sábado, 4 de maio de 2013

Greve de fome aumenta mobilização por fechamento de Guantânamo


Uma greve de fome iniciada no último dia 6 de fevereiro foi a maneira que os detidos do Campo de Detenção da Baía de Guantânamo, prisão militar estadunidense localizada em Cuba, encontraram para protestar contra a detenção indefinida e sem acusação formal, modo como o governo dos Estados Unidos tratam presos acusados supostamente de terrorismo.


Khaled Abdullah/ Reuters
Guantânamo
Prisioneiros de Guantánamo estão há 60 dias em greve de fome como forma de protesto contra suas prisões e condições do centro de detençãoKhaled Abdullah / REUTERSPrisioneiros de Guantánamo estão há mais de 60 dias em greve de fome como forma de protesto contra suas prisões e condições do centro de detenção
Atualmente, dos 166 presos no local, cerca de 130 estão em greve de fome, segundo denunciam organizações de direitos humanos, embora o porta-voz de Guantânamo, Samuel House, afirma que o número de presos que aderiram a este protesto é de 100 detentos.

O porta-voz da base militar estadunidense em Guantânamo também informou para a imprensa mundial que dos 100 presos em greve de fome, 20 estão sendo alimentados à força e que cinco se encontram no hospital do centro de detenção. Este número também é contestado por organizações sociais internacionais que acreditam que é bem maior o número de detentos alimentados à força, ato que viola o direito do indivíduo de optar por receber tratamento ou não.

Diante do agravamento da situação, o Centro pela Justiça e Direito Internacional (CEJIL) e o Centro pelos Direitos Constitucionais (CCR) fortaleceram o apelo pelo fechamento da prisão junto a organismos das Nações Unidas, "para exigir que os Estados Unidos ponham fim à atual crise na Base Naval de Guantânamo e o fim do centro de detenção”.

Também pedem que o governo estadunidense respeite e garanta a vida e a integridade dos presos no atual contexto e permita o acesso de especialistas de direitos humanos da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) à prisão. As organizações internacionais lembram que os Estados Unidos devem cumprir suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos e justiça.

Além de protestarem contra a detenção indefinida, alguns dos presos de Guantânamo pedem que lhes sejam entregues seus exemplares do Alcorão, livro sagrado do Islã que foram inspecionados pelos guardas. Advogados dos presos-políticos acreditam que se esse pedido for atendido, a greve de fome pode acabar de imediatamente, já que o Alcorão orienta a vida de seus seguidores.

Guantânamo

Desde que começou a ser usada como centro de detenção para suspeitos de terrorismo, após o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001, a prisão de Guantânamo tem sido alvo de protestos pelo mundo, já que faltam acusações concretas sobre muitos dos presos enviados para lá, que ficam detidos por tempo indeterminado, sem acesso à justiça e sem comunicação com familiares.

Já em seu segundo mandato presidencial à frente do governo dos Estados Unidos, Barack Obama ainda não cumpriu a promessa de fechar Guantânamo. Desde que venceu o prazo estipulado por ele mesmo, em janeiro de 2010, um ano após o início do seu primeiro mandato, Obama ainda não conseguiu convencer o Congresso a aceitar sua proposta de fechar o Centro de Detenção estadunidense em Cuba.

Fonte: Adital via Vermelho

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