terça-feira, 23 de julho de 2013

Rotatividade reduz salário do bancário

A remuneração média dos bancários hoje é menor do que no ano 2000. Mesmo com os lucros cada vez maiores dos bancos, os trabalhadores são preteridos. O economista e coordenador de educação sindical e diretor da Escola de Ciências do Trabalho do Dieese, Nelson Karam, esteve presente nesta sexta-feira (19/07), primeiro dia da 15ª Conferência Nacional dos Bancários, e expôs dados sobre salário e emprego.
 
Segundo o economista, a política de demissões e a alta da rotatividade nos bancos privados têm achatado o salário médio. Apesar do reajuste salarial de 85,3% desde 2004, com taxa de 16,2% acima da inflação e valorização do piso de 116,2% (35,6% mais do que a inflação), a remuneração média dos trabalhadores em 2011 teve queda de R$ 218,18 em relação a 2000. 
 
Para valorizar os trabalhadores, Nelson Karam defende a inclusão dos ganhos de produtividade como questão de debate para campanha salarial 2013. Segundo o diretor, a produtividade deve ser acompanhada de valorização salarial, mesmo com a presença de mais de 332 mil trabalhadores terceirizados, número 9,2 vezes maior do que o registrado em 2003. 
 
Para o economista, as condições dos ganhos dos trabalhadores podem piorar ainda mais com a aprovação do PL 4330, que regulamenta a terceirização. É preciso lutar contra o projeto de lei e a favor da valorização do trabalhador. 
 
Lucro dividido entre executivos
Sobre os lucros das organizações financeiras, o coordenador de educação sindical e diretor da Escola de Ciências do Trabalho do Dieese, Nelson Karam, apontou para um aumento de 128% desde 2002. E é claro, o índice não foi repassado para os funcionários. 
 
Apesar de serem os maiores responsáveis pelos ganhos, a parte dos bancários caiu para 38%, enquanto que em 2002 tinham 43% do montante. Já os acionistas foram valorizados: a percentagem nos lucros subiu para 40% contra 34% em 2002.
 
Para se ter uma ideia, hoje, um executivo da diretoria do Itaú recebe 234,27 vezes mais do que um funcionário que tem salário de acordo com o piso. No Santander, o executivo ganha 145,67 vezes o piso. Uma completa desigualdade.

Fonte: O Bancário

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