Ao som dos tambores do Ilê Aiyê, centenas de pessoas tomaram as ruas da Liberdade, na sexta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, durante a 15ª Caminhada da Liberdade, em Salvador. O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, homenageado do movimento, marcou presença, ao lado do governador da Bahia, Rui Costa.
“Vir a esta caminhada na Bahia é muito importante para mim. O povo negro brasileiro vai recuperar tantos séculos de exploração. São herois que fizeram mais do que os livros contam. Os avanços têm de ser ressaltados, mas nós sabemos que ainda falta muito”, declara Lula.
O governo Lula criou o Ministério da Igualdade Racial e o ProUni, que ajudou estudantes negros a ingressar no ensino superior. Sem falar no Sistema de Cotas. Além disso, através de políticas públicas, os quilombolas passaram a ser reconhecidos. Sem dúvidas, as oportunidades aumentaram. Mas, é preciso avançar. A desigualdade racial ainda é gritante no país.
O ex-diretor da Fundação Cultural Palmares e militante da Unegro, Alexandre Reis, explica que é preciso avançar nas políticas culturais e raciais, mas principalmente, ampliar o espaço do povo negro.
O racismo também foi denunciado durante a passeata. Para a secretária de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana, a caminhada reafirma a luta contra a discriminação e o machismo com as mulheres negras. Manoel Messias, do Movimento Negro da Bahia e do Ilê Aiyê, deixa o recado: “racismo é doença da consciência. Podem ter tirado os negros das correntes, mas as amarras sociais continuam”.
Centro
No mesmo horário, no Centro da cidade, acontecia a Marcha da Consciência Negra, organizada pela Conen (Coordenação Nacional de Entidades Negras), com percurso do Campo Grande até a praça da Sé.
Fonte: O Bancário
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