sábado, 18 de maio de 2013

Crimes da Ditadura no Brasil: Soldado diz que viu coronel executar estudantes


Detalhes da morte do casal João Antônio dos Santos Abi Eçab e Catarina Abi Eçab foram revelados por Valdemar Martins de Oliveira
São Paulo – Detalhes da execução do casal João Antônio dos Santos Abi Eçab e Catarina Abi Eçab foram revelados pelo soldado do Exército Valdemar Martins de Oliveira em depoimento prestado à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, na quinta 16.

Os dois estudantes de filosofia foram mortos em 1968 e, segundo Oliveira, o autor do crime foi o coronel Freddie Perdigão, apontado como um dos criadores do Departamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). “Ele se abaixou, quase de joelhos, e deu um tiro na cabeça de cada um”, disse, detalhando que Perdigão usou uma pistola Colt 45.

Oliveira garante ter participado de toda a operação que resultou na execução do casal, desde a captura em uma casa no bairro de Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro, até os dois serem levados para um sítio à margem da Via Dutra, onde foram mortos. Segundo ele, antes da execução, o casal foi torturado em uma chácara em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. “Um lugar tenebroso”, descreveu.

Algum tempo depois da execução, Oliveira disse que deixou o Exército por não concordar com aquele tipo de violência e que chegou a passar um ano no Chile para escapar das perseguições dos militares. Em 1998 foi reintegrado, sendo dispensado no ano seguinte.

A versão oficial da época atribuiu a morte do casal Abi-Eçab à detonação de explosivos que os dois estudantes transportavam enquanto viajavam de carro pela BR-116, no trecho próximo a Vassouras. Mas, em 2000, o laudo da exumação dos restos mortais mostrou que os dois foram executados. Militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), o casal era suspeito de ter participado da execução do capitão do Exército norte-americano Charles Rodney Chandler, em 12 de outubro de 1968.

Também participou da operação de sequestro e execução do casal, de acordo com Oliveira, o sargento Guilherme do Rosário, que morreu no atentado do Riocentro, quando a bomba que carregava explodiu no seu colo, dentro do carro. O soldado reforçou a ligação de Rosário com o coronel Perdigão, apontado como mentor do atentado à bomba mal-sucedido ao Riocentro, onde ocorria o show comemorativo do Dia do Trabalho, em 1981. O coronel Perdigão morreu em 1997.

Em seu depoimento, Oliveira destacou ainda a participação de agentes dos Estados Unidos na doutrinação de soldados brasileiros. Segundo ele, nos treinamentos foram exibidos filmes de torturas cometidas pelos norte-americanos na Guerra do Vietnã.

Daniel Mello, da Agência Brasil via Seeb/SP

Domésticas se organizam para a primeira negociação coletiva


Presidente da federação nacional da categoria , Creuza Maria,
comemora a aprovação  pelo Senado
 da PEC 66/12.Foto:
PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO
Após aprovação da PEC, sindicato da categoria na Grande São Paulo agenda mesa-redonda com patrões no dia 27
São Paulo – Com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2012, em 21 de março, o Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo, o Sindoméstica, deu início à primeira negociação da história da categoria. A entidade protocolou na terça-feira (14) solicitação de mesa-redonda com os representantes patronais na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, aos quais vai levar a proposta de fixação da data-base em 1º de janeiro. O encontro foi marcado para o dia 27.
Da pauta econômica, o sindicato propõe piso salarial de R$ 900 em jornada de 44 horas, de segunda-feira a sábado. Para copeiras e babás de uma criança, o piso reivindicado é de R$ 1.000. Para cuidar de duas crianças ou mais, o pedido sobe para R$ 1,3 mil. Para cuidadores de pessoas idosas, piso de R$ 1,3 mil. Para cozinheiros e motoristas, o valor proposto é de R$ 1,5 mil. Para babá-enfermeira, piso de R$ 1,6 mil, e governanta, R$ 3 mil.
Para que mora no local de trabalho, os pisos propostos sobem para R$ 1,8 mil (para empregado doméstico em 44 horas semanais, entre segunda e sábado e para babá de uma criança); R$ 2,2 mil (babá de duas crianças ou mais e cozinheiros); R$ 2,5 mil (cuidador de pessoas idosas e caseiros); R$ 2,7 mil (motoristas); R$ 2,8 mil (babá-enfermeira e copeiros), e R$ 6 mil (governanta).
A categoria também cobra o cumprimento da legislação trabalhista, com pagamento de 50% sobre horas extras entre segunda e sábado, com limite diário de duas horas, e de 100% aos domingos e feriados, além de adicional noturno.
A pauta de reivindicações também prevê folga no Dia das Domésticas, comemorado no dia 27 de abril.
Segundo a advogada Camila Ferrari, assistente jurídica da Federação das Domésticas de São Paulo, a realização da primeira negociação coletiva é um grande avanço para a categoria. “Será o nosso primeiro dissídio coletivo e a primeira negociação após a aprovação da PEC”, disse.
A PEC dá à categoria direitos básicos que a maior parte dos trabalhadores brasileiros tem desde 1943, quando foi implementada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), como o recebimento de adicional de hora extra.
O sindicato dos Empregados Domésticos do Estado de São Paulo, que deverá negociar com o sindicato profissional, não atendeu hoje (16) à reportagem.
Relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em abril passado aponta o Brasil como o país com o maior número de empregados domésticos no mundo: 7,2 milhões, sendo 6,7 milhões de mulheres e 504 mil homens, o que representa um contingente maior do que o dos outros dois grandes países empregadores domésticos, Índia (4,2 milhões) e Indonésia (2,4 milhões).
Fonte: Rede Brasil Atual - http://www.redebrasilatual.com.br

Convenção em solidariedade a Cuba


Cuba continua sofrendo com o bloqueio econômico dos Estados Unidos e outros países europeus. O cerco fechado ao pequeno país revolucionário traz prejuízos à população. Mesmo assim, o governo cubano não deixa de prestar solidariedade aos mais pobres. 

No Brasil, a segunda Convenção de Solidariedade a Cuba, na Bahia, será realizada sábado (18/05), das 9h às 14h, na Escola Politécnica da UFBA, Federação, com a presença de Carlos Zamora Rodríguez, embaixador de Cuba no país. 

Organizada pela Associação Cultural José Martí (ACJM-BA) e pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos povos e lutas pela Paz (CebraPAZ-BA), a convenção, que tem o apoio da CTB e do Sindicato da Bahia, promete apontar soluções para um futuro melhor para os caribenhos socialistas. 

Fonte: O Bancário

TST condena Carrefour a indenizar trabalhador apalpado durante revista

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou provimento, em sessão realizada na terça (14), a recurso do Carrefour, que pretendia se eximir da condenação imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) para indenizar um empregado submetido a revista íntima com apalpação do corpo.

A indenização, no valor de R$ 10 mil, a título de danos morais, foi deferida ao trabalhador pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), que considerou ter ficado comprovado, por meio de testemunhas, que não só o autor da ação, mas todos os empregados da empresa eram submetidos à revista, "o que nada teria de errado se, além do caráter geral, não houvesse nenhuma prática constrangedora".

Conforme depoimentos, os trabalhadores passavam pela revista ao fim do expediente. Eles tinham os pertences retirados de bolsas e mochilas e eram apalpados por um fiscal, sendo que os homens eram revistados por um fiscal do sexo masculino e as mulheres por fiscal do sexo feminino. A revista ocorria na frente de todos os empregados.

O acórdão do TRT paulista registra que o ambiente de trabalho é local onde deve imperar o respeito no tratamento entre as pessoas, cabendo ao empregador abster-se de adotar condutas humilhantes ou ofensivas. Segundo a decisão, a justificativa da segurança é válida para muitas atitudes do empregador na defesa do seu patrimônio, mas não para todas. "Apalpar ou despir empregados e filmar vestiários ou banheiros são alguns exemplos de atitudes inaceitáveis", registra o acórdão.

Em recurso ao TST, a defesa do Carrefour alegou que o procedimento se dava em conformidade com o artigo 188, inciso I, do Código Civil, ou seja, "no cumprimento de prerrogativa legal que não incorre em culpa por ato ilícito". Afirmou, ainda, que o trabalhador, em sua reclamação trabalhista, não atribuiu à empresa qualquer procedimento invasivo ou libidinoso, não havendo, portanto, ato culposo.


Para ler matéria na íntegra clique no link abaixo:


http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=34364


Fonte: Contraf

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Bahia agora tem Comissão da Verdade


Foram mais de 20 anos de torturas, desaparecimentos, assassinatos e falta de liberdade no Brasil e na Bahia. Assim como no restante do país, no Estado, a ditadura militar (1964-1985) teve como marco a forte repressão dos militares e o fim dos direitos humanos mais básicos. 

O regime não poupou ninguém. “Fui preso por diversas vezes somente por ser visto como subversivo. Meus direitos foram violados e eu apanhei muito”, conta o ex-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Raimundo Reis. 

As lembranças de um passado de opressão fazem parte da história de muitos baianos. Agora, tudo vem à tona com a instalação da Comissão de Verdade na Bahia. Depois das tentativas dos governos passados de jogar para debaixo do tapete a verdade, os baianos, enfim, terão a oportunidade de saber os bastidores obscuros da ditadura no Estado.

Para o presidente da comissão, Marcelino Galo, o projeto resgata a memória e a verdade dos fatos. O objetivo é “romper o silêncio da época tirana e fazer com que a juventude baiana saiba o que realmente aconteceu nos anos de chumbo”.
 
Trabalhos começam na terça-feira

Os trabalhos da Comissão da Verdade da Bahia começam na terça-feira (21/05), com audiência pública às 9h, no edifício Senador Jutahy Magalhães, CAB. De acordo com o presidente, Marcelino Galo, o grupo, formado por oito parlamentares, vai colher depoimentos de presos políticos, familiares e militares da época, tendo em vista os direitos humanos como principal instrumento de avaliação dos levantamentos. 

As investigações serão feitas de forma integrada à Comissão Nacional da Verdade, que já examinou mais de 30 milhões de páginas de documentos desde a criação, há um ano. Agora é esperar para que o Brasil realmente conheça a história do período mais assustador e violento do país em mais de 500 anos.
 
Nem os bancários escaparam da repressão

A ditadura militar (1964-1985) foi marcada pela repressão, em especial para os movimentos populares e as organizações políticas dos trabalhadores. Entidades sindicais sofreram intervenção dos militares por anos. Foi o caso do Sindicato dos Bancários da Bahia.

Um dos principais alvos foi a atuação do Sindicato, cujo o então presidente, Raimundo Reis, foi preso e torturado. Mais de 370 bancários foram cassados com a instauração do Ato Institucional nº 1, em 9 de abril de 1964. Antes disso, em 1º de abril, a sede da entidade foi invadida. Os documentos e a instalação destruídos. O Sindicato chegou a passar dias fechado.

Limitar a atuação política das organizações sindicais era uma das formas de minimizar pronunciamento de ativistas, obviamente posicionados contra a ditadura militar.

Fonte: O Bancário

Morre Jorge Videla, o maior genocida da América Latina

AFP
O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla morreu 
de causas naturais, na Penitenciária Marcos Paz. 
Ele cumpria pena de prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade.
"O inferno é pouco", definiu o jornal argentino Página 12, sobre a morte do ditador Jorge Videla; responsável por milhares de assassinatos, pelos quais foi condenado a prisão perpétua, Videla morreu de causas naturais aos 87 anos, na Penitenciária Marcos Paz; ele próprio admitiu a responsabilidade pelas "mortes e desaparecimentos de entre 7 mil e 8 mil pessoas" durante seu governo.

"Tenho peso na alma, mas não estou arrependido de nada", declarou; líder político carrega nas costas também o comando da trágica Guerra das Malvinas e a conquista da Copa roubada da Argentina em 1978.

O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla morreu nesta sexta-feira (17), às 6h30, de causas naturais, na Penitenciária Marcos Paz. Ele cumpria pena de prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade.

Videla, que tinha 87 anos, presidiu a Argentina no período de 1976 a 1981. Ele foi o líder do golpe de 24 de março de 1976. Quando a democracia foi restabelecida no país, em 1993, o ex-ditador e outros membros das juntas militares que governaram o país foram processados por crimes contra a humanidade. Videla foi condenado à prisão, mas acabou sendo anistiado no governo Carlos Menen.

Em 2003, Néstor Kirchner assumiu a Presidência da Argentina e revogou as leis de anistia em vigor no país. Com isso, Videla foi novamente processado. Em dezembro de 2010, ele foi condenado à prisão perpétua. A pena, desta vez, teve de ser cumprida em cela comum e não mais em uma prisão militar.

O ex-ditador foi acusado de ser o responsável pelo desaparecimento de pessoas e por roubos de bebês. Essas crianças eram filhos de desaparecidos, e nasceram em cativeiro ou foram sequestradas enquanto estavam com os pais e entregues para adoção, muitas vezes a famílias ligadas ao regime.

Cerca de 30 mil pessoas desapareceram na ditadura argentina, segundo organizações de direitos humanos. Até os últimos dias de vida, Videla defendeu a atuação dos militares na ditadura. Para ele, a "guerra suja" era necessária contra a guerrilha armada. O ex-ditador nunca informou o paradeiro dos corpos dos desaparecidos nem dos bebês sequestrados.

Com informações da Agência Brasil e Brasil 24
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Década de mudança: Lula avalia política externa no Brasil


O ex-presidente Lula relembra as ideias que guiaram as decisões de política externa implementadas pelo seu governo. Ele fala da importância da heterogeneidade de parceiros e do multilateralismo para o avanço das relações comerciais do Brasil e da importância do nosso país para o mundo. 




Fonte: Institut
o Lula com
Vermelho

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Convite


Lei que obriga tratamento de câncer no SUS entra em vigor dia 22


A Procuradoria-geral da República enviou ofícios ao Ministério da Saúde e às secretarias estaduais de Saúde para saber quais as providências em andamento para o cumprimento da Lei 12.732/2013, que trata da obrigatoriedade do tratamento de câncer no Sistema Único de Saúde (SUS), e que passa a vigorar a partir da próxima quarta-feira (22), 60 dias depois de publicada.


O MPF também está preocupado com a média do prazo para obtenção do diagnóstico do câncer (neoplasia maligna) no SUS, já que o tempo entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico pode ser demorado. As medidas adotadas pelos estados para a implementação de um sistema de informatização dos cadastros e as providências tomadas para atender à regionalização estabelecida na lei estão entre as questões levantadas pelo MPF.

A lei De acordo com a nova lei, o paciente com câncer receberá gratuitamente, no SUS, todos os tratamentos necessários, e terá o direito de se submeter ao primeiro tratamento no prazo de até 60 dias contados do dia em que for diagnosticada a doença, com a realização de terapia cirúrgica ou com o início de radioterapia ou quimioterapia, conforme a necessidade terapêutica do caso.

A lei determina ainda que os pacientes acometidos por manifestações dolorosas consequentes do câncer terão tratamento privilegiado e gratuito quanto às prescrições de analgésicos.

Já os estados com grandes espaços territoriais, que não têm serviços especializados em oncologia, deverão criar planos regionais de instalação desses serviços para superar a situação. O descumprimento da Lei 12.732/12 submeterá os gestores direta e indiretamente responsáveis às penalidades administrativas.

Fonte: Jornal do Brasil via Vermelho

Banco do Brics deve ter sede na África do Sul

Zuma explicou que banco do Brics foi motivado 
pela insatisfação dos membros com FMI e Banco Mundial Foto: 
Press Photo/World Economic Forum

Autoridades sul-africanas alegam que, além de instituição ajudar a desenvolver o continente, África é uma das grandes promessas para resolver os problemas mundiais. 

Por Aleksandr Netchaev, na Agência ITAR-TASS


Zuma explicou que banco do Brics foi motivado pela insatisfação dos membros com FMI e Banco Mundial Foto: Press Photo/World Economic Forum

Durante discurso no Fórum Econômico Mundial (FEM), realizado na cidade do Cabo no dia 10/5, o presidente sul-africano Jacob Zuma, declarou que a sede do Banco do Brics deve ficar situada em seu país. “O banco deve ser criado aqui, pois é no continente africano que existe a maior necessidade dele”, disse Zuma.

Em março passado, a cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), na cidade sul-africana de Durban, chegou a um consenso sobre a criação de um banco de desenvolvimento do grupo. Porém, os ministros das Finanças ficaram responsáveis por decidir questões organizacionais, inclusive a localização da sede da nova instituição financeira.

Zuma confirmou também que um dos motivos da decisão de criar um banco do Brics foi a insatisfação dos países-membros com a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. “Precisamos de uma atitude diferente da adotada pelos bancos antigos existentes que, por vezes, são muito lentos”, disse o líder sul-africano.

O principal desafio da África, segundo Zuma, é o desenvolvimento da infraestrutura e, por isso, acredita que o banco poderá solucionar esse problema.

O ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, exortou os participantes do fórum a investirem de forma mais ativa nos países africanos, cuja contribuição para a economia mundial vai crescer rapidamente. “Há grandes oportunidades aqui”, repetiu Gordhan, lembrando que o continente possui 60% das terras agrícolas do mundo.

Além disso, nas próximas duas ou três décadas, o número de jovens na África será maior do que em outros continentes. “Essa região trará novas respostas a desafios, tais como mudança climática, desenvolvimento econômico, redução da pobreza e da desigualdade”, finalizou o ministro sul-africano.

Fonte: Gazeta Russa via Vermelho

Aprovada MP dos Portos; PCdoB garante direito dos trabalhadores


Depois de quase 24h de sessão, a Câmara dos Deputados
finalizou a votação da MP dos Portos, que estabelece novas
regras para concessões, arrendamentos e autorizações
para instalações portuárias, públicas e privadas. (Foto: Wilson Dias/ABr)

Após quase 23 horas seguidas de sessão, a Câmara concluiu na manhã desta quinta-feira (16) a votação da Medida Provisória (MP) dos Portos, que estabelece novas regras para as concessões e autorizações de portos públicos e terminais privados. O texto será enviado ao Senado, onde precisa ser votado ainda hoje, já que a MP perde a validade à meia-noite - os senadores têm sessão marcada para as 11 horas. 


O texto final aprovada contém emendas das deputadas comunistas Alice Portugal (BA) e Jô Moraes (MG), que procuraram garantir os direitos dos trabalhadores portuários. 


“Se houve um vencedor, foi o debate, a controvérsia, a formação democrática, a lealdade da base do governo, a valentia da oposição e a responsabilidade de todos os parlamentares”, disse o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) ao final da votação. “A partir de hoje, o povo brasileiro, que assistiu a esse debate recorde na história do Parlamento, vai poder se orgulhar mais desta Casa.”

Depois de votações nominais lentas e da apresentação de diversas emendas aglutinativas pela oposição, o governo decidiu apoiar a possibilidade facultativa de prorrogação de contratos de arrendamento firmados segundo as regras da Lei dos Portos, de 1993, por uma única vez, pelo prazo máximo previsto contratualmente. Como condição, o arrendatário terá de fazer investimentos para expansão e modernização das instalações portuárias.

A emenda determina ainda ao Executivo o envio, ao Congresso, de relatório anual detalhado sobre contratos em vigor, relação de instalações exploradas com autorização, lista de contratos licitados e outros dados.

Ao todo, o Plenário votou desde a manhã desta quarta-feira (15) dez destaques e uma emenda em cerca de 15 horas de sessões. O texto principal da MP já havia sido aprovado na noite de terça-feira (14).

Proteção ao trabalhador

A deputada Alice Portugal conseguiu incluir quatro emendas no texto aprovado, entre elas a que estabelece que a administração do porto deve organizar com pessoal de seu quadro funcional a guarda portuária e a que torna o Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Portuário (OGMO) solidário também com dívidas trabalhistas relativas a acidente do trabalho.

Para a deputada, a manutenção da guarda portuária é constituída de pessoal preparado, com larga experiência e qualificação para assegurar a vigilância dos serviços e atividades nos portos e em terminais de uso privativo dentro de cada porto. 

Já a obrigação do Órgão Gestor para com as dívidas trabalhistas decorrentes de acidentes de trabalho visa, segundo a parlamentar, preservar direitos dos trabalhadores dentro do novo modelo de gestão dos portos brasileiros.

Uma das emendas da deputada Jô Moraes determina que a inscrição no cadastro e registro do trabalhador portuário extingue-se por morte ou cancelamento. A emenda exclui a hipótese de cancelamento do cadastro e do registro do trabalhador por aposentadoria. Segundo a parlamentar, a proposta quer evitar a punição ao trabalhador avulso de ter o registro cancelado após 35 anos de contribuição e criar diferença entre os trabalhadores permitindo que um continue a trabalhar e outro não.

A outra emenda de Jô Moraes inclui cobrança de multa em caso de desobediente à legislação trabalhista na gestão da mão de obra do trabalho portuário avulso. Para a parlamentar, “sem prejuízo das medidas cabíveis, a cobrança de multa vai manter as regras para o necessário serviço de fiscalização do Ministério do Trabalho no setor portuário”.

Da Redação do Vermelho em Brasília

Convite aos bancários e bancárias de Itabuna e Região


Programa de colonização de Marte tem mais de 80 mil inscritos

ESA / Press Photo
Programa de colonização de Marte já passa dos 80 mil inscritos

Solicitações para participar do programa de reassentamento em Marte foram enviadas por cidadãos de 120 países.


Desde o último dia 22/4, data em que abriram as inscrições para o projeto elaborado pela organização holandesa sem fins lucrativos Mars One, foram recebidos 17.324 pedidos de norte-americanos, seguidos por chineses (10.241) e britânicos (3.581). Entre os dez países cujos cidadãos enviaram maior número de solicitações também estão Rússia, México, Brasil, Canadá, Colômbia, Argentina e Índia.

Segundo Bas Lansdorp, diretor-executivo e cofundador da Mars One, a empresa espera receber até 500 mil candidaturas até 31 de agosto, quando será encerrado o processo de inscrições.

Por meio desse programa, a Mars One pretende desembarcar quatro vencedores no planeta vermelho em 2023. A cada dois anos, os organizadores planejam enviar novos astronautas para aumentar a colônia em Marte.

Os custos da empresa para o reassentamento dos primeiros colonos são estimados em US$ 6 bilhões e, para cobrir as despesas posteriores, será desenvolvido um reality show sobre os primeiros anos de existência da colônia.

Os participantes devem ter, no mínimo, 18 anos de idade. Para se candidatar, é necessário enviar um vídeo de um minuto falando sobre o desejo de chegar a Marte, bem como pagar uma taxa de inscrição que varia de US$ 5 a US$ 75 (dependendo do grau de prosperidade do país do candidato).

Fonte: Gazeta Russa via Vermelho

Em encontro, sindicalistas do PCdoB reafirmam caráter classista


Começou na quarta-feira (15), no Rio de Janeiro, o 5º Encontro Sindical Nacional do PCdoB. O evento reúne cerca de 200 comunistas que atuam na frente sindical em mais de 20 estados brasileiros. O encontro objetiva realizar um balanço político e organizativo da atuação dos comunistas sindicalistas em todo o Brasil e apontar perspectivas e tarefas para o crescimento do Partido junto à classe trabalhadora.

Do Rio de Janeiro, Mariana Viel


Durante a abertura do evento, o secretário nacional Sindical do PCdoB, Nivaldo Santana, fez um balanço da conjuntura política brasileira, os impactos da crise do capitalismo e a defesa de um novo projeto nacional de desenvolvimento como caminho para a realização do Programa socialista para o Brasil.

Leia mais: 
Movimento sindical deve preservar autonomia, afirmam comunistas

Segundo o dirigente nacional, a crise capitalista no mundo – que atinge com mais intensidade os EUA, o Japão e alguns países da Europa – alcança hoje dimensões planetárias. Ele reforçou o momento histórico de mudança na liderança econômica do mundo, com o deslocamento do centro dinâmico da economia mundial para a Ásia. 

Nesse cenário de crise, Nivaldo lembrou que a América Latina tem sido um fator de diferenciação – através do avanço das forças progressistas em diversos países da região, uma maior distribuição de renda e ageração de empregos. 

No Brasil, a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff significou uma viragem histórica para os trabalhadores, com a liquidação da política neoliberal. O dirigente nacional ressaltou, no entanto, que ainda há um longo caminho a ser percorrido. Ele citou a precarização do mercado de trabalho, a gigantesca rotatividade e grande oferta de empregos de até dois salários mínimos e o grande índice de trabalhadores na informalidade. “Quem atua na frente sindical deve ter um olhar mais atento. A situação melhorou, mas ainda temos muito chão pela frente”. Para o dirigente, o ambiente mais democrático para o trabalhador, criado a partir da eleição de Lula, é também uma questão essencial. 

Ele alertou para a questão econômica do país. “Do ponto de vista mais geral estamos enfrentando um grande gargalo que é o crescimento econômico. Num balanço dos dois primeiros anos do governo Dilma o crescimento está engatinhando”.

Fortalecimento do Partido entre os trabalhadores

O presidente estadual do PCdoB no Rio de Janeiro e membro do Comitê Central, João Batista Lemos, saudou a militância sindicalista presente no 5º Encontro. Para ele, esse é um momento decisivo para o acúmulo e fortalecimento do Partido entre os trabalhadores. 

Batista citou a realização do 13º Congresso do Partido, em novembro, e o projeto eleitoral de 2014 como dois fatores decisivos para a militância sindicalista do PCdoB no próximo período. “Queremos aprofundar o processo de mudança iniciado por Lula, com soberania, democracia e direito aos trabalhadores. Para avançar, precisamos mudar a correlação de forças no Congresso”. Ele defendeu uma forte pressão política e social das massas para a efetivação dessas mudanças.

O dirigente estadual defendeu ainda o financiamento público de campanha como um dos fatores essenciais para a vitória de trabalhadores nas eleições. “Fortalecer o protagonismo político da classe trabalhadora é necessário para fortalecer o PCdoB. É necessário ainda fortalecer os trabalhadores na estrutura partidária, na composição da nossa classe na direção do Partido”.

O secretário nacional de Comunicação do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, apontou que o atual período é um dos mais perigosos para os povos do mundo. O discurso dúplice do imperialismo estadunidense que fala de paz, respeito, alianças e na prática realiza uma política que viola os interesses dos povos deve ser um dos pontos de atenção dos comunistas brasileiros. “Temos o desafio de colocar nosso país e povo brasileiro no lado correto dessa batalha, como defensores da paz e das conquistas democráticas no mundo. Não somos um Partido para encarar essa situação internacional de maneira olímpica”.

O dirigente ressaltou o crescimento das fileiras partidárias do PCdoB nos últimos anos. “Somos um Partido de luta social, de luta política e de ideologia. Devemos estar atentos para que não venhamos a crescer como um partido qualquer. É preciso qualificar o crescimento para que o nosso Partido não perca o seu caráter de classe”.

O deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB-BA) falou da importância de reforçar o enraizamento do Partido no movimento sindical. Segundo o parlamentar, vivemos momentos de contradição e em determinadas situações é necessário compreender o que está em jogo. “Nem todo movimento é progressista e revolucionário e nem toda greve é avançada. Uma greve que não aumenta o nível de consciência política, não aumenta a organização classista dos trabalhadores e não busca vitórias objetivas, não atende aos objetivos classistas”. 

Para o presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, o encontro é um momento para a discussão do ponto de vista mais político e dos objetivos centrais do sindicalismo partidário no próximo período. Ele falou do crescimento da CTB no movimento sindical nacional e reforçou o objetivo de alcançar o posto de segunda maior central sindical do país.


Fonte: Vermelho

Congressos dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa começam nesta sexta


Os problemas nos bancos públicos se acumulam. As instituições financeiras, que deveriam dar exemplo e cumprir efetivamente o papel social, precarizam as condições de trabalho, promovem assédio moral, pressionam e ameaçam retirar direitos. Exatamente como fazem as empresas privadas, preocupadas apenas com o lucro.

Além disso, os funcionários dos bancos oficiais ainda lutam pela reposição das perdas salariais nos governos do tucano FHC. Inclusive, a reivindicação certamente estará na pauta específica dos empregados da Caixa e do Banco do Brasil. A definição sobre a minuta completa acontece neste fim de semana durante os congressos nacionais.

Na Caixa, durante o Conecef, os bancários discutem ainda sobre a elevação do piso calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o ticket alimentação para aposentados e outros temas relacionados à saúde do trabalhador.

Já no BB, os funcionários debatem o plano de cargos e salários, plano odontológico, terceirização e o plano de funções comissionadas, implantado de forma unilateral pela direção do banco. 

A Bahia marca presença ativa nos dois congressos, que acontecem entre sexta-feira e domingo, em São Paulo. Para o Conecef vão 20 delegados, eleitos no Encontro dos Bancos Públicos. Do Congresso Nacional dos Funcionários do BB participam 21 delegados.

BNB

O BNB não está de fora. O congresso nacional acontece nos dias 24 e 25 de maio, em Teresina (PI). As pautas têm como prioridade o reajuste do empréstimo de férias pelo reajuste dos salários e o pagamento integral da hora extra. 

Fonte: O Bancário

ONU lança campanha contra tráfico de pessoas

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez no dia 14/05 um apelo à comunidade internacional para intensificar campanhas contra o tráfico de pessoas. A estimativa é que esta modalidade criminosa envolva mais de 2,4 milhões de pessoas por ano. O presidente da Assembleia Geral da ONU, Vuc Jeremic, advertiu que uma das preocupações é com a escravidão.

Pelos dados da ONU, 58% dos casos de tráfico de pessoas se destinam à exploração sexual e 36% à exploração de trabalho. No Brasil, o governo desenvolve uma campanha de combate ao tráfico de pessoas que visa também ao fim da exploração de crianças.

Para Jeremic, é necessária uma ação coordenada de forças de segurança, agentes de alfândegas,  inspetores de trabalho, juízes, fiscais e diplomatas. Em 2010, a ONU aprovou um plano de ação global contra o tráfico de pessoas com ações de prevenção, proteção de vítimas e perseguição de responsáveis.

O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, pediu aos líderes mundiais que sejam "generosos" e aumentem as contribuições para o fundo voluntário das Nações Unidas, destinado a garantir proteção e prestar ajuda a vítimas do tráfico humano. "O tráfico de seres humanos é um ciclo vicioso que une as vítimas aos criminosos. Devemos romper esse ciclo com a força da solidariedade", disse.

Fonte: Agência Brasil e Feeb/BA-SE

Em greve, servidores da prefeitura de Salvador denunciam agressões


sindseps lapaOs servidores da prefeitura de Salvador, em greve desde a última sexta-feira (10/5), foram vítimas de agressões por guardas municipais da cidade, enquanto participavam de atividades do movimento grevista, segundo o Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps). O caso aconteceu na última segunda-feira (13), em frente à sede da Vigilância Sanitária de Salvador (VISA), na Vasco da Gama.

Os agredidos são dois dirigentes do sindicato que estavam na VISA conversando com os trabalhadores, com o objetivo de convencê-los a suspender os trabalhos. Durante a visita, Everaldo Braga e Bruno Cruz foram surpreendidos por 20 guardas e, segundo o Sindseps, receberam “murros, chutes, empurrões, cacetadas e gás de pimenta no rosto, a mando do superintendente Coronel Edson e do supervisor Amaral”.

“Os colegas e guardas municipais, sem argumentos, desrespeitaram a decisão dos trabalhadores públicos municipais, tomada em assembleia, de entrar em greve e partiram pra violência quando os diretores do Sindseps falavam com servidores que estavam indecisos sobre a suspensão dos trabalhos. Inclusive, diversos servidores testemunharam o espancamento e foram ameaçados”, disse, em nota, o sindicato.

Na mesma nota, a entidade repudia a ação da Guarda Municipal e avisa que as providências necessárias serão tomadas. O Vermelho entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Guarda Municipal de Salvador, através do telefone indicado na página da instituição (www.gmsalvador.wordpress.com), mas ninguém atendeu às ligações.

Os dirigentes do Sindseps denunciam, também, que a administração municipal, do prefeito ACM Neto (DEM), tenta desqualificar o movimento, espalhando mentiras entre os funcionários.

“Orientamos que a categoria não acredite nas mentiras que a administração municipal está espalhando. Os servidores são o Sindicato e precisamos que todos ajudem nesta luta por melhores condições de trabalho, assistência médica e salário digno, ao invés de executarem os desmandos da gestão de ACM Neto”, continua a nota.
A greve
Os servidores municipais decidiram continuar em greve e chegam, nesta terça-feira (14), ao 5º dia de paralisação das atividades. Eles reivindicam um reajuste salarial de 20% no vencimento base dos servidores ativos, aposentados, pensionistas e de empresa pública, além do mesmo aumento na tabela de gratificação de competência para todos os funcionários públicos do município.

A categoria também exige a implantação de assistência médica, a aprovação do Plano de Cargos e Vencimentos, realização de concurso público e novos fardamentos para todas as áreas.
Fonte: Vermelho Salvador

Pelo fim das demissões no Banco Itaú


O desemprego continua a assombrar os funcionários do Itaú. A eliminação de 7.935 postos de trabalho em 2012 e a freqüente busca pela eficiência propagada pelo banco, que lucrou R$ 3,51 bilhões no primeiro trimestre, tem tirado o sono dos trabalhadores.

Por isso, o fim das demissões é uma das principais reivindicações dos empregados, que entregaram as reivindicações para a direção da empresa nesta quarta-feira (15/05). 

A minuta ainda pede por melhorias nas condições de trabalho, saúde e remuneração. Os funcionários do Itaú devem continuar com as mobilizações para obter as conquistas e ainda pelo fim do horário estendido, comum no setor financeiro. 

A decisão foi reafirmada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE), que esteve em reunião pela manhã. Um calendário de ações está marcado para este mês.

Presente à reunião, o diretor da Federação da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, alertou para as péssimas condições nas agências do Itaú em Salvador. Alguns locais estão em reforma, outros com ar-condicionado quebrado e também faltando água. 

Fonte: O Bancário

quarta-feira, 15 de maio de 2013

5ª Conferência Municipal da Cidade de Itabuna

Segundo o vice-prefeito, Wenceslau Júnior (PCdoB), vai acontecer nos dias 20 e 21 de Maio a 5ª Conferência Municipal da Cidade de Itabuna. Propor a interlocução entre autoridades e gestores públicos dos três entes federados com os diversos segmentos da sociedade sobre os assuntos relacionados à Política Nacional, Estadual e Municipal de Desenvolvimento Urbano.
Sensibilizar e mobilizar a sociedade itabunense e baiana para o estabelecimento de agendas, diretrizes, programas, projetos e planos de ação para enfrentar os problemas existentes nas cidades brasileiras, em particular em Itabuna.

Pesquisa mostra que mulher desconhece relação entre câncer e HPV


Pesquisa mostra que 66% das mulheres brasileiras não acham que existe relação entre a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer do colo do útero. A infecção por esse vírus aumenta em até 100 vezes o risco de a mulher desenvolver esse tipo de câncer.


Para o levantamento, feito pela Associação Brasileira de Patologia no Trato Genital Inferior e Colposcopia em parceira com o Ibope, foram ouvidas 700 mulheres com idade entre 16 e 55 anos, em seis capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Recife). O objetivo foi entender a percepção feminina sobre o assunto.

Descobriu-se que 18% das mulheres nunca fizeram o exame papanicolau – principal forma de detectar as lesões que podem levar ao câncer do colo do útero – e 13% fizeram apenas uma vez. Além disso, 40% das mulheres não acham que os exames preventivos de rotina podem servir como forma de prevenção à doença.

Segundo a pesquisa, 76% das mulheres ouvidas não relacionam a vacinação contra o HPV como forma de prevenção ao câncer do colo do útero. Estudos mostram que, embora o HPV seja comum (80% da população mundial já foram infectados ao menos uma vez na vida), ele é responsável pelo surgimento do câncer do colo do útero em alguns mulheres mais suscetíveis. 

Por isso, prevenir o vírus é fundamental, destaca o presidente da associação, Garibaldo Mortoza Júnior. "Enviamos como recomendação ao Ministério da Saúde um pedido para que essa vacina seja incorporada ao calendário oficial."

O professor Newton Sérgio de Carvalho, da Universidade Federal do Paraná, reforça a segurança oferecida pela imunização. Ele explica que a vacina é elaborada a partir de uma partícula semelhante ao vírus, produzida com base na engenharia genética, só que sem o conteúdo do vírus. “É impossível alguém se infectar ao tomar a vacina, ela é confeccionada com a 'capa' do vírus”, disse.

Segundo o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) José Focchi, a aplicação da vacina contra o HPV é totalmente eficaz antes da primeira relação sexual. Após cinco anos de atividade sexual, 60% das mulheres se infectam com algum dos 130 genótipos do HPV, sendo que os mais comuns são os tipos 16 e 18, que correspondem a 70,7% dos vírus. 

Mulheres mais velhas que recebem a vacina também podem ter benefícios, embora contra uma quantidade menor de genótipos. “Aquela paciente que já teve HPV e toma a vacina pode se beneficiar contra os outros tipos de HPV”, disse. “À medida que passa o tempo, o organismo também pode eliminar o vírus”, completa.

Para alertar as mulheres sobre a importância da prevenção, a associação lançou a campanha “Mulheres semeiam vida”. No site www.mulheressemeiamavida.com.br, é possível obter informações sobre a doença.

Fonte: Agência Brasil

Trabalhadores entram em greve e são reprimidos no Chile


O presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre,
Cristian Cuevas, denunciou a dura repressão aos trabalhadores em greve 

Cerca de 800 chilenos que trabalham para a multinacional Siemens iniciaram uma greve por melhores condições trabalhistas e aumento salarial, a manifestação foi reprimida pela polícia.


Os assalariados solicitam um reajuste de 140 mil pesos (cerca de 290 dólares), mas a empresa só oferece como contra-proposta 14 mil pesos (cerca de 30 dólares). 

As manifestações começaram nesta terça-feira (14), quando os trabalhadores levantaram barricadas na rota internacional que une as cidades Los Anges (Chile) e Mendoza (Argentina), mas foram reprimidos pela polícia, segundo denunciou a Confederação de Trabalhadores do Cobre (CTC).

De acordo com o presidente da CTC, Cristian Cuevas, o uso da força por parte dos Carabineros (polícia militarizada) foi desproporcional, causando inclusive ferimentos graves aos trabalhadores. 

O dirigente instou as autoridades a serem prudentes, já que "não é a primeira greve e nem vai ser a última, mas reprimir é uma declaração de guerra", enfatizou Cuevas. 

Segundo o diretor nacional da CTC, Emilio Zarate, isso significou para a Codelco triplicar o custo do serviço que por  funções similares cobraram outras empresas, sem que tenha representado nehuma melhora para os trabalhadores e sim prejuízo. “Alguém está ganhando com este encarecimento e não são os trabalhadores”, alertou o dirigente. 

Fonte: Prensa Latina via Vermelho

A "reinvenção" do trabalho escravo

Por Leonardo Sakamoto*
A cada ano, milhares de trabalhadores pobres são recrutados para trabalhar em fazendas, carvoarias, canteiros de obras e oficinas de costura e, posteriormente, submetidos a condições degradantes de serviço ou impedidos de romper a relação com o empregador. Não raro, permanecem sem poder se desligar do empregador até que terminem a tarefa para a qual foram aliciados, sob ameaças que vão de torturas psicológicas a espancamentos e assassinatos. No Brasil, essa forma de exploração é chamada de trabalho análogo ao de escravo, escravidão contemporânea ou nova escravidão, prevista como crime no Código Penal (artigo 149), com pena de dois a oito anos de reclusão.

Sua natureza econômica difere da escravidão da Antiguidade clássica e daquela que aqui existia durante a Colônia e o Império, mas o tratamento desumano, a restrição à liberdade e o processo de “coisificação” são similares. O número de trabalhadores envolvidos é relativamente pequeno se comparado com a população economicamente ativa, porém não desprezível: de 1995 – quando o sistema de combate ao trabalho escravo contemporâneo foi criado pelo governo federal – até hoje, mais de 44 mil pessoas foram resgatadas dessa situação, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

A produção capitalista necessita de espaços não capitalistas para se desenvolver. Em função de sua natureza, não admite limitações na aquisição de matéria-prima e na criação de mercados. Vale lembrar que ao longo de séculos, países e corporações têm ido à guerra por esse motivo. Em um curto espaço de tempo, de acordo com uma sinalização de demanda no Extremo Oriente, empreendimentos agropecuários no interior da Amazônia são capazes de se expandir sobre áreas, na maioria das vezes, ocupadas por populações que vivem sob outro modo de produção. Em questão de anos, surgem grandes fazendas de gado, lavouras de soja, algodão e cana-de-açúcar, além de carvoarias, produzindo matéria-prima e gêneros alimentícios, onde antes viviam populações indígenas, camponeses, comunidades quilombolas ou ribeirinhas.

Nessa expansão, podem coexistir tecnologia de ponta e formas ilegais de trabalho. O que parece contraditório na verdade expressa um processo fundamental para o desenvolvimento desses empreendimentos, acelerando sua capitalização e garantindo a capacidade de concorrência.

A utilização de trabalho escravo contemporâneo não é resquício de modos de produção arcaicos que sobreviveram provisoriamente à introdução do capitalismo, mas sim um instrumento utilizado pelo próprio capital para facilitar a acumulação em seu processo de expansão. A superexploração do trabalho, da qual a escravidão é sua forma mais cruel, é deliberadamente utilizada em determinadas regiões e circunstâncias como parte integrante e instrumento do capital. Sem ela, empreendimentos mais atrasados em áreas de expansão não teriam a mesma capacidade de concorrer na economia globalizada.

Há condições sociais que facilitam a disponibilização de mão de obra para essa pilhagem constante da força de trabalho. Em verdade, elas são consequências da existência do velho e bom exército de reserva de mão de obra, que resulta da progressiva redução da participação relativa do trabalho na composição do capital, mas também do processo de grilagem e expulsão de posseiros e de outras populações tradicionais de suas terras na região de fronteira agrícola amazônica – frequente durante o regime militar nas décadas de 1970 e 1980 e que se mantém ainda hoje – que serve tanto para aumentar o contingente de mão de obra para o campo e as cidades, quanto para ampliar os territórios dos empresários.

Isso, estruturalmente, gera um excedente alijado de meios de produção e emprego, diminuindo o valor de mercado a ser pago por um serviço. Os trabalhadores são impelidos a aceitar a oferta de serviço do “gato”, mesmo não recebendo garantias de que as promessas dadas no momento do recrutamento serão cumpridas. Baseado nesse contexto de fragilidade social, o empreendedor pode utilizar a mão de obra necessária pagando o montante que desejar. Que pode ser praticamente nada no caso do trabalho análogo ao escravo.

As propriedades rurais mais atrasadas do ponto de vista tecnológico tendem a compensar essa diferença por meio de uma constante redução da participação do “trabalho” no seu custo total. Simulam, dessa forma, uma composição orgânica do capital de um empreendimento mais moderno, em que a diminuição da participação do custo do trabalho se dá através do desenvolvimento tecnológico. Traduzindo para o português: há fazendeiros que retiram o couro do trabalhador para poder concorrer no mercado. Outros se aproveitam dessa alternativa não para gerar competitividade, mas para capitalizar-se durante um período de tempo (e depois trocar trabalhadores por colheitadeiras) ou aumentar sua margem de lucro.

Esse processo de acumulação baseado em formas antigas de produção opera no momento de expansão do sistema, em que este consome formas exteriores para crescer. Depois, essas formas são introduzidas no próprio modo de produção, que continua seu avanço. Essa inserção não é automática, mas sim um processo que varia em tempo e intensidade, de acordo com o tipo de empreendimento e seu grau de modernização. Tal processo ocorre em três situações:

a) Há atividades que, por motivos técnicos – seja porque não é possível sua mecanização, seja porque a utilização de mão de obra demanda menor investimento inicial, continuam excessivamente dependentes de trabalho manual.

Um dos casos registrados de escravidão contemporânea está no desmatamento e limpeza de antigas áreas abandonadas para a introdução de empreendimentos agropecuários ou extrativistas. A força de trabalho é utilizada para derrubada de mata nativa, construção de cercas, plantação de pastos, produção de carvão vegetal, e catação de raízes para possibilitar o cultivo da soja e do algodão. Dessa forma, esses empreendimentos são capazes de gerar recursos já no momento de sua abertura.
Um exemplo são os pecuaristas proprietários de terras na região de influência do polo siderúrgico de Carajás, no Pará, que produziam carvão vegetal a partir do desmatamento (na maior parte das vezes, ilegal), realizado para implantação ou ampliação de pastagem. O carvão era vendido a usinas siderúrgicas do Maranhão e do Pará para a produção de ferro-gusa, matéria-prima do aço, exportado principalmente para os Estados Unidos. E a área ficava limpa para a plantação de pastos. Os recursos obtidos na venda do carvão eram usados para construir infraestrutura ou comprar gado. Nessas duas etapas – de carvoejamento e de introdução da pecuária – foram, não raro, realizadas por trabalho análogo ao escravo. Há um gasto mínimo com a manutenção da mão de obra, superexplorada, enquanto a economia gerada pode viabilizar a concorrência ou aumentar o capital constante. Nesse caso, o ganho com a produção tem sido repassado a algumas usinas que aceitam a mercadoria mesmo com irregularidades.

b) Outra situação de escravidão contemporânea é encontrada em empreendimentos já implantados, mas que estão expandindo sua área, como as propriedades rurais em funcionamento que crescem em superfície cultivável a partir da derrubada de mata nativa, da limpeza de antigas áreas abandonadas, de mudanças de ramo de atividade econômica, entre outros contextos. Nesse caso, o trabalho escravo contemporâneo cumpre a função de motor de expansão em empreendimentos consolidados.

Empregadores utilizam tecnologia de ponta em uma área da produção, enquanto depreciam a mão de obra em outra. O grupo móvel de fiscalização do governo federal, responsável pela libertação de pessoas, encontrou 54 trabalhadores em condição análoga à de escravo na fazenda Peruano, em Eldorado dos Carajás, sudeste do Pará, em dezembro de 2001. Eles trabalhavam em atividades de ampliação da infraestrutura e do pasto nessa fazenda que produz gado e é considerada modelo no desenvolvimento de matrizes reprodutoras, inseminação artificial e comercialização de embriões. O proprietário era um dos maiores criadores da raça nelore do estado. Esse não é o único caso: há diversos exemplos de fazendas de soja e algodão que utilizam tecnologia de ponta na produção de grãos e fibras, enquanto a preparação de solo e a ampliação de área são feitas de forma arcaica, com baixo investimento.

Em uma operação de fiscalização de Sinop, no Estado de Mato Grosso, foram libertados 22 trabalhadores que estavam em situação de escravidão na produção de arroz e soja. A ação foi motivada por denúncias de maus-tratos e cerceamento da liberdade. Algumas pessoas não eram pagas há meses, recebendo apenas comida e alojamento – pequenas barracas de lona nas quais se amontoavam, em redes, famílias inteiras. A água que utilizavam era imprópria e servia ao mesmo tempo para consumo, banho e lavagem de roupa. Inicialmente, 40 pessoas haviam sido contratadas para a empreitada, mas como não suportaram as duras condições impostas, muitos fugiram antes de a fiscalização chegar. O proprietário tentou convencer os peões a voltarem para a Entre Rios durante a operação de fiscalização, afirmando que precisava dessa mão de obra para o serviço. Porém, apesar das alternativas de contratação oferecidas por ele, os trabalhadores se negaram a retornar – estavam com medo do comportamento violento e das constantes ameaças de espancamento do gerente da fazenda. Segundo os auditores do Ministério do Trabalho e Emprego, os empregados também eram constantemente ameaçados pelos dois “gatos” da fazenda que, assim como o gerente, andavam armados. De acordo com Valderez Monte, auditora fiscal e coordenadora da operação, os trabalhadores sempre ouviam o gerente dizer que “maranhense tem que apanhar mesmo de facão”.

Dois modos de produção atuam de forma complementar e simultânea. O modo arcaico serve ao moderno para garantir uma expansão de terras e benfeitorias, sem que seja necessário capitalizar grandes montantes de mais-valia provenientes da parte moderna, garantindo que esta mantenha sua competitividade no mercado enquanto cresce.

c) O mesmo vale para empreendimentos cujo processo de modernização é muito lento ou estagnou-se. Podem ser incluídos o plantio e a colheita de lavouras como café, cana-de-açúcar, pimenta-do-reino, frutas, arroz, tomate ou atividades de extração vegetal.

Assim, encontra-se trabalho escravo contemporâneo não apenas em atividades em área de expansão agropecuária, mas também em empreendimentos cuja modernização foi incompleta, em comparação com o restante do setor. Em outras palavras, o desenvolvimento capitalista de uma propriedade rural pode ter se estagnado e, sem aumento da produtividade do trabalho, ela deprecia o capital variável para continuar operando de forma viável.

Nas regiões de fronteira agrícola encontra-se a maior incidência de trabalho escravo, mas esse tipo de exploração não está restrito à Amazônia ou ao Cerrado. Não é de se estranhar que empreendimentos com modernização incompleta utilizem mão de obra análoga à de escravo, como nas lavouras de cana-de-açúcar em Campos dos Goitacazes, Estado do Rio de Janeiro, ou em oficinas de costura e canteiros de obra no Estado de São Paulo.

Esses dois momentos, o moderno e o arcaico, se chocam ou se completam devido à sua proximidade física. Durante uma ação de fiscalização em uma fazenda do Mato Grosso, os auditores fiscais do trabalho presenciaram aviões pulverizando o campo com agrotóxicos enquanto os catadores de raízes ainda estavam na área, deixando-os cobertos de veneno.

Em empreendimentos pecuaristas, os vaqueiros recebem do proprietário da fazenda e do gerente ou preposto tratamento melhor que os peões, muitas vezes com contratos de trabalho. Isso deve-se ao fato de os vaqueiros serem profissionais especializados e depositários de confiança por parte do proprietário. Em diversas ocasiões, o grupo móvel de fiscalização encontrou vaqueiros atuando na vigilância dos trabalhadores recrutados para o trato do pasto, evitando que fugissem antes do fim do serviço.

A utilização de formas extremas de exploração da força de trabalho, em que os custos com a manutenção da mão de obra são insuficientes para a reprodução social ou biológica do indivíduo, é restrita a uma parcela pequena da população economicamente ativa. A incidência de trabalho análogo ao escravo tem sido pequena comparada ao universo de trabalhadores rurais. Com isso, ele não é capaz, diretamente, de reduzir os preços de produtos em nível nacional e internacional, mas sim os custos individuais de capitalistas, quando estes vendem commodities, ou seja, mercadorias com padrão e preço comuns.

Porém, por ser um instrumento de redução individual de custos, contribui com a viabilização da implantação de novos empreendimentos e, portanto, facilita a expansão agropecuária sobre áreas não inseridas no modo de produção. Maior número de áreas de produção significa aumento da oferta de mercadorias.

A acumulação primitiva, adotada como instrumento de capitalização, foi usada em larga escala na Amazônia para a implantação de fazendas durante o período da ditadura militar. E não foi devido a uma suposta ausência estatal que essa forma de exploração teve condições de se desenvolver; pelo contrário, é a ação direta de setores cúmplices ou coniventes do Estado que permite e incentiva esse laissez-faire no campo. Historicamente, esses empreendimentos têm conseguido recursos por intermédio dos governos federal, estadual e municipal, garantindo um nível de capital constante que permite sua atuação no mercado. As placas que mostram o financiamento da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e do Banco da Amazônia (Basa), expostas nas porteiras das fazendas, provam que o Estado se faz presente na fronteira agrícola para o capital, através de incentivos fiscais, isenção de impostos, taxas e subsídios, e de infraestrutura para os produtores rurais, e que há uma política pública apoiando aquelas práticas. Hoje, há uma política federal de negar empréstimos a quem foi flagrado com trabalho escravo, mas ainda é muito pouco considerando o que é oferecido a quem traz o “progresso” à região.

Escravos contemporâneos e trabalhadores assalariados, elementos antigos e novos, convivem dentro do capitalismo de forma complementar e para o bem desse sistema.

A distribuição de terra não é a panacéia para o problema da exploração do trabalho no país, mas representa, por exemplo, uma importante mudança nessa estrutura e no modelo de expansão no campo brasileiro. A reforma agrária, ou seja, a socialização, pelo menos parcial, dos meios de produção no campo significaria um pesado golpe em um capital que, direta ou indiretamente, se aproveita do exército reserva de mão de obra disponível para superexplorá-la.

Erradicar o trabalho escravo contemporâneo requer uma mudança estrutural. Dado a falta de perspectivas de alteração do panorama visível, é necessário adotar uma postura pragmática. Há a possibilidade de atenuar o problema, diminuindo a incidência de trabalho escravo e mesmo de formas não contratuais de trabalho, por meio de alterações no modo de produção e na sua forma de expansão. Não se trata, aqui, de fazer uma revolução, mas garantir com que alguns dos nossos empresários que não gostam de regras sejam obrigados a segui-las, como assim fazem em outros lugares do mundo. Ou seja, para ter sucesso, tais políticas de combate ao trabalho escravo devem atingir de forma inequívoca a base econômica dessa estrutura.

No dia 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, o Estado deixou de reconhecer o direito de propriedade de uma pessoa sobre outra. Contudo, isso não significou que todas as relações passariam a ser guiadas por regras de compra e venda da força de trabalho mediante assalariamento, com remuneração suficiente para a manutenção do trabalhador e de sua família. O fim da escravidão não representou a melhoria na qualidade de vida de muitos trabalhadores, rurais e urbanos, uma vez que o desenvolvimento de um número considerável de empreendimentos continuou a se alimentar de formas de exploração semelhantes ao período da escravidão como forma de garantir uma margem de lucro maior ao empreendimento, dar-lhe competitividade para a concorrência no mercado ou possibilitar a presença de mão de obra em número suficiente.

Que entoemos, então, repetidas vezes o mesmo mantra: “onde há lucro com a exploração da dignidade, que sejam impostos severos prejuízos”. Para evitar que, em datas redondas como hoje, olhemos para trás com a falsa sensação de missão cumprida.

oc leonardo sakamoto
*Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política