quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Kirchner defende América Latina unida contra exploração neoliberal

A presidenta da Argentina, Cristina Kirshner, defendeu o aprofundamento da integração latino-americana como melhor forma de garantir a soberania dos países do Sul, durante um evento de inauguração de uma unidade de pronto atendimento na região de Buenos Aires, nesta quarta-feira (9). O ex-presidente Lula, que dá o nome ao novo hospital, participou da cerimônia.

Por Mariana Serafini


Telám
Presidenta destacou que ao contrário da União Europeia, países da América Latina não deixam os imigrantes "morrer na praia"Presidenta destacou que ao contrário da União Europeia, países da América Latina não deixam os imigrantes "morrer na praia"
Cristina denunciou os interesses imperialistas em manter os países latino-americanos “separados”, a fim de fortalecer a exploração no continente. “Lula e Néstor [Kirchner] inauguraram uma etapa inédita na história das relações entre Brasil e Argentina. Sempre nos enfrentávamos, e isso não era casualidade, era mais interessante ter estes países divididos para mantê-los subordinados, por isso devemos aprofundar a integração latino-americana porque este é nosso destino”, afirmou.

Para a presidenta, o caminho da integração é o fortalecimento de blocos como o Brics, neste sentindo, pediu a Lula que seja embaixador ante os integrantes para defender o ingresso da Argentina. “Que não seja mais Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e sim Bricsa!”.

Ao contrário dos Estados Unidos e União Europeia, o princípio dos países latinos deve ser a solidariedade, defendeu a presidenta, ao afirmar não aceitar, em hipótese alguma, que a Argentina tome de exemplo ou seja comparada “a alguns países do Norte”. “Não queremos parecer com países que expulsam imigrantes e deixam crianças morrer na praia”, disse ao criticar a postura dos países europeus que têm fechado suas fronteiras e abandonados milhares de imigrantes e refugiados à própria sorte.

Garantia de direitos para o povo argentino

Assim como no Brasil, a direita argentina também costuma fazer chacota de populares que se manifestam em defesa dos governos progressistas. O equivalente ao “sanduiche de mortadela”, utilizado aqui como forma pejorativa de dizer que os manifestantes não se mobilizam por vontade própria, lá e o “choripán”, espécie de sanduiche de chouriço. A presidenta ironizou essa crítica ao dizer “hoje não temos choripán porque está chovendo, não há como fazer. O povo está aqui porque voltou a crer quando havia sido abandonado e nós chegamos e os fizemos se sentir parte da pátria, como todos os argentinos”.


Nova UPA na região de Buenos Aires leva o nome do ex-presidente Lula | Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
 
Na Argentina também o governo se preocupou, na última década, em garantir direitos e ampliar o acesso da população mais pobre. Cristina denunciou a onda hostil impulsionada pela direita contra os beneficiados e pediu para o povo guardar na memória como a vida era em 2003 e como é agora, não para agradecer, mas para nunca mais permitir que os direitos sejam retirados novamente. “Os que nos insultam, o fazem porque antes tinham os choripáns mais caros da história. Era necessário um governo que reconhecesse os direitos do povo”.

Fortalecimento do Mercosul

Homenageado com o nome em um hospital importante para a garantia de direitos básicos de saúde do povo argentino, Lula destacou que no Brasil também foram construídos milhares de centros de atendimento durante os anos de governo progressista. Lembrou que o impulso para esta mudança de postura dos países do Sul aconteceu quando ele, junto a Nestor Kirshner, Evo Morales, Hugo Chávez e Rafael Correa se reuniram em Mar del Plata, na Argentina, para “enterrar a Alca, fortalecer o Mercosul”. Ressaltou também a criação da Unasul e da Celac.

“O Brasil e a Argentina construíram a mais importante relação política e comercial da história destes dois países e se continuarem unidos, tenho certeza de que a América Latina continuará unida”, afirmou Lula.
 


Fonte: Vermelho

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