sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Fim da trégua: Marchas da Resistência recomeçam na Argentina

“As Marchas da Resistência voltaram”, anunciou a dirigente da organização das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, ao convocar uma manifestação para o próximo dia 10 de dezembro, quando o novo presidente eleito da Argentina, Maurício Macri, vai assumir o poder executivo. 


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Uma das primeiras Marchas da Resistência, realizada em 1982, na Praça de Maio, em Buenos AiresUma das primeiras Marchas da Resistência, realizada em 1982, na Praça de Maio, em Buenos Aires
“Repudiamos a presença de Macri na Casa do Governo, temos o direito de fazê-lo como povo”, manifestou a dirigente, que qualificou o novo presidente como “um inimigo muito perigoso”.

As Marchas da Resistência são históricas na Argentina e reconhecidas mundialmente. As manifestações organizadas pelas Mães e pelas Avós da Praça de Maio desde 1981 atraíam multidões de diversas regiões do país para lutar por justiça social, verdade, memória e reparação dos crimes da ditadura militar argentina.

Hebe esclarece que as Mães e as Avós da Praça de Maio repudiam o governo de Macri e o lema de resistência será “Nenhum passo atrás – resistir é combater”. Enquanto Néstor e Cristina Kirchner administraram o país, as marchas foram suspensas porque as duas organizações consideravam se tratar de “governo amigo”, explicou a dirigente.

A “trégua” aconteceu em 2006, quando as Mães e as Avós consideraram que o governo de Néstor Kirchner estava, pela primeira vez, adotando uma posição ativa e contundente para punir os crimes e as violações de direitos humanos cometidos durante a ditadura militar. Quando o Estado reconheceu e começou a punir os ditadores, o movimento suspendeu as Marchas da Resistência.

Hebe Bonafini anuncia que acabou a trégua, as Marchas da Resistência voltam com força contra Macri

Afirmam, porém, que agora “o inimigo voltou” e por isso é necessário resistir novamente. “Faremos esta marcha para que quando ele [Macri] venha à Casa de Governo nos encontre aqui, o povo marchando, repudiando sua presença nesta casa e rechaçando os que falam de legalidade, mas fazem tudo ilegal”, denunciou Hebe.

A manifestação vai começar na Praça de Maio às 15h30 do dia 9 e permanecerá até o dia seguinte, quando acontece a solenidade de posse do novo presidente. 



Do Portal Vermelho, Mariana Serafini, com Telesur

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