sexta-feira, 17 de outubro de 2014

“Ideais estão em jogo”, diz Lídice sobre apoiar Dilma no 2º turno

A presidenta estadual do PSB, senadora Lídice da Mata, falou em coerência e ideologia política ao justificar a decisão do partido na Bahia de ir contra o posicionamento da direção nacional e apoiar a reeleição de Dilma Rousseff, neste segundo turno. O PSB-BA promoveu um evento para oficializar a posição e anunciar o engajamento na campanha da presidenta, ontem, quinta-feira (16), em um hotel de Salvador.

O ato contou com a participação de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais do PSB, do governador Jaques Wagner, do governador eleito Rui Costa, ambos do PT, além de dirigentes de partidos aliados, como o PCdoB e o PDT, representados por Davidson Magalhães e Marcelo Nilo. Lídice, que concorreu o Governo do Estado com Rui Costa, foi questionada pelos jornalistas sobre os conflitos do primeiro turno e disse que não vê contradição em estar ao lado do PT, agora.

“Com esse cenário, não caberia neutralidade ao PSB. Ideais estão em jogo neste segundo turno e não poderíamos nos abster. O nosso posicionamento está próximo da nossa história e da defesa que sempre fizemos da transformação social do Brasil. Dilma é o melhor para o Nordeste, para a Bahia e para os brasileiros”, defendeu Lídice, sendo aplaudida de pé e demoradamente pelos presentes.

A senadora também explicou que o apoio não foi negociado e que o PSB não está cobrando cargos nos governos federal e estadual. Disse, ainda, que o que mais a anima com o segundo mandato de Dilma é “o compromisso da presidenta com a reforma política, pois não dá para concorrer mais eleições com as regras que estão aí, com a influência do poder econômico e com esse tempo de televisão”.

No encontro, estiveram também representantes de outros partidos que não estavam com o PT no primeiro turno, como o PV, o PTN, o PMDB [na Bahia], o PSL, o PPL e o PSOL. Nestes partidos, diferentemente do PSB, não há um consenso entre as direções estaduais sobre o apoio a Dilma – com exceção do PPL. O PV-BA chegou a ameaçar punir os quadros que não apoiam Aécio Neves (PSDB). Pela pressão, o único verde que compareceu ao ato foi Marquinhos Viana, deputado estadual.

Em nome da presidenta Dilma, Jaques Wagner agradeceu o apoio do PSB e dos integrantes dos outros partidos, e pediu que todos se engajassem nas atividades da campanha no estado. O governador, que tem sido uma peça importante para a eleição da presidenta no Nordeste, espera aumentar a frente que o PT teve na Bahia de 3 milhões para 4 milhões de votos.

Intuição
Considerado um adivinhador pé-quente – em várias eleições contrariou os institutos de pesquisa e acertou o resultado, como aconteceu neste primeiro turno, com a derrota de Paulo Souto, que liderava as pesquisas para o Governo do Estado – Wagner disse que acredita na vitória de Dilma. “A minha intuição é de que ganharemos a eleição”, disse. Ele também defendeu que a Bahia e o Nordeste “perderiam muito” se Aécio vencesse.

“A parceria com Dilma é muito importante para Rui e para o Nordeste. Não estamos contra Minas [Gerais] e São Paulo, mas são os estados que sempre tiveram a atenção deles [PSDB]. O Nordeste nunca teve o tratamento que teve a partir de Lula. Nós entendemos que é preciso distribuir renda para crescer e fizemos uma revolução pacífica e democrática, nesses 12 anos”, disse Wagner.

O governador também aproveitou para defender Lídice da Mata das críticas: “Dizem que ela criticou muito o meu governo na campanha, mas queriam o quê? Que me achasse lindo? Ela também era candidata”, brincou, arrancando gargalhadas. Rui Costa fez coro: “Estamos juntos porque não queremos o retrocesso, principalmente em direitos humanos e qualidade da vida das pessoas”.

De Salvador- Erikson Walla - Vermelho

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