sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Em encontro histórico, sindicalistas e empresários discutem o futuro do Brasil

O antagonismo atávico que costuma permear as relações entre empresários e trabalhadores no Brasil deu uma trégua e cedeu espaço a um pacto entre entidades patronais e sindicais para a construção de uma agenda comum que promova o desenvolvimento, a retomada dos investimentos e o crescimento do país.
Este foi o mote do encontro ocorrido na manhã desta quinta-feira (3), no espaço Hakka, no bairro da Liberdade, em São Paulo, e intitulado Compromisso pelo desenvolvimento. Reuniu 25 entidades sindicais, industriais e empresariais, de diferentes matizes políticos e ideológicos, que tinham em comum um único objetivo: o enfrentamento responsável da crise econômica.
“A crise política não pode paralisar o Brasil. A Operação Lava Jato causou uma retração de 2 a 3% na indústria e isto tem um impacto dramático na economia e no emprego”, disse o presidente da CTB, Adilson Araújo.
Tanto que no documento unitário lançado no evento defende-se o “destrave” do setor de construção, muito abalado pelas investigações da Lava Jato, utilizando-se instrumentos institucionais adequados que garantam a penalização dos responsáveis e a segurança jurídica das empresas com manutenção da atividade produtiva e dos empregos.
Outros três aspectos importantes defendidos pelo pacto são a rápida retomada do investimento público e privado em infraestrutura produtiva social e urbana, ampliando os instrumentos para financiá-la; a ampliação, em condições emergenciais, do financiamento de capital de giro para as empresas, e a retomada dos investimentos no setor de energia, como petróleo, gás e fontes alternativas renováveis, em especial na Petrobras.
O secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, reforçou a importância em se investir no resgate de setores estratégicos da indústria nacional. "O setor naval e da construção civil, assim como as montadoras são indústrias essenciais e é preciso que elas funcionem para que se busque o desenvolvimento”.
Em seu discurso, o representante da Confederação Nacional da Indústria, Carlos Abijaodi, afirmou que “as indústrias estão sangrando”. Ele destacou o ciclo vicioso que se vive no país, em que a crise provoca demissões e a perda de empregos impacta na redução do consumo, impulsionando ainda mais a crise econômica.
Pedro Celestino, do Clube de Engenharia, ressaltou a importância do encontro e do compromisso assumido em torno da unidade pelo Brasil. “É uma reunião histórica entre centrais e empresas de visões econômicas e políticas  muito distintas – o compromisso aqui firmado é para mostrar que o Brasil é maior do que a crise”.
As principais lideranças sindicais estavam presentes. Além da CTB, estavam representadas a CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT e CSB, além das federações, sindicatos e confederações. Entidades estudantis, como a UNE, e a confederação dos trabalhadores rurais, a Contag, também manifestaram o seu apoio ao Compromisso pelo desenvolvimento.
No setor empresarial, assumiram o "Compromisso", entidades como Abimaq, Abit (indústria têxtil), Abrinq (fabricantes de brinquedos), as Associações Comerciais de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, Clube de Engenharia e Instituto Ethos. Estavam por confirmar participação Anfavea (montadoras), Fenabrave (distribuidores de veículos), Sindipeças (autopeças) e Sinicon (indústria da construção pesada).
No encerramento do ato, foi formalizado um documento assinado pelas 25 entidades presentes que será entregue à presidenta Dilma Rousseff durante reunião do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social, órgão tripartite coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, programada para o próximo dia 9 de dezembro.
Portal CTB via Feebbase

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