terça-feira, 5 de maio de 2015

1º de Maio: Trabalhadores reafirmam unidade em defesa da democracia

De acordo com os organizadores, mais de 20 mil pessoas participaram do ato

Ana Flávia Marques
De acordo com os organizadores, mais de 20 mil pessoas participaram do ato

O Dia do Trabalhador foi marcado por unidade e luta pela democracia no ato das centrais sindicais realizado na capital paulista na sexta-feira (1º/5). A CTB, a CUT e a Intersindical, junto a movimentos sociais e partidos políticos, reafirmaram a unidade e a disposição para agir como uma Frente Democrática em defesa do desenvolvimento nacional. Os trabalhadores mostraram que unidos são mais fortes para lutar pela garantia dos direitos já conquistados pela população. 


Um 1º de Maio de luta, assim ficou caracterizada esta data em 2015, ano em que os trabalhadores estão a postos para defender seus direitos ameaçados pelo Congresso Nacional conservador que tenta, a todo custo, levar adiante o Projeto de Lei cujo objetivo é aprovar a terceirização irrestrita do trabalho. Esta medida ameaça todos os trabalhadores, pois significa o fim da CLT e dos direitos trabalhistas conquistados com lutas históricas. Para evitar que a matéria seja aprovada também no Senado, foi designado que o dia 29 de maio será de paralisações e luta em todo o Brasil. Caso seja aprovado, os trabalhadores já anunciaram que farão uma greve geral para pressionar a presidenta a vetar o PL.
 

O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, rechaçou as tentativas de golpe da direita e reafirmou a importância de se garantir a soberania do voto popular. “O povo foi às ruas e decidiu continuar no caminho das mudanças”, afirmou. Para o dirigente, a direita derrotada nas urnas quer restringir os direitos dos trabalhadores. “O [Eduardo] Cunha, junto aos deputados reacionários, busca sacramentar o maior golpe contra os trabalhadores desde 1964 que é a terceirização, nós não vamos permitir”, disse.


Lula e Adilson Araújo, presidente nacional da CTB | Foto: Mariana Serafini
Adilson acredita que a terceirização irrestrita vai precarizar ainda mais as condições trabalhistas e aprofundar as desigualdades. “A presidenta Dilma teve uma reunião com as centrais e sinalizou fazer o debate para retomar um pouco o que ela defendeu durante a campanha eleitoral”, disse em entrevista aoVermelho.

Wagner Freitas, presidente nacional da CUT, destacou a importância da unidade dos trabalhadores para garantir direitos e defendeu a criação da Frente Democrática Popular em defesa da democracia. “A resistência começa aqui!”.

O deputado federal do PCdoB, Orlando Silva, participou do ato em nome do partido e representou o presidente nacional, Renato Rabelo. “Este ato é um grito de resistência dos trabalhadores. Nós do PCdoB estamos juntos com o povo brasileiro para seguir na luta e pressionar o Congresso Nacional contra os projetos que prejudicam os direitos conquistados”, afirmou.


Orlando Silva, deputado federal pelo PCdoB | Foto: Ana Flávia Marques
Orlando afirmou ainda que, em defesa da democracia, o PCdoB não vai deixar de lutar junto aos trabalhadores para fazer valer a decisão popular. “Nós elegemos Dilma e os tucanos não vão dominar o Brasil, se eles quiserem governar sentem e esperem até 2018, mas até lá nós vamos defender a nossa democracia”.

O parlamentar também cobrou de Dilma um posicionamento mais incisivo em relação à burguesia brasileira. “A presidenta tem que enfrentar com mais dureza essa elite burguesa, deixe que eles batam panela, ela tem que garantir o diálogo com o povo”. Ressaltou que o PCdoB defende a reforma politica com o fim do financiamento privado de campanha e a taxação das grandes fortunas.

Destacou a luta dos professores do Brasil inteiro em defesa de uma educação pública de qualidade, mas, em especial, no Paraná, onde o governador Beto Richa agiu com extrema truculência contra a categoria. “Esse é o modo tucano de governar, é descendo o cassetete nos trabalhadores”. 


Ministro da Secretaria Geral da Presidência, MIguel Rosseto | Foto: Mariana Serafini
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, também esteve presente no ato e destacou a luta da presidenta Dilma para fazer valer o aumento da valorização do salário mínimo. De acordo com ele, está tramitando no Congresso um reajuste que corrige a inflação e garantirá ainda mais o poder de compra do brasileiro. “A presidenta se colocou, claramente, em defesa dos trabalhadores e não vai deixar que nenhum direito seja atingido”, garantiu.

“Nossa prioridade é construir um país com a economia ainda mais forte e garantir maior distribuição de renda, mais democracia, mais direitos para a classe trabalhadora e mais justiça social para todo o nosso povo”, afirmou o ministro. 


Presidenta da UNE, Virgínia Barros | Foto: Mariana Serafini
Já a presidenta da UNE, Virgínia Barros, relembrou a importância histórica da data. “O 1º de maio é sempre carregado de simbolismo e importância para os trabalhadores, mas este ano adquire uma importância especial devido à necessidade de reforçar a luta democrática no país em defesa da reforma política e contra a terceirização”.

Para a presidenta da Ubes, Bárbara Melo, o 1º de Maio é a data onde a luta dos trabalhadores se reafirma. “Este é um momento onde a unidade da juventude e dos trabalhadores é de extrema importância para garantirmos nossas conquistas e continuarmos avançando em busca de mais direitos”.

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Do Portal Vermelho, Mariana Serafini

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