sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Grupo vê mais mortes por homofobia em 2014

Balanço do Grupo Gay da Bahia fala em 326 casos no Brasil, contra 313 registrados no ano passado

São Paulo – O número de mortes de homossexuais no Brasil causadas pela homofobia aumentou 4,1% no ano passado, segundo levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Foram 326 mortes contra 313 registradas pela organização em 2013.

Do total, 163 eram gays, 134 travestis, 14 lésbicas, 3 bissexuais e 7 amantes de travestis (T-lovers). Também foram contabilizados pelo grupo cinco heterossexuais confundidos ou por estarem em circunstâncias ou espaços homoeróticos.

O GGB afirma também, creditando informações de agência internacionais, que o Brasil continua sendo o campeão mundial de crimes motivados pela homofobia ou transfobia, com 50% dos casos.

Sobre a classificação dos crimes como homofóbicos, o professor, antropólogo e decano do movimento LGBT Luiz Mott é categórico: “Sim! 99% destes homicídios contra LGBT têm como agravante seja a homofobia individual, quando o assassino tem mal resolvida sua própria sexualidade e quer lavar com o sangue seu desejo reprimido, seja a homofobia cultural, que pratica bullying contra lésbicas e gays, expulsando travestis para as margens da sociedade onde a violência é endêmica, seja a homofobia institucional, quando o governo não garante a segurança dos espaços frequentados pela comunidade LGBT”.

Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, acrescenta: “quando o movimento negro, os índios ou as feministas divulgam suas estatísticas letais, não se questiona se o motivo de todas as mortes foi racismo ou machismo. Porque exigir só do movimento LGBT atestado de homofobia nestes crimes hediondos?”.

30 anos – O Grupo Gay da Bahia existe desde 1980 e integra a associação internacional de lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersex (ILGA, em inglês), a National Latino/a Lesbian and Gay Organization (LLEGÓ) e a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT). Também a Comissão Nacional de Aids, do Ministério da Saúde do Brasil, do comitê da Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas (IGLHRC).

Fonte: Seeb-SP

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