sexta-feira, 17 de outubro de 2014

“Ideais estão em jogo”, diz Lídice sobre apoiar Dilma no 2º turno

A presidenta estadual do PSB, senadora Lídice da Mata, falou em coerência e ideologia política ao justificar a decisão do partido na Bahia de ir contra o posicionamento da direção nacional e apoiar a reeleição de Dilma Rousseff, neste segundo turno. O PSB-BA promoveu um evento para oficializar a posição e anunciar o engajamento na campanha da presidenta, ontem, quinta-feira (16), em um hotel de Salvador.

O ato contou com a participação de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais do PSB, do governador Jaques Wagner, do governador eleito Rui Costa, ambos do PT, além de dirigentes de partidos aliados, como o PCdoB e o PDT, representados por Davidson Magalhães e Marcelo Nilo. Lídice, que concorreu o Governo do Estado com Rui Costa, foi questionada pelos jornalistas sobre os conflitos do primeiro turno e disse que não vê contradição em estar ao lado do PT, agora.

“Com esse cenário, não caberia neutralidade ao PSB. Ideais estão em jogo neste segundo turno e não poderíamos nos abster. O nosso posicionamento está próximo da nossa história e da defesa que sempre fizemos da transformação social do Brasil. Dilma é o melhor para o Nordeste, para a Bahia e para os brasileiros”, defendeu Lídice, sendo aplaudida de pé e demoradamente pelos presentes.

A senadora também explicou que o apoio não foi negociado e que o PSB não está cobrando cargos nos governos federal e estadual. Disse, ainda, que o que mais a anima com o segundo mandato de Dilma é “o compromisso da presidenta com a reforma política, pois não dá para concorrer mais eleições com as regras que estão aí, com a influência do poder econômico e com esse tempo de televisão”.

No encontro, estiveram também representantes de outros partidos que não estavam com o PT no primeiro turno, como o PV, o PTN, o PMDB [na Bahia], o PSL, o PPL e o PSOL. Nestes partidos, diferentemente do PSB, não há um consenso entre as direções estaduais sobre o apoio a Dilma – com exceção do PPL. O PV-BA chegou a ameaçar punir os quadros que não apoiam Aécio Neves (PSDB). Pela pressão, o único verde que compareceu ao ato foi Marquinhos Viana, deputado estadual.

Em nome da presidenta Dilma, Jaques Wagner agradeceu o apoio do PSB e dos integrantes dos outros partidos, e pediu que todos se engajassem nas atividades da campanha no estado. O governador, que tem sido uma peça importante para a eleição da presidenta no Nordeste, espera aumentar a frente que o PT teve na Bahia de 3 milhões para 4 milhões de votos.

Intuição
Considerado um adivinhador pé-quente – em várias eleições contrariou os institutos de pesquisa e acertou o resultado, como aconteceu neste primeiro turno, com a derrota de Paulo Souto, que liderava as pesquisas para o Governo do Estado – Wagner disse que acredita na vitória de Dilma. “A minha intuição é de que ganharemos a eleição”, disse. Ele também defendeu que a Bahia e o Nordeste “perderiam muito” se Aécio vencesse.

“A parceria com Dilma é muito importante para Rui e para o Nordeste. Não estamos contra Minas [Gerais] e São Paulo, mas são os estados que sempre tiveram a atenção deles [PSDB]. O Nordeste nunca teve o tratamento que teve a partir de Lula. Nós entendemos que é preciso distribuir renda para crescer e fizemos uma revolução pacífica e democrática, nesses 12 anos”, disse Wagner.

O governador também aproveitou para defender Lídice da Mata das críticas: “Dizem que ela criticou muito o meu governo na campanha, mas queriam o quê? Que me achasse lindo? Ela também era candidata”, brincou, arrancando gargalhadas. Rui Costa fez coro: “Estamos juntos porque não queremos o retrocesso, principalmente em direitos humanos e qualidade da vida das pessoas”.

De Salvador- Erikson Walla - Vermelho

“The Economist é ligada ao sistema financeiro”, afirma Dilma

 Declaração da presidenta foi durante coletiva de imprensa em São Paulo
 Declaração da presidenta foi durante coletiva de imprensa em São Paulo

Ontem, quinta-feira (16), indagada por jornalistas em coletiva, a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, falou sobre o artigo publicado pela revista britânica The Economist em que defende a eleição do candidato neoliberal Aécio Neves (PSDB).


"Eu acho que as revistas do mundo inteiro, como as nacionais, têm o direito de tomar sua posição política e levá-la ao conhecimento de seus leitores. Agora, sei qual a filiação da The Economist, todo mundo sabe disso. É uma revista muito ligada ao sistema financeiro internacional”, pontuou a presidenta.

Leia
Economist diz que avanços sociais não são palpáveis e defende Aécio

No artigo da The Economist, intitulado “Por que o Brasil precisa de mudança”, a publicação se diz desapontada com os brasileiros por conta do resultado do primeiro turno das eleições, pois após os protestos de junho “era de se esperar que os brasileiros dispensassem Dilma já no primeiro turno”.

A revista diz ainda que o povo brasileira ainda sente “gratidão” com o governo Dilma, por questões que “não são palpáveis, na visão da revista, como “pleno emprego, maiores salários e uma série de programas sociais eficientes - não só a transferência de renda do Bolsa Família, mas casas a preços populares, bolsas estudantis e programas de eletricidade e água no Nordeste”.

Vermelho - Com informações de agências

Lula sobre tucanos: “Essa gente só gosta de pobre em época de eleição”

Segundo Lula, candidato tucano “é capaz de pisar” em pobres
Adneison Severiano/
Segundo Lula, candidato tucano “é capaz de pisar” em pobres

“Este país não pode mais ser governado apenas com a cabeça da elite brasileira. Esse país tem que ser governado pelo sentimento do coração. Queremos um país onde todos possam tomar café, almoçar, jantar e estudar”, declarou o ex-presidente Lula durante comício em Manaus, no Amazonas, com o senador Eduardo Braga (PMDB), candidato ao governo do estado, ontem, quinta-feira (16).

Segundo Lula, o candidato tucano Aécio Neves (PSDB) “é capaz de pisar” em pobres. “Essa gente que está disputando a eleição com a Dilma só gosta de pobre em época de eleição”, asseverou.

Lula lembrou qual era a situação quando o país era governado por outro tucano, o Fernando Henrique Cardoso. “Naquele tempo, eles diziam que o salário mínimo não podia aumentar por causa da inflação. Faz doze anos que nós aumentamos o salário mínimo e a inflação está controlada. Não aumentavam o salário, mas aumentam a falta de vergonha na cara deles em levar o povo à míngua”, enfatizou.

Zona Franca

O ex-presidente também falou sobre a Zona Franca de Manaus, destacando que o PSDB é contra o modelo. “Você sabe como os tucanos eram contra a Zona Franca de Manaus, sabe quantas vezes tentaram desviar para a gente não aprovar a prorrogação da Zona Franca por mais 70 anos como a Dilma fez, porque quem mora no Centro-Sul ou quem vive com a bundinha sentada em Brasília não tem noção do que é o Norte e o Nordeste do país”, destacou Lula.

Lula também criticou a postura do tucano Aécio Neves durante debate na TV. “Quando eu vejo um homem na televisão ser ignorante com uma mulher, como ele [Aécio] tem sido nos debates, eu fico pensando: se esse cidadão é capaz de gritar com a presidenta, fico imaginando o dia que ele encontrar um pobre na frente: é capaz dele pisar ou não enxergar", disse o ex-presidente.

Vermelho - Com informações de agências

Sindicatos fazem atos em defesa das empresas públicas nesta segunda 20

O movimento sindical fará nesta segunda-feira 20 em todo o país Atos em Defesa do Serviço Público e das Empresas Estatais, numa mobilização nacional diante das ameaças de privatização que surgiram na campanha eleitoral. 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Sistema Financeiro (Contraf) orienta todos os dirigentes das entidades filiadas a se engajarem nessa mobilização e organizarem atos em suas bases sindicais em defesa do Banco do Brasil, da Caixa, do BNDES, do BNB, do Banco da Amazônia e Finep. 

Armínio ameaça com privatizações

"A privatização ou a redução do papel social dos bancos públicos é uma antiga exigência dos bancos privados. Armínio Fraga, que elevou a taxa de juros a 45% quando presidiu o BC, retirando recursos do Tesouro para enriquecer os rentistas, está prometendo atender essa demanda do mercado financeiro", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf.

Ex-executivo do megaespeculador George Soros e sócio do banco norte-americano JP Morgan na Gávea Investimentos, em recente declaração Armínio Fraga defendeu a redução da atuação dos bancos públicos, sinalizando com a privatização. "Penso que os bancos públicos precisam ser administrados por padrões muito mais rígidos. Provavelmente vai chegar um ponto em que talvez não tenham tantas funções. Não sei muito bem o que vai sobrar no final da linha. Talvez não muito", disse em entrevista ao Instituto Liberal. 

Confira aqui a declaração.

"A sociedade brasileira não pode permitir esse retrocesso à década neoliberal dos tucanos e abrir mão dos bancos públicos, cuja importância para o desenvolvimento econômico e social do país tornaram-se mais evidentes do que nunca a partir da crise internacional de 2008, provocada pela irresponsabilidade do mercado financeiro a que Armínio Fraga representa", rebate Cordeiro em artigo publicado no portal Brasil247. 

"Foi graças à atuação dos bancos públicos que o Brasil superou a crise de 2008. Os bancos privados fecharam a torneira e encareceram o crédito. Por decisão do governo, os bancos públicos ampliaram a oferta de crédito. Antes da crise, eles detinham 36% das operações de crédito de todo o sistema financeiro. Saltaram para 51% do mercado, mantendo assim a roda da economia funcionando, o consumo aquecido e gerando empregos", acrescenta o presidente da Contraf-CUT.

Leia o artigo publicado nesta terça-feira (14) no portal Brasil 247 .

Década neoliberal foi um desastre para os bancários

Para a Contraf, as políticas neoliberais da década de 1990, dos governos de Collor e dos tucanos, foram desastrosas para os bancários. Em 1990, havia 732.217 bancários no Brasil. Quando FHC deixou o poder, em 2002, havia apenas 398.098. A categoria foi dizimada quase à metade e submetida a um processo crescente de terceirizações e precarização do trabalho. Somente no BB e na Caixa foram fechados 64 mil postos de trabalho. 

Os bancários também tiveram brutal achatamento salarial, principalmente nos bancos públicos. Nos oito anos do governo FHC, a inflação acumulada medida pelo INPC foi de 104,69%. Os bancários dos bancos privados tiveram no período 95,41% de reajuste salarial. No BB, a reposição foi de apenas 36,15% e na Caixa, de míseros 28,26%.

Ao contrário, nos últimos governos a situação melhorou para os bancários. A categoria voltou a crescer a partir de 2003 e hoje contempla mais de 511 mil trabalhadores. Além disso, os bancários de bancos públicos e privados vêm conquistando aumentos reais consecutivos nos últimos 11 anos, acumulando ganho acima da inflação de 20,7% nos salários e de 42,1% nos pisos.

"Não queremos retroceder às políticas neoliberais novamente, com cortes de salários e de direitos e desemprego. Por isso vamos às ruas na segunda-feira, defender as empresas públicas e a continuidade das conquistas", conclui Carlos Cordeiro.

Fonte: Contraf

Na reta final do 2º turno, nosso grito é contra o retrocesso

Fotos: Clécio Almeida
Fotos: Clécio Almeida

O secretariado nacional do PCdoB realizou ontem, quinta-feira (16) uma reunião ampliada com a participação de representantes de várias frentes de atuação dos comunistas, como de juventude, mulheres, sindical e movimento negro. O encontro contou ainda com a presença de dirigentes dos estados de São Paulo, Paraná e Pernambuco.


Na ocasião, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, falou sobre a conjuntura da campanha e disse que o objetivo do encontro é debater como o “partido conduzirá o trabalho no segundo turno com algumas frentes e nos espaços estratégicos, para acompanhar e ver mais de perto como impulsionar a campanha no curso do segundo turno, que é a grande batalha, a luta decisiva”. Ele destacou ainda a necessidade do PCdoB “se empenhar ainda mais pela vitória da presidenta Dilma”.

Para Renato, “essa campanha eleitoral foi marcada por vários movimentos em que as forças conservadoras no primeiro momento tiveram que instrumentalizar a campanha de Eduardo Campos, com o objetivo de levar as eleições para o segundo turno, o Eduardo seria o fator que poderia contribuir para levar a campanha para o segundo turno. Com a morte dele, as forças conservadoras se voltam para impulsionar a campanha de Marina Silva, tentando torná-la a a candidata capaz de levar para o segundo turno”.

Depois de desconstruída a candidatura de Marina, as forças conservadoras concentram seu apoio em Aécio Neves, que é o candidato de sua maior confiança. “O crescimento de Aécio no final do primeiro turno atiçou as lideranças conservadoras [meios financeiros, partidos conservadores e veículos de comunicação]. As forças oposicionistas, no desespero e no afã de impulsionar o candidato resultante, montam uma grande escalada com objetivo de levar a cabo a derrota da presidenta Dilma, para isso eles passaram a utilizar todos os recursos e todos os meios para vencer.”

Segundo Renato, na primeira semana da campanha essas forças aproveitam o ascenso de Aécio e ressaltam os apoios que recebeu. Destacaram a visita de Aécio à família de Eduardo Campos, o apoio do PSB, a Marina, entre outros. Em contrapartida, “os apoios a Dilma não foram noticiados”, afirmou.

Caso Petrobras e a República do Galeão

 
O presidente do Partido salientou a manipulação abusiva e o aparato montado pela oposição no caso das declarações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, envolvido em caso de corrupção. “Fizeram uma montagem de um poder paralelo, numa ação combinada entre grandes grupos da mídia e o aparato judiciário, transformando a investigação em um ‘inquérito policial político’, manipulando abusivamente partes de um processo, com depoimentos que correm em segredo de justiça, mas foram vazados para a imprensa.” Renato referiu-se à analogia histórica que estão fazendo com o período do segundo governo de Getúlio Vargas, quando foi estabelecida a “República do Galeão”, um poder paralelo montado na época para fazer um grande cerco a Getúlio e desestabilizar seu governo.
 
 
Dois projetos
De forma didática, o presidente explicou a importância da batalha eleitoral. “Estão em jogo dois projetos. Isto fica ainda mais claro porque são duas candidaturas. Nesta segunda semana, a campanha da presidenta Dilma passou a barrar a investida reacionária e começa a partir para a ofensiva. O centro da nossa contraofensiva é desconstruir, desmascarar a candidatura de Aécio Neves”, afirmou.

Debate na TV
Segundo Renato, ficou claro entre os presentes que Dilma Rousseff se saiu melhor, pois no debate ela “encurralou o Aécio, ela teve uma postura muito segura e altiva, pode demonstrar isso com grandeza. E esse foi o primeiro passo para desnudar a candidatura do tucano”, ressaltou.

”Eu estava lá e vi como ele ficou. O Aécio estava irreconhecível, comparado com os outros debates, ficou desnorteado, mostrando assim, claramente, uma situação de grande constrangimento, a fisionomia dele era de quem foi pego em flagrante, ele não esperava o desmascaramento dele assim”, relatou.

Contraditório
Em outra parte, Renato Rabelo fez questão de ressaltar que “Aécio afirma que vai continuar o que os governos de Lula e Dilma fizeram na área social para ganhar o eleitor, mas sabemos que é inteiramente contraditório com a política econômica dele, não há como ele continuar com esses programas, pois sua política econômica será feita com grandes cortes, e cortes, sobretudo nessa área social”.

O dirigente comunista disse ainda que é muito grave para um candidato à Presidência que no governo dele em Minas Gerais, foi desviado mais de 8% dos investimentos que deveriam ter sido aplicados na saúde. “E isso foi comprovado pelo próprio Tribunal de Contas do Estado, e foi interessante que os dados foram tirados do ar, desapareceu. É mais um desmascaramento, um flagra importante e a grande mídia não diz nada”, ponderou.

Renato acentuou ainda a citação que a presidenta fez sobre nepotismo no governo de Aécio. O presidente do PCdoB comemorou a fala da presidenta que declarou não ter nenhum parente que trabalhe com ela, e lembrou ainda que Dilma não tem “em toda a sua vida política” um processo contra ela.

Ainda em sua intervenção, Renato abordou que o Ministério Público considerou no caso do aeroporto construído por Aécio em Claudio-MG, um caso de improbidade administrativa, desvio de dinheiro público, salientou. “No plano ético e moral Aécio não é nadador, é um grande afogador no terreno”, contou. Também sobre o debate, Renato ressaltou a fala de Dilma quanto aos arquivamentos dos processos no período dos governos tucanos. “Por isso, camaradas, além dos escândalos dos tucanos que foram arquivados, ninguém foi preso, contrastando com o período atual.”

Mobilização
Para Renato, a desconstrução da candidatura de Aécio dá um novo fôlego e coloca a campanha da presidenta Dilma na ofensiva. “Por ser uma polarização, fica mais fácil para o povo distinguir o que está em jogo, que são dois projetos. E essa relação de quem é amigo e de quem é inimigo está mais clara.”

Dilma começa a crescer e a retomada da ofensiva cria um momento de mobilização maior das redes, com múltiplos eventos e criativas ações, isso estimula mais a nossa militância, provocando uma nova realidade de estímulo no momento da reta final.

Da Redação do Portal Vermelho
Eliz Brandão

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Aécio Neves votou contra a valorização do salário mínimo em 2011

Em 2011 Aécio Neves,  senador do PSDB/MG, votou contra a valorização do salário mínimo durante sessão plenária do Senado Federal. Confira o vídeo resgatado daquela época.


 

Alternância de poder seria entre quem e quem?

De Castelo Branco a João Figueiredo, a ditadura alternou cinco generais no poder entre 1964 e 1965. Doc Golpe de 1964/YouTube/ ReproduçãoAlguns dizem que 'alternância', a pretexto para devolver o governo às elites, é democracia. Democracia é respeitar decisão do povo, em condições de disputa igual.

Por Emir Sader*, na RBA


De Castelo Branco a João Figueiredo, a ditadura alternou cinco generais no poder entre 1964 e 1965. Doc Golpe de 1964/YouTube/ Reprodução
A alternância de partidos no governo é boa em si mesma? É elemento essencial da democracia? Hoje, ela significaria trocar que blocos de partido por outros e que setores sociais por outro?

De repente, quando um governo liderado pelo PT, depois de três tentativas,conquista a Presidência da República e faz governos de grande apoio popular, vem essa história de que “a alternância é saudável”.

Um tema que nunca tinha sido formulado antes. Quando o PSDB de Fernando Henrique perdeu, foi derrotado porque seu governo foi rejeitado pela maioria da população, não porque ele cedesse a presidência em aras da alternância e da democracia.

Alternância significaria rodízio de partidos ou de governantes. É preciso lembrar que o Lula, saindo do governo com mais de 80% de apoio, foi pressionado por aliados para se dispusesse a um terceiro mandato, mediante uma reforma constitucional que o permitisse, situação de que todos diziam que ele sairia vitorioso. O ex-presidente rechaçou a ideia, considerando-a prejudicial ao processo democrático.

Preferiu lançar Dilma Rousseff como candidata à sua sucessão e triunfou. Essa foi uma alternância. Alternância de presidentes, submetidos ao voto popular para saber se o povo deseja a continuidade das mesmas políticas, com outro presidente ou não.

Inerente à democracia é a soberania popular, o voto universal, em igualdade de condições de todos os candidatos, para decidir quem deve governar. A continuidade das elites no poder no Brasil se dá ao longo dos séculos, sob formas distintas. Mais recentemente, sob ditadura militar e sob governos neoliberais.

É preciso recordar que, com medo da eleição do Lula, os partidos de direita repeliram a reeleição. Porém, como foi eleito FHC, fizeram aprovar no Congresso a reeleição – com compra de votos, conforme denúncias contundentes, porém arquivadas, mesmo com testemunhos dos diretamente envolvidos –, para brindar a FHC um segundo mandato.

A alternância que faz parte inerente da democracia é a submissão do governante ao voto popular, periodicamente, para ser confirmado ou substituído. E a limitação a dois mandatos, de forma a que seja necessário, para dar continuidade a um mesmo governo, lançar outros candidatos.

Por si só, a alternância não é nenhuma garantia de democracia. Tantas vezes os partidos no governo mudam e mantém as mesmas políticas. O caso do México, há mais de 80 anos, é o de uma continuidade de várias décadas do PRI no governo, substituído pelo PAN em 2000, por dois mandatos, e o governo e o pais não mudaram nada, pioraram sempre, governado pela mesma elite. O Brasil, durante a ditadura, teve cinco presidentes diferentes num intervalo de 21 anos e que alternância poder isso representou?

No caso brasileiro atual, quando a Marina invocou a alternância para tentar justificar o que até um tempo atrás ela mesma negava – que subiria ao palanque tucano para apoiar a um tucano para presidente –, é outra coisa. É o correlato daquilo que une a direita brasileira, à qual a Marina se somou: o objetivo de tirar o PT do governo, para o qual vale tudo, de manipulação midiática, pesquisas fajutas, até apelar a pomposas palavras vazias como essa – alternância.

É como se a Marina dissesse: chega de políticas sociais para todos, chega de tanta Bolsa Família, de tanta soberania externa. Chega, seria hora de retornar ao governo dos que sempre governaram: os bancos privados, a grande mídia monopolista, o alinhamento com os Estados Unidos. Alternância para entregar de novo o governo às elites tradicionais, aos ricos e poderosos de sempre, e dizer que isso é democracia? Democracia é respeitar a decisão do povo, em condições de disputa igual, sem monopólio privado da mídia e sem o poder do dinheiro elegendo candidatos – desafios que ainda a serem superados em nossa democracia.

*Sociólogo e cientista político brasileiro.


Fonte:  Vermelho

Dilma em ascensão, militância e aliados unidos e mobilizados

O debate realizado pela Rede Bandeirantes na última terça-feira (14) mostrou que Dilma Rousseff está em plena ascensão, revelando-se, como em toda a campanha, serena, firme, segura e confiante. O seu desempenho perante um adversário arrogante, despreparado e cínico mostrou suas qualidades de líder política e gestora capaz.

O desempenho da candidata à reeleição refuta as análises precipitadas e defensivas sobre o cenário do segundo turno, que atribuíam vantagens ao candidato da direita. 

Na atual etapa, a campanha eleitoral é, sem dúvidas, marcada por uma brutal ofensiva das forças conservadoras, dispostas a recorrer a tudo, mesmo aos mais baixos expedientes, para derrotar a mandatária e retornar ao poder. Na campanha da direita, explicitam-se os valores mais reacionários, uma mensagem de elitização do poder político, de políticas econômicas funcionais aos interesses do capital financeiro, de regressão social e submissão dos interesses nacionais às potências imperialistas.

Faz parte dessa ofensiva a tentativa de golpe, mesclando-se aí as ações da mídia, de setores da Polícia Federal e do aparato judiciário, que manipulam abusivamente peças de um processo que, correndo em segredo de justiça, são vedadas aos poderes republicanos, mas franqueadas a veículos de comunicação venais. 

Igualmente, durante a primeira semana da campanha do segundo turno, o candidato da direita buscou apresentar-se como uma força política capaz de aglutinar apoios. As “adesões” de Marina Silva, plenamente conotada como uma liderança política antiprogressista, e de um PSB transformado em linha auxiliar da direita, em instrumento fisiológico a serviço de novas oligarquias regionais, não são exatamente uma novidade, mas o corolário natural das opções políticas dessas forças e de sua conduta ao longo da campanha no primeiro turno. Contudo, a mídia a serviço de Aécio Neves apresenta essas resultantes de negociatas políticas de modo exaustivo e nauseante, como se representassem a formação de uma grande e nova força política. Na verdade, trata-se da nova configuração da centro-direita no país. 

Mas a ofensiva da direita não significa que esta esteja necessariamente em vantagem e que vá ganhar a eleição no dia 26. Estaria em superioridade se a presidenta Dilma entrasse em defensiva política. Não foi o que aconteceu no debate, não é o que está acontecendo no conjunto da campanha, não é este o sentimento que contagia a militância das forças democráticas e patrióticas sob a liderança da candidata à reeleição. 

Dilma demonstrou mais uma vez que é a única candidata que apresenta propostas concretas para o país continuar avançando.

Dilma destacou com propriedade que há dois projetos com visões distintas do Brasil. O que está em vigor é o da distribuição de renda e inclusão social, progresso e defesa da soberania nacional. Explicitou que sua perspectiva é a “promoção de novo ciclo de desenvolvimento e a geração de igualdade de oportunidades para toda a população brasileira”. Baseia-se num rico balanço de conquistas em que sobressai a façanha de distribuir renda e tirar da pobreza 36 milhões de pessoas, de criar um grande mercado de consumo de massa, de lançar as bases para um novo ciclo de desenvolvimento. 

Em posição diametralmente oposta, o candidato conservador e neoliberal revela seu divórcio dos sentimentos e anseios do povo e afronta a nação. Sua mensagem restringe-se a alguns desgastados mantras. “Derrotar o governo do PT”, corresponder às exigências do “mercado”, “controlar a inflação”, “cortar o gasto público”, “combater a corrupção”. Palavras ao vento, em se tratando de um candidato que esteve na cúpula de um governo antidemocrático, subordinado aos interesses do capital financeiro e monopólios internacionais e conivente com a corrupção.

Com argumentos irrefutáveis, Dilma põe relevo no caráter progressista e unitário da coalizão que lidera, constituindo-se como o governo progressista não só de um partido, mas das forças patrióticas e democráticas, a serviço dos interesses do povo brasileiro; no controle da inflação sem cortar salários nem provocar desemprego; nas virtudes das políticas públicas e sociais inauguradas a partir do governo Lula e aperfeiçoadas no seu governo, e no combate sem tréguas à corrupção, provando que o governo não só denuncia, como investiga e propõe a punição exemplar.

Em boa hora, a campanha da presidenta Dilma à reeleição está em ascensão, o que infunde ânimo renovado à militância e aos aliados, que sem qualquer tibieza, defensivismo ou vacilação vão se pronunciar com toda a clareza e atuar maciça e compactamente nos dias que restam para construir e alcançar a quarta vitória do povo brasileiro.


Fonte: Vermelho

Saída de Xico Sá da Folha mostra uma nova fase na vida dos jornalistas

A saída estrepitosa de Xico Sá da Folha é um marco numa nova era na vida dos jornalistas. Xico deixou o jornal depois que foi proibido de expressar apoio a Dilma numa coluna.

Por Paulo Nogueira*, no Diário do Centro do Mundo


Xico Sá
Quanto isso o indignou pode ser visto numa série de tuítes que continham um desabafo irado e sem freios.

“Só Reinaldões” podem defender candidatos na “imprensa burguesa”, disse ele.

Quer dizer: os candidatos que os donos das empresas apoiam, naturalmente.

Esse constrangimento – o jornalista saber que o limite de sua liberdade de expressão é a opinião de seu patrão – não é propriamente novo.

Novas são as circunstâncias trazidas pela Era Digital. Xico Sá tem, na internet, microfone para expor as suas razões e para criticar sem censura a Folha.

Terá também, na internet, maneiras de continuar sua carreira. É uma mídia florescente – ao contrário dos jornais – e ele construiu um nome capaz de atrair uma boa audiência.

Antes da mídia digital, pessoas incomodadas como Xico Sá engoliam seu desagrado pela falta de alternativas. Outros jornais e revistas eram a mesma coisa.

Agora, um jornalista não é obrigado a se contentar em repetir o que seu patrão quer que ele escreva.

A internet está aí. A autonomia é imensamente maior. Meu caso mesmo: em 25 meses de jornalismo digital expus muito mais minhas opiniões do que em 25 anos de carreira na Abril e na Globo.

Como é inexorável a migração – rápida — de publicidade para meios digitais, o jornalismo na internet logo atrairá os melhores jornalistas, como Xico Sá.

Mídias dominantes, ao longo da história, atraem os jornalistas mais talentosos. Nelas as oportunidades são maiores, o público é crescente – e as perspectivas na carreira parecem ilimitadas.

Para a Folha, a saída de Xico Sá é um golpe no marketing com que ela tenta convencer as pessoas de que não tem rabo preso com ninguém.

Tem sim.

Apenas, disfarça para enganar leitores menos argutos e mais crédulos.

Mas para quem trabalha lá a realidade não é muito diferente da que você tem em redações como a da Veja.

Você tem toda a liberdade de expressar suas opiniões – desde que elas coincidam com as dos donos.

*Fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo, ex-diretor da revista Exame e da revista Veja.


Fonte: Vermelho

Para FHC, professor é 'coitado' que não conseguiu ser pesquisador

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não dá uma dentro e não é de hoje. Muito antes de declarar que aqueles que votam no PT são “menos informados”, o presidente já tinha cometido uma gafe das grandes com os professores brasileiros. A gafe, cometida em 2001, foi repercutida pela Folha de S. Paulo.


Durante a cerimônia de entrega do prêmio nacional da Finep de inovação tecnológica, o FHC afirmou que professor é um "coitado" que não conseguiu ser pesquisador, demonstrando a forma como os tucanos veem a educação no nosso país.


Enquanto Lula e Dilma Rousseff trabalham para valorizar a profissão, Aécio Neves segue com o pensamento tucano: pagou menos do que o piso salarial para a categoria em Minas Gerais. Afinal, se seu mentor, FHC, – com sua experiência como professor no Instituto de Estudos Avançados de Princeton –, subestima o trabalho e a importância dos professores.

Leia abaixo a íntegra da matéria publicada na Folha

Para FHC, professor é 'coitado' que não conseguiu ser pesquisador

O presidente Fernando Henrique Cardoso cometeu hoje uma gafe com os professores durante a cerimônia de entrega do prêmio nacional da Finep de inovação tecnológica.

Ao relatar sua experiência como professor do Instituto de Estudos Avançados de Princeton (EUA), FHC afirmou que os pesquisadores e bolsistas da universidade que não conseguiam produzir viravam professores.

“Se a pessoa não consegue produzir, coitado, vai ser professor. Então fica a angústia: se ele vai ter um nome na praça ou se ele vai dar aula a vida inteira e repetir o que os outros fazem”, afirmou o presidente.

Ao encerrar o discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica, FHC afirmou: “Lá (o Instituto de Princeton) é um lugar de pessoas selecionadas nos Estados Unidos, de jovens PhD, os mais brilhantes – e eu não era, porque eu já era professor, eu não sou brilhante, mas estava lá”.

Depois de afirmar que os que não conseguem produzir vão dar aula, FHC continuou: “Aí me ensinaram uma coisa que me deixou muito atormentado a vida toda: eles [do instituto] pegam os mais jovens, porque para ter capacidade de inovação, para ter criatividade, pelo menos em física teórica e matemática, tem de ser muito jovem”.

Segundo o presidente, os mais velhos sabem muito, “e quem sabe muito não cria, fica com medo de criar, porque ‘fulano fez isso, beltrano fez aquilo’, se eu disser isso vão dizer que é ridículo”.

Para FHC, 70, o que salva é que pertence à área de ciências humanas. “Quem sabe [nessa área] a gente possa criar até certa idade, mas depois dos 70 não tem jeito.”
 
Com informações da portal Muda Mais via Vermelho

“É com a força que emana do povo que vamos vencer”, diz Dilma

Troca de homenagens, Dilma parabenizou os professores pelo seu dia, e eles declararam apoio à reeleição da presidenta.
chiro Guerra
Troca de homenagens, Dilma parabenizou os professores pelo seu dia,
e eles declararam apoio à reeleição da presidenta.

Dilma Rousseff se reuniu com professores e trabalhadores em educação na tarde de quarta-feira (15) na capital paulista em um grande ato político em homenagem ao Dia do Professor, onde toda a categoria voltada ao ensino declarou apoio à reeleição da atual presidenta. 

Por Mariana Serafini, do Vermelho

Mais de duas mil pessoas, de todo o estado de São Paulo, estiveram presentes. A atividade contou com a participação de autoridades políticas, líderes sindicais e representantes do movimento estudantil. Dilma homenageou os professores e agradeceu o apoio, segundo ela “o mais honroso” que recebeu nesta eleição. Confiante, afirmou que a vitória de seu projeto democrático será garantida no dia 26 com a “força que emana do povo”. 

A presidenta alertou os professores sobre a importância de não permitir o retrocesso. “Não podemos deixar que volte a política de concentração de renda e desprezo por uma parte da nossa população.” Exemplificou com os casos de preconceito expressados depois do resultado do primeiro turno das eleições por parte de eleitores do Sul e Sudeste contra o povo nordestino, onde a votação em Dilma foi maior. “Recentemente esse desprezo se manifestou e eu quero manifestar meu repúdio aos que desprezaram o Nordeste.”

Dilma se comprometeu a tratar a educação com prioridade em sua próxima gestão. Segundo ela, a área recebeu bastante atenção em seu governo, mas a dedicação será ainda maior agora que os recursos vão crescer consideravelmente com os investimentos do pré-sal. Durante seu governo, foi aprovada a lei que obriga a destinação de 75% dos royalties para a educação.

A presidenta acredita que este investimento vai permitir desenvolver muitas áreas que ainda não tiveram a atenção merecida, entre elas a valorização do professor. Dilma garantiu que vai, em sua próxima gestão, debater com os professores, prioritariamente, duas demandas da categoria: a valorização salarial de carreira e a valorização da capacitação profissional, a fim de garantir profissionais capacitados e realizados com a função que desempenham.

Suprir a necessidade de professores especializados em química, física e matemática também é uma proposta de campanha. Segundo a presidenta, estas são as áreas com o maior déficit atualmente. “Acredito que um dos grandes passos para o futuro é o pré-sal, o candidato da oposição [Aécio Neves] fala mal do pré-sal, ele sempre fala 'vou acabar com o modelo de partilha'”, afirmou a presidenta ao explicar que o modelo de concessão, proposto pelo PSDB, não permite que os recursos sejam investidos no país, afinal, o lucro fica com quem “encontra o petróleo”. No modelo de partilha, implantado no atual governo, os recursos ficam para a União.

Garantir o ingresso e a permanência de jovens no Ensino Médio será um dos grandes desafios da próxima gestão. Dilma reconhece que há deficiências nesse período educacional e vai trabalhar com afinco para resolvê-las. Porém, destacou os investimentos feitos durante seu governo e o de Lula no ensino técnico. Nos últimos 12 anos os dois presidentes fizeram e entregaram 422 escolas técnicas que hoje formam profissionais qualificados para o mundo do trabalho. Durante os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso foram criadas apenas 11 instituições de ensino técnico.

Dilma também ressaltou os programas que facilitam o acesso dos jovens na educação superior criados durante os últimos 12 anos, entre eles o Fies e o Prouni, que permitem o acesso nas universidades particulares, além do Pronatec, que dá acesso ao ensino técnico, e do Ciência Sem Fronteiras, que promove o intercâmbio do estudante em outros países.

O desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil também é uma preocupação da presidenta que vê neste segmento uma forma de fomentar a economia nacional e colocar o país em outro patamar no campo da pesquisa, a partir de investimentos que permitam aos jovens cientistas se desenvolverem a ponto de competir diretamente com a produção científica do exterior.

Segundo Dilma, com a exploração dos Campos de Libra, o país vai arrecadar nos próximos 30 anos mais de R$1 trilhão, por isso é fundamental planificar as ações em educação que vão dar as diretrizes para o desenvolvimento do país no próximo período. A atual presidenta vê o Brasil com um futuro brilhante no campo da educação, da ciência e tecnologia.

“Nenhum programa social foi prioridade no governo de FHC, todos sabem que as universidades estavam sucateadas, sabemos que eles haviam proibido por lei o investimento em educação técnica federal, sabemos que eles condicionavam o gasto em educação aos ajustes fiscais e à política macroeconômica que eles adotaram, nós temos que comparar o que aconteceu e ver o que nós conquistamos para fazer disso uma plataforma para novas conquistas”, afirmou Dilma. 


Estudantes agradecem o acesso à educação | Foto: Ichiro Guerra 
Dilma se orgulha de ter aprovado o PNE e diz que seu governo adotou os programas sociais como prioridade, ao contrário do PSDB, que “considera política social um acessório que se coloca num programa de governo para colorir”, acusou a presidenta. E acrescentou “para nós, o que nos move é a mudança e o desenvolvimento, é a política social, essa é a diferença fundamental, isso explica por que nós, ao contrário deles [PSDB], fizemos uma política de valorização do salário mínimo”. De acordo com a presidenta, durante seu governo e o de Lula o salário mínimo cresceu 73% em termos reais, enquanto Fernando Henrique Cardoso achatou os salários.

Em 2002, quando o PSDB deixou o governo federal, a taxa de desemprego ultrapassava os 11 milhões de pessoas, o Brasil perdia apenas da Índia, que na época tinha 40 milhões de desempregados. Atualmente o país conta com a menor taxa de desemprego de sua história, mesmo com a crise mundial que assola países da Europa e os Estados Unidos.

Por fim, a presidenta pediu apoio dos professores na reta final da campanha eleitoral, período que ela considerou como um “permanente combate” entre a mentira e a verdade, a esperança e o passado e acredita que com a força do povo, a verdade e a esperança irão vencer.

UNE oficializa apoio à reeleição de Dilma
“O país que transforma petróleo em educação.” Se a participação da presidenta da UNE, Vic Barros, pudesse ser resumida em uma fase, seria essa. A estudante de Letras da USP conseguiu, em poucas palavras, mostrar o que os governos de Lula e Dilma já fizeram pela educação brasileira. Reconheceu os avanços conquistados na última década que permitiram aos jovens ter perspectiva de um futuro diferente e propôs ainda mais mudanças positivas para a educação.

“Agora é preciso olhar para além, é preciso escrever novas páginas dessa história, precisamos combater o financiamento das universidades privadas e atualizar só currículos do ensino médio e fundamental”, propôs Vic. Segundo ela, os programas sociais hoje permitem que muitos jovens da periferia ingressem na universidade, mas agora é necessário garantir a permanência, com programas de assistência estudantil.

Contra o retrocesso, Vic comparou os períodos Lula e Dilma ao governo de Fernando Henrique Cardoso e afirmou que a juventude está consciente do que Aécio Neves significa para a educação. “Aécio representa o retorno ao passado e isso nós não queremos. No governo de FHC as universidades federais não tinham dinheiro nem para pagar a conta de luz. Aqui em São Paulo, sob a administração do [Geraldo] Alckmin não tem dinheiro nem para pagar o salário dos professores nas universidades estaduais.”

Comparou ainda os programas de governos dos dois candidatos à Presidência: “Para Aécio política pública para a juventude é cadeia porque ele defende a redução da maioridade penal. Para Dilma é educação, saúde, oportunidade de trabalho, ocupação dos espaços públicos”.

Na ocasião, Vic convidou as demais presidentas das outras entidades estudantis presentes, Barbara Mello, da UBES, e Tamara Naíz, da ANPG, para entregar a Dilma Rousseff uma carta de apoio das entidades nacionais estudantis à reeleição da candidata. “Os estudantes têm lado, estamos com Dilma, contra o retrocesso. Até a vitória, sempre!”, encerrou.

A presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial e São Paulo), Maria Isabel Azevedo, criticou a administração tucana em Minas Gerais, estado que foi governado pelo atual candidato Aécio Neves e tem um dos menores salários para os professores. Além disso, é o único que investe em educação um valor menor do que o previsto pela Constituição Federal. “Se tem uma categoria que sabe o que significa o desastre de uma administração tucana são os professores. Vai fazer melhor quem já está fazendo, a presidenta Dilma.”

Para os cientistas, Dilma representa o desenvolvimento e o aprofundamento das conquistas já obtidas. “Os pesquisadores deste país acreditaram em um operário para assumir a Presidência da República e acreditam agora no seu governo, presidenta Dilma”, disse a representante da Associação Nacional de Pós-Gradução, Maria Margarida Machado.

Ela lembrou o período em que a educação superior e a pós-graduação eram centralizadas apenas nas grandes capitais e destacou a importância da descentralização que aconteceu durante os governos de Lula e Dilma. “Nós somos de uma geração que precisou se deslocar para São Paulo porque não tinha como fazer pós-graduação no interior, hoje a realidade é outra.”

A presidenta da Contee (Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino), Madalena Guasco, destacou a realização das Conferências Nacionais de Educação durante o governo Lula e o que esta atitude de dialogar com os profissionais do ensino resultou para a mudança na educação do Brasil. “Isso nunca aconteceu durante o governo do Fernando Henrique porque eles têm medo do povo”, provocou.


Fonte: Vermelho

Sabatina com centrais: Dilma reafirma defesa dos direitos trabalhistas

Em agosto, as centrais realizaram ato de apoio à reeleição da presidenta Dilma
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Em agosto, as centrais realizaram ato de apoio à reeleição da presidenta Dilma

Cerca de 200 lideranças sindicais de todo o Brasil, ligadas às centrais CTB, CUT, Força Sindical, CSB e Nova Central, participaram de sabatina com a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, na quarta-feira (15), em São Paulo. O evento foi gravado e será veiculado na propaganda de TV da candidata ainda esta semana.


Matéria publicada pela Agência Estadodiz que a presidenta reafirmou o compromisso de criar uma mesa de negociação tripartite - com trabalhadores, governo e empresários – para discutir o fim do fator previdenciário. Segundo a agência, citando como fonte o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, Dilma declarou: “Eu não vou enganar vocês porque estou em campanha, não vou dizer que vou acabar com o fator previdenciário, mas vou retomar o processo de debate como fizemos no governo Lula”.

Segundo outro dirigente ouvido pela agência, o presidente da UGT Ricardo Patah, Dilma afirmou que seria “demagogia” prometer o fim do fator previdenciário. “O compromisso da presidenta, que é um compromisso que não é demagógico, é de que as mesas de negociações continuem para que a gente possa dar passos importantes nas questões trabalhistas”, ressaltou Patah, pontuando que a presidenta garantiu que não haverá flexibilização da CLT “nem que a vaca tussa”.

Procurado pelo Portal Vermelho, o presidente da CTB, Adílson Araújo, não quis comentar detalhes da gravação, mas frisou que o encontro foi importante para demarcar as posições da classe trabalhadora. “Na disputa de dois projetos distintos, compete aos trabalhadores pautar as suas reivindicações. Não é concebível um projeto que não leve em consideração pautas como o aumento da renda, a geração de empregos, a valorização do salário mínimo e, sobretudo, a garantia das conquistas sociais e trabalhistas”, enfatizou Araújo.

Os pontos citados pelo dirigente da CTB foram abordados na sabatina com Dilma que teve de responder quais eram suas propostas e compromissos para a regulamentação das negociações para os servidores públicos, sobre políticas de proteção à mulher e para a política de reajuste do salário mínimo.

De acordo com fontes do Estadão, Dilma se comprometeu a mandar um projeto de lei para manter o atual formato de reajuste, que vencerá em 2015, feito com base no INPC mais o PIB do ano anterior, o que atende as reivindicações das centrais sindicais.

Juruna relatou que Dilma também se comprometeu a criar uma data-base de negociações para o servidor público, da mesma forma como acontece com as categorias do setor privado. “Propusermos ter data base para o servidor público e ela disse que vai topar”, declarou.

Da redação do Portal Vermelho
Com informações da Agência Estado