Estudo divulgado na terça-feira (17) pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que o rendimento médio do trabalhador negro passou a representar 63,7% do valor recebido por não negros 2014, na Região Metropolitana de São Paulo – RMSP. Em 2013, a proporção era de 65,3%.
O rendimento médio por hora dos negros é R$ 8,79, enquanto os dos não negros é de R$ 13,80. Apesar dessa piora, tais valores vêm se aproximando lentamente ao longo dos anos, uma vez que os rendimentos dos negros já chegaram a equivaler a 54,6% dos não negros,
em 2002.
em 2002.
De acordo com a Fundação Seade, as razões mais evidentes dessa situação residem nas diferentes estruturas ocupacionais em que esses segmentos estão inseridos, com os negros mais representados na construção e nos serviços domésticos, onde seus rendimentos são menores e, em menor proporção; nos serviços e na indústria de transformação, onde os rendimentos dos não negros são superiores.
O crescimento, entre 2013 e 2014, do rendimento por hora dos não negros (2,9%), contrapondo-se à relativa estabilidade entre os negros (0,3%), resultou no aumento da distância entre os dois valores, já que em 2013 o rendimento médio por hora dos negros correspondia a 65,3% dos não negros.
Desemprego
De acordo com o estudo, entre 2013 e 2014, a taxa de desemprego total aumentou para não negros (de 9,4% para 10,1%) e permaneceu inalterada para os negros (12,0%), reduzindo a diferença de 2,6 para 1,9 ponto porcentual.
De acordo com o estudo, entre 2013 e 2014, a taxa de desemprego total aumentou para não negros (de 9,4% para 10,1%) e permaneceu inalterada para os negros (12,0%), reduzindo a diferença de 2,6 para 1,9 ponto porcentual.
Quanto à qualidade da inserção no trabalho, verifica-se que, na perspectiva de garantias trabalhistas e previdenciárias, os não negros encontravam-se, em 2014, em situação ligeiramente melhor do que os negros: 62,9% do total de não negros ocupados e 61,7% de negros estavam inseridos em ocupações regulamentadas (soma de assalariados no setor privado com carteira de trabalho assinada e no setor público).
No âmbito do assalariamento privado, a proporção de negros em ocupações com carteira assinada (55,2%) era maior do que a de não negros (54,2%), mas no setor público era menor (6,5% dos negros contra 8,7% dos não negros).
Assalariados
Já ao se considerarem ocupações com menor nível de regulamentação, cujos rendimentos geralmente são menores, havia, em 2014, maior representação entre os negros: 9,0% dos negros ocupados e 5,0% dos não negros eram empregados domésticos; 16,4% e 14,8%, eram trabalhadores autônomos; e 8,8% e 8,6% eram assalariados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, respectivamente.
Já ao se considerarem ocupações com menor nível de regulamentação, cujos rendimentos geralmente são menores, havia, em 2014, maior representação entre os negros: 9,0% dos negros ocupados e 5,0% dos não negros eram empregados domésticos; 16,4% e 14,8%, eram trabalhadores autônomos; e 8,8% e 8,6% eram assalariados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, respectivamente.
A distância entre as parcelas de assalariados negros e não negros no setor público, possivelmente, tem origem no fato de que cerca de metade desses ocupados possuir nível de escolaridade superior.
Explicação semelhante pode ser adotada para a menor parcela entre os negros (4,2%), do que entre os não negros (8,8%) no agregado das demais posições – que reúne empregadores, profissionais universitários autônomos e donos de negócios familiar, etc.
Neste caso, dispor de riqueza acumulada, que permita montar um negócio ou possuir nível superior de escolaridade, provavelmente, são fatores que explicam a exclusão de grande parte dos negros.
É bastante expressiva a parcela de negros como empregados domésticos. Esse segmento compõe-se de ocupações cujos requisitos de qualificação profissional dependem menos da formação escolar do que da experiência de trabalho. O emprego doméstico tem sido exercido, predominantemente, por mulheres negras, mais velhas e com baixo nível de escolaridade.
Fonte: G1, em São Paulo via Feebbase
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