Vitor Vogel Carina Vitral, a nova presidenta da UNE |
A UNE encerrou no domingo (7) mais um congresso vitorioso. Com um processo de mobilização que atingiu 98% das universidades brasileiras e levou mais de 10 mil estudantes à Goiânia, onde aconteceu o 54º Conune, a entidade fortaleceu a unidade da esquerda. Para a nova presidenta, Carina Vitral, a UNE vai desempenhar um papel fundamental na luta política em defesa dos direitos da população e contra os interesses do Congresso Nacional reacionário.
Por Mariana Serafini
“A crise econômica do capitalismo impõe retrocessos à juventude e ao povo, a gente percebe isso quando ela atinge o Brasil e várias pautas reacionárias começam a ser discutidas no Congresso Nacional, este que foi eleito pela iniciativa privada e é o mais conservador desde 1964, agora debate a terceirização, o financiamento privado de campanha e a redução da maioridade penal, entre outras pautas conservadoras e reacionárias”, afirma Carina.
Para a nova presidenta, o grande desafio da entidade é fortalecer a unidade das forças políticas de esquerda. Ela argumenta que só assim será possível avançar com pautas de interesse popular. “O lado de lá, os reacionários, a mídia hegemônica, eles estão unificados, o debate que se faz é sobre a necessidade de que o outro lado, o lado do povo, tem de se unificar também. É preciso superar as diferenças. Isso não significa esquecer as diferença, mas deixa-las de lado para lutar com bandeiras unificadas, e isso a gente tem”, explica.
Carina orgulha-se ao dizer que a UNE é das poucas entidades que ainda conseguem agregar vários setores da esquerda e acredita que isso é um exemplo a ser seguido neste momento de polarização da luta politica. Segundo ela, as bandeiras que unificam as forças da esquerda são a defesa da democracia e do fim do financiamento privado de campanha e o rechaço à reforma política de Eduardo Cunha e à tentativa de redução da maioridade penal.
Para ela o perfil do estudante brasileiro, assim como o Brasil, mudou nos últimos anos devido à série de programas sociais que possibilitaram a ampliação do acesso às universidades públicas e privadas. A UNE precisa acompanhar essas mudança e disputar esses espaços. “É um desafio conseguir dialogar com o novo perfil do estudante, que não é conservador, mas que carrega em si muitas contradições e os limites do projeto que se empreendeu nos últimos anos, o desafio da UNE é disputar a consciência para as pautas avançadas, na defesa da democracia”.
Uma gestão combativa
A nova gestão da entidade acaba de começar e já apresenta uma agenda de lutas bastante combativa. Muitos dos estudantes que foram à Goiânia para o congresso não retornaram às suas cidades, eles permanecem mobilizados e seguirão para Brasília pra uma grande manifestação contra os cortes de verba na educação.
Virgínia Barros passa a presidência para Carina Vitral | Foto: Juliana Pimenta
A outra grande mobilização será contra a redução da maioridade penal, que segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em breve será colocada em votação. “Junto com a UBES, que está acompanhando essa pauta, a UNE vai fazer intensas mobilizações para barrar a redução e, mais do que isso, convencer a sociedade de que a redução é uma roubada”.
A força da mulher na política
Em defesa de uma reforma política democrática, a UNE dá exemplos de mudança no perfil de suas lideranças. Pela primeira vez a entidade tem duas presidentas em gestões consecutivas, a paulista Carina Vitral sucede a pernambucana Virgínia Barros e tem como vice-presidenta a estudante da UFMG, Moara Correa Saboia.
A força feminina à frente da UNE: Carina Vitral, Virgínia Barros e Moara Saboia | Foto: Juliana Pimenta
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Fonte:Vermelho
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