quarta-feira, 18 de maio de 2016

Senadores denunciam em Lisboa golpe contra Dilma Rousseff


Eurolat
As senadoras disseram que receberam muito apoio de todos os países participantes das reuniões do Eurolat, que acontecem até esta quarta-feira (18).As senadoras disseram que receberam muito apoio de todos os países participantes das reuniões do Eurolat, que acontecem até esta quarta-feira (18).
"Para além de participar nas reuniões do EuroLat, a nossa vinda aqui também é uma defesa da democracia, do processo constitucional brasileiro e é uma denúncia de que esse 'impeachment', esse afastamento, é um golpe", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em entrevista à Lusa.

"Não temos dúvidas que não estamos diante de um 'impeachment', mas de um golpe", confirmou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que fez parte da comissão especial de impeachment no Senado, como Gleisi Hoffmann.

Não há crime de responsabilidade caracterizado (contra Dilma Rousseff). Vamos lutar para reverter esse quadro de afastamento no Senado, acrescentaram as duas senadoras.

Apoio na Eurolat

As senadoras disseram também que receberam muito apoio de todos os países participantes das reuniões do Eurolat, que acontecem até esta quarta-feira (18).

Com os eurodeputados, Gleisi Hoffmann disse que nas conversas que manteve, eles disseram que não consideram normal o que se está acontecendo no Brasil e estão "muito preocupados com a democracia brasileira", considerando que “a saída (de Dilma Rousseff) deve ser decidida pela população e não com um governo interino".

"Quem assumiu o governo agora, o vice-Presidente (Michel Temer), mudou completamente o plano de governo. Tem uma posição liberal na economia e conservadora nos costumes. Não foi esse o resultado que saiu das urnas", disse a senadora do PT, opinião compartilhada pela senadora Vanessa Grazziotin.

"Uma coisa que chocou o mundo e aqui (Portugal) é o fato do novo Governo ser composto por homens brancos e ricos, não tem mulheres, não tem negros, não tem pobres, não tem a diversidade do povo brasileiro", avaliou Gleisi Hoffmann.

A senadora do PT disse que irão "defender os legados sociais que existem no Brasil", porque "já uma movimentação para cortar os programas sociais que minimamente dão apoio a maioria do povo brasileiro, como nas áreas da saúde, educação, assistência social, previdência (segurança social)".

Mudanças na política

Para a senadora do PCdoB, a oposição aproveitou-se da extrema fragilidade do Governo de Dilma Rousseff, que enfrentava uma grave crise econômica e a Operação Lava Jato - que investiga esquemas de corrupção, que envolvem também empresas públicas, como a Petrobras, políticos e empresários -, para abrir o processo de impeachment.

"Aproveitaram esse ambiente fértil para fazer o que não conseguiram nas eleições, ou seja, não conseguiram vencer as eleições e trataram imediatamente de transformar o Congresso brasileiro num colégio eleitoral, cujo objetivo não é só tirar a Presidente, é mudar as pessoas para mudar a política. Esse é o fator principal", disse Vanessa Grazziotin.

"Agora, revertendo esse quadro (de impeachment), eu entendo o seguinte, Dilma de fato perdeu a capacidade de governar, porque perdeu o apoio da maioria parlamentar. Então, primeiro, a nossa tarefa é, como o nosso partido estabeleceu, barrar o golpe", explicou a senadora comunista.

"Não permitir que esse golpe se consume e, segundo, buscar a população para antecipar as eleições e colocar nas mãos do povo brasileiro a decisão, mas não deixar alguém que sem ter recebido nenhum voto, chegue ao poder para mudar tudo, para fazer uma política de privatizações, uma política de retirada de direitos", defendeu Vanessa Grazziotin.

E anunciou que o seu partido defende a realização de um plebiscito, que pode coincidir com as eleições municipais (em outubro), para novas eleições presidenciais. “Se a população decidir por um novo sufrágio antecipado, no início do ano que vem já se poderia realizar eleições”, declarou a senadora comunista. 
 



Fonte: www.dnoticias.pt via Vermelho

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