sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Crime Ambiental: Porto Sul devastará 680 hectares de Mata Atlântica

Por Jorge Barbosa *

No momento em que o mundo discutiu na COP 21 (Conferência do Clima) estratégias para redução do aquecimento global, o Brasil ressente-se do grave crime ambiental de Mariana (MG), o Nordeste amarga mais uma seca e o Sul da Bahia vive uma aguda estiagem, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) autorizou o início das obras do famigerado Porto Sul.

O órgão ambiental concedeu a autorização de Supressão de Vegetação (ASV) para a construção. Isto importa na devastação de 680 hectares de Mata Atlântica numa área onde existem 149 nascentes de rios, inclusive pântanos, cachoeiras e quedas d’águas na região de Aritaguá, há três quilômetros de Ilhéus.

O início das obras ainda não está definido. O Porto é resultado de uma parceria público privada entre o governo do Estado da Bahia e multinacionais. O empreendimento pretende ser um pólo de exportação de grãos e do nefasto minério de ferro, o que irá poluir completamente todo o entorno com a sua fuligem.

Tal iniciativa é um retrocesso e mais um crime contra a Natureza e os remanescentes de Mata Atlântica que estão sendo devastados em nome do “progresso” e da expansão do capital. E tem mais. Ainda estão previstos a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Ilhéus, o novo aeroporto e diversos empreendimentos imobiliários na zona rural. O objetivo é de fato eliminar toda a Mata Atlântica do Sul da Bahia e do Brasil.

Cabe a mobilização dos segmentos lúcidos da região Sul da Bahia e do Brasil em defesa da água e da riqueza imensurável ainda contida no que restou da belíssima Mata Atlântica.

Bandidos ambientais seguem com a bola toda!

*Jorge Barbosa, presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região

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