quarta-feira, 26 de novembro de 2014

ONU Mulheres promove ações nos 16 Dias de Ativismo

Na escola de samba Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ), haverá oficina de sensibilização do tema violência contra mulheres sobre a iniciativa O Valente Não é Violento.  
Na escola de samba Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ), haverá oficina de
sensibilização do tema violência contra mulheres sobre a iniciativa O Valente Não é Violento.  

No Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, ontem, terça-feira – 25 de novembro, a ONU Mulheres Brasil programou atividades em Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e João Pessoa (PB), que vão desde oficinas com juízes e juízas sobre feminicídio, palestra para as tropas de paz das Américas, exposição em grafite, debate virtual com especialistas e blogueiras, iluminação de prédios até ações com a comunidade do samba.  


“Nosso esforço é para que mulheres e homens, meninas e meninos, façam parte da solução para erradicarmos a violência de gênero. Não podemos tolerar nem aceitar que uma a cada três mulheres e meninas vivenciem a violência. Nosso trabalho é alterar atitudes e comportamentos machistas. Uma de nossas ações centra energia em homens e meninos com a iniciativa O Valente não é Violento, para a qual levaremos materiais e práticas pedagógicas para as escolas”, diz Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

Ela diz ainda que o Brasil está enfrentando a violência contra as mulheres com políticas públicas importantes. Entre elas, destaca os investimentos na rede de atendimento, na aplicação da Lei Maria da Penha e o combate à impunidade, no Ligue 180 e no programa Mulher, Viver sem Violência, que terá a Casa da Mulher Brasileira.

Mas, segundo ela, é preciso ir além. “Prevenir e desconstruir a violência é ação política e também individual. Ou seja, cidadãs e cidadãos, escolas, empresas e meios de comunicação, por exemplo, precisam compreender que devem centrar suas forças para a erradicação das desigualdades de gênero”, alerta Nadine Gasman.

No Brasil, entre 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios: ou seja, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma morte a cada 1h30.

As mulheres jovens foram as principais vítimas: mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos. Do total de mortes, 61% foram de mulheres negras, as principais vítimas em quase todas as regiões do País. E outro alerta: 36% dos assassinatos ocorreram aos finais de semana.

De acordo com o 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2013, ocorreram 50.224 estupros em todo o país. E dados do Ministério da Saúde apontaram, em 2011, que a violência contra as mulheres no Brasil custou R$5,3 milhões com internações - 5.496 mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por algum tipo de agressão.

Programação

Terça-feira (25/11)
Dia Laranja: iluminação de prédios públicos
Em Brasília, o prédio da ONU será iluminado com a cor laranja. O mesmo acontecerá com o edifício sede das Nações Unidas, em Nova York, em solidariedade as vítimas da violência sexista e o compromisso com um futuro sem violações dos direitos. A Casa da ONU está localizada no Setor de Embaixadas Norte, em Brasília (DF);

Exposição sobre Pequim+20 em Grafitti
Com o lema “Empoderar as Mulheres. Empoderar a Humanidade. Imagine! haverá oficina e roda de conversa sobre o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, às 14 horas, no Espaço Cultural do Cedim (Rua Camerino, 51), no Rio de Janeiro (RJ);

Palestra Perspectiva de Gênero nas Operações de Paz para as tropas militares de nove países: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai, abordando os protocolos para o atendimento e a participação de mulheres nos processos de paz em países em situação de conflito com base em documentos da ONU referente ao tema e na Plataforma de Ação de Pequim, que completará 20 anos em 2015, a partir das 9h30, em Itaipava (RJ);

Quarta-feira (26/11) 
Hangouts Pequim+-20 sobre A Violência contra as Mulheres e os compromissos assumidos pelos países para enfrentar a violência e as políticas públicas para garantir os direitos das mulheres de ter uma vida sem violência, com a representantes da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), da Universidade de Brasília( UnB) e da organização não-governamental Promundo, voltada à discussão de masculinidades e as blogueiras Djamila Ribeiro (Blogueiras Negras) e Juliana Faria (Chega de Fiu-Fiu);

Quarta e quinta-feira (26 e 27/11)
Oficinas e debates, em Brasília (DF) e em João Pessoa (PB), com juízas e juízes e demais operadores de justiça e de direito para a adaptação do Protocolo Latinoamericano para Investigação das Mortes por Razões de Gênero à legislação brasileira. Importante ferramenta para enfrentar a impunidade dos quase cinco mil assassinatos de mulheres brasileiras por ano;

Quinta-feira (4/12)
Seminário “Violência contra as mulheres: Por quê?”, realizado pela Secretaria de Políticas para Mulheres do Estado do Rio de Janeiro;

Sexta-feira (5/12)
Oficina de sensibilização do tema violência contra mulheres sobre a iniciativa O Valente Não é Violento, com os dirigentes e funcionários da escola de samba Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ);

Cine Mulheres na Praça, às 20h, atividade para a apresentação e distribuição de materiais de O Valente não é Violento (folders e bottons), da escola de samba Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ);

Sábado (6/12)
Trem do Samba, Campanha do Laço Branco, atividade com, distribuição de materiais da iniciativa O Valente Não é Violento (bottons e folders) e mobilização da comunidade do samba da escola de samba Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ).

Da Redação do Vermelho em Brasília
Com informações da ONU Mulheres

Nenhum comentário:

Postar um comentário