terça-feira, 23 de julho de 2013

Tecnologias reduzem oferta de trabalho nos bancos

Ao falar sobre atuação de bancários no sistema financeiro é impossível não tocar no ponto da precarização do trabalho. A 15ª Conferência Nacional dos Bancários, que aconteceu no último fim de semana, em São Paulo, traçou um perfil do processo de terceirização latente nos bancos. Novas tecnologias, bancos postais e correspondentes bancários são os principais vilões. 
 
Para atrair correntistas são feitos “grandes investimentos em softwares de cruzamento de dados (big datas), para fazer o cliente acreditar que obtém atendimento personalizado”, afirma o professor e coordenador do Centro de Pesquisa 28 de Agosto, Moisés Marques. Simultaneamente, “a ideia dos bancos é potencializar a tendência a deixar o cliente longe da agência, com correspondentes bancários e serviços online”, complementa. 
 
Segundo exposição da subseção Dieese, Vívian Rodrigues, a justificativa do Banco Central para o crescimento das transações online é a diminuição em cerca de 50% no custo das transações em papel. Como consequência, crescem as unidades de bancos postais e correspondentes, e a contratação de bancários é reduzida por conta das plataformas virtuais, que geram mais dados para aquisição de clientes. 
 
Outro grava problema é que as empresas privadas já praticam amplamente a terceirização. No entanto, “todo o embate está colocado para alterar a base jurídica que temos, uma vez que já terceirizam, mas não obtém respaldos legais para aplicar a prática em atividades-fim”, declara o secretário de organização da Contraf, Miguel Pereira.
 
Por isso, o empresariado brasileiro pressiona e faz lobby para a aprovação do substitutivo, de autoria do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), ao PL 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que permite a terceirização em atividades-fim. No entanto, a classe trabalhadora precisa ir para as ruas e pressionar a Câmara a não aprovar o PL. 

Fonte: O Bancário

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