sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Papa Francisco e patriarca Kirill celebram encontro histórico em Cuba

Cuba será palco de um encontro religioso histórico nesta sexta-feira (12). É a primeira vez que o chefe da Igreja Católica Romana e o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa se encontrarão desde que esses dois principais ramos do cristianismo se separaram, em 1054. Segundo o Departamento de Relações Eclesiásticas Exteriores de Moscou, o patriarca Kirill não aceitou que o encontro acontecesse na Europa, por ser um continente “vinculado à separação e aos conflitos entre os cristãos”. 


Vermelho
Esta é a primeira vez que as duas vertentes cristãs se encontram, desde a cisão em 1054Esta é a primeira vez que as duas vertentes cristãs se encontram, desde a cisão em 1054
A reunião será celebrada no Salão de Protocolo do Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, ponto de escala do papa Francisco para sua viagem ao México. O patriarca russo, convidado pelo presidente Raúl Castro, chegou ao país nesta quinta-feira (11) e deve permanecer no país até o próximo domingo (14).

Kirill foi recebido pelo presidente cubano já na chegada no aeroporto, onde tiveram um breve diálogo. Segundo um comunicado oficial da Igreja Ortodoxa Russa, a conversa dos dois líderes religiosos deve durar em torno de três horas. Eles abordarão temas relacionados às igrejas, o contexto político internacional e a defesa do cristianismo no Oriente Médio e no Norte da África diante de perseguições e genocídios motivados por fins religiosos.

Ao fim da reunião, outro fato histórico acontecerá: os líderes religiosos vão firmar uma declaração conjunta, a primeira em 962 anos, desde a cisão das duas vertentes.

Antes da partida de Kirill para Cuba, o chefe do departamento para a relação da igreja com a sociedade e os meios de comunicação, Vladimir Legoida, assegurou que a reunião em Havana foi uma decisão conjunta dos dois líderes.

O patriarca de Moscou qualificou o encontro como “um acontecimento importante” e “um sinal de esperança para toda a comunidade cristã”. O papa, por sua vez, explicou que as negociações para esta celebração duraram dois anos em total sigilo. “Eu queria ver e abraçar meus irmãos ortodoxos”, disse Francisco que defendeu a construção de “pontes passo a passo, até chegar a darmos as mãos aos do outro lado”.

O ministério das Relações Exteriores de Cuba, país escolhido como cenário para o histórico encontro, manifestou que a ilha “se sente honrada” de acolher a reunião dos líderes religiosos e assegurou que se responsabilizará por todo o necessário para o êxito desta celebração. 


Do Portal Vermelho, com informações da Prensa Latina

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