É bom esclarecer que
corrupção é crime (Art. 317 e 333 do Código Penal) e, como tal, deve ser
tratada: denúncia, investigação, julgamento e punição. Contudo, no sentido
genérico, corrupção é toda vantagem indevida que alguém pode usufruir em
decorrência da ocupação de determinado cargo ou posição social.
“A ética é a
referência a princípios humanitários fundamentais, comuns a todos os povos,
nações, religiões e outras tantas comunidades. A falta e a quebra da ética
ameaçam todos os setores e aspectos da vida e da cultura de um país, sobretudo
quando acontece na esfera política, o efeito é mais destruidor. Isto se dá
porque a política é o ponto de equilíbrio de uma nação e o político deve ser um
exemplo para a sociedade”.
Vivemos em uma
sociedade completamente corrupta e hipócrita, onde quem pratica ato de corrupção
é “esperto”, “sabido”, “aproveita as oportunidades”. Todavia, quem é flagrado
cometendo o ato é imediatamente taxado de corrupto, ladrão...
Vamos passar o
Brasil a limpo? Então comecemos em nossas relações pessoais e profissionais,
não beneficiando um filho em detrimento do outro, não buscando expedientes
espúrios para retirar multas de trânsito, não praticando “caixa dois” para
evitar tributação de verbas trabalhistas, não contratando trabalhadores sem
carteira assinada, desrespeitando os direitos de empregadas domésticas,
sonegando declaração de imposto de renda...
Vamos enfrentar a
corrupção no setor público? Então aumentemos as penas e enfrentemos o debate
acerca do fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. Não o único,
mas com certeza um dos maiores culpados pela relação prostituída entre o
privado e o público, quando os mandatos, com honrosas exceções, estão a
serviço, em primeiro lugar dos doadores e financiadores daqueles que buscam o
voto popular e, no vale-tudo, rebaixam ou anulam o debate político-ideológico
ao tráfico de influências, a promessas de emprego, a demagogia e a compra e
venda do eleitor.
As campanhas
eleitorais devem ter os seus gastos contidos a fim de evitar a forte influência
do poder econômico nos resultados eleitorais. É de estranhar candidatos
gastarem mais em campanha do que o que eles vão ganhar durante o exercício do
mandato.
A corrupção também
está presente no legislativo e no judiciário, não nos esqueçamos das denúncias
de compra e venda de votos, além de sentenças. Tudo isso, sem falar, de
investigações no mínimo suspeitas por parte de membros do Ministério Público,
onde carregam a caneta em determinados acusados e abrandam em outros.
Necessitamos
aperfeiçoar nossa jovem e revigorada democracia que está a completar, apenas,
27 anos. Uma reforma política democrática no sentido de ampliar a
representação, fortalecer o vínculo partidário, estabelecer critérios
políticos, ideológicos e de legitimidade para criação de partidos políticos,
além de determinar o financiamento público das campanhas eleitorais, já seria
um bom começo ao enfrentamento da sistêmica corrupção presente no aparelho de
estado do nosso país.
Por Jorge Barbosa de
Jesus – Presidente do Sindicato dos Bancários de Jesus.
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