terça-feira, 28 de agosto de 2012

Grapiúnas Ilustres: Genny Xavier, escritora


 Genny Xavier nasceu no sertão da Bahia e veio para Itabuna com apenas 1 ano de idade. Fez da região sul da Bahia a sua terra adotiva. Começou a escrever versos aos 13 anos, com um traço humanístico e social que indicava a precocidade da sua idade. Ainda neste tempo, começou a publicar seus poemas em jornais locais e em cadernos literários. Conquistou espaço e público leitor, que via nos seus versos tristes e fortes uma linha universalista e um lirismo intimista. Obteve muito êxito participando de concursos e jornadas literárias regionais. Fez sua primeira publicação individual em 1981, com um livreto intitulado "Poemas" . Em 1986, publicou "Caso de um poeta grapiúna que até hoje ninguém sabe o nome", texto poético-teatral em linguagem de cordel. Participou também de várias antologias de poemas e contos, promovidas por órgãos culturais regionais. Durante a década de 90, participou de alguns concursos nacionais em vários estados do Brasil, obtendo classificações significativas e menções honrosas, como o "Prêmio Nacional de Contos Aníbal Machado", em Minas Gerais, onde classificou-se com o 2º lugar, em 1993. Participou também de antologia de contos publicada na cidade de Piracicaba/ SP, como resultado de concurso promovido pela Secretaria de Cultura daquele município, onde recebeu Menção Honrosa, em 1997.

      Atualmente, trabalha na criação do seu primeiro romance, com o título "Alma de Papel" e tem inéditos um livro de poesia, um de contos e um de literatura infantil. Trabalha como professora de Literatura e Arte-Educação e coordena o Projeto Memória Cultural do Município de Itabuna, da Prefeitura Municipal.

CLARA PALAVRA QUE EM NOITE FOGE 

A máquina digita o grito
que sai da boca do poeta
e lembra-lhe todas as dores
que pairam no mundo.
O poeta aspira a dor que vem de fora
como a engolir um monstro...
Neste instante, 
torna-lhe disforme o corpo
e as mãos tremem
para esboçar a metamorfose.
O poeta tem agora a cara do espanto,
o corpo da fome
e a alma de bandido...
E, quanto mais se adentra na poesia,
mais lhe escapa a imagem
da suave manhã...
E o poeta, em seu delírio,
vagueia pelo deserto rachado,
toma veneno e luta com feras,
abatendo a golpes de espada
verdes dragões
- estes têm as patas de ferro
e soltam insultos pelas ventas -
mas, ainda assim, 
o poeta surrealiza uma canção
e presenteia os homens de toda a terra.


Fonte:http://www.itabuna-ba.com.br

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