sexta-feira, 21 de agosto de 2015

SP dá recado aos golpistas: “que os ricos paguem pela crise”

Juventude defende saída à esquerda

Mariana Serafini
Juventude defende saída à esquerda

Mais de 75 mil pessoas lotaram a região central da capital paulista nesta quinta-feira (20). A manifestação convocada por movimentos sociais e entidades começou no Largo da Batata e seguiu em marcha até o vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Apesar do frio e da chuva, o povo não arredou o pé da caminhada de pouco mais de 5km. “Que os ricos paguem pela crise” e “não vai ter golpe” foram as palavras de ordem que deram o tom da manifestação.

Por Mariana Serafini


Contra o golpismo, em defesa da constitucionalidade do mandato da presidenta Dilma, da Petrobras, e do desenvolvimento nacional, marcharam as mais 50 organizações do movimento social. Eles também defenderam reformas estruturantes, como a urbana, agrária, tributária, política, da educação e da comunicação, além da taxação de grandes fortunas. 


Uma saída à esquerda, esta é a medida sugerida pelos movimentos sociais para o Brasil superar a crise econômica que já atingiu diversos outros países pelo mundo. O representante brasileiro da FSM (Federação Sindical Mundial), Divanilton Pereira, alertou sobre a estratégia imperialista de controle e dominação do continente Sul-Americano. “As ameaças contra o Brasil são as mesmas que rondam a Argentina, a Venezuela, o Peru, e outros governos progressistas da América Latina e do Caribe. São as mesmas estratégias imperialistas que já resultaram em golpes em Honduras e no Paraguai”, esclareceu.

Diante deste processo de destabilização política, a FSM declara solidariedade ao Brasil e se coloca ao lado do povo brasileiro para defender a democracia e a soberania do voto. “O povo sobe, através de sua própria experiência, para lutar por sua democracia, nós não admitiremos retrocessos em nossa região”. A entidade vai realizar um grande ato anti-imperialista no dia 3 de outubro na capital paulista porque o Brasil foi o país escolhido para comemorar os 70 anos da organização mundial.

Em defesa da juventude negra e periférica
A Unegro destacou que os golpistas não vão acabar com o sonho de mais de 54 milhões de brasileiros que escolheram continuar no caminho da inclusão e da justiça social. O dirigente nacional da entidade, Edson França, falou ainda sobre as manobras políticas do Congresso Nacional que tenta encarcerar a juventude negra e periférica ao aprovar, em segundo turno, a redução da maioridade penal. “Os jovens que não tinham esperança, hoje têm, hoje têm condições de ingressar na universidade e eles [Congresso] agora querem nos calar”.

O dirigente ressaltou também os interesses da direita em entregar a Petrobras ao capital estrangeiro. “Não vamos deixar que eles entreguem nossas riquezas para o imperialismo, nós defendemos o desenvolvimento, a engenharia e a indústria nacional”.

No começo na manifestação, coletivos fizeram uma homenagem às 18 pessoas assassinadas recentemente em Osasco e Barueri, na região metropolitana da capital paulista. Um a um os manifestantes caíram no chão, segurando placas com rostos, para pedir justiça e homenagear as vítimas da chacina.

“Não voltamos para a cozinha”
A presidenta nacional da ANPG destacou que esta é uma manifestação em defesa dos direitos já conquistados pelo povo brasileiro ao longo dos 12 anos de governo de Lula e Dilma e mais políticas públicas para o povo. Ressaltou a “afronta” que é para a elite nacional ter de conviver com negros e pobres nas universidades, em viagens aéreas internacionais, ou mesmo nos corredores dos shoppings. “Nós mulheres não vamos voltar para a cozinha, nem os negros para as senzalas, muito menos os pobres para as rodoviárias, nós vamos defender de forma radical este governo”.

Um novo ciclo político, com mais mudanças
A dirigente da UBM, Maria das Neves, disse que esta manifestação, que tomou as ruas de diversos estados brasileiros nas principais cidades, marca o início de um novo ciclo político, cujo objetivo é fortalecer o governo Dilma para exigir aprofundamento nas mudanças. Destacou as conquistas obtidas nos últimos 12 anos, como o Luz para todos, Minha casa, minha vida, Bolsa Família, ProUni e Fies, entre outros programas onde o maior número de beneficiadas são mulheres.

“Houve um período no Brasil em que não podíamos nos manifestar, mulheres foram torturadas e violentadas por defender a democracia e hoje nós estamos aqui para dizer não ao retrocesso, não ao golpe”, afirmou a dirigente feminista.

Maria das Neves ressaltou ainda o combate à corrupção, e fez questão de lembrar que esta é uma bandeira histórica da esquerda. “Todo o povo é contra a corrupção e temos a clareza de que uma reforma política democrática é o melhor caminho, por isso hoje vamos renovar nossas esperanças no governo Dilma e pedir por mais mudanças”.

A manifestação encerrou no Vão Livre do Masp, por volta das 22 horas. Os partidos políticos que apoiaram o ato foram o PCdoB, PT, PCO, Psol e PDT. Os movimentos sociais presentes eram UJS, UNE, UBES, ANPG, MTST, FLM, CTB, CUT, MST Intersindical, Unegro, entre outros.
 


Fonte: Vermelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário