quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Causa palestina recebe amplo apoio na ONU

Observador permanente da Palestina na ONU, Riyad MansurO fim da ocupação israelense, da construção de novos assentamentos judeus na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e o direito à autodeterminação da Palestina como Estado independente receberam amplo apoio nas Nações Unidas.


ONU
Observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansur
Na segunda-feira (24) e na terça-feira (25), a Assembleia Geral da ONU debateu a questão palestina, em razão do marco das atividades pelo Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, que desde 1977 se comemora todo dia 29 de novembro.

O Movimento de Países Não Alinhados (Mnoal), a Liga Árabe, a União Europeia (UE) e nações dos cinco continentes exigem também o levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza e a recuperação desse território devastado por 50 dias de bombardeios israelenses, em julho e agosto deste ano.

Também pediram que se evite ações que aprofundem o conflito, principalmente na dimensão religiosa, a partir da escalada de violência das últimas semanas em Jerusalém (Al-Quds para os muçulmanos).

O ataque por colonos judeus a mesquita Al Aqsa, um dos três lugares mais sagrados do Islã, gerou confrontos em Jerusalém, com saldo de mortos e feridos para ambas as partes.

A plenária dos 193 membros da ONU ouviu também a suplica para que Tel Aviv respeite o princípio da proporcionalidade no exercício de seu legítimo direito à segurança.

As duas jornadas de debates reafirmaram o interesse da comunidade internacional em alcançar negociações que levem, de uma vez por todas, à tão desejada solução dos dois estados, um palestino e outro israelense, convivendo em paz com as fronteiras anteriores à ocupação de 1967.

O consenso predominante é que essa é uma saída digna à questão dos refugiados e um status mutuamente aceito para Jerusalém.

Em seu discurso perante a Assembleia Geral, o embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour, agradeceu o apoio global às causas desse povo árabe.

Além disso, denunciou que a intransigência, a má fé e as ações destrutivas de Israel afastam de maneira significativa as possibilidades de chegar a paz e a solução dos dois estados.

De acordo com o diplomata, há muitos exemplos dessa postura, entre eles a recente agressão a Gaza, quando morreram quase 2.200 pessoas, a maioria civis, incluindo mais de 500 crianças, e ficou destruída a infraestrutura do território habitado por 1,8 milhões de pessoas.

“Teria que acrescentar o impulso à colonização, os persistentes castigos coletivos, a repressão, as provocações em lugares sagrados, os deslocamentos forçados pela demolição de moradias e o empenho para alterar a demografia, a identidade e o status de Jerusalém”, advertiu.

Mansour instou todos os países e o Conselho de Segurança da ONU a atuar para evitar consequências imprevisíveis. Nesse sentido, pediu ao Conselho que assuma sua responsabilidade e estabeleça uma data para o fim da ocupação e para a criação dos dois estados.

Por sua vez, o embaixador de Israel, Ron Prosor, qualificou a comunidade internacional como hipócrita e acusou-os de estarem contra Tel Aviv. Prosor falou especialmente em relação a União Europeia (UE), porque crescem os governos e parlamentos dispostos a reconhecer o Estado palestino, assim como já aconteceu com a Suécia.

Os Estados Unidos, também através de sua representante permanente, Samantha Power, acusou a Assembleia Geral de ser parcial em detrimento dos interesses israelenses.

No entanto, Power não teve como apoiar a política de expansão dos assentamentos ilegais na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, que qualificou como prejudicial para a paz.

Apesar destas críticas à colonização por Tel Aviv dos territórios ocupados, Washington, com seu poder de veto no Conselho de Segurança, continua sendo considerado o principal protetor de Israel e um obstáculo nas aspirações palestinas de participar da ONU como membro pleno.

Fonte: Prensa Latina via Vermelho

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