sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ato pela democracia reúne milhares de pessoas em Salvador e Itabuna

Os trabalhadores e trabalhadoras de Itabuna não se contiveram com as constantes ofensivas contra a democracia e foram as ruas clamar em favor da liberdade democrática do país na tarde de ontem.
Uma caminhada organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais, saiu do Jardim do Ó, percorrendo a Avenida Cinquentenário e se concentrou na praça Adami, centro da cidade.
Camisetas, faixas e cartazes davam voz ao povo que não ficou passivo diante de tanta injúria. “Eu defendo a democracia e a legitimidade do voto”, dizia um cartaz levado por um estudante universitário. “A crise é dos ricos. Eles que paguem a conta”, dizia uma faixa levada por outros estudantes.

Segundo a organização do evento, cerca de cinco mil pessoas participaram do ato.
“O povo de Itabuna está sintonizado com a ideia de estabelecer os direitos democráticos e disse ‘não ao golpe’ na tarde de ontem. Foi um evento extremamente positivo”, afirmou Luís Sena, diretor do Sindicato dos Bancários e um dos organizadores do evento.
“Foi um ato importante ao demonstrar que a população de Itabuna se posiciona contra o retrocesso defendendo os direitos sociais e trabalhistas. Não existe defesa democrática com golpe. A crítica ao governo deve ser feita sim, mas de uma forma positiva para que todos devam ter seus direitos assegurados com legitimidade”, explicou Wilmaci Oliveira, coordenadora da CTB Regional Sul Bahia.
Na Praça Adami os trabalhadores realizaram um ato cívico e cantaram o hino nacional. Dirigentes sindicais reforçaram o discurso de não ao golpismo para os trabalhadores.
Salvador
As ruas do centro de Salvador foram tomadas por faixas e bandeiras na tarde de ontem, quinta-feira (20/8). Mais de 15 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar, atenderam à convocação dos movimentos sociais e participaram do ato cívico e cultural em defesa da democracia e por mais direitos. Incialmente marcado para a Piedade, o evento precisou ser realocado para a Praça Castro Alves devido ao grande número de participantes.
Este foi um dos maiores eventos organizados pelo movimento social baiano nos últimos anos e contou com a representação de dezenas de segmentos da sociedade civil organizada. O movimento de mulheres, negro, LGBT, estudantil, da luta pela terra e por moradia, além de mais de 60 sindicatos de trabalhadores se fizeram presentes no ato.  As centrais sindicais CTB, CUT e Intersindical e os partidos políticos PT, PCdoB e PSB também se engajaram no movimento, que ganhou o apoio da Arquidiocese de Salvador, representada pelo Padre José Carlos, responsável pela organização do Grito dos Excluídos.
A Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, o Sindicato da Bahia e de Feira de Santana também participaram do ato, levando a disposição da categoria de sair às ruas para defender a democracia.
“O movimento de hoje não é desta ou daquela entidade. É de todos aqueles que defendem a democracia, independentemente de qual setor da sociedade pertença. A manifestação de hoje mostrou isso. Mostrou também que o povo e os movimentos que organizam a luta do dia a dia da sociedade não vão aceitar qualquer tipo de golpe contra a presidenta Dilma”, avaliou o presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira.
Para Aurino, os atos desta quinta-feira representam apenas um primeiro passo na luta para proteger o regime democrático no país. “Colocamos o povo na rua, mas queremos trazer também outros setores importantes para esta luta. Queremos também que a presidenta entenda a necessidade de se aproximar mais dos movimentos sociais para garantir que as conquistas dos últimos anos continuem avançando”.
Haroldo e Waldir
A manifestação desta quinta-feira em Salvador contou com a participação de dezenas de lideranças sindicais, sociais e políticas, no entanto, as presenças mais festejadas foram as do ex-deputado comunista Haroldo Lima e do ex-governador da Bahia Waldir Pires, atualmente vereador de Salvador pelo PT, dois dos maiores expoentes da luta contra o regime militar no estado.
Em uma fala bastante aplaudida, Haroldo Lima falou da tendência golpista da elite brasileira, que costuma se articular para derrubar qualquer governo que trabalhe para diminuir as desigualdades sociais, a exemplo do que aconteceu com Getúlio Vargas e João Goulart. “A diferença é que agora estamos atentos e o golpe não passará”, afirmou.
Do alto dos seus 82 anos, Waldir Pires ressaltou a importância da defesa da democracia, lembrando que a ela não existe se vale apenas para uma parcela da população. “a democracia tem que ser para todos ou é apenas uma democracia de merda. Eu dediquei minha vida à luta pela democracia de fato e vou morrer assim, lutando para que todos  tenham direito à democracia e às riquezas do nosso país”.

Fonte: Seeb Itabuna e Feebbase

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