para acabar com a fome, afirmou Lula. “Estou convencido de que com democracia e envolvimento público nas decisões políticas é que encontraremos o caminho”.

Segundo o ex-presidente, esta é uma área que o Brasil pode cooperar com países africanos e falou da importância de pensar a democracia em nível global. “Precisamos levar mais a sério a questão da democracia no mundo globalizado. Precisamos pensar na governança global”.

Papel dos programas sociais

A primeira mesa do encontro contou com a participação da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e do ex-coordenador sub-regional para a África Oriental e representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Mafa Chipeta. Eles debateram o tema “O papel dos programas sociais no combate à fome e à miséria no Brasil e na África”.

Tereza Campello afirmou que os desafios que se apresentam hoje para o Brasil são muito diferentes daqueles de dez anos atrás. Ela ressaltou que “Pela primeira vez o Brasil cresceu com diminuição das desigualdades” e que esse resultado não foi natural, mas fruto de uma série de decisões.

Um dos dados apresentados pela ministra mostra que a renda cresceu em todo o Brasil na última década, mas que esse aumento foi ainda maior em segmentos sociais historicamente menos privilegiados, como mulheres, negros e pessoas de menor escolaridade. Os resultados são fruto de uma série de programas que foram desenvolvidos pelo governo em várias áreas. O programa Luz para Todos já soma 3 milhões de ligações feitas, a qualificação profissional de inseridos no cadastro único está prestes a comemorar a marca de 700 mil beneficiados e o Bolsa Família já tirou 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza.

“Espero que, em 10 anos, possa voltar aqui para contar o sucesso da África no combate à fome, como está fazendo o Brasil”, começou Mafa Chipeta, logo após a fala da ministra. Ele ressaltou que o Brasil pode ajudar o continente africano, mas que é preciso pensar que tipo de ajuda o continente realmente precisa. Para ele se trata de uma cooperação na elaboração de políticas de combate à fome e não apenas da doação de alimentos.

Segundo Chipeta, os governos têm um papel crucial no desenvolvimento de políticas sociais, mas isso não pode ser pensado de forma isolada. “Na África, é impossível pensar nas políticas sociais sem discutir crescimento econômico”. Além disso, “inserir essas políticas no orçamento de forma permanente é essencial”, disse Mafa Chipeta, citando o ex-presidente Lula.

Fonte: Instituto Lula via Vermelho

Médicos Cubanos: Embaixador de Cuba recebe solidariedade da bancada do PCdoB

Foto:Richard Silva
O embaixador repetiu as palavras dos médicos cubanos:
 “A motivação é solidariedade e não econômica”.

Inspirada no poema do herói cubano, José Martí, a líder do PCdoB na Câmara, deputada Manuela D´Ávila (RS) entregou ao embaixador de Cuba, Carlos Zamora, nesta quarta-feira (11), a nota de solidariedade da bancada comunista aos médicos e médicas cubanos. O embaixador agradeceu também usando o poema de Marti.



O embaixador disse que, a exemplo de Manuela, que ofertava ao povo cubano “uma rosa branca” pela vinda dos médicos ao Brasil, também gostaria de oferecer “uma rosa branca” a todo o povo brasileiro. E manifestou o desejo de que o resultado da vinda dos médicos cubanos ao Brasil seja de ganho para a gente mais humilde e o desenvolvimento do povo.

O poema a que ele se referem encerra a Nota de Solidariedade aos Médicos e Médicas Cubanos divulgada no último dia 29 de agosto: “Cultivo uma rosa branca / em julho como em janeiro / para o amigo verdadeiro / que me dá sua mão franca / E para o cruel que me arranca o coração com que vivo / cardo, urtiga não cultivo: cultivo uma rosa branca”.

Preconceito contra os pobres

“Sentimos-nos obrigados a prestar solidariedade ao povo cubano que veio ao Brasil para garantir atendimento médico ao nosso povo mais humilde”, disse a parlamentar, criticando a campanha dos médicos brasileiros que se manifestaram de forma ostensiva e preconceituosa.

Para a deputada comunista, quando se manifestaram contra os médicos cubanos, os brasileiros manifestavam preconceito contra o povo pobre do nosso país. E, estendendo as críticas a ameaça de invasão da Síria pelos Estados Unidos, disse que os médicos são as “armas” que Cuba distribui ao mundo.

Em seu agradecimento, Zamora disse que não há melhores palavras para responder às hostilidades sofridas pelos médicos e médicas cubanas senão a que eles mesmos falaram. Eles disseram, na ocasião do desembarque no Brasil, que vinham em missão de solidariedade e não para ganhar dinheiro. “A motivação é solidariedade e não econômica”, disse Zamorra, explicando que a vinda dos médicos cubanos é resultado de um atermo de cooperação entre os dois países.

“É duro ver como o capitalismo muda a cultura e não permite que se veja fraternidade em um programa como esse”, disse Zamora, registrando que os médicos cubanos não vieram trabalhar no Brasil, a exemplo dos portugueses e espanhóis, porque estivessem desempregados em seu país.

E, respondendo às críticas contra os médicos cubanos, ele apresentou os indicadores de saúde da América Latina, que mostra Cuba em posição privilegiada, entre todos os demais países do continente, no atendimento à saúde básica da população.

Cinco heróis cubanos

Em clima informal, durante o almoço-reunião que a bancada do PCdoB realiza semanalmente na Sala da Liderança do Partido na Câmara, o embaixador foi recebido pelos parlamentares, que receberam laços amarelos. Os laços, afixados nas lapelas das roupas, fazem parte da campanha mundial para libertar os cinco heróis cubanos presos nos Estados Unidos desde 1998.

A líder do PCdoB também falou sobre a campanha pela libertação dos cinco cubanos presos injustamente nos Estados Unidos, que, nesta quinta-feira (12), completam 15 anos de prisão. Ela disse que seria cômico “se não tivesse a repercussão que tem em suas vidas, os Estados Unidos acusa-los de espionagem quando o próprio estados Unidos vive, atualmente, denúncias de espionagem em vários países do mundo, incluindo o Brasil.

E anunciou o propósito dos parlamentares da bancada, ao longo da semana, fazerem discurso denunciando a situação. Segundo ela, com a vinda dos médicos cubanos será mais fácil sensibilizar o povo brasileiro para as causas cubanas.

De Brasília - Vermelho - Márcia Xavier

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Campanha vai incentivar filiação partidária de mulheres

“Mulher, tome partido. Filie-se”. Esse é o lema da campanha que será lançada na tarde desta quarta-feira (11) pela Coordenadoria de Direitos da Mulher e pelas Procuradorias da Mulher da Câmara e do Senado. O objetivo é aumentar em 20% o número de mulheres filiadas e em 30% a representação feminina na Câmara e no Senado. 


A campanha conta com o apoio da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) e da Secretaria de Políticas da Mulher da Presidência da República.

O objetivo é aumentar em 20% o número de mulheres filiadas a partidos políticos até o dia 4 de outubro, prazo final de filiação para quem deseja concorrer a um cargo político nas eleições gerais de 2014. Os organizadores da campanha também esperam ampliar em 30% a representação da bancada feminina na Câmara e no Senado no próximo ano.

A primeira fase da campanha terá inserções publicitárias em rádio e televisão de abrangência nacional. Depois do prazo de filiação, a campanha continua por meio de ações direcionadas a dirigentes partidários para que as mulheres filiadas realmente registrem candidatura. A segunda fase da campanha segue até 30 de junho do ano que vem. 

De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,5% da população brasileira são mulheres, ou seja, mais de 97 milhões de brasileiras. Mas, nas eleições de 2010, apenas 45 mulheres foram eleitas deputadas federais, representando 8,77% das cadeiras da Casa. No Senado, foram eleitas sete mulheres das 54 vagas preenchidas no Senado naquele ano, o que representou 12,99% do total.

Pesquisa de opinião pública realizada pelo Ibope e pelo Instituto Patrícia Galvão, em abril deste ano, em todo o País, com 2002 entrevistados com mais de 16 anos de idade, revelou que oito em cada dez brasileiros consideram que deveria ser obrigatória a participação paritária de mulheres e homens nas casas legislativas municipais, estaduais e federais.

Entretanto, de acordo com o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, do IBGE, se o avanço da participação feminina continuar no ritmo atual, a paridade entre os sexos nos espaços municipais demorará ainda 150 anos para ser alcançada.





Da Redação do Vermelho em Brasília com Agência Câmara

40 anos da tragédia que ensanguentou o Chile, o golpe de Pinochet

Em 11 de setembro de 1973, o sonho de uma transformação socialista pacífica e por meios legais foi soterrado, no Chile, sob o bombardeio do Palácio de La Moneda, sede do governo em Santiago, e pela morte violenta do presidente socialista Salvador Allende.

Passados 40 anos daquela tragédia, é difícil enfatizar aqueles acontecimentos que ocorreram numa América Latina que, em busca de superar o atraso e o subdesenvolvimento, enfrentou o imperialismo, e a violência e obscurantismo das classes dominantes locais. Situação que, hoje, não combina com a trajetória de afirmação soberana e de luta contra a pobreza vivida pelo continente, quarenta anos depois daqueles acontecimentos.

O golpe fascista contra Allende e o governo da Unidade Popular faz parte de uma série de ações semelhantes, lideradas por elites conservadoras com amplo apoio do governo do EUA.

Golpes civis e militares como os ocorridos no Brasil (1964), Chile e Uruguai (1973) e na Argentina (1976), promoveram a virada pró-estadunidense e fascista que prevaleceu nas décadas seguintes e só começou a mudar com a eleição de Hugo Chávez, na Venezuela (1998) e de Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil (2002), configurando o início do atual despertar latino-americano.

A intervenção de militares e elites fascistas nos países da América Latina, apoiada pelo imperialismo, encerrou uma experiência histórica que era promissora, e acumulou lições para o futuro. 

Em outubro de 1970, Allende se tornou o primeiro chefe de Estado socialista e marxista eleito no Ocidente, à frente da Unidade Popular, uma ampla coalizão que reunia socialistas, comunistas, radicais e outras correntes populares. 

Ele foi um presidente moderno e legalista. Moderno na acepção mais ampla da palavra – seu programa era o da justiça social, da igualdade e do socialismo. E era um defensor ferrenho da legalidade, preferindo sempre manter e respeitar a Constituição e nunca usar a força do governo contra a oposição e a conspiração de direita que crescia.

Ante a experiência liberal e privatista de seu antecessor na presidência, o democrata-cristão Eduardo Frei (1964-1970), o socialista Allende iniciou mudanças que atendiam aos anseios da época. Na presidência, aplicou um programa de socialização da economia, com reforma agrária e nacionalização de indústrias, bancos e outras empresas, na chamada “via chilena para o socialismo”. 

Sua opção legalista se inseria nos debates que então agitavam a esquerda e os revolucionários, opondo correntes que defendiam opções divergentes para a conquista do socialismo: uma, o uso da força estrito senso para as mudanças necessárias; outra, o caminho pacifista e eleitoral. 

A violência fascista contra Allende de certa maneira encerrou o debate de então. O sonho de uma revolução não violenta para criar, por via pacífica e democrática, uma sociedade avançada foi estraçalhado pelas bombas jogadas sobre o Palácio de La Moneda, e morto com Allende e com cada um dos 3.200 assassinados pela ditadura, e em cada uma das entre 32.000 e 60.000 vítimas de tortura, prisões ilegais e perseguições políticas. 

A trágica experiência de Salvador Allende lançou luz sobre este aspecto fundamental da mudança revolucionária – as formas de luta. Esta escolha não é uma opção arbitrária dos protagonistas da cena política, mas se impõe pelas conjunturas históricas determinadas e pelo grau de amadurecimento da consciência política das massas na luta de classes em cada nação. 

Neste sentido, a América Latina de hoje, 40 anos depois, enraizou a dura aprendizagem do Chile e demais países do continente nas décadas de 1960 e 1970, cujo traço marcante foi a violência repressiva e assassina dos governos de extrema-direita.

Uma dessas lições impõe a realização, em primeiro lugar, de reformas políticas e institucionais capazes de fortalecer a opção pelas mudanças; as mudanças na economia decorrem delas. Foi o que se assistiu nos primeiros anos de Hugo Chávez, na Venezuela; é o que está em curso no Brasil desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. 

São lições da história: duras e quase sempre sangrentas. Mas que os povos do continente, tudo indica, incorporaram em sua marcha para fortalecer a soberania de suas nações e em busca de um mundo mais igual e justo. 

O exemplo do Chile de Allende inspira os povos. O deputado e presidente do Partido Comunista do Chile, Guillermo Teillier, recentemente chamou a atenção para este legado dizendo, em relação à sistemática violação dos direitos humanos cometidas pela ditadura, que “a verdade e a justiça são irrenunciáveis”, sobretudo porque ainda existe muita coisa a ser esclarecida sobre os desaparecidos políticos. E, lembrou, o povo não esquece “seus heróis, reivindica Salvador Allende e expressa a esperança de um Chile justo e democrático”.


Fonte: Vermelho

Comprovado emaranhado de corporações que dominam o mundo


Este gráfico mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que
formam o núcleo da economia mundial.
O tamanho de cada ponto representa o
tamanho da receita de cada uma.[Imagem: Vitali et al.]


Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos. Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas, em especial os bancos, tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global. São 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controlam 40% da riqueza total.


A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça, identificaram essa rede.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.

O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.
Poder econômico mundial
Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica

Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que, independente de a concentração de poder ser ou não ruim, essa interconexão pode ser.

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas:

Barclays plc
Capital Group Companies Inc
FMR Corporation
AXA
State Street Corporation
JP Morgan Chase & Co
Legal & General Group plc
Vanguard Group Inc
UBS AG
Merrill Lynch & Co Inc
Wellington Management Co LLP
Deutsche Bank AG
Franklin Resources Inc
Credit Suisse Group
Walton Enterprises LLC
Bank of New York Mellon Corp
Natixis
Goldman Sachs Group Inc
T Rowe Price Group Inc
Legg Mason Inc
Morgan Stanley
Mitsubishi UFJ Financial Group Inc
Northern Trust Corporation
Société Générale
Bank of America Corporation
Lloyds TSB Group plc
Invesco plc
Allianz SE 29. TIAA
Old Mutual Public Limited Company
Aviva plc
Schroders plc
Dodge & Cox
Lehman Brothers Holdings Inc*
Sun Life Financial Inc
Standard Life plc
CNCE
Nomura Holdings Inc
The Depository Trust Company
Massachusetts Mutual Life Insurance
ING Groep NV
Brandes Investment Partners LP
Unicredito Italiano SPA
Deposit Insurance Corporation of Japan
Vereniging Aegon
BNP Paribas
Affiliated Managers Group Inc
Resona Holdings Inc
Capital Group International Inc
China Petrochemical Group Company

A Corporação

Um documentário canadense de 2002, dirigida por Mark Achbar ("Manufacturing Consent: Noam Chomsky and the Media") e Jennifer Abbot, conta, a partir de um livro de Joel Bakan, o poder das corporações e a forma como elas dominam o cenário político mundial.

Através de seus lobbies junto aos governos e suas ferramentas de merchandising, marketing, branding, etc ,elas definem tendencias de consumo de produtos eletrônicos, vestuário, alimentos, entretenimento, medicamentos, etc.

Corporações farmacêuticas influenciam e ate definem o que será e o que não sera ensinado nos curriculos universitários de Medicina, Farmácia e outras áreas de Saúde, para defender seus interesses mercantilistas de vendas de inúmeros medicamentos nocivos. Abaixo, o filme na íntegra disponível no youtube.



Vermelho com informações de New Scientist, Inovação Tecnológica

Desigualdade de renda nos Estados Unidos é a maior desde 1928

A desigualdade de renda entre o 1% mais rico e o restante dos americanos atingiu o seu maior ponto desde a década de 1920. Os americanos muito ricos ganharam mais de 19% da renda familiar no país no ano passado - sua maior participação desde 1928, um ano antes do colapso da bolsa. E os 10% mais ricos capturaram um recorde de 48,2% da renda total no ano passado.

A desigualdade de renda nos EUA vem crescendo há quase três décadas. E voltou a subir em 2012, segundo uma análise de dados da receita federal americana desde 1913 feita por economistas da Universidade da Califórnia (Berkeley), da Escola de Economia de Paris e da Universidade de Oxford.

Um deles, Emmanuel Saez, de Berkeley, disse que a renda dos americanos mais ricos cresceu no ano passado em parte porque eles venderam suas carteiras de ações para evitar os impostos mais elevados sobre ganhos de capital que entraram em vigor em janeiro.

Em 2012, a renda do 1% mais rico subiu quase 20%, ante uma alta de só 1% para os restantes 99%.

Os americanos mais ricos foram duramente atingidos pela crise financeira. Sua renda caiu mais de 36% na Grande Recessão de 2007-09, depois que os preços das ações despencaram. A renda dos 99% restantes encolheu apenas 11,6%, de acordo com a análise.

Mas, desde que a recessão terminou oficialmente, em junho de 2009, o 1% mais rico aproveitou os benefícios do aumento dos lucros empresariais e dos preços das ações: 95% do aumento na renda registrado desde 2009 foram para o 1% mais rico. Isso se compara com uma fatia de 45% para o 1% mais rico durante a expansão econômica na década de 1990 e uma participação de 65% da expansão ocorrida após a recessão de 2001.

O 1% dos domicílios americanos mais ricos teve uma renda bruta acima de US$ 394 mil no ano passado. Os 10% mais ricos tiveram uma renda superior a US$ 114 mil.

Os dados de renda incluem salários, aposentadorias, dividendos e ganhos de capital provenientes da venda de ações e de outros ativos. As estatísticas não incluem os chamados "pagamentos de transferência" oriundos de programas governamentais, como auxílio-desemprego e seguridade social.

O fosso entre ricos e pobres diminuiu após a Segunda Guerra Mundial, quando os sindicatos negociaram melhores salários e benefícios, e depois que o governo aprovou um salário mínimo e outras políticas para ajudar os pobres e a classe média.

A participação do 1% de mais ricos na renda parou de cair ao chegar a 7,7%, em 1973, e vem crescendo desde o início de 1980, de acordo com a análise.

Economistas apontam várias razões para o aumento da desigualdade de renda. Em alguns setores, os trabalhadores americanos agora competem com mão de obra barata chinesa e de outros países em desenvolvimento. Funções burocráticas e de call centers foram terceirizadas para países como Índia e Filipinas.

Cada vez mais, a tecnologia está substituindo trabalhadores na realização de tarefas rotineiras. E o poder dos sindicatos se dissipou. O percentual de trabalhadores americanos representados por sindicatos caiu de 23,3% em 1983 para 12,5% no ano passado, segundo o Departamento do Trabalho.

As mudanças reduziram os custos para muitos empregadores. Essa é uma razão pela qual os lucros das empresas atingiram um recorde neste ano como parte da produção econômica americana, apesar de o crescimento estar lento e a taxa de desemprego permanecer em elevados 7,2%.

As pessoas mais bem remuneradas nos EUA tendem a ser executivos ou empresários - os "trabalhadores ricos", e não as elites que desfrutam uma vida de lazer dependente de riqueza herdada, escreveu Saez num relatório que acompanha a nova análise.

Mesmo assim, acrescentou ele, "precisamos decidir, como sociedade, se esse aumento na desigualdade de renda é eficiente e aceitável".

Fonte: Paul Wiseman - Associated Press via Contraf

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pesquisa: 73,9% apoiam vinda de médicos estrangeiros ao Brasil

Pesquisa do Instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira mostra que 73,9% dos entrevistados apoiam a vinda de médicos estrangeiros para atuar no País. A medida faz parte do programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal em julho e que pretende atrair médicos para atuar nas periferias e no interior do Brasil.

A pesquisa, realizada entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro, ouviu 2.002 pessoas. As entrevistas foram realizadas em 135 municípios de 21 unidades da federação nas cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Para 49,6% dos entrevistados, o Mais Médicos "solucionará" os problemas graves de saúde no País. Dentre o universo pesquisado, 62,4% utilizam o serviço público de saúde, 20,8% utilizam o privado e 16,5% fazem uso dos dois serviços.

Dentre os que utilizam o serviço público, 37,4% consideram o atendimento regular. Para 18%, a avaliação é boa e, para 18,6%, ruim. 22,9% consideram o serviço público de saúde péssimo. Já o sistema privado é considerado bom para 45% dos entrevistados que fazem uso dele. Para 34,5%, o atendimento é regular e, para 4%, ruim. 13% consideram o serviço privado de saúde ótimo.

Fonte: Portal Terra via Vermelho

Mino Carta: A ingratidão da Globo


Editorial de O Globo
Com desfaçatez suprema, o editorial de O Globo desculpa-se enquanto evoca as razões que, 50 anos atrás, pretende terem justificado o apoio ao golpe.
Fonte: Reprodução

Ingratidão da Globo me espanta, ela vomita no prato em que comeu, com o perdão pelo uso do verbo, de eficácia indiscutível, no entanto. Aludo ao editorial com que o mais autorizado porta-voz das Organizações, O Globo, brindou seus leitores dia 1º de setembro. Diz-se ali que apoiar o golpe de 64 foi erro nascido de um equívoco. Veio a ditadura, como sabemos, provocada pelos gendarmes chamados pelos donos do poder civil, entre os quais figurava, com todos os méritos, Roberto Marinho, e os anos de chumbo de alguns foram de ouro para a Globo.
Editorial da Carta Capital, por Mino Carta
A empresa do doutor Roberto cresceu extraordinariamente graças aos favores proporcionados pelos ditadores, gozou de regalias incontáveis, floresceu até os limites do monopólio. O apoio de 64 prosseguiu impavidamente por 21 anos, enquanto o Terror de Estado imperava. Grassavam tortura e censura, repetiam-se os expurgos dentro do Congresso mantido como estertor democrático de pura fancaria. Só o MDB do doutor Ulysses Guimarães redimiu o pecado original ao reunir debaixo da sua bandeira todos os opositores do regime. Para desgosto da Globo.
Sim, O Globo apoiou o golpe, juntamente com os demais jornalões como o editorial não deixa de acentuar, e também apoiou os desmandos do regime, a começar pelo golpe dentro do golpe que resultou no Ato Institucional nº 5. E prisões e perseguições, e até as ditaduras argentina, chilena e uruguaia.
Em contrapartida, combateu Brizola governador, e de modo geral, os demais governos de estado conquistados pela oposição em conjunturas diversas, bem como o movimento sindical surgido sob o impulso de um certo Luiz Inácio, presidente do Sindicado dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, responsável pelas greves de 78, 79 e 80, finalmente preso e enquadrado na famigerada Lei de Segurança Nacional.
Derradeiro lance global, a condenação inapelável do movimento das Diretas Já, quando a Globo foi alvo da ira popular e um veículo da empresa foi incendiado na Avenida Paulista no dia 25 de janeiro de 84, ao término de uma manifestação que reuniu na Praça da Sé 500 mil pessoas. Rejubilou-se, contudo, o doutor Roberto, com a rejeição da emenda das Diretas, obra magistral da Arena de José Sarney, e com a formação da Aliança Nacional, nome de fantasia da enésima, inesgotável conciliação das elites.
Não se diga que a Globo deixou de ser coerente com seus ideais. Decisiva na eleição de Fernando Collor em 89, com a manipulação do debate de encerramento com Lula, comandada pelo doutor Roberto em pessoa. Nosso colega, como sustentavam seus assalariados, não hesitou em promover a festa carnavalesca contra o presidente corrupto, desmascarado somente pela IstoÉ ao descobrir a testemunha inesperada e fatal, o motorista Eriberto. Antes disso, o governo Sarney contara com o apoio irrestrito da Globo, sempre beneficiada por Antonio Carlos Magalhães, ministro da Comunicações, na mesma medida em que o fora por outro amigo insubstituível, Armando Falcão, ministro da Justiça do ditador Ernesto Geisel.
O governo Fernando Henrique quebrou o País três vezes, mas nunca lhe faltou o aplauso global oito anos a fio, tanto mais na hora do singular episódio intitulado “Privataria Tucana” e da compra dos votos para garantir a reeleição do príncipe dos sociólogos, sem falar do “mensalão" também tucano. Houve até o momento em que, tomado de entusiasmo, o doutor Roberto acreditou cegamente na sua colunista Miriam Leitão, segundo quem, eleito pela segunda vez, FHC garantiria a estabilidade da moeda até o último alento. Doze dias depois de reempossado, o príncipe desvalorizou o real e cobriu a Globo de dívidas. Havia, contudo, um BNDES à disposição para tapar o buraco.
FHC deixou saudades, a justificar o apoio compacto aos candidatos tucanos nas eleições de 2002, 2006 e 2010. E a adesão à maciça campanha midiática que, como em 1964, coloca jornalões e quejandos de um lado só, então a favor do golpe, nos últimos dez anos contra um governo tido como de esquerda, atualmente a carregar a herança de Lula. Vale observar, aliás, que mesmo no instante do pretenso arrependimento, O Globo de domingo passado desfralda os mesmos argumentos de 50 anos atrás. Donde a evocação da “divisão ideológica do mundo” à sombra álgida da Guerra Fria, aprofundada no Brasil “pela radicalização de João Goulart”. Enfim, renova-se o aviso fatídico: a marcha da subversão estava às portas. Eu a espero em vão até hoje.
Sim, o doutor Roberto acreditou ter agido acertadamente até sua morte e sempre chamou o golpe de revolução. Explicaria em um dos seus retumbantes editoriais da primeira página, no 20º aniversário daquele que seus pupilos agora definem como “equívoco”, que “sem povo não haveria revolução”. E quem seria o povo daquela quadra criminosa? As marchas dos titulares da casa-grande e dos seus aspirantes, secundados pelos fâmulos momentaneamente retirados da senzala.
Sim, é verdade que muitos jornalistas de esquerda tiveram abrigo na redação de O Globo, e alguns deles foram e são amigos meus, mas não me consta que o doutor Roberto se tenha posicionado “com firmeza contra a perseguição” de profissionais de quaisquer outras redações. Vezos nativos. O Estadão chegou a hospedar colunistas portugueses, inimigos do regime salazarista. Tinham eles a virtude de escrever em castiço os editoriais ditados pelo doutor Julinho. Este gênero de situações reflete a pastosidade emoliente da realidade do País, onde o dono da casa-grande pode permitir-se tudo o que bem entender.
De todo modo, não é somente deste ponto de vista que a Globo foi deletéria. Ensaios foram escritos no exterior para provar como a influência global foi daninha, inclusive com telenovelas vulgarizadoras de uma visão burguesota, movida a consumismo e cultura da aparência, visceralmente apolítica, anódina e inodora. Como tevê, e como jornal, a Globo já foi bem melhor. Ocorrem-me programas de excelente qualidade, conduzidos por humoristas como Chico Anysio e Jô Soares, capazes às vezes de ousar o desafio sutil à ditadura. Mas a queda foi brutal, como se deu em relação ao jornal à época da direção de Evandro Carlos de Andrade. Lamentáveis as opiniões, em compensação, boa, frequentemente, a informação.
O texto do editorial carece, é óbvio, da grandeza que a situação recomendaria, pelo contrário é de mediocridade e superficialidade doridas, não somente na lida difícil com o vernáculo, mas também pela demonstração, linha a linha, palavra a palavra, e, mais ainda, no desenrolar do raciocínio central, da sua insinceridade orgânica. Surge, de resto, da covardia diante das manifestações anti-Globo e, como de hábito, aferra-se à hipocrisia típica dos senhores da casa-grande, velhacos até a medula.
Esta é a gente que gosta de brigar na proporção de cem contra um, se possível mil, sem mudar o número de quantos ousam confrontá-los. Incrível, embora natural, inescapável, nesta pasta víscida e maligna que compõe a verdade factual do país da casa-grande e da senzala, a falta de um debate em torno da peculiar confissão global, como acentua Claudio Bernabucci na sua coluna desta edição. Que dizem os jornalões acusados de conivência pelo O Globo? Que dizem as lideranças partidárias? E o Congresso? Nem se fale das figuras governistas e parlamentares que até agora enxergam na Globo um sustentáculo indispensável.
Silêncio geral, entre atônito e perplexo.
 Fonte: Carta Capital