sábado, 13 de abril de 2013

Comissão da Verdade terá capítulo sobre classe trabalhadora


Comissão Nacional da Verdade acatou reivindicação da CUT; reunião no dia 15 definirá roteiro de trabalho
São Paulo - Acatando uma reivindicação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), a Comissão Nacional da Verdade (CNV) terá um capítulo específico para apurar e resgatar a memória de trabalhadores perseguidos, torturados e assassinados, investigando as intervenções que ocorreram nas organizações do campo e da cidade durante a ditadura militar (1964-1985).

A proposta, apresentada pela Central à presidenta Dilma Rousseff em audiência no começo de fevereiro, foi acertada junto à advogada Rosa Cardoso, uma das sete integrantes da CNV, em reunião realizada no dia 2 de abril. No dia anterior, Rosa havia participado de ato sobre “os trabalhadores e o golpe militar de 1964: memória, verdade e justiça” organizado pela CUT Nacional, CUT-RJ e Partido dos Trabalhadores.

“A companheira Rosa Cardoso tem demonstrado vontade, determinação política e pessoal na discussão de que a Comissão da Verdade tem que sair de dentro do gabinete e partir para a realização de oitivas públicas, chamando a sociedade para o debate e ouvindo o movimento sindical urbano e rural, cujos dirigentes e entidades tanto sofreram nas mãos dos torturadores”, afirmou Expedito Solaney, secretário de Políticas Sociais da CUT.

Na segunda 15 haverá uma audiência no escritório da presidência da República em São Paulo, onde a CUT e demais centrais apresentarão para a Comissão Nacional da Verdade, que estará representada por Rosa Cardoso, uma proposta de roteiro de trabalho.

Esta proposta foi definida em reunião na terça 9 na sede da CUT com a presença de representantes das demais centrais sindicais. A ideia é dividir as investigações em 11 eixos, que vão desde o levantamento dos sindicatos que sofreram invasão e intervenção no golpe e após o golpe até o levantamento dos prejuízos causados aos trabalhadores e suas entidades pelo regime militar para reparação moral, política e material. “Este ato coroa a luta da CUT. Nossa ideia agora é construir uma Comissão Nacional de Verdade da Central”, pontuou Solaney.
Fonte: Seeb/SP

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