É inegável que 2015 foi o ano das mulheres. Elas se levantaram contra o machismo, a opressão, a violência. A sociedade patriarcal foi sacudida pelo grito feminista e os relatos de abuso moral e sexual vieram à tona, com nomes revelados ou não.
Por Mariana Serafini
Divulgação
Manifestações contra o PL de Eduardo Cunha tomaram as ruas das principais cidades do país
O grito que ficou preso por anos não é exagero, muito menos histeria feminista. Dados do Ipea mostram que anualmente 527 mil pessoas são vítimas de tentativas ou casos consumados de estupro no Brasil, destes, apenas 10% são levados à polícia. Só na última década 43,7 mil mulheres foram assassinadas no país.Já na Argentina, desde 2009, quando a Lei de Proteção Integral às Mulheres foi implementada, foram registrados 1600 assassinatos de mulheres. Em 2014, 277 mulheres argentinas foram assassinadas, isso representa um feminicídio a cada 31 horas.
No Chile o aborto é proibido em absolutamente todas as circunstâncias e até mesmo uma mulher que sofre um aborto espontâneo pode ser presa. A legislação que não diz respeito à realidade do país foi implementada durante os anos 1980 pelo ditador Augusto Pinochet e até hoje não foi modicada. A luta das mulheres chilenas é por direitos básicos.
As redes sociais foram utilizadas como um canal de comunicação onde a solidariedade feminina reinou. Campanhas como #PrimeiroAbuso e #MeuAmigoSecreto serviram para dar voz às milhares de mulheres que sofreram caladas abusos morais e sexuais e se sentiram seguras para contar suas histórias quando perceberam que não estavam sozinhas.
Depois destas campanhas, a Central de Atendimento à Mulher, que atende pelo número 180, teve um aumento de 40% das denúncias. As mulheres se sentiram livres, e talvez um pouco mais fortes, para falar sobre violência.
Manifestação contra o feminicídio em Buenos Aires, Argentina
O empoderamento das mulheres saiu das rodas de debates das universidades e tomou as ruas do centro e da periferia. O “mito” criado em torno do feminismo foi destruído a duros golpes e o assunto se tornou pauta no ambiente de trabalho, nas escolas, no ônibus, nas praças... Em 2015 foi só o começo, a luta contra o machismo é longa, mas sem dúvida as mulheres estão mais fortes.
Leia também:
“Estupra pra ela ver o que é ser encoxada de verdade”, disseram
Ao reprimir direitos das mulheres Congresso coloca Brasil na contramão Mulheres chilenas lutam pelo direito ao aborto em caso de estupro
“Estupra pra ela ver o que é ser encoxada de verdade”, disseram
Ao reprimir direitos das mulheres Congresso coloca Brasil na contramão Mulheres chilenas lutam pelo direito ao aborto em caso de estupro
Do Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário