quarta-feira, 3 de junho de 2015

ONU pede que não se ignore o sofrimento dos refugiados palestinos

Policiais israelenses empurram mulheres palestinas durante confrontos em Jerusalém Oriental.
Policiais israelenses empurram mulheres palestinas durante confrontos em Jerusalém Oriental.Mahmoud Illean / AP

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, conclamou que não se esquecesse o sofrimento de milhões de refugiados palestinos, vítimas dos fracassos na tentativa de pôr fim à ocupação e aos atropelos israelenses.


"Eles precisam de uma solidariedade mundial em massa nestes momentos duros. Não podemos abandoná-los", afirmou na inauguração de um evento para celebrar os 65 anos da fundação da Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (Unrwa).

De acordo com Ban, ainda que causem satisfação todos os esforços e o compromisso desse órgão com os refugiados, na realidade o mesmo não foi criado para ter que funcionar no decorrer de tantas décadas.

“A Unrwa existe pelos fracassos políticos, é o resultado da ausência de uma solução duradoura às demandas dos refugiados palestinos”, precisou.

Fundada no final de 1949, mas ativa a partir de 1950, a agência assiste a mais de cinco milhões de seres humanos em cinco territórios, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Síria, Líbano e Jordânia.

Com a ocupação prolongada - data de 1967 -, a colonização mediante assentamentos e as ações agressivas, como os 51 dias de bombardeios do verão passado contra Gaza, Israel afasta-se cada vez mais da saída de dois Estados reclamada pela comunidade internacional.

“O estancamento político não pode conduzir a um cenário humanitário e moral similar, temos que continuar apoiando os refugiados palestinos, que merecem viver com direitos humanos, dignidade e oportunidades”, sublinhou o secretário-geral da ONU.

Ban homenageou os 30 mil trabalhadores da Unrwa, a maioria deslocados, e rendeu tributo aos caídos, entre eles os assassinados pelas bombas de Tel Aviv durante a agressão de julho e agosto passados.

Em sua intervenção, lamentou a situação geral dos refugiados, e em particular a imperante em Gaza, derivada de oito anos de bloqueio israelense e dos bombardeios do verão passado.

“Ali vemos hoje a taxa de desemprego mais alta do mundo, com mais de 60 por cento dos jovens sem trabalho, enquanto seguem sem reconstruir-se grande parte das casas danificadas ou destruídas”, disse.

O fórum para celebrar o aniversário de criação da Unrwa abordou a falta de financiamento dessa agência para ajudar os palestinos em matéria de educação, assistência médica e alimentação e ainda tratou a situação dos refugiados em outros países, sobretudo na Síria, Líbano e Jordânia.

Com respeito a Síria, vários oradores referiram-se ao impacto do conflito nos refugiados e enfatizaram o drama que se vive no acampamento de Yarmouk, ocupado pelos extremistas do Estado Islâmico.

Fonte: Prensa Latina via Vermelho

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